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Comportamento Coletivo: O Trauma e as Sequelas da Pandemia

Há ainda, muitas perguntas sem resposta e tantas outras questões, mas o fato é que conviveremos com o vírus da Covid-19 nos próximos vários ou muitos anos.

Comportamento Coletivo: O Trauma e as Sequelas da Pandemia - Coronavírus / COVID-19

Comportamento Coletivo: O Trauma e as Sequelas da Pandemia

Existem ainda, muitas perguntas sem resposta e tantas outras questões, sobre as quais se quer conseguimos formular a pergunta. No entanto, se existe alguma resposta relevante, neste momento, é que conviveremos com o vírus da Covid-19 nos próximos vários ou muitos anos.

A AIDS, descoberta em 1981, matou cerca de 38 milhões de pessoas. 75,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV desde o início da epidemia (até o fim de 2019).

Veja mais em: https://unaids.org.br/estatisticas/.

Podemos afirmar que aprendemos a conviver com a AIDS, citada apenas para reavivar a memória de um evento relativamente recente, baseada em vírus, que modificou o nosso comportamento em relação ao sexo casual e compartilhamento de seringas e que a descoberta de tratamento fez com que as gerações pós AIDS se “esquecessem” do risco. A AIDS é um vírus. O vírus da imunodeficiência humana ataca o sistema imunológico. Assim como a Covid-19 é uma doença causada pelo coronavírus, denominado sars-cov-2.

Durante o século XX fomos assolados pela Gripe Espanhola (1918-1920) e AIDS (1981-presente) – só na categoria pandemias. São muitas epidemias para relacionar aqui. Inauguramos o século XXI com a pandemia Coronavírus. Cada evento planetário como estes provocam traumas e marcas profundas no comportamento coletivo das sociedades.

Os traumas vão se somando a mudanças na forma de viver.

Sem dúvida o Coronavírus pode vir a ser o maior destruidor de paradigmas e conceitos da história humana. Desde a forma como nos protegemos (por isolamento) e que nos impede de estarmos juntos daqueles que amamos para também os proteger. Até a forma como nos comunicamos, trabalhamos ou nos despedimos daqueles que partem.

A fome, o desemprego e o fim de certas garantias que tínhamos, vão se dissolvendo em grandes números. Isso sob qualquer área que se debruce, de períodos de restrição a lockdowns. Todos tivemos que descobrir as nossas casas e as pessoas que moram nela em meses de convivência diária ininterrupta. Para alguns um choque de realidade insuportável. Para outros, o reconhecimento de uma vida melhor e mais prazerosa.

Estamos em meio a descobertas sobre como nos comunicar, como sentir, como lidar com as descobertas do autoconhecimento. Mas acima de tudo, como ser livre e estar bem, confinado em poucos metros quadrados. Os arquitetos tentam traduzir tudo isto em novos conceitos de moradia descentralizados e conceituais.

Assim como a AIDS, o Coronavírus está modificando a memória de traumas de toda uma geração.

Quais são as consequências, para a geração mais duramente impactada pela ação social deste vírus? Quantas estruturas desabarão, dando espaço a novas vertentes de pensamento e comportamento? Quais são as suas expectativas, face a um maior número de anos de vida que o homem já pode experimentar, na Terra? Depois dos anos iniciais desta pandemia, os efeitos do trauma coletivo que ela infligiu vão permanecer nas sociedades por anos.

“Ser incapaz de respirar é o evento mais traumático que você pode imaginar” (Metin Basoglu)

Metin Basoglu é fundador da faculdade de estudos de trauma da Universidade King’s College London, no Reino Unido.

“Simplesmente porque não há nada que você possa fazer a respeito. Quando você fica sem ar, é um excelente exemplo de impotência.”

Essa é uma sensação que frequentemente leva o estresse intenso para o reino do trauma.

O que torna o trauma da Covid-19 “coletivo”, é o seu impacto em toda a população. Incluindo aqueles que nunca irão pegar o vírus ou até mesmo conhecer pessoas que tenham sido infectadas.

Elas podem transmitir o seu trauma, o condicionamento deliberado e consciente. Ou até mesmo quando o estresse traumático altera materialmente uma herança genética (pesquisas ainda estão em estágio inicial). Talvez o maior problema do trauma coletivo seja a quantidade. Quando as mentes de milhares (no caso da Covid-19, possivelmente dezenas de milhões) de pessoas em todo o mundo são traumatizadas em uma rápida sucessão.

As marcas deixadas por este evento planetário, deixam marcas além das pessoas. As relações internacionais ficaram abaladas. Alguns países confiscaram equipamentos de saúde que passavam em seu território. Outros não deram e ainda não divulgam com a devida transparência os casos de coronavírus. E outros aproveitam a crise para ganhar mais dinheiro, cobrando mais caro por seus produtos, justificando ser por sobrevivência, de vidas e de mercados.

Ainda não há como mensurar a extensão das mudanças sociais decorrentes da disseminação do Covid-19, mas já se pode antever que elas serão profundas. E ainda levaremos muito tempo para uma avaliação assertiva e completa dos problemas e soluções. Com certeza, não teremos mais espaço para ações exageradamente imediatistas, tampouco para relações sociais líquidas e efêmeras. Irrefutavelmente, nada será como antes.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o trauma e as sequelas de uma pandemia no comportamento coletivo? Quer saber mais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Sandra Moraes
https:// www.linkedin.com/in/sandra-balbino-moraes

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Sandra Moraes é Jornalista, Publicitária, Relações Públicas, frequentou por mais de 8 anos classes de estudos em Filosofia e Sociologia na USP.É professora no MBA da FIA – USP. Atuou como Executiva no mercado financeiro (Visa International (EUA); Banco Icatu; Fininvest; Unibanco; Itaú e Banco Francês e Brasileiro), por mais de 25 anos. Líder inovadora desenvolveu grandes projetos para o Varejo de moda no país (lojas Marisa – Credi 21), ampliando a sua larga experiência com equipes multidisciplinares, multiculturais, altamente competitivos, inovadores e de alta volatilidade.
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