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Usando as técnicas de Mindfulness para auxiliar nossa prática de coaching

O mindfulness pode proporcionar a oportunidade de concentrar sua atenção na sessão de coaching e em seu aprendizado, oferecendo a base para o desenvolvimento pessoal e para a autorrealização.

Como usar as Técnicas de Mindfulness na Prática de Coaching?

Usando as técnicas de Mindfulness para auxiliar nossa Prática de Coaching *

Mindfulness (atenção plena) pode ser aplicado ao coaching de várias maneiras. A relação entre os dois conceitos pode ser explorada de vários ângulos: o coach, o coachee/cliente e o relacionamento entre eles. Passmore & Marianetti (2007), argumentam que, tanto o coach quanto o coachee/cliente podem se beneficiar do mindfulness praticando-o em sua vida diária, o que, os resultados das várias pesquisas realizadas, sugerem que isso pode contribuir para uma experiência de vida menos estressada e mais feliz. Existem, no entanto, outras áreas para incorporar o mindfulness na relação de coaching.

Um processo de coaching eficaz, por exemplo, exige que o coach ofereça a cada coachee/cliente foco, atenção, escuta e presença. Isso nem sempre é fácil quando nossa vida pessoal e profissional tem fronteiras não tão claras e as pressões eventualmente se fundem em uma mistura de preocupações e ainda mais confusão. O exercício de mindfulness, pode dar uma resposta para essas situações; ele concentra nossa atenção no único momento de “ser”. Aqui, uma gama muito mais restrita de opções está disponível e nossos recursos, de repente, parecem adequados para lidar com a situação; nós podemos “ser” com nosso coachee/cliente.

A experiência para o coachee/cliente não é diferente. Eles também estão presos no vórtice de suas próprias pressões e ansiedades. E que provavelmente transportem bagagens inúteis que retardam o progresso na sessão de coaching.

O mindfulness pode proporcionar a oportunidade de concentrar sua atenção na sessão e em seu aprendizado, oferecendo a base para o desenvolvimento pessoal e para a autorrealização.

Quer o coach e/ou o coachee/cliente optem por incluir a prática de mindfulness em seus próprios benefícios individuais, seu relacionamento certamente pode se tornar mais eficaz por causa disso. Minha sugestão, principalmente para os coaches, são três usos específicos: preparar para o coaching, manter o foco na sessão e permanecer emocionalmente desapegado.

1. Preparação para o Coaching

A partir de nossas experiências pessoais como coaches, muitas vezes corremos de uma reunião ou sessão de coaching para outra, o que não é o recomendável. Nosso foco às vezes pode ser mais em garantir que cheguemos à sessão na hora certa. Ou que cheguemos ao lugar certo, sem dar tempo suficiente para que abandonemos os pensamentos, pressões e ansiedades do dia. Recordo a você, os artigos que escrevi sobre Pausa – O que o princípio da Pausa tem a nos ensinar neste período de Reclusão? (15/04/2020), e – A importância do Princípio da Pausa para o Coaching (15/03/2019).

Uma possibilidade para colocarmos essas interferências de lado, pode ser um exercício meditativo. Por exemplo, quatro minutos para ajudar a nos centrarmos antes de cada sessão de coaching. Essa meditação de quatro minutos envolve uma série de exercícios respiratórios acompanhados por uma varredura (scan) corporal para verificar as sensações corporais que estão sendo vivenciadas.

2. Mantendo o foco na sessão

A segunda aplicação prática potencial, está em ajudar o coach a permanecer focado durante a sessão. Exercícios de mindfulness quando usados entre as sessões de coaching podem ajudar a melhorar o nosso foco e a nossa concentração. O conceito também pode ser utilizado durante as sessões de coaching através da vigilância sobre a mente. Trazendo-a continuamente de volta ao foco para o coachee/cliente, quando a mente começa a divagar.

3. Permanecer emocionalmente desapegado

Mindfulness pode ser usado para nos ajudar a administrar nossas mudanças de humor e emoções durante uma sessão de coaching. Como coaches, permanecermos emocionalmente distante é uma habilidade chave.
O coach precisa experimentar as emoções que estão sendo sentidas por seu coachee, mas não a ponto de serem indagados por elas a ponto de estas emoções impedirem que o coach atue de forma isenta (Passmore & Marianetti, 2007), e como consequência provoque confusão para que o coachee possa seguir em frente, na busca de suas próprias respostas.

Pode ocorrer uma verdadeira inundação de emoções, quando o coach se pega chorando com a notícia da demissão de seus coachees/clientes. Ou quando o coach se identifica tanto com as experiências de seu coachee/cliente a ponto de sentir raiva do chefe do coachee/cliente. Para gerenciar essas emoções as técnicas de mindfulness podem ajudar o coach a manter um equilíbrio para ser capaz de experimentar empatia com seu coachee/cliente, ao mesmo tempo em que oferece desafios construtivos.

Há quem recomende que os coaches ensinem seus, coachees/clientes as técnicas de mindfulness. No meu ponto de vista, isso não é recomendável. Prefiro encaminhar meus coachees/clientes para quem é habilitado a ensinar as técnicas e assim garantir, que não haja confusão de papéis, responsabilidades e expectativas. Além disso, aspectos éticos que possam ocorrer quando não dominamos algum conhecimento aos níveis necessários para treinar alguém.

Mindfulness não é simplesmente uma habilidade, mas se torna uma forma de ser à medida que se desenvolve, e você cara leitora e prezado leitor, o que pensa sobre mindfulness.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como usar e aplicar as técnicas de Mindfulness para auxiliar na prática de coaching? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Um abraço,

João Luiz Pasqual
Coach Mentor Certificado

 
https://www.intervisionclub.com.br/
https://www.cw4u.com.br

(*) Adaptação por João Luiz Pasqual

Referências:
Passmore, J. & Marianetti, O. (2007) The role of mindfulness in coaching. The Coaching Psychologist, 3(3), 131 – 137.

Confira também:
O que é o Brain-Based Coaching? (parte I)
O que é o Brain-Based Coaching? (parte II)

João Luiz Pasqual tem mais de 40 anos de experiência profissional. Coach Executivo e de grupos. Foi por mais de 30 anos, executivo do mercado financeiro tendo ocupado posições de Diretor Executivo em diversos bancos (Sudameris, Banco Real, Unibanco, ABN AMRO e Santander), viveu na Europa por 8 anos e viajou para mais de 30 países. É conselheiro de empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e foi Presidente da ICF no Brasil durante o exercício 2015/2018. É coach ICF – International Coaching Federation com a credencial Master Certified Coach (MCC), Mentor Coach pela inviteChange-USA e Accredited Coach Supervisor pela CSA – Coaching Supervision Academy – Londres. MBA pela FIA-USP e Mestrado em Consulting and Coaching for Change pelo INSEAD-Fontainebleau na França.
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