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Desconstrução da motivação

A motivação é um conceito tão abrangente que muitas vezes é difícil defini-la com precisão. Embora seja vista como um motor que nos impulsiona em direção aos nossos objetivos, a motivação é muito mais do que isso.

Motivação: Muito se fala sobre ela, mas você sabe o que é?

Motivação: Muito se fala sobre ela, mas você sabe o que é?

A motivação é um conceito tão abrangente que muitas vezes é difícil defini-la com precisão. Embora seja vista como um motor que nos impulsiona em direção aos nossos objetivos, a motivação é muito mais do que isso. Ela pode ser interna ou externa, e varia de acordo com o indivíduo e a situação em questão.

Desconstruir a motivação requer entender que ela é um processo com metodologia interna, única, pessoal e intransferível.

Tradicionalmente, a motivação é um conceito associado a uma energia interior que nos impulsiona a alcançar o que definimos e desejamos. É como se fosse um combustível que nos move em direção aos nossos objetivos, nos dando entusiasmo e energia para seguir em frente e mantermos o rumo. Porém, essa visão simplista da motivação pode ser limitante e tem o risco de não refletir toda a complexidade desse poderoso fenômeno psicológico.

Para entender de fato como a motivação funciona, é preciso compreender suas nuances psicofisiológicas e entender que ela pode derivar de diversas fontes. Não é apenas uma questão de estar ou não estar animado para realizar determinada tarefa. Mas sim um processo complexo que envolve diversos fatores, tanto internos quanto externos.

A compreensão generalizada da motivação como um simples estado de humor, é uma simplificação padronizada que pode torná-la insuficiente e efêmera. E pode prejudicar a sustentação e consistência da energia e vitalidade nas ações da jornada em busca do sucesso pessoal e profissional.

Sair dessa simplificação é fundamental para desvendar o potencial oculto da verdadeira motivação. E utilizá-la como combustível sustentável e suficiente para toda a jornada rumo ao sucesso.

Neste artigo, minha especulação consiste em questionar o modelo linear de “estímulo-resposta”, em que a motivação é tida como uma reação a estímulos. É como se a motivação fosse unicamente um botão que precisa e pode ser pressionado conforma as demandas externas. E que serve para turbinar e energizar o indivíduo sempre que necessário.

É preciso compreender a natureza orgânica (não robótica) da motivação, que possui premissas, processos e formas de acontecer e gerar resultados. Como qualquer planta que a partir da sua semente até chegar ao fruto, demanda de uma complexidade de fatores internos e externos que vão além de um simples apertar de botões.

Fato é que a motivação, como todo potencial da capacidade humana, pode se desenvolver e estimular através de técnicas e estratégias específicas.

Nesse sentido, é importante mencionar a teoria da autodeterminação, desenvolvida pelos pesquisadores Edward Deci e Richard Ryan.

Segundo essa teoria, a motivação humana pode ser dividida em três tipos: autonomia, competência e relação social.

Esses três tipos de motivação são vistos como necessidades psicológicas básicas que ao serem satisfeitas, podem proporcionar um senso mais elevado de motivação na vida de uma pessoa.

Dos três tipos, a motivação por autonomia refere-se ao desejo de ser autônomo e autodirigido em relação às próprias atitudes e escolhas. Quando uma pessoa se sente capaz de tomar decisões e agir de acordo com suas próprias preferências e valores, ela pode se sentir mais motivada e satisfeita com as atividades e responsabilidades. Por exemplo, um funcionário que tem autonomia para decidir como realizar uma tarefa em seu trabalho pode se sentir mais motivado e comprometido com o resultado final.

Já a motivação por competência, tem relação com o desejo de ser competente, útil e eficaz em atividades que são importantes para a pessoa. Quando uma pessoa se sente desta forma em uma tarefa, ela se torna mais motivada, satisfeita e mais propensa a prosseguir. Por exemplo, um estudante que se sente competente em uma determinada matéria pode estar mais motivado a estudá-la e a se envolver nas atividades relacionadas a ela.

Por último, a motivação por relação social se refere ao desejo de estar conectado, de pertencer e se relacionar com pessoas que tenham afinidade. Quando uma pessoa se sente conectada e apoiada por outras pessoas, naturalmente a motivação de pertencimento e acolhimento se torna presente. Por exemplo, um funcionário que se sente parte de uma equipe e tem muita afinidade nos relacionamentos com seus colegas de trabalho pode estar mais motivado a colaborar e contribuir para o sucesso e bem-estar do grupo.

Um exemplo de aplicação da teoria da autodeterminação é o caso de um estudante que está lutando para se motivar a estudar para uma prova importante.

Se ele se sentir autônomo por ter feito suas próprias escolhas de estudo, como escolher o horário e a técnica de estudo que melhor se adapta a ele, de se sentir competente ao ver seu progresso diante das suas escolhas e receber feedbacks positivos de seus professores e colegas, e principalmente se sentir conexão e afinidade com os outros, compartilhando seus objetivos, ritmos e desafios, é altamente provável que ele estará bem mais motivado a estudar para esta prova.

Outro exemplo seria de um atleta que se sente mais motivado a se preparar para uma competição quando ele recebe incentivos e feedbacks positivos de seu treinador e companheiros de equipe que seguem o mesmo ritmo e objetivo, além de se sentir autônomo em suas escolhas de treinamento e competição, e perceber que suas habilidades estão compatíveis com os níveis de evolução e sendo constantemente aprimoradas.

É importante diante disso tudo, calibrar o autoconhecimento como a bússola para entender individualmente as necessidades psicofisiológicas básicas de autonomia, competência e relação social para exercer o poder criativo individual e desenvolver melhores técnicas, métodos e estratégias de motivação, seja ela intrínseca ou extrínseca, em diversas áreas da vida de forma compatível com as peculiaridades do indivíduo.

Também é importante entender que nem sempre a pressão externa ou a promessa de recompensas seja o melhor caminho para manter nossa motivação sustentável. É preciso encontrar equilíbrio com propósitos internos e significativos para nos motivar a agir de forma sustentável.

Um potencial exemplo de propósito interno, pode ser a história do nadador Michael Phelps. Após as olimpíadas de 2012, se aposentou do esporte com a conquista da medalha de ouro e a seguinte frase:

“Esta foi a última medalha pela qual eu irei nadar.”

No entanto, em 2016, Phelps decidiu voltar a competir e conquistou mais medalhas de ouro nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. O depoimento de seu treinador, Bob Bowman:

“Ele não estava treinando para fazer história. Ele não estava treinando pelas medalhas. Ele não estava nem mesmo treinando para todos os fãs. Desta vez, Phelps queria nadar por si mesmo e aproveitar a jornada.”

O exemplo de Michael Phelps ilustra como é importante encontrar propósitos internos e significativos para manter nossa motivação sustentável.

Conciliar a motivação interna e externa pode ser fundamental para alcançar o sucesso e a satisfação pessoal e profissional. É essencial perceber que esses dois tipos de motivação não devem ser vistos como escolhas excludentes, mas como complementares.

A motivação externa pode ser uma ferramenta poderosa para nos ajudar a atingir metas, especialmente quando envolve reconhecimento, dinheiro ou outras formas de incentivo.

Já a motivação interna é fundamental porque, nos ajuda a manter a consistência em nossos esforços, principalmente quando não é explícito o ganho e recompensa imediata.

Encontrar o equilíbrio entre ambos os tipos de motivação (interna e externa), combinando-os e intercalando estrategicamente, é uma arte na construção desse poderoso fenômeno psicológico que é a verdadeira motivação.

Em suma, a verdadeira motivação é uma jornada interna e única. Requer uma boa quantia de autoconhecimento, clareza de valores e propósitos, e uma compreensão clara e realista de como fatores externos podem influenciar essa motivação.

Apesar de óbvio, não existe uma fórmula mágica ou atalhos que funcionem de forma eficaz e igualmente para todos.

Mas é possível criar estratégias e ambientes que permitam que cada indivíduo encontre sua própria fonte desta verdadeira motivação e a mantenha sustentável ao longo do tempo.

A jornada pela verdadeira motivação é uma jornada infinita de etapas de crescimento pessoal e profissional. Erapas que podem trazer resultados incríveis somente para aqueles que se propões a se dedicar e atender às peculiaridades necessárias dela.

Não deixe de conferir os outros artigos que escrevi (leia a minha coluna), pois temos muito a especular!

E não se esqueça de ficar atento! Em breve postarei outro artigo.

Lembre-se de compartilhar suas reflexões e ideias sobre este artigo. Juntos, podemos criar novas maneiras de entender e especular os temas desta coluna e provocar novas ideias.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre motivação e seu conceito? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Um forte abraço e até a próxima!

Bruno Tsai
http://www.btperformance.com.br/

Confira também: O que é que funciona e dá resultado?

 

Bruno Tsai Author
Fundador da BT Performance, com mais de 10 anos de experiência empreendedora.Especializado em coaching executivo e análise comportamental, com a certificação de formação pela Sociedade Brasileira de Coaching e pela TTI Success Insights International. MBA em gestão de negócios pela USP e certificado em Programação Neurolinguística pela American Board of Neuro-linguistic Programming.Meu trabalho é ajudar pessoas e empresas a desbloquear todo o seu potencial. O diferencial do que faço está em traduzir e sistematizar o potencial nato e específico de cada indivíduo e organização, para maximizar produtividade e gerar o seu merecido valor.
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