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Crise de Ansiedade

A ansiedade está presente no modo de vida do século XXI, atingindo muitos jovens entre vinte e trinta anos. Como esta é a faixa da maioria das pessoas que ingressa e finaliza uma graduação, o tema cabe perfeitamente à coluna.

O tema deste texto me veio depois de ter passado por uma experiência no mês passado. Dia 20 de abril eu tive uma crise de ansiedade. Depois de algumas sessões de terapia e estudos sobre o tema percebi que a ansiedade está presente no modo de vida que levamos no século vinte e um. Atingindo hoje muito mais jovens entre vinte e trinta anos do que atingia em um passado recente. Como a faixa etária entre vinte e trinta anos é a faixa da maioria das pessoas que ingressa e finaliza uma graduação, o tema cabe perfeitamente a esta coluna.

O texto da advogada Ruth Manus “A triste geração que virou escrava da própria carreira” traduz bem como um universitário se sente hoje em dia. Tantas expectativas e responsabilidades que não conseguimos mais dar o real peso de cada uma delas, fazendo com que aquelas que deveriam ter um peso menor acabam tendo um peso muito maior, fazendo com que a gente não consiga relaxar em nenhum segundo, resultando em muita secreção de cortisol no corpo (hormônio do estresse) e também com que sempre fiquemos preocupados com o próximo passo e todas as dificuldade que ele trará e seus possíveis fracassos.

Sexta feira, dia 20 de abril eu me encontrava nesta situação descrita acima. Assim que eu cheguei ao estágio, sentei-me em minha mesa e me dei conta de todas as providências que tinha que tomar naquele dia e que algumas iriam ficar para segunda-feira, já que não daria tempo de fazer tudo naquela sexta-feira, meu cérebro secretou quantidade enorme de cortisol e adrenalina no meu corpo. Meu coração batia muito rápido, minha boa secou. Eu tremia. Uma amiga minha me ajudou, mas precisei de uma hora para voltar ao normal. Então percebi que tinha chegado num limite da ansiedade e que precisava de ajuda.

Depois dessa fase da crise de ansiedade passei para a fase mais perigosa, a fase depressiva. A pessoa entra na fase depressiva, pois depois de tanto hormônio liberado de uma só fez, o seu corpo entra em exaustão, bem como a sua mente. Depois que o efeito dos hormônios passa a sensação física é que você acabou de sair de uma aula de musculação e está todo dolorido por causa do levantamento de peso. Isso acontece por causa da adrenalina, que tenciona todos os seus músculos do corpo. Como eu estava já com acompanhamento psicológico desde o inicio da crise, a fase depressiva não foi tão perigosa. E esse é o motivo de eu escrever esse texto.

Todos nós, universitários, estamos vulneráveis a crises de ansiedade. Caso você sinta que está muito ansioso com coisas pequenas do seu dia a dia, ou seja, caso você esteja sofrendo antecipadamente pela expectativa de pegar o ônibus no dia seguinte (foi o nível de ansiedade que eu cheguei, desencadeando uma crise) peça ajuda profissional, pois a pior parte da crise ainda estará por vir e passar por esta fase depressiva sozinho, tendo pensamentos autodestrutivos sem ajuda profissional é extremamente perigoso. A universidade e todo o seu universo nos deixam ansiosos, é normal. Mas precisamos dar o devido peso para as nossas pendências. Se não conseguirmos fazer isto sozinhos não podemos ter vergonha de pedir ajuda, pois as consequências de não pedir ajuda podem ser muito graves.

Beatriz Alves Ensinas é Estudante de Direito na PUC-SP, estagiando na área e em São Caetano do Sul, São Paulo. Depois de três anos contribuindo na coluna “De adolescente para adolescente”, iniciada por ela e depois tendo a parceria de Bruno Sales, a partir de agora ela é responsável pela coluna “De Universitário para Universitário”.
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