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Diversidade, Inclusão e a Saúde Mental dos Excluídos

Você percebe que tem preconceitos quando o tema é saúde mental? Não há saúde sem saúde mental. Há 1 bilhão de pessoas em sofrimento psíquico no mundo. Neste momento, 15% dos trabalhadores vivenciam algum transtorno mental e comportamental.

Diversidade, Inclusão e a Saúde Mental dos Excluídos

Diversidade, Inclusão e a Saúde Mental dos Excluídos

O Dia Mundial da Saúde Mental é comemorado no dia 10 de outubro. A data foi instituída pela Federação Mundial de Saúde Mental, em 1992, com o objetivo de alertar para os cuidados necessários à manutenção da saúde mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a pandemia de covid-19 criou uma crise global na saúde mental. E estima que houve um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão, só em 2020.

Você percebe que tem preconceitos quando o tema é saúde mental? Não há saúde sem saúde mental. Hoje há 1 bilhão de pessoas em sofrimento psíquico no mundo. Neste momento, 15% dos trabalhadores vivenciam algum transtorno mental e comportamental.

O Dia Mundial da Saúde Mental tem como meta diminuir o estigma social que impede a busca por tratamentos e dificulta a convivência em sociedade. O que agrava distúrbios psicológicos, o que pode levar quem passa por problema de saúde mental até ao suicídio.

O tema da campanha deste ano é “Faça a saúde mental e o bem-estar de todos uma prioridade global”. A OMS avalia que a pandemia de covid-19 criou uma crise global na saúde mental. A estimativa é de um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão, só no primeiro ano da pandemia. Ao mesmo tempo, houve uma interrupção nos tratamentos destinados ao reequilíbrio da saúde mental.

Segundo a OMS, a covid-19 expôs o quanto os governos estavam despreparados para seu impacto sobre a saúde mental. E revelou uma escassez global crônica de recursos para a saúde mental.

A OMS aponta que, em 2020, os governos em todo o mundo gastaram, em média, apenas 2% dos orçamentos de saúde em saúde mental, com países de renda média-baixa investindo menos de 1%.

Trazendo para o mercado de trabalho, segundo a OMS, os transtornos mentais comuns acometem 30% dos trabalhadores ocupados e serão a principal causa de incapacidade. Além disso, são a terceira causa de benefício previdenciário auxílio-doença no Brasil.

De acordo com uma pesquisa publicada pela MIT Sloan School of Management, ambientes de trabalho tóxicos têm sido a força motriz da Grande Demissão que acontece nos EUA. (E, sabemos pelas pesquisas, de um número crescente de baixas nas empresas do Brasil e do mundo).

O estudo descobriu que as culturas de trabalho tóxicas são a maior causa de desgaste. Ainda mais do que a insegurança no emprego ou salários ruins. Com base na análise, os principais elementos que contribuem para as culturas tóxicas incluem a falha em promover a diversidade, a equidade e a inclusão, os funcionários se sentindo desrespeitados e o comportamento antiético.

Além da crise generalizada, é importante colocar a atenção para alguns grupos que se mostram ainda mais vulneráveis quando o tema é saúde mental. Por exemplo, a população negra.

Os dados do Ministério da Saúde, de 2016, último ano de compilação, mostram: de cada dez suicídios ocorridos no Brasil, seis foram cometidos por negros. Segundo a Cartilha “Óbitos por suicídio entre adolescentes e jovens negros 2012 a 2016”, feito pelo Ministério, as principais causas de suicídio são a desigualdade étnico-racial e o racismo institucional. Ambos são considerados determinantes sociais de condição de saúde.

Olhando para as questões de gênero, a sobreposição de tarefas para as mulheres leva a um aumento de ansiedade e estresse, que acaba por comprometer a sua saúde mental.

Durante a pandemia observou-se que a situação de desigualdade entre homens e mulheres foi agravada no que se refere ao acúmulo de tarefas. Isso porque, mesmo quando não exercem a maternidade, quase sempre são elas as responsáveis pelos cuidados com os mais frágeis da família — idosos, doentes.

Além das demandas da casa, da família e do trabalho, as perdas para a covid-19 também pesaram sobre o emocional das mulheres de modo mais intenso. Uma em cada cinco mulheres apresenta Transtornos Mentais Comuns (TMC) e a taxa de depressão é, em média, mais do que o dobro da taxa de homens com o mesmo sofrimento, podendo ainda ser mais persistente nas mulheres. A prevalência de condições de saúde mental é maior nas mulheres e isso vai muito além da perspectiva biológica.

“Segundo a OMS, o gênero implica diferentes suscetibilidades e exposições a riscos específicos para a saúde mental, por conta de diferentes processos biológicos e relações sociais. Ser mulher perpassa papéis, comportamentos, atividades e oportunidades que determinam o que se pode experimentar ao longo da vida e, portanto, estabelece vivências estruturalmente diferentes daquelas experimentadas pelos homens.”

Diversidade e os Caminhos da Saúde Mental, março de 2022

Isso sem contar a interseccionalidade, que agrava ainda mais as situações de opressão e pressão sobre a saúde mental de pessoas com marcadores de diversidade de grupo subrepresentados, como as mulheres pretas e as mulheres trans.

Os índices de mortalidade e violência de pessoas trans não trazem apenas o medo de assumir a identidade de gênero, mas também podem provocar transtornos de ansiedade, depressão e, até mesmo, pensamentos suicidas, conta o pesquisador em gênero e sexualidade, Vinícius Alexandre, coordenador do Grupo de Ação e Pesquisa em Diversidade Sexual e de Gênero (Videverso) do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Psicologia da Saúde (Lepps)  da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

Por isso a importância de pensarmos soluções coletivas para essa epidemia. Segundo a OMS, as intervenções de saúde mental precisam ser parte de uma estratégia integrada de saúde e bem-estar. Uma estratégia que vise a prevenção, a identificação precoce, o apoio e a reabilitação.

A OMS lembra ainda que as organizações têm responsabilidade de apoiar indivíduos com transtornos mentais no ambiente de trabalho. Tanto para continuar como para retornar às atividades.

Muitas iniciativas podem ajudar indivíduos com transtornos mentais. Particularmente, a flexibilidade da jornada de trabalho, o redesenho dos fluxos e organização do trabalho, o enfrentamento de dinâmicas negativas do ambiente como a incivilidade, o assédio e o preconceito, bem como a comunicação sobre apoio confidencial podem ajudar pessoas com transtornos mentais a continuar ou retornar ao trabalho.

Cultivar uma cultura inclusiva, baseada em liderança inclusiva, comunicação consciente e segurança psicológica, como estratégica para a organização, será cada vez mais essencial no cuidado da saúde mental das pessoas trabalhadoras.

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Kaká Rodrigues
https://www.diversidadeagora.com.br

Fontes:

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Kaká Rodrìgues é apaixonada por desenvolvimento humano e a sua missão é apoiar o empoderamento de líderes para que acreditem no seu potencial transformador e contribuam para uma sociedade mais humana, compassiva e que valoriza a diversidade em todas as suas formas de expressão. Consultora, coach, terapeuta, treinadora comportamental e palestrante, com foco em diversidades, comunicação não-violenta e segurança psicológica. É cofundadora da consultoria Div.A Diversidade Agora!. Atuou 15 anos no mercado financeiro, onde testemunhou de perto o custo da incivilidade no trabalho para as pessoas e para a organização.
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