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Cuide-se: um alerta de perigo?

Em relacionamentos mais informais, costumeiramente, as pessoas dizem “Cuide-se” ao se despedir. Ao ouvir isto, você se sente em alerta ou para uma possível situação de perigo?

“Lembre-se do que sua bisavó dizia: regue as plantas, regue suas relações, regue seu futuro, porque sem cuidar, nada floresce.”
(Martha Medeiros)

Em relacionamentos mais informais, com alguma frequência, nas minhas saudações de encerramento costumo dizer: Cuide-se!

Confesso que adotei essa prática sem prestar muita atenção em seu significado, mas recentemente fui convidada a olhar esse gesto com mais atenção.

Esse desafio chegou pelo comentário de uma amiga que disse sempre sentir-se em alerta – para uma possível situação de perigo – ao ouvir o meu “Cuide-se”!

Na busca de uma boa argumentação, que pudesse dar consistência na resposta para ela, olhei com mais detalhes os significados da palavra e isso acabou até trazendo algum incômodo, afinal não é tarefa fácil entender a complexidade de como estes significados funcionam em conjunto e em movimento.

A palavra cuidar vem do latim cogitare – pensar, conceder, preparar, dar atenção, levar em consideração. Indo um pouco mais longe, é preciso lembrar que o latim cogitare decompõe-se em co + agitare, e – para reforçar o significado – agitare é a insistência do agere (“agir”).

Cuidar implica agir insistentemente com atenção, zelo, responsabilidade, consideração, interesse, solicitude, quer seja no cuidado consigo próprio, como também no cuidado com o outro, com todos e com o planeta.

Penso que podemos considerar o cuidar como um dos trabalhos mais significativos para a conexão com nossos melhores talentos e dons e até mesmo, e acima disso, de honrar nossa alma.

Contudo, é relevante destacar que a insistência no agir ganha especial importância no cuidar. Afinal há outro lado, nem sempre favorável, que é força ludibriante da nossa rotina e o famoso piloto automático que, muitas vezes, quando acionado – nos leva a baixar a guarda e interromper o cuidado com nossos sentimentos, nosso corpo, nossa alimentação, nossos relacionamentos, nossa saúde e tantas outras coisas que não são coisas, abrindo brechas para problemas que – surgindo – nos dão tanto trabalho para resolver, isto é, quando eles têm solução!

Surpreendida com a importância do exercício do cuidar, finalmente, e sentindo-me bem argumentada, cheguei a 2 sinceras conclusões:

  1. Agora sei que sempre que encerro com a saudação “Cuide-se” estou, verdadeiramente, fazendo um lembrete de valor a minha amiga, um bom voto!
  2. E ela estava certa! Trata-se mesmo de um alerta de cuidado frente a um perigo, pois – ao descuidar – abrimos possibilidades de não florescer o essencial para o bem viver.

Um forte abraço e CUIDE-SE!!!

⚙️ LabQV
Silvia Corazza é graduada em psicologia e pós-graduada em administração de empresas. Percorreu sua jornada organizacional atuando em recursos humanos com foco em programas de desenvolvimento, benefícios e gestão de pessoas. Nos últimos dez anos, atua como consultora, realizando projetos estratégicos para programas de promoção de saúde e de qualidade de vida em ambientes corporativos, implementando desde o diagnóstico das necessidades ao desenvolvimento e à execução dos projetos e, principalmente, na gestão dos resultados e na efetividade das ações e dos programas. É cofundadora e sócia-diretora do LabQV | Laboratório de Qualidade de Vida, projeto que empreende com toda força de seu coração e que tem como propósito conectar pessoas que são movidas pelo desejo de realizar e alcançar, além do sucesso, um impacto transformador na sociedade.
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