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Desenvolvendo a Agilidade Emocional!

Um avançado processo de autoconhecimento capaz de gerenciar pensamentos e sentimentos, a partir de uma melhor interpretação pessoal de seus próprios valores como suporte essencial ao sucesso.

Para quem é Coach e quer conhecer abordagens novas para auxiliar no atendimento aos clientes, peço atenção a este trabalho de duas pesquisadoras americanas, recentemente publicado pela Harvard Business Review. Susan David e Christina Congleton divulgaram o estudo How to manage your negative thoughts and feelings (Como gerenciar seus pensamentos e sentimentos negativos), lançando o conceito de Agilidade Emocional.

Vamos agora entender o que elas trouxeram como novo conhecimento para a teoria e a prática do Coaching. É muito frequente e até normal que uma pessoa tenha pensamentos negativos em seu cotidiano, o que se mostra mais crítico quando ocorre em ambiente de trabalho. Quando isso acontece de forma contínua e descontrolada, envolvendo alguém em posição de liderança, o desempenho passa a ser prejudicado. Saber gerir esses pensamentos e sentimentos reduzirá o estresse, diminuirá erros e contribuirá para alcançar metas e resultados.

E qual é a sugestão que as autoras oferecem? Em seu artigo, elas delineiam quatro práticas básicas para ajudar a dominar os pensamentos e sentimentos negativos, tanto pessoais como profissionais. Embora as autoras admitam que o desenvolvimento da Agilidade Emocional não seja simples e rápido para situações complexas e difíceis, o exercício dessa prática levará a uma competência mais efetiva em cargos executivos e de liderança.

Em média, uma pessoa fala 16 mil palavras por dia, sendo que mais do que isso viaja pela mente carregando idéias, lembranças, pensamentos e sentimentos. A maioria refere-se a fatos, mas os julgamentos entrelaçados com as emoções são milhares, alternando-se entre aqueles que são positivos e os negativos. Porém, a sabedoria popular é de que os pensamentos e sentimentos destrutivos não devem ter lugar no escritório, local em que as lideranças devem transmitir confiança e amortecer qualquer negatividade porventura existente.

Por outro lado, isso vai contra a biologia humana, uma vez que todos os seres saudáveis ​​têm um fluxo interior de pensamentos e sentimentos que incluem a crítica, a dúvida e o medo como parte do processo mental que busca antecipar e resolver problemas, bem como evitar potenciais armadilhas. Não é raro ver profissionais que tropeçam em seus próprios pensamentos e sentimentos negativos, como se fossem fatos que, definitivamente, são dominantes naquela pessoa. O real problema é deixar que esse cenário sempre dirija o processo decisório.

Outra forma de ver o problema está em ceder a uma vibração negativa interna, seja com pensamentos ou sentimentos que se alternam, gerando limitação em processos cognitivos importantes relacionados a resultados e desempenho. Como exemplos, nas empresas há recorrentes desafios emocionais negativos tais como a ansiedade quanto a prioridades, o ciúmes pelo sucesso de colegas, o medo de rejeição ou da crítica do chefe, a insegurança pessoal ou a angústia frente às escolhas em um processo decisório. Muitas pessoas carregam essas dificuldades por anos ou até décadas, não sendo difícil ver as que têm crenças limitantes desde jovens.

A pesquisa mostrou que a tentativa de minimizar ou ignorar pensamentos e emoções negativas acaba apenas por amplificá-los. Quem já sonhou com bolo de chocolate e batatas fritas, enquanto segue uma dieta rigorosa, compreende bem o fenômeno. As pesquisadoras recomendam desenvolver o que chamaram de Agilidade Emocional, um avançado processo de autoconhecimento capaz de gerenciar os pensamentos e sentimentos, a partir de uma melhor interpretação pessoal de seus próprios valores como suporte essencial ao sucesso.

O estudo propõe que, para construir a Agilidade Emocional como habilidade crítica, deverá haver uma autoaceitação e um autocompromisso baseados no reconhecimento dos próprios padrões; em rotular os pensamentos e emoções; em aceitar essa ocorrência como normal; e no agir usando valores e princípios como instrumentos-guia de atitudes e comportamentos. Eis o ponto focal em que o Coach deve atuar com seu cliente.

Traduzindo melhor, primeiramente a pessoa deve assumir que está presa a crenças e pensamentos limitantes antes de iniciar uma mudança. Depois, precisa identificar esses pensamentos e emoções, rotulando-os como algo que pode até significar uma fonte transiente de dados, que terá ou não utilidade. A seguir, responder às ideias e emoções com atitude aberta, prestando atenção no sentimento que elas despertam e se sinalizam para algo interior relevante. Ao final, a pessoa deve tomar decisões e iniciativas com base em seus próprios valores, pois isso servirá para que, no médio e longo prazo, cada vez esteja mais marcante a sua competência do lider.

Desenvolver a agilidade emocional é transformar emoções em uma forma mais produtiva de ser e de viver.

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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