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Como ajudar o cliente a encontrar o real propósito?

Se você Mentor ou Coach não estiver preparado para identificar o real propósito de vida do seu cliente, o processo de intervenção pode descambar para caminhos perturbadores.

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Mentor ou Coach: Como ajudar o cliente a encontrar o real propósito?

Meus amigos, muitos de vocês talvez já tenham ouvido falar (ou até conheçam) a plataforma Preply. Para quem não conhece, aqui vai uma rápida explicação. E até vai como motivação, para quem, de alguma forma, venha a se identificar com a proposta.

Preply é uma plataforma para o aprendizado on-line de diferentes assuntos, idiomas ou hobbies, com base em professores da livre escolha dos alunos. E, por ser on-line, tanto o aluno quanto o professor podem estar assim em qualquer país do mundo.

Mas o que isso tem a ver com este espaço em que se debate o mundo VUCA?

Pois foi esse mundo dinâmico e surpreendentemente imprevisível que hoje nos faz compartilhar de uma pandemia, com exigências crescentes de competências para trabalho ou aprendizado remoto. E por essa plataforma, como em outras similares, a pessoa interessada faz pesquisa de qual o instrutor que melhor irá atender as expectativas. Podendo localizar o instrutor segundo critérios como especialidade, experiência, custos, horário de atendimento, nacionalidade e idioma nativo, forma de atendimento, etc.

Pois bem, atendendo convite dos gestores da plataforma, em 2017 iniciei postagens sobre desenvolvimento de competências em um mundo complexo, exigindo transformação pessoal e profissional constante. Desde então, insisto em provocar um mesmo debate e a consequente reflexão a saber:

Se um mentor ou coach não estiver preparado para identificar o real propósito de vida do seu cliente, o processo de intervenção pode assim descambar para caminhos perturbadores. E se alguma culpa por erros então existir, ela será principalmente do profissional que não conseguiu alinhar o seu trabalho à causa correta? Ou do próprio cliente?

Eu conheço exemplos que reforçam a afirmação acima. Eu mesmo, já fui obrigado a aguentar desaforo por insistir que o cliente encarasse “a própria verdade”, ao invés de criar passeios mentais que o deixavam mais satisfeito (ou confortável). Já precisei resgatar compromissos que estavam sendo esquecidos, tudo porque o cliente queria “sofismar”. Basta olhar nos olhos do cliente e então você verá quando as palavras são ilusórias.

Sofismar: apresentar raciocínio pré-concebido com o objetivo de produzir ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica apresentará, de fato, estrutura interna inconsistente, incorreta e enganosa.

E então, você que é mentor ou coach, sabe enfrentar isso?

Vou tentar resumir um roteiro comum para os dias atuais. Ainda que a situação seja identificada mundo afora, vamos ficar no cenário brasileiro, onde próximo de 25% das empresas criadas desaparecem em até dois anos.

O empresário criou uma empresa que se mostrava próspera e, efetivamente, começou a crescer. Ampliou o negócio e contratou mais gente, de forma a aumentar os ganhos. Mudou para instalações mais ricas, renovou computadores. Trocou de carro, passou a frequentar novos grupos profissionais e encontros sociais mais seletivos. Fez muitas viagens ao exterior e, então, cresceu a necessidade de faturar mais para sustentar esse aparato todo.

Por alguma razão que ele (ou ela) não conseguiu identificar, os negócios começaram a gerar resultados negativos. Perdas e prejuízos passaram a ser parte da rotina da empresa, ainda que o produto ou serviço mantivesse a qualidade. A insatisfação dos funcionários só não era maior do que a do dono do negócio. A tensão passou a ser parte integrante das conversas e negociações internas. E então, seus serviços de mentor ou coach foram contratados para ajudá-lo a encontrar um caminho para sair desse quadro crítico e depressivo.

Na primeira abordagem, você ouve do cliente uma expressão bem comum: O que eu fiz para dar tudo errado? Estava tudo bem, o negócio era lucrativo, a equipe me ajudava. Eu até comprei o carro do ano, mudei para uma casa maravilhosa. Agora tenho o escritório bem montado e consigo oferecer bastante conforto para a família. Sou excelente patrão. E veja só agora como estou?

O papel do mentor ou coach não é de lamentar e chorar junto com o cliente. Mas ter respeito, atenção, competência e carinho para construir espaço de conforto. E, desse modo, gerar sensação de apoio para reflexão, autoconhecimento e reencontro com a missão… e o propósito perdido!

Voltando ao ponto: como identificar a origem do problema de fato?

Será que as visões e os propósitos que foram a base do nascimento da empresa não se perderam pelo caminho? Será que ainda existe a mesma paixão pelo negócio ou ela se transformou em ostentação? E será que “os porquês originais”, voltados a uma determinada missão e visão, não foram sendo trocados por “porquês egocêntricos”? Será que agora o objetivo passou a ser o de aparelhar o ego com uma vida material desconectada dos valores, princípios, propósitos e outros atributos associados ao valor agregado que, no início, eram oferecidos aos clientes e consumidores?

Claro que nem todo problema em um negócio recairá nesse cenário. E, também, uma explicação simplista é sempre perigosa. Mas se você, como profissional experiente, perceber que há algo parecido com essa descrição, é importante mostrar ao seu cliente que o mundo não acabou.

Cabe a ele aprender a lição e aplicá-la na retomada dos “porquês originais”. Idealmente, cabe esforço conjunto de clientes e mentores (ou coaches) para a recuperação do negócio em uma melhor perspectiva. Se isso for inviável, que tal identificarem um inovador caminho (ou atividade) que faça com que o cliente e sua equipe sejam “felizes novamente”?

Enfim, a definição do propósito está nas mãos de quem?

Sugiro que os interessados no tema assistam o painel abaixo, realizado no evento CONAREC 2019, promovido pela plataforma  Consumidor Moderno. São quase vinte minutos em que gestores debateram a temática “propósito”, tais como: Sérgio Zimerman (Presidente – Petz), Luis Gutierrez (CEO – BB MAPFRE), Laércio Albuquerque (Presidente – CISCO), Ricardo Bomeny (CEO – Bob’s), Cassio Azevedo (Fundador – AeC),  Luiz Eduardo Baptista (VP Clube de Regatas Flamengo). Marcelo Chianello (Entrepreneur & Expert Customer Experience) foi o mediador do encontro.

Gostou do artigo? Quer saber mais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Mario Divo
https://www.dimensoesdesucesso.com.br

Confira também: A liderança VUCAH tem H de Humanista!

 

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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