O título desta postagem pode parecer estranho, porém, ao final da leitura, você verá que faz bastante sentido. A inspiração vem de um estudo chamado “Agilidade Emocional”, publicado na Harvard Business Review por Susan David (uma das criadoras do Institute of Coaching, Boston – EUA) e Christina Congleton (especializada em liderança e processos de mudança na Axon Coaching, e pesquisadora sobre estresse, na Universidade de Denver). O trabalho foi premiado e, mesmo dois anos após sua publicação, permanece relevante para os profissionais de comportamento humano.
Resumidamente, há uma linha de abordagem estabelecida no nosso cotidiano, segundo a qual as ideias e os sentimentos negativos não podem ter lugar no ambiente profissional. Porém, conforme as autoras comentam, isso vai contra a biologia humana. Todos os seres humanos saudáveis têm um fluxo interior de pensamentos e sentimentos que incluem a crítica, a dúvida e o medo. Susan e Christina desenvolveram seu estudo a partir de entrevistas com muitas lideranças, de diversos setores organizacionais, para então consolidarem a habilidade chamada de “agilidade emocional”.
Para elas, a “agilidade emocional” permite que as pessoas se aproximem de suas experiências interiores de forma consciente, orientadas por valores e com capacidade produtiva, ao invés de se submeterem ou tentarem suprimir essa autoavaliação. As autoras sugerem quatro práticas a serem (todas) seguidas: (1) Reconhecer seus padrões, ou seja, perceber quando se está preso a problemas, antes de iniciar qualquer mudança; (2) Rotular os pensamentos e as emoções, pois isso permite enxergá-los como situações temporárias que podem ou não ser úteis; (3) Aceitar (e não sofrer com) essa realidade, visualizando as ideias e emoções com atitude aberta, avaliando o que (e se) de importante pode estar acontecendo e, depois; (4) Agir com base em seus valores pessoais.
Segundo as autoras, essa postura vai servir para uma melhor relação da pessoa com o ambiente organizacional e, no longo prazo, abrirá os caminhos para ela ocupar a liderança que deseja exercer. Afinal de contas, são dezesseis mil palavras que cada pessoa fala por dia, em média, fora aquelas outras que são a base de intensa conversa interior, envolvendo autoavaliações, julgamentos, emoções e desejos. Parte dessas palavras sendo positivas e, outra parte, nem tanto.
Todos esperam por líderes alegres e vencedores, projetando confiança e competência. Para isso ser real, o domínio das emoções é o fundamento do conceito da “agilidade emocional”. Dica ao Coach: seja seu cliente um líder ou um candidato a líder, ele não pode se submeter a sentimentos de raiva, estresse ou até mesmo de culpa. Aliás, nem de euforia tola e incontrolável. Ele precisa liberar os recursos (competências e sentimentos) internos e comprometer-se com ações que se alinham com os próprios valores. Ao longo do tempo, essa habilidade será a base da evolução e do crescimento.
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