
Você já ouviu falar do DREX? Será tão disruptivo quanto o PIX?
DREX é o nome da moeda digital criada pelo Banco Central e está em testes desde 2023.
Mas antes de falar de DREX, vale avaliar o que foi e o que será o PIX. Ele já está em operação desde novembro de 2020, e continua evoluindo:
- Novembro de 2021: PIX Saque e PIX Troco, possibilitando a retirada de dinheiro em espécie nos comércios;
- Junho de 2025: PIX Automático, muito útil no pagamento de contas recorrentes (luz, telefone, condomínio, mensalidade de escola, etc), com uma única autorização do usuário;
- Setembro de 2025 (previsão): PIX Parcelado de pagamentos feitos pelo usuário e recebimento integral e imediato pelo recebedor.
O PIX é um meio de pagamento que revolucionou o mercado, pelo menor custo da transação (zero no caso da pessoa física), pela praticidade (uso de diferentes chaves além dos dados bancários), pela agilidade (não tem mais que esperar a compensação de um boleto, DOC ou TED) e pela inclusão bancária (pagasse um picolé na praia e até doasse esmola no semáforo).
Ele é tão revolucionário, a ponto do USTR – US Trade Representative iniciar uma investigação contra o Brasil, alegando práticas comerciais injustas. Um possível tratamento desigual contra empresas americanos do setor de pagamentos como Visa, Mastercard e carteiras digitais como Apple Pay.
O DREX é combinação: D – digital; R – real; E – eletrônico; e X – traz a ideia de conexão [1].
Ele é uma CBDC – Central Bank Digital Currency, uma moeda digital emitida e controlada pela autoridade monetária – neste caso pelo Banco Central do Brasil – com valor e estabilidade equivalentes a moeda física.
O DREX está em teste desde março de 2023 e a previsão da primeira versão para uso apenas pelo sistema bancário é 2026. Sem qualquer previsão da versão completa para uso do público em geral.
O lastro do DREX é o Real, portanto não há volatilidade no seu valor. 1 DREX sempre valerá 1 real, diferente da grande volatilidade das criptomoedas [2] (Bitcoin, Ether, etc.) que tem seu valor definido pelo mercado (oferta x procura), ou mesmo o valor das stablecoins [3] que tem volatilidade pela paridade com um ativo de referência (dólar, euro, etc.).
Na versão final (ainda sem previsão de data) o uso mais simples do DREX será o de pagar um picolé na praia sem precisar tirar uma nota física da carteira. Será uma operação instantânea e semelhante ao que hoje já é feito pelo PIX, mas com uma enorme diferença: o PIX é uma transferência entre contas bancárias, enquanto o DREX será uma transferência entre carteiras virtuais.
Seria quase como voltar ao tempo em que tudo se pagava com ‘dinheiro vivo’, sem a necessidade de manter uma conta bancária. Contudo, há uma diferença brutal: o DREX será totalmente rastreável. O sistema rastreará toda a origem e o destino de uma transação, identificará as partes envolvidas e garantirá isso porque seu desenvolvimento se baseia em blockchain [4].
Com isso a sua importância e aplicabilidade cresce exponencialmente, por exemplo:
- aumenta a inclusão financeira;
- o sistema só libera o pagamento da compra de veículos ou imóveis depois da transferência do documento de titularidade, sem depender de cartório ou terceiros;
- transformação de bens reais (imóveis, carros, quotas de empresas, etc.) em tokens digitais que podem ser negociados e até fracionados; permitirá negociar “1/10 de um imóvel” como investimento, sem burocracia; e
- garantia digital (como um imóvel tokenizado) o risco para bancos diminui, e o crédito tende a ter juros menores.
Ainda não há previsão de quando o DREX estará liberado para uso pelas pessoas e empresas. Porém, é recomendável que a gestão das empresas já inicie a mapear os riscos e oportunidades face as possíveis mudanças e impactos que ele poderá causar na operação.
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como o DREX pode impactar empresas, pessoas e a forma de fazer pagamentos no Brasil? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/
Confira também: Como Aumentar o Lucro Sem Subir o Preço Nem a Produção
[1] https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/drex [2] Ativo digital descentralizado e sem emissor definido. [3] Moeda digital de uma moeda estável (dólar, euro, real, etc) emitida por empresas privadas ou organizações. Sua garantia está associada a credibilidade do emissor. [4] Tecnologia que organiza os dados em blocos interligados formando uma cadeia de informações.
Participe da Conversa