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Como a Comunicação Não Violenta (CNV) fortalece a autoconsciência em tempos de julgamento e intolerância

De que maneira a Comunicação Não Violenta (CNV) contribui para a autoconsciência? Descubra como essa prática ajuda a lidar com julgamentos internos e externos, promove empatia, fortalece conexões e inspira mais autenticidade em tempos de intolerância.

Como a Comunicação Não Violenta (CNV) fortalece a autoconsciência em tempos de julgamento e intolerância

Como a Comunicação Não Violenta (CNV) fortalece a autoconsciência em tempos de julgamento e intolerância

De que maneira a Comunicação Não Violenta (CNV) Contribui para a Autoconsciência?

O convite da CNV é que olhemos para dentro de nós mesmos com mais profundidade e compaixão.


Com a Observação (sem avaliação): 

Aprendemos a observar o que está acontecendo e revisitando o julgamento que fazemos em 1,2 milésimos de segundos, daí ressignificando os rótulos e as interpretações. Para que possamos exercitar a autoconsciência, precisamos prestar atenção aos nossos próprios pensamentos, sentimentos e reações sem nos criticarmos por tê-los.

Por exemplo, em vez de pensar “Eu sou preguiçosa porque não me levantei cedo”, a CNV nos encorajaria a observar: “Eu não levantei cedo”. Essa simples mudança de perspectiva já nos liberta de um julgamento interno e abre espaço para autorresponsabilidade e termos novas perspectivas.


Com os Sentimentos: 

A CNV nos apoia para que identifiquemos e possamos nomear nossos reais sentimentos. Diversas vezes, confundimos sentimentos com não sentimentos, que na verdade são pensamentos com julgamentos.

Por exemplo quando eu digo “Eu me sinto ignorado” é avaliação do que eu acho que o outro esteja fazendo comigo, o que chamamos de pseudosentimentos e não nos conectamos com o real sentimento que pode ser tristeza, frustração, etc. Ao nos conectarmos com nossos sentimentos, ganhamos uma compreensão mais clara de nossas experiências internas. Para a autoconsciência, isso significa reconhecer: “Quando eu não levantei cedo, eu me sentia cansada.”


Com as Necessidades: 

O coração da CNV, pois por trás de cada sentimento, existe uma necessidade precisa ser atendida ou não atendida. Se prestar a atenção os sentimentos que temos quando nossa necessidade é atendida e é diferente quando não a atendemos.

Ao identificarmos nossos sentimentos, podemos perguntar: “Que necessidade minha está por trás desse sentimento?”. No exemplo anterior, o cansaço pode estar ligada a necessidades de descanso, recuperação ou suporte.

Quando reconhecemos nossas necessidades nos ajuda a entender o que é realmente importante para nós, promovendo uma autoconsciência profunda sobre nossos valores e motivações.


Com o Pedido (concreto e realizável): 

Precisamos ser claros, objetivos e no positivo para que seja possível atender às nossas necessidades. No contexto da autoconsciência, isso pode significar fazer um pedido a nós mesmos, ou seja, o pedido não necessariamente precisa ser feito a outra pessoa se não puder: Daí você busca o pedido dentro de você. “Para atender à minha necessidade de descanso, eu me comprometo a ir para a cama mais cedo hoje à noite.”

Não precisamos usar os 4 elementos nessa ordem, na medida que praticamos a CNV e sim a busca pela autoconsciência.


Como a CNV se relaciona com o julgamento e a intolerância nos dias de hoje:

O cenário atual, marcado por polarização, julgamento rápido e intolerância, é exatamente onde a CNV pode ter um impacto transformador, visto ser uma abordagem relacional e a linguagem do coração.

Combate ao Julgamento Interno:

A CNV nos ensina a observar sem julgar. Essa habilidade, quando aplicada internamente, nos ajuda a reconhecer nossos próprios preconceitos, rótulos, vieses, pensamentos automáticos e julgamentos sobre nós mesmos e sobre os outros. Ao nos tornarmos mais conscientes disso, podemos começar a desconstruir esses padrões e cultivar mais autocompaixão.

Desarmar o Julgamento Externo:

Quando nos deparamos com o julgamento e a intolerância conosco e consequentemente com o outro, a CNV nos oferece uma forma de responder sem retaliar ou nos fechar nos mecanismos de defesa. Em vez de reagir com mais julgamento, podemos tentar:

  • Promover a Conexão em Vez da Desconexão: O julgamento e a intolerância criam barreiras e nos leva a desconexão dos outros. A CNV, ao focar em necessidades/valores humanas universais, nos lembra de nossa humanidade compartilhada. Todos nós temos necessidades de segurança, respeito, pertencimento, compreensão etc. Ao reconhecer que o outro, mesmo agindo de forma intolerante, está buscando atender às vezes a mesma necessidade, mesmo de forma ineficaz, podemos criar um espaço para a conexão e a compreensão mútua.
  • Construir Pontes: Em um mundo polarizado, a CNV nos oferece um caminho para construir pontes. Ela nos ensina a ter conversas difíceis de forma mais construtiva, a buscar o entendimento mútuo e a encontrar soluções que atendam às necessidades de todos os envolvidos, sempre que possível.

Em suma, a CNV nos apoia para uma autoexploração mais profunda e gentil, ao mesmo tempo em que nos oferece um mapa para interagir com o mundo de uma forma que possa apoiar a redução de conflito, promova a empatia e trabalhe a intolerância, que muitas vezes começa conosco.


E qual a confusão que as pessoas têm de autoconsciência?

A confusão sobre autoconsciência várias vezes se deve à mistura entre autoavaliação e autoconsciência verdadeira. Diversas pessoas acreditam que ser autoconsciente significa apenas saber o que sentem ou pensam, mas ser autoconsciente vai além disso. Envolve buscar perceber suas próprias motivações, reconhecer como suas emoções influenciam, suas ações, comportamentos e perceber como você é percebido pelos outros, isso fazendo parte do processo de autoconhecimento.

Essa compreensão profunda costuma ser desafiadora, pois exige vulnerabilidade e disposição para confrontar aspectos de si mesmo que podem ser desconfortáveis.

Além disso, a autoconsciência não é estática; é um processo contínuo de crescimento e aprendizado. Por isso, é normal se sentir perdido em alguns momentos, mas o importante é continuar explorando.

Desaprender para aprender!


Gostou do artigo?

Quer saber mais de que forma a prática da CNV pode transformar a maneira como você lida com seus julgamentos e os dos outros? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em compartilhar mais sobre esse tema.

Um grande abraço e até o próximo artigo!

Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/

Confira também: O que a Resistência Pode Provocar Diante de uma Comunicação Desafiadora?

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Wania Moraes Troyano possui MBA em Gestão de Negócios e Coaching, Pós-Graduada em Dinâmicas dos Grupos Administradora de Empresas e Pedagoga, com mais de 30 anos com sólida carreira corporativa em empresas multinacionais e em cargos de gestão e assessoria executiva. Foco em Desenvolvimento Humano, especialista em CNV-Comunicação Não Violenta, Coach em Resiliência, Profissional, Vida e Executivo, Neurocoaching, mentora e supervisora para líderes e coaches, com mais de 1000 horas em processos de Coaching. Facilitadora de Grupos. Especialista nos assessments de Estilos de Liderança e Resiliência. Palestrante e Facilitadora de Grupos. Facilitadora em Barras de Access – Expansão da Consciência. Co-autora do livro Coaching Aceleração de Resultados, Capítulo Quantos Antes Melhor! Programa Mulheres Poderosas, na alltv.com.br, todas as terças-feiras, 15h00 às 16h00. Voluntária em programas de Jovens Aprendizes.
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