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Conversas Difíceis no Trabalho: Como lidar com a Resistência aos Feedbacks

Aprenda a lidar com a resistência aos feedbacks no trabalho, promovendo uma comunicação eficaz e uma conexão genuína com seus liderados. Entenda por que essa conexão é a chave para uma conversa construtiva, significativa e que gera resultados.

Conversas Difíceis no Trabalho: Como lidar com a Resistência aos Feedbacks Conexão é a chave para uma conversa construtiva, significativa e que gera resultados

Conversas Difíceis no Trabalho: Como lidar com a Resistência aos Feedbacks
Conexão é a chave para uma conversa construtiva, significativa e que gera resultados

Tenho conversado com muitas lideranças sobre a dificuldade de dar feedbacks, especialmente quando os liderados parecem não aceitar feedbacks, levam tudo para o lado pessoal e ficam na defensiva.

Eu acredito que em parte isso acontece por uma questão cultural, uma vez que ainda existem profissionais que encaram o feedback como algo negativo, algo a se evitar (tanto para dar, quanto para receber). Alguns inclusive utilizam termos como bronca para se referir a eles.

Também, é claro, existem aqueles profissionais que ainda não atingiram maturidade emocional para lidar com seus próprios sentimentos ao receber mensagens difíceis.

Ao mesmo tempo, também precisamos fazer uma autoavaliação de como estamos oferecendo esses feedbacks. Será que eu estou conseguindo me comunicar com clareza? Será que estou passando a minha mensagem com respeito e gentileza? E será que estou sendo empática ao comunicar uma mensagem difícil?

Não estou querendo que você se culpe ou se cobre. E sim, que genuinamente, faça uma autoavaliação, e procure identificar onde você, como portadora de mensagens difíceis, pode melhorar a sua comunicação para evitar que seu liderado fique na defensiva.

O que acontece quando escutamos uma crítica?

Vamos então entender o que acontece com nós, seres humanos complexos e imperfeitos, como todos somos, ao escutar uma crítica?

Em uma reação bastante natural, quando nos sentimos criticados ou acusados por alguém, em primeiríssimo lugar, nós simplesmente paramos de escutar o que a outra pessoa está dizendo.

E isso acontece porque direcionamos toda a nossa energia para nos defendermos, seja acusando a outra pessoa, contestando o que ela acabou de nos dizer, ou até mesmo justificando as nossas decisões.

Portanto, se você tem percebido que seus liderados têm ficado na defensiva ao receber seus feedbacks, procure manter um olhar curioso do por quê isso pode estar acontecendo.

Por um lado, talvez o que você disse tenha sido filtrado e interpretado de forma completamente diferente pelo seu liderado.

Afinal, não é porque dissemos alguma coisa, que essa mensagem vai ser, de fato, compreendida exatamente da mesma forma por quem nos escuta. Lá do outro lado tem uma pessoa com uma história de vida, traumas, feridas, experiências… e tudo isso influencia na escuta.

Uma boa estratégia nesses casos é checar com o seu liderado o que ele te ouviu dizer. Dessa forma,  você terá a possibilidade de compreender como algumas de suas palavras são, de fato, filtradas e compreendidas por ele, bem como a oportunidade de esclarecer o real significado do seu feedback.

Por outro lado, também é possível que você, ainda que de forma inconsciente, tenha se expressado por meio de uma linguagem de julgamentos e rótulos.

Se esse for o caso, vale refletir e transformar esses julgamentos em uma expressão clara sobre as suas necessidades: o que de fato aconteceu e que precisa ser corrigido/melhorado? Como você se sentiu em relação a isso? O que precisa ser cuidado, que necessidades precisam ser atendidas? E quais pedidos/combinados você deseja fazer para que essas necessidades sejam escutadas.

Ao se expressar por meio de uma linguagem objetiva, expressando os fatos, trazendo exemplos, e fazendo pedidos claros, você aumentará – e muito – as chances de ser escutado e compreendido.

Um feedback eficaz pede conexão!

Eu acredito que uma comunicação eficaz acontece quando nós estamos conectados – com a gente mesmo, e claro, com os outros.

Vamos falar então sobre o primeiro ponto, a autoconexão. Quando estamos conectados com nós mesmos, conscientes do que está se passando no nosso mundo interno, nós temos mais clareza para nos comunicarmos.

Sabemos, por exemplo, quando é ou não é um bom dia para termos conversas difíceis. Imagina só dar um feedback no dia que você está com os nervos à flor da pele? É claro que isso vai influenciar na forma como você fala com o outro.

Por outro lado, também é importante esse olhar para a outra pessoa. Como ela está? Será que ela está com espaço e disponibilidade emocional para receber esse feedback?

Para além disso, algo que muitas vezes acaba sendo negligenciado, devido a correria e pressão por resultados: criei um ambiente propício para me conectar com essa pessoa? Estou realmente conversando com essa pessoa, enxergando e escutando verdadeiramente o meu liderado?

Talvez agora você esteja pensando: Mas, Milena, eu não tenho tempo pra isso. São mil reuniões, mil projetos, que horas vou arrumar tempo pra me conectar com liderado?

Nesse caso, eu te deixo a provocação: você prefere investir o seu tempo pra se conectar com seu liderado e ter uma conversa significativa e que gera resultados? Ou prefere gastar o seu tempo tendo uma conversa superficial, que gera desentendimento, desconexão, desmotivação, desengajamento, e por aí vai, ladeira abaixo?

Para aumentar as chances da sua mensagem ser, de fato, recebida pelo seu liderado, é essencial que você reserve tempo para criar essa qualidade de conexão. E isso não é feito apenas no momento do feedback, viu? Isso pode e deve ser feito cotidianamente.

E se mesmo assim o meu liderado continuar na defensiva?

Sim, isso é super possível de acontecer. Todos nós temos uma história de vida, feridas e traumas que andam com a gente onde quer que a gente vá. E que influenciam na forma como nos comunicamos e nos relacionamos.

Então sim, é possível que seu liderado tenha uma história de vida que o levou a criar essa estratégia de estar na defensiva diante de mensagens/situações difíceis. Talvez essa seja a única forma que ele sabe agir.

E confrontar isso ou deixar pra lá definitivamente não vai resolver a situação. Não existe uma receita de bolo, é claro, mas uma orientação que costumo dar é investir nessa criação de conexão com seu liderado, porque é isso que pode aumentar o nível de confiança dele em você e, talvez, isso resultará em mais abertura para te escutar.

Deixe aberto o espaço para o diálogo, escute genuinamente, valide os sentimentos e necessidades dele, demonstre que você realmente se importa com ele.

Lembre-se que podem ser necessárias várias pequenas conversas até que ele se sinta mais seguro e confortável para te escutar com mais abertura.

Assim como pode ser que ele não chegue nesse lugar. E aí o convite é você enlutar o fato de que não consegue mudar essa situação, e refletir sobre o que está ao seu alcance, como você decide lidar com essa situação.

Embora não exista uma solução única (e menos ainda uma fórmula mágica) para lidar com a reação defensiva dos liderados, o compromisso com o diálogo e a colaboração pode criar um ambiente propício para o crescimento e desenvolvimento profissional de toda a equipe.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como lidar com a resistência aos feedbacks? Então, entre em contato comigo. Com certeza será um prazer te ajudar.

Milena Serro
https://www.linkedin.com/in/milenaserro

Confira também: Escuta Ativa: A Arte da Conexão

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Milena Serro Author
Milena Serro é Palestrante, Mentora e Facilitadora de Comunicação Consciente e Não Violenta. Especialista em Conversas Difíceis, apoia profissionais e organizações na criação de relações de confiança, colaboração e resultados. É escritora e coautora do livro Descubra O Elo.
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