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Como evitar a terrível vontade de procrastinar?

Você procrastina? Você sabia que a maioria das pessoas procrastina, ainda que se sintam culpadas e se critiquem por fazer isso? Mas qual a razão da procrastinação acontecer?

Como evitar a terrível vontade de procrastinar?

Como evitar a terrível vontade de procrastinar?

A publicação Harvard Business Review, referente ao bimestre Maio-Junho de 2022, apresenta um tema muito interessante para a nossa reflexão. Segundo a autora do estudo (Alice Boyes, Doutora em Psicologia Clínica e escritora de vários livros sobre o tema), a maioria das pessoas procrastina, ainda que se sintam culpadas e se critiquem por fazer isso. Mas qual a razão de a procrastinação acontecer? Segundo Alice Boyes, há três fatores preponderantes, quais sejam: a ausência de bons hábitos e sistemas mentais (o que tem relação com a falta de disciplina), intolerância a emoções específicas (tais como ansiedade ou tédio) e, ainda, um conjunto próprio de padrões falhos de pensamento.

Por outro lado, quando a pessoa entende a formação dessas causas para procrastinar, ela pode usar de estratégias que as enfrentem e minimizem. A pessoa pode então evitar pequenos incidentes de procrastinação – como quando se arrasta e não inicia um projeto até perto da data de vencimento – e anular os problemas maiores que esses padrões de atraso estão causando. Mas para isso ficar mais aplicável ao dia a dia de cada pessoa, vamos detalhar cada um dos fatores citados, começando pela formação de bons hábitos.

OS BONS HÁBITOS (ou falta deles)

Uma teoria comum é de que a procrastinação tem relação direta com a falta de disciplina. Os procrastinadores escolhem lazer e diversão ao invés de se aplicarem ao trabalho sério. Uma variação mais moderna dessa explicação é que procrastinadores não têm bons sistemas mentais e hábitos fortes que possam solidificar o esforço de resistir às distrações (ou seriam tentações?). Contudo, o processo de estabelecimento desses bons hábitos geralmente leva tempo e, para avaliar se isso é um problema para seu caso, pergunte a si mesmo: Que bons hábitos eu tenho para lidar com minhas tarefas mais importantes? Se a resposta for nenhum, tente as abordagens a seguir:

* Agendar o trabalho de forma consistente

Com foco em seu mais importante projeto de longo prazo. Isso pode envolver, por exemplo, elaborar uma estratégia de negócios, fazer análises complexas de dados ou escrever um livro. Contudo, esse deve ser um trabalho com objetivo desafiador e, ao realizá-lo todos os dias com padrão regular, ele ficará mais simples. É essencial entender que o seu sucesso virá pelo hábito criado que, mesmo se for algo complexo, irá se mostrar automático por meio da repetição e da autossugestão.

* Criar adequado sistema mental para iniciar novas tarefas

Acarretando menos probabilidade de procrastinação ao ter sistemática própria de abordagem. Os passos que alguém dará com base em bons hábitos criados, ao encontrar algo novo e desafiador pela frente, reduzirá a fadiga de decisão sobre como começar. Mas como é possível desenvolver o próprio sistema? A pessoa precisa realizar uma engenharia reversa, ou seja, lembrar-se daquela similar tarefa desafiadora, que foi concluída com sucesso, e identificar as etapas que usou para realizá-la. É melhor essa abordagem do que tentar copiar métodos de outra pessoa, porque assim resultará em um sistema adequado à sua própria natureza e aos seus pontos fortes.

AS SUAS EMOÇÕES

Segundo a autora do estudo, todos nós tendemos a evitar tarefas que despertem emoções negativas, trazendo a chamada “ruminação mental”, que é um dos principais problemas relacionados com depressão, TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), ansiedade e até distúrbios alimentares. E quanto mais a saúde mental deteriora, mais irá crescer essa atitude evasiva e de ruminação mental. Um ponto importante ressaltado por Alice Boyes é que, quando alguém se sente sobrecarregado, é mais provável que procrastine o trabalho a ser realizado, pois mesmo tarefas simples poderão parecer assustadoras. Para saber se suas emoções são a principal razão pela qual você adia o seu trabalho, pergunte a si mesmo: Como está minha saúde mental? As tarefas que evito inspiram emoções negativas? Elas me trazem tédio, irritação ou ansiedade? Caso positivo, tente estas estratégias:

* Identificar com precisão as emoções negativas e desembaraçar os sentimentos ajudará a pessoa a gerenciá-los.

Quando se trata de procrastinação, também é útil analisar o quanto cada emoção está afetando sua atitude em relação a uma tarefa específica. Depois de definir isso, a pessoa pode então abordar as emoções individualmente, o que facilitará o caminho para minimizar seus impactos.

* Agendar uma recompensa para concluir qualquer tarefa que esteja gerando o estado de procrastinação.

Quando a tarefa provoca ressentimento ou irritação, cabe identificar o que realmente nela é valorizado. Quando a tarefa deixa a pessoa ansiosa, ela deve começar a execução com os elementos que a deixam menos apreensiva e progredir a partir daí. Isso é chamado, pela autora, de terapia de exposição (trabalhar gradualmente naquilo que é agradável até chegar ao que mais incomoda). Dessa forma, o que parece inicialmente incontrolável, irá ficando mais simples de ser alcançado à medida que as etapas mais fáceis forem sendo superadas.

* Se perceber que está tendo reação emocional que leva à procrastinação, tente lembrar se isso está relacionado a um evento de infância, do início de carreira ou com algum trabalho mais recente.

Deve-se considerar também se há um padrão envolvido nessa situação, pois há pesquisas mostrando que uma pessoa pode curar as feridas emocionais a partir de uma conversa interior (em que a pessoa precisará exercitar o autoconhecimento, a autorreflexão e a autoconfiança).

QUANTO AOS PADRÕES DE PENSAMENTO

Para Alice Boyes, se alguém é razoavelmente bem disciplinado em muitas áreas, mas luta com sua disciplina em outras, padrões de pensamento específicos podem ser os responsáveis. Alguns fatores cognitivos envolvidos na procrastinação são bastante universais – por exemplo, a maioria de nós subestima a complexidade de tarefas que têm prazos longos – enquanto outros são profundamente pessoais. Para descobrir se há bloqueios cognitivos contribuindo para sua procrastinação, pergunte a si mesmo: A tarefa parece mais difícil do que aparenta cada uma de suas etapas, dadas as minhas competências? Eu gosto bastante da tarefa a ser feita (ou pelo menos tenho razoável sensação de satisfação) depois de iniciá-la? Se a resposta for sim a qualquer das perguntas, isso implica que há uma tendência a pensar no trabalho de maneira mais desagradável do que realmente é, sendo útil experimentar estas estratégias para superar os bloqueios cognitivos:

* Aplicar “brainstorm reverso”

Algo que significa considerar o que pode tornar a tarefa em algo extremamente difícil ou o que dela é necessário evitar. Depois de ter essas respostas, basta criar seus opostos, o que fará com que haja um sentimento de menor bloqueio. Por exemplo, a tarefa pode parecer inatingível se a pessoa imaginar que deve completá-la de maneira perfeita já na primeira vez. O oposto disso é assumir que a tarefa parecerá mais fácil se assumidos os possíveis erros e imperfeições. E, ainda mais, se a abordagem pessoal explorar ao máximo suas forças e habilidades.

* Pensar em todas as formas pelas quais a tarefa que está sendo adiada

É semelhante a outra que foi realizada com facilidade (e bem). A chave aqui está em identificar ao máximo quais são os aspectos paralelos de satisfação e de qualidade entre a tarefa anterior e a atual (essa que está em fase de procrastinação). Com isso, fica simples perceber que não será complicado dar início ao novo desafio. Porque, neste ponto, sabe-se que existem plenas condições de atender as demandas pela frente.

* Aceitar o desafio de trabalhos que mostrem potenciais atritos e complexidades

Principalmente quando envolverem outras pessoas. Muitas vezes, optamos por escolher itens menores em nossa lista de tarefas, ao invés de abordar de frente projetos que terão mais impacto. Além disso, não se deve cometer o erro de associar um trabalho sem potencial atrito com conquista de alta produtividade. Isso porque, se em equipe é possível haver mais tensão, por outro lado a geração de mais e melhores ideias compensará o esforço. Ter consciência de seus próprios processos de pensamento poderá ajudar a neutralizar crenças limitantes. Quanto mais tolerante a pessoa for com o trabalho que envolve potenciais atritos ou complexidades, menos procrastinará.

* Limitar-se a períodos curtos de trabalho

Isso porque quando a tarefa é importante e a estamos adiando, muitas vezes acreditamos ser necessária longa maratona para realizá-la. Na maioria dos casos, esse pensamento decorre da autocrítica provocada por uma imaginada perda de produtividade. A perspectiva de ter uma tarefa desafiadora ocupando o dia todo tenderá a provocar mais procrastinação. Uma dica é trabalhar hoje no que estiver sendo evitado, ainda que por 10 minutos. Retomando no dia seguinte, o que vai quebrar essa dificuldade inicial de começar. Outra dica é assumir que vai enfrentar a tarefa integralmente desde já, desenvolvendo então o que puder e da melhor forma que conseguir. Isso dará confiança e conhecimento do que você já realizou e do que falta, diminuindo as chances de procrastinar novamente.

Embora a autora Alice Boyes tenha dividido as causas da procrastinação em três fatores, evidentemente eles estão interrelacionados. Portanto, não importa qual seja a principal razão para a sua tendência em adiar certas tarefas. Qualquer uma das estratégias citadas deve ajudar a atender o trabalho em que existe dificuldade para começar ou, até mesmo, concluir. Pense nesses fatores como formando um menu para combater a procrastinação, experimente as opções citadas e encontre as que funcionam melhor no seu caso.

Finalizando, em qualquer artigo de autoajuda é importante reconhecer os limites do conselho desta postagem. Se um problema persiste e está contribuindo para sua procrastinação, você deve buscar o acompanhamento de um profissional, ao invés de lutar sozinho. Seja você leitor um coach, mentor, conselheiro ou consultor, o que lhe parece este conteúdo que procura erradicar a tendência à procrastinação?

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como evitar a terrível vontade de procrastinar? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.  Espero que o assunto seja interessante para você e que dele venha a tirar grande proveito no seu cotidiano.

Até a próxima postagem!

Mario Divo
https://www.mariodivo.com.br

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Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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