Coaching no Dia a Dia - Isabel C Franchon - Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/colunas/coaching-no-dia-a-dia/ Fri, 28 Nov 2025 15:27:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://www.cloudcoaching.com.br/wp-content/uploads/2023/10/cropped-favicon-1-32x32.png Coaching no Dia a Dia - Isabel C Franchon - Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/colunas/coaching-no-dia-a-dia/ 32 32 165515517 Quando o Trabalho Adoece: O Que Um Único Episódio Revela Sobre as Dores Silenciosas https://www.cloudcoaching.com.br/quando-o-trabalho-adoece-as-dores-silenciosas-da-violencia-no-trabalho/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=quando-o-trabalho-adoece-as-dores-silenciosas-da-violencia-no-trabalho https://www.cloudcoaching.com.br/quando-o-trabalho-adoece-as-dores-silenciosas-da-violencia-no-trabalho/#respond_67716 Fri, 28 Nov 2025 13:20:21 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67716 O trabalho adoece quando pequenas violências se acumulam: sarcasmos, interrupções hostis, feedbacks destrutivos e silêncios que ferem. Descubra como a violência no trabalho corrói relações, impacta a saúde emocional e compromete a cultura organizacional.

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Quando o Trabalho Adoece: O Que Um Único Episódio Revela Sobre as Dores Silenciosas

Há poucos dias vivi uma situação que me fez pensar profundamente sobre o que chamo de dor invisível do trabalho. Durante uma atividade em grupo, recebi um feedback abrupto, agressivo e sem qualquer conexão com o objetivo proposto. Não é sobre mim – é sobre a forma como algumas pessoas ainda se relacionam no ambiente organizacional: na velocidade do ataque, não da reflexão.

Situações assim acontecem todos os dias nas empresas. Nem sempre com gritos ou agressões explicitas, mas com palavras atravessadas, interrupções hostis, sarcasmos disfarçados de brincadeiras, avaliações que ferem sem orientar. Essas microviolências, pequenas para quem faz, mas imensas para quem recebe, corroem aquilo que deveria sustentar as pessoas dentro das organizações: a segurança psicológica.

O feedback recebido ainda veio acompanhado da frase “na minha empresa isso não existe. Lá é tudo maravilhoso.” Essa frase revela duas coisas ao mesmo tempo: um desejo de inocência (ou ignorância) e uma resistência a ver a realidade. Porque não são as empresas que humilham, atacam ou adoecem – são as ações das pessoas que fazem as empresas.

Assim como não existe “empresa adoecida” sem pessoas adoecendo por dentro, também não existe empresa saudável se as relações do dia a dia ferem. É preciso lembrar que as empresas não são entidades conscientes no sentido biológico, mas organizações profissionais da atividade econômica.


Não é opinião. São dados.

É fato que milhões de trabalhadores no mundo vivem níveis significativos de sofrimento psíquico relacionado ao trabalho. Não por causa dos prédios, das metas ou dos processos – mas por causa das relações. Por causa de líderes despreparados, equipes exaustas, ambientes emocionalmente inseguros, comportamentos disfuncionais que se repetem até se tornarem norma.

Poderia citar páginas de dados, mas, traduzindo para o mundo do trabalho, cada comentário destrutivo, cada olhar que apaga o brilho dos colaboradores, cada líder que ignora o efeito emocional de suas palavras – tudo isso acumula perdas reais. Não apenas para quem sofre, mas para quem produz, para quem lidera e para quem sonha uma organização decente.

Se fosse apenas uma opinião isolada, de quem não conhece o mundo real do trabalho, não teríamos a NR-1 batendo à porta das empresas.


Uma consequência pouco falada

Quando falamos de “empresa maravilhosa” ou “cultura forte”, é preciso perguntar: forte para quem? Sobretudo, com quem? Porque:

  • Empresas são feitas de pessoas. Não de slogans;
  • Processos são ativados por gestos humanos;
  • Culturas são vividas por interações diárias.

Se essas interações são marcadas por medo, humilhação, silêncios agressivos, não haverá “programa de bem-estar” que compense.

Por outro lado, se as pessoas agirem a partir da consciência, da dignidade, do respeito – então, sim, transformam-se equipes, mudam-se ambientes e as empresas crescem.

O convite aqui não é apenas para evitar violência. É para dar forma a relações restauradoras, lembrando que não somos engrenagens, mas sujeitos em trânsito. E que o trabalho digno não pode ser exceção, mas condição, pois cuidar das relações é cuidar do negócio.

Se você acredita que sua empresa é maravilhosa, faça esse teste: olhe o que está fora do script, as trocas informais, o que acontece quando alguém erra. Pergunte-se quantas vezes você, como pessoa, construiu ou colaborou com esse ambiente.

Mas faça também algo mais arriscado: pergunte-se se subiria confiante até o topo de um vulcão com qualquer das pessoas que trabalham com você. Ou se teria medo de alguém te jogar para dentro das chamas.


O que define o futuro do trabalho

O episódio que vivi passou e só deixou, como eco, a certeza de que o trabalho que faço com as pessoas das organizações trilha um caminho correto. Ele me lembrou algo que vejo diariamente nos treinamentos, no Coaching e na Psicanálise:

Não é a intensidade de um evento que adoece um ambiente: é a reincidência do descuido.

Ambientes saudáveis não se fazem apenas com programas, metas ESG ou discursos bem formulados. Eles se fazem com pessoas conscientes, capazes de oferecer feedback com firmeza e respeito, capazes de reconhecer seus limites, capazes de entender que a forma importa tanto quanto o conteúdo.

E talvez esse seja o grande ponto que precisamos encarar com mais honestidade: não existe empresa maravilhosa se as relações são violentas; não existe cultura forte se o cotidiano é frágil; não existe inovação se há medo.

O futuro do trabalho não será definido por tecnologias, processos ou metodologias, mas pela qualidade das relações que conseguimos construir – e sustentar – dentro delas.

E tudo começa por um gesto simples, embora profundamente revolucionário: falar com responsabilidade, escutar com consciência e lembrar que cada interação pode curar… ou machucar.

Mas há cura? Sim, e é possível através de um trabalho constante. Mas o caminho é longo, já que não se trata de mudar empresas e sim buscar a transformação de pessoas.

Esse é o trabalho real. O único que transforma.


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Quer entender como atuar com responsabilidade diante da violência no trabalho e construir ambientes emocionalmente mais saudáveis? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
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Confira também: Entre o Divã e a Sala de Reuniões: O Inconsciente que Habita as Organizações

Palavras-chave: violência no trabalho, violência psicológica no trabalho, violência no ambiente de trabalho, microviolências no ambiente de trabalho, segurança psicológica nas organizações, sofrimento emocional no trabalho, relações tóxicas nas empresas, impactos da violência no trabalho, como microviolências afetam equipes, segurança psicológica e sofrimento laboral, como relações tóxicas adoecem organizações

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Entre o Divã e a Sala de Reuniões: O Inconsciente que Habita as Organizações https://www.cloudcoaching.com.br/psicanalise-organizacional-o-inconsciente-que-habita-as-organizacoes/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=psicanalise-organizacional-o-inconsciente-que-habita-as-organizacoes https://www.cloudcoaching.com.br/psicanalise-organizacional-o-inconsciente-que-habita-as-organizacoes/#respond_67312 Fri, 31 Oct 2025 14:20:13 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=67312 Por trás de cada decisão corporativa, há desejos, medos e repetições inconscientes. Descubra como a psicanálise organizacional pode ajudar a compreender esse inconsciente e transformar relações, liderança e cultura em espaços mais humanos, conscientes e saudáveis.

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Entre o Divã e a Sala de Reuniões: O Inconsciente que Habita as Organizações
Como a psicanálise organizacional pode ajudar a compreender e transformar as relações no trabalho

O inconsciente também trabalha

As organizações, por mais modernas que sejam, continuam sendo compostas por seres humanos atravessados por desejos, medos e conflitos. A psicanálise nos lembra que o inconsciente não fica na porta da empresa – ele entra conosco, ocupa a mesa ao lado e participa de cada reunião.

O que se manifesta como falha de comunicação, resistência à mudança ou dificuldade de liderança pode ser, na verdade, a expressão de conteúdos inconscientes: padrões repetitivos, projeções, ansiedades.

Freud já dizia que “somos habitados por forças que desconhecemos”, e nas empresas isso se traduz em climas tensos, disputas veladas e decisões aparentemente irracionais. A psicanálise organizacional nasce justamente da necessidade de compreender essas dinâmicas que escapam à lógica racional, mas determinam comportamentos coletivos.


A transferência: o passado que se repete no presente

Wilfred Bion, um dos grandes nomes da psicanálise aplicada aos grupos, observou que todo coletivo carrega “suposições básicas” inconscientes – formas de funcionamento que substituem o pensamento pela emoção. É nesse terreno que se enraízam as transferências: quando projetamos no chefe, no colega ou no subordinado figuras do nosso passado – o pai autoritário, a mãe crítica, o professor exigente.

Essas repetições moldam relações e conflitos. Um colaborador que teme o erro pode estar, inconscientemente, temendo o castigo simbólico de uma figura parental internalizada. Um líder que controla em excesso pode estar reproduzindo uma forma de defesa contra a própria insegurança. Quando a organização reconhece esses espelhos, abre espaço para relações mais conscientes e menos reativas.


A resistência: o medo do novo e o apego ao conhecido

Nas empresas, fala-se muito em transformação cultural, mas pouco se entende sobre o que impede que ela aconteça. A resistência, conceito central da psicanálise, explica por que mesmo mudanças desejadas despertam forças de oposição.

Isabel Menzies Lyth, ao estudar hospitais, mostrou como as instituições constroem sistemas de defesa para evitar o sofrimento psíquico — rotinas rígidas, burocracias, negação da emoção. Esses mecanismos também estão presentes nas organizações contemporâneas: comitês que nunca decidem, projetos que travam, lideranças que racionalizam o medo.

A resistência não é um erro a eliminar, mas uma mensagem a escutar. Ela revela o que o sistema teme perder: controle, identidade, previsibilidade. O papel do coach, do mentor ou do líder consciente é acolher esse movimento, decifrando assim o que está sendo defendido e transformando o medo em aprendizado.


A escuta: o espaço onde algo novo pode nascer

A psicanálise introduz no ambiente organizacional um gesto revolucionário: o da escuta. Escutar é mais do que ouvir; é sustentar o silêncio, permitindo que o outro elabore o que ainda não sabe dizer.

Pierre Weil afirmava que “ouvir é acolher o outro como um ser em construção”. Essa postura, quando incorporada ao coaching e à liderança, rompe a lógica da resposta imediata e, dessa forma, convida à reflexão. É a escuta que revela o sintoma da equipe, que permite ler o não dito, o que se cala por medo, culpa ou cansaço.

Ao escutar, o líder deixa de ser apenas gestor de tarefas e torna-se então um mediador simbólico: alguém capaz de lidar com a complexidade emocional do trabalho, sem patologizar o humano.


O sintoma organizacional: quando a empresa também adoece

A psicanálise propõe que o sintoma – aquilo que dói, que incomoda, que se repete – é também uma forma de dizer algo. Uma empresa que vive em crise pode estar expressando um mal-estar coletivo, um desencontro entre valores e práticas.

Christophe Dejours, em sua psicodinâmica do trabalho, mostra que o sofrimento nasce quando o sujeito não encontra espaço para se reconhecer naquilo que faz. Nesses casos, o sintoma é um pedido de sentido: ele fala em nome do que foi silenciado.

Tratar o sintoma organizacional não é aplicar fórmulas de engajamento, mas criar um espaço simbólico para que as contradições possam ser nomeadas e elaboradas. Quando isso acontece, o sintoma deixa de ser obstáculo e se converte em força transformadora.


Da cura à cultura: o legado da psicanálise nas empresas

Trazer a psicanálise para o mundo corporativo não significa transformar o escritório em consultório, mas reconhecer que toda organização é também um organismo psíquico. Ela tem defesas, desejos, ansiedades e modos de lidar com a dor.

Ao compreender essas dimensões, o coaching e o mentoring podem então ganhar mais profundidade: deixam de ser práticas de performance e passam a ser espaços de elaboração subjetiva.

O líder, por sua vez, torna-se mais humano, consciente de que comandar não é controlar, mas sustentar o outro em sua complexidade. E esse é apenas o começo.

A psicanálise organizacional vem se consolidando como um campo fértil de estudo e intervenção, que combina escuta clínica, análise institucional e ética do cuidado. De grupos reflexivos inspirados em Bion e Pichon-Rivière a consultorias que leem o inconsciente das estruturas, há um movimento crescente de levar o pensamento psicanalítico para dentro das organizações que ousam se escutar.

Entre o divã e a sala de reuniões, o que se descobre é que o trabalho, quando escutado em sua dimensão inconsciente, pode ser lugar de transformação — não apenas de metas cumpridas, mas de sentidos reconstruídos.


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Isabel C Franchon
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Confira também: Quando o Sucesso Não Basta: Ansiedade de Status e Crise de Sentido na Era Digital

Palavras-chave: psicanálise organizacional, inconsciente nas organizações, liderança e psicanálise, resistência à mudança, escuta no ambiente corporativo, como a psicanálise organizacional pode ajudar, como a psicanálise ajuda nas organizações, o papel do inconsciente no trabalho, a importância da escuta na liderança, psicanálise aplicada ao ambiente corporativo, como transformar relações de trabalho com psicanálise

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Quando o Sucesso Não Basta: Ansiedade de Status e Crise de Sentido na Era Digital https://www.cloudcoaching.com.br/quando-o-sucesso-nao-basta-ansiedade-de-status-e-crise-de-sentido-na-era-digital/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=quando-o-sucesso-nao-basta-ansiedade-de-status-e-crise-de-sentido-na-era-digital https://www.cloudcoaching.com.br/quando-o-sucesso-nao-basta-ansiedade-de-status-e-crise-de-sentido-na-era-digital/#respond_66909 Fri, 03 Oct 2025 14:20:03 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=66909 Na era digital, nunca estivemos tão visíveis e, ao mesmo tempo, tão frágeis. Quando o sucesso não basta, a comparação constante gera ansiedade de status e crise de sentido. Será esse o caminho? Descubra reflexões e práticas para resgatar autenticidade e propósito.

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Quando o Sucesso Não Basta: Ansiedade de Status e Crise de Sentido na Era Digital

O século XXI nos prometeu liberdade com a tecnologia, mas entregou novas formas de prisão: a comparação constante, a vigilância invisível, a ansiedade de status. Talvez o maior privilégio de nosso tempo não seja acumular conquistas, mas sustentar a coragem de refletir em meio ao ruído e redefinir sucesso e sentido.

Nunca estivemos tão visíveis e, ao mesmo tempo, tão frágeis. A internet ampliou informação, diálogo e comunicação, mas abriu também uma fábrica contínua de comparações, medições e ruídos. O resultado não é apenas superficialidade cognitiva, mas uma erosão lenta do espaço interior onde nascem o pensamento sustentado, a dúvida honesta, o projeto profundo e o senso de propósito.

“A aprovação dos outros importa para nós de duas maneiras muito diferentes: materialmente e psicologicamente.” Alain de Botton, Status Anxiety

Alain de Botton chamou esse mal de ansiedade de status: a inquietação permanente sobre onde nos situamos na escala social, sobre o quanto merecemos olhar e respeito. Não se trata apenas de dinheiro ou sucesso material, mas da posição que acreditamos ocupar na hierarquia social.

A comparação constante, onde tudo é medido por curtidas e conquistas, fragiliza a identidade e gera insegurança crônica, insatisfação, ansiedade e perda do valor intrínseco das experiências. Fazemos coisas não porque queremos, mas porque esperam de nós, porque “pegam bem”.

Se Botton expõe o mal-estar da comparação, Byung-Chul Han revela o mecanismo que o sustenta: a psicopolítica. Vivemos numa era em que o controle já não vem só de fora; nós mesmos nos transformamos em fiscais da produtividade, da imagem e do desempenho. Não há mais vigias necessários quando cada um internaliza a demanda por rendimento e visibilidade.


A crise de sentido

Entre esses dois vetores – o olhar alheio e a autoexploração por desempenho – instala-se outra crise, talvez a mais devastadora: a crise de sentido. Quando nosso valor passa a depender do que se vê e do que rende, o significado das coisas muda.

O trabalho, que poderia ser fonte de criação, vira expoente de competência; a leitura, que poderia nutrir uma visão profunda, torna-se pesquisa instrumental; o silêncio, a dúvida e a contemplação, que sempre foram berço da criatividade, agora soam como desperdício de tempo.

A ansiedade de status nasce do olhar dos outros. O sentido, do encontro consigo.

Se até há pouco tempo o que era trazido para as sessões de coaching ou psicanálise era o propósito, hoje, sem dúvida, é a busca de sentido: para quê ou para quem faço o que faço? O que é, para mim, sucesso? Reconhecimento social? Acúmulo de títulos? Curtidas na rede? Dinheiro? Ou a serenidade de saber que a vida, mesmo incompreendida, tem coerência com o que acreditamos?

É justamente aí que reside a possibilidade de sentido.

Porque o verdadeiro sucesso não está em repetir o que agrada, mas em sustentar aquilo em que acreditamos. Não está em se adaptar ao olhar externo, mas em alinhavar a vida ao que pulsa dentro. Talvez o maior privilégio hoje não seja acumular bens ou aplausos, mas ter coragem de refletir, de desacelerar, de nadar contra a maré.

Pensar passou a ser um luxo porque exige tempo, coragem para tolerar ambiguidade, disposição para ouvir resistências – tudo aquilo que a cobrança por desempenho empurra para fora.


Provocações para buscar sentido

Mais que retórica, as perguntas abaixo são instrumentos de diagnóstico e resistência. Porque reconstituir sentido exige práticas pequenas e raras hoje, como reservar tempo para ler um livro; criar ritos de silêncio; cultivar interlocutores que tolerem pensamentos em formação; experimentar falar menos e escutar mais; articular pequenas narrativas que nomeiem porque fazemos o que fazemos, não para a foto ou para a rede, mas para nós.

  • Se o sucesso deixasse de ser público e virasse sensação interna, como seria sua agenda?
  • O que permanece em você quando a vitrine é desligada?
  • Quando foi a última vez em que você leu algo que não tivesse objetivo prático imediato, apenas para ser transformado por uma ideia?
  • Que riscos você aceita correr por coerência, e quais não aceita mais?
  • Em que espaços você permite que o pensamento desacelere, desconstrua certezas e reconstrua sentido?

Fecho com uma provocação: talvez o maior desafio, hoje, seja menos ter tempo livre e mais ter tempo de pensar. Tempo não como ausência de tarefas, mas como presença atenciosa.

Como diz Edgar Morin, em A cabeça bem-feita:

“Não é suficiente ter uma cabeça bem cheia; é preciso ter uma cabeça bem-feita.”

O que está em jogo não é a acumulação de mais conhecimentos, mas a reforma do pensamento – porque conhecimento pertinente é aquele que nos leva a compreender a condição humana.

Em tempos de ansiedade digital, refletir é mais que luxo. É resistência.


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Quer saber mais sobre como encontrar sentido pessoal em meio à ansiedade de status e às pressões da era digital para resgatar propósito e coerência na vida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
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Confira também: Culturas de Crescimento: Por que o ambiente molda nosso potencial

Palavras-chave: ansiedade de status, crise de sentido, era digital e ansiedade, comparação constante, busca de propósito, ansiedade de status na era digital, crise de sentido no século XXI, comparação constante e ansiedade, como encontrar propósito, práticas para resgatar sentido de vida

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Culturas de Crescimento: Por que o ambiente molda nosso potencial https://www.cloudcoaching.com.br/culturas-de-crescimento-por-que-o-ambiente-molda-nosso-potencial/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=culturas-de-crescimento-por-que-o-ambiente-molda-nosso-potencial https://www.cloudcoaching.com.br/culturas-de-crescimento-por-que-o-ambiente-molda-nosso-potencial/#respond_66491 Fri, 05 Sep 2025 14:20:34 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=66491 Seu ambiente impulsiona ou limita (e sufoca) quem você pode se tornar? Descubra como culturas de crescimento transformam erros em aprendizado, fortalecem resiliência e criam espaço para inovação no trabalho, na família e na vida.

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Culturas de Crescimento: Por que o ambiente molda nosso potencial

Você acredita que suas capacidades como a inteligência, a criatividade, o olhar inovador, não podem ser desenvolvidas? Ou alimenta a crença de que suas habilidades podem ser desenvolvidas através de uma conjunção de fatores como trabalho, estratégias e apoio?

Muitas vezes acreditamos que o crescimento é resultado exclusivo do esforço individual. Trabalhar duro, acumular conhecimentos, resistir às dificuldades. Tudo isso, sem dúvida, conta, mas quem já viveu em um ambiente que sufoca sabe: por mais talento ou dedicação que alguém tenha, se o espaço não permite aprender, errar e tentar de novo, o desenvolvimento se torna limitado. Em contrapartida, quando estamos cercados por estímulo, apoio e confiança, algo dentro de nós floresce.

A verdade é que ninguém cresce sozinho. Crescemos em ambientes que nos sustentam.


O que é Cultura de Crescimento?

Chamamos de cultura de crescimento os ambientes que valorizam a aprendizagem contínua, a curiosidade e a coragem de experimentar. Nesses contextos, o erro não é visto como fracasso, mas como parte natural do processo. As pessoas são incentivadas a se desafiar, a explorar novas possibilidades e a transformar dificuldades em aprendizado.

“O ambiente em que estamos inseridos envia sinais constantes sobre quem podemos nos tornar.” (Mary C. Murphy)

É fato que o ambiente profissional ou escolar em que você se encontra vai impactar muito sua vida. Não crescemos apenas pela força de vontade, mas porque os contextos sociais, educacionais e profissionais nos oferecem, ou negam, oportunidades de experimentar, errar e aprender, como diz Murphy em Cultures of Growth.

Essa visão se conecta à noção de mindset de crescimento desenvolvida por Carol S. Dweck, que mostra como a crença de que podemos evoluir pelo esforço e pela prática abre portas para o desenvolvimento contínuo. Enquanto Dweck foca na disposição individual, Murphy amplia o olhar para o nível coletivo: não basta que uma pessoa acredite em seu potencial se o ambiente reforça o contrário.

Afinal, erro não é fracasso, mas aprendizado. O ambiente decide se você cresce ou se paralisa.


Impactos na vida pessoal e profissional

O ambiente em que estamos inseridos impacta diretamente nosso modo de agir e sentir. Culturas de crescimento estimulam a motivação intrínseca, aquela energia que vem de dentro quando fazemos algo porque faz sentido, e não apenas por recompensas externas. Elas fortalecem a autoestima e a resiliência, permitindo que cada um vá além de seus próprios limites.

Já as culturas rígidas, que punem o erro e supervalorizam a perfeição, geram insegurança, medo de se expor e até sintomas de esgotamento. Não é à toa que muitos profissionais que atendo, em Coaching ou Psicanálise, falam sobre a sensação de paralisia em empresas altamente competitivas. O mesmo vale para outros contextos. Por exemplo, uma família que só aponta falhas ou uma escola que pune quem erra podem minar a confiança das pessoas, bloqueando seu desenvolvimento.


Criando culturas de crescimento ao nosso redor

Se é verdade que o ambiente molda nosso potencial, também é verdade que todos nós, em maior ou menor escala, participamos da construção desses ambientes. Cada palavra, cada gesto, cada escolha contribui para criar um espaço de crescimento ou de estagnação.

Alguns caminhos práticos para sustentar uma cultura de crescimento:

  • Valorizar o esforço, não apenas o resultado. Reconhecer a dedicação e o progresso motiva mais do que apenas celebrar vitórias finais;
  • Dar feedback construtivo. Em vez de apontar erros de forma punitiva, oferecer sugestões de melhoria que ajudem a aprender;
  • Abrir espaço para a escuta. Quando as pessoas sentem que suas vozes importam, tornam-se mais engajadas e criativas;
  • Celebrar aprendizados. Cada tentativa, mesmo quando não gera o resultado esperado, pode trazer descobertas valiosas.

Para refletir

Nenhum de nós cresce isolado. Crescemos em ambientes que nos sustentam, que nos dão segurança para arriscar e confiança para continuar. Seja em casa, com sua família, ou como líder, no trabalho, a pergunta que fica é: que tipo de ambiente você está ajudando a construir nas suas relações?

Você está ajudando a criar um ambiente de medo ou de crescimento?

Não importa o espaço que ocupamos, todos nós podemos ser agentes de culturas de crescimento. Pequenas escolhas, como ouvir antes de criticar ou incentivar em vez de punir, têm o poder de transformar trajetórias. Afinal, ambientes que cultivam o crescimento de todos são os que mais nos aproximam de uma vida com sentido.

Não crescemos apenas pela força de vontade, mas porque alguém nos dá espaço para aprender, errar e florescer.


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Quer saber mais sobre como aplicar culturas de crescimento e estimular o mindset de crescimento no seu dia a dia para impulsionar pessoas e organizações? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
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Confira também: A Nova Ambição: Ser Pleno em um Mundo que Cobra Excelência

Palavras-chave: culturas de crescimento, ambiente de crescimento, mindset de crescimento, desenvolvimento pessoal e profissional, impacto do ambiente no potencial humano, culturas de crescimento no trabalho, como o ambiente molda nosso potencial, mindset de crescimento e cultura organizacional, ambientes que transformam erros em aprendizado, impacto das culturas rígidas no desenvolvimento

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A Nova Ambição: Ser Pleno em um Mundo que Cobra Excelência https://www.cloudcoaching.com.br/como-ser-pleno-em-um-mundo-que-cobra-excelencia/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=como-ser-pleno-em-um-mundo-que-cobra-excelencia https://www.cloudcoaching.com.br/como-ser-pleno-em-um-mundo-que-cobra-excelencia/#respond_66059 Fri, 08 Aug 2025 14:20:03 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=66059 Num mundo que exige alta performance constante, o que vale mais: a obsessão por excelência ou a sua paz interior? Ser pleno virou praticamente um gesto radical — uma nova ambição que desafia métricas, redefine sucesso e devolve sentido ao que realmente importa.

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A Nova Ambição: Ser Pleno em um Mundo que Cobra Excelência

Desde quando ser bom deixou de ser suficiente? Na sociedade da exposição e da comparação que cobra a alta performance constante, o “ótimo” virou o novo “mínimo aceitável”: já não basta sobressair-se em alguma coisa – é preciso ser excelente em tudo. E se, ao invés de vencer, escolhermos viver com inteireza?

Vivemos tempos em que o ideal de sucesso foi sequestrado por um imperativo de performance sem fim, onde ser competente já não basta. É preciso estar sempre um passo à frente, ultrapassando expectativas e otimizando o tempo, a produtividade, o corpo e a mente. Às vezes parece que a vida virou um projeto onde o valor de alguém só pode ser medido pela sua capacidade de entregar, impactar e se destacar: a excelência virou norma, e a norma virou prisão.

“A sociedade do desempenho e do cansaço é uma sociedade de indivíduos livres que se exploram voluntariamente até a exaustão.” (Byung-Chul Han)

Por trás da promessa de uma vida extraordinária, esconde-se uma epidemia silenciosa de esgotamento. O burnout, antes restrito a algumas profissões de alta exigência, agora é quase um traço geracional. A ansiedade, o medo de fracassar, o sentimento de inadequação, mesmo entre os aparentemente bem-sucedidos, denuncia que algo não vai bem. Nunca se falou tanto em equilíbrio, mas nunca estivemos tão distantes dele.


A distorção das métricas

Há algo profundamente disfuncional na forma como aprendemos a medir a própria vida. Em meio a metas, algoritmos, avaliações de desempenho e rankings invisíveis, a pergunta mais simples – estou bem comigo? – acaba esquecida. A lógica da produtividade contínua substituiu o espaço da escuta, da pausa, do sentir.

Como ouvi em uma sessão de análise, “já não aguento mais ter que ser muito boa em tantas funções: ser eu já é difícil, mas preciso ser a namorada que mantem um bom relacionamento, a empresária que faz o negócio dar certo, a dona de casa que põe tudo para funcionar… É exaustivo”. Sim, é exaustivo. A vida está sendo medida pelos resultados apenas.

Essa distorção não é só individual, mas está entranhada na cultura moderna: em muitas organizações estar cansado virou sinal de comprometimento; nas redes sociais, ser incrível virou obrigação cotidiana; na vida pessoal, o tempo livre precisa ser justificado com alguma tarefa útil.

Eu me arrisco a dizer que o descanso virou luxo e a simplicidade de apenas contemplar, quase uma heresia.


Uma outra ambição é possível

Mas algo começa a se mover e isso é perceptível tanto no Coaching como na Psicanálise. Aos poucos, novas perguntas estão emergindo: e se ser pleno for mais importante do que ser impecável? E se a verdadeira ambição não for sobre subir degraus, mas sobre permanecer inteiro ao longo do caminho? E se a potência não estiver em fazer tudo, mas em escolher o que realmente importa?

“A principal motivação do homem é o desejo de encontrar um sentido para sua vida.” (Viktor Frankl)

Essa virada de eixo exige coragem para dizer não à pressa que tudo engole, valorizando o tempo como um bem existencial, não apenas produtivo. Seria algo como desenvolver em si a coragem de não performar, e ainda assim reconhecer seu valor.

Autores como Viktor Frankl nos lembram que o sentido, e não a excelência, é o que sustenta a vida. Byung-Chul Han denuncia a autoexploração como uma nova forma de dominação. E mesmo movimentos contemporâneos como o slow living ou o quiet quiting revelam que há um desejo latente de desacelerar e reencontrar uma vida que traga prazer também, não só tarefas para serem cumpridas.


Provocação: quais são as suas métricas?

Talvez valha a pena parar um pouco e refletir sobre suas escolhas – ou talvez a falta delas. Você tem se medido pelo quê?

  • Número de tarefas feitas e entregues ou o grau de presença no que faz?
  • Expectativas externas ou desejos autênticos?
  • Reconhecimento público ou paz íntima?
  • Resultado final ou coerência do processo?

Não se trata apenas de trocar metas, mas de rever as lentes com que enxergamos a própria vida. Em vez de perguntar quanto ganhamos, talvez devêssemos perguntar quanto perdemos de nós mesmos nesse processo. Em vez de nos orgulharmos apenas pelo que conquistamos, talvez devêssemos nos orgulhar daquilo que decidimos não aceitar para proteger quem somos.

Deixo aqui um convite: e se no lugar de contar conquistas, sustentássemos conversas significativas? E se o tempo de qualidade com quem amamos voltasse a pesar mais do que o número de tarefas cumpridas? E se a nossa métrica de sucesso fosse o grau de paz que sentimos ao deitar à noite, e não a quantidade de curtidas, entregas ou títulos acumulados?


O que vale a pena sustentar?

Redefinir sucesso não significa renunciar à potência, mas à ilusão de que precisamos nos provar o tempo todo, procurando sempre ser o melhor em vez de estar bem. Tipo não correr para dar conta de tudo, e sim escolher o que queremos carregar. Ou cultivar vínculos, tempo, saúde e inteireza no lugar de colecionar conquistas.

Essa não é uma ambição menor. Ao contrário. Talvez seja a mais difícil de todas: a de habitar a própria vida com inteireza, mesmo quando tudo ao redor exige performance.

Não se trata de negar a excelência, pois ela pode ser bela, criativa, inspiradora. Pode se transformar, inclusive, no sentido que procura para sua vida. Mas quando se torna um dever constante, deixa de libertar e começa a adoecer. Por isso, talvez seja preciso resgatar um tipo de ambição mais humana: a de viver com presença, sentido e plenitude, sendo quem se é, sem precisar se provar o tempo todo.

Em tempos de excesso de tudo, menos de si mesmo, ser pleno talvez seja o gesto mais radical.

Como disse Jung:

“Prefiro ser inteiro a ser bom.”


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Quer saber mais sobre como ser pleno em um mundo que cobra excelência o tempo todo — e descobrir como redefinir sucesso com autenticidade? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

Confira também: Entre o Atalho e o Abismo: O Risco de Emburrecermos com a IA

Palavras-chave: nova ambição, ser pleno, cobrança por excelência, redefinir sucesso, alta performance, ambição consciente, o que é ser pleno, como ser pleno, como ser pleno em um mundo que cobra excelência, como lidar com a cobrança por excelência, impactos da alta performance constante, redesenhar metas com autenticidade

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Entre o Atalho e o Abismo: O Risco de Emburrecermos com a IA

Quando a tecnologia nos poupa do esforço de pensar, o que perdemos é mais do que tempo: é a própria inteligência humana que pode estar em jogo.

Nos últimos meses, uma inquietação vem me acompanhando com força crescente. Percebo, especialmente entre os mais jovens, uma recusa ativa à leitura de livros que exigem reflexão, à escrita autoral, à escuta do próprio pensamento. Mais do que isso: há quem pergunte à inteligência artificial o que deve sentir diante de um término amoroso, como reagir a um conflito familiar ou o que escrever em uma mensagem para alguém querido. Como se a experiência de ser humano pudesse ser resolvida por um algoritmo.

Diante disso, me pergunto:

“A IA está nos emburrecendo? Ou será que somos nós que estamos escolhendo abdicar do processo cognitivo e afetivo de existir?”

Como psicanalista, mentora, educadora, coach, como alguém que pensa e observa, não posso ignorar essa inquietação. E é com ela que este texto começa – não para demonizar a tecnologia, mas para refletir honestamente sobre a forma como a estamos integrando (ou substituindo) em nossa vida mental.


A falsa promessa do atalho

A inteligência artificial oferece algo muito sedutor: o atalho. Respostas rápidas, bem escritas, organizadas, convincentes. Mas há uma diferença imensa entre obter uma resposta e elaborar um pensamento.

Ao saltarmos direto para o destino, a resposta, perdemos a riqueza do percurso: a dúvida, o erro, a frustração, a curiosidade, a reorganização das ideias. E é nesse processo – lento, trabalhoso, às vezes desconfortável – que o pensamento crítico se desenvolve. Ao substituir esse caminho por uma resposta pronta, corremos o risco de trocar a cognição profunda pela ilusão de saber.

Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, alerta para o esvaziamento da experiência reflexiva em uma cultura que valoriza o desempenho, a transparência e a positividade a qualquer custo. Em Sociedade do Cansaço, ele argumenta que vivemos uma era de hiper produtividade onde o sujeito é pressionado a funcionar, mas não a pensar. “A ausência de dor não é alegria, mas anestesia”, diz ele. E a IA, nesse contexto, pode nos anestesiar do desconforto fundamental que impulsiona o pensamento real.


O encanto que só um livro inteiro revela

Ler uma frase impactante pode ser bonito. Mas ler o livro inteiro e descobrir onde aquela frase mora, no meio de tantas outras ideias, contextos, dúvidas e revelações… isso é outra coisa. É como escavar lentamente até encontrar um diamante e, ao encontrá-lo, perceber que ele só brilha porque foi gerado pela pressão do todo.

Li tantos livros em minha vida que perdi a conta. E sempre foi uma experiência enriquecedora, ainda que eu discordasse profundamente do que ali estava escrito: com certeza eles me ajudaram a forjar quem sou. Peguei aqui, aleatoriamente, alguns livros em minha estante e, também aleatoriamente, separei frases:

Viktor Frankl – Em Busca de Sentido

O autor, que sobreviveu a campos de concentração, escreve:

“Entre o estímulo e a resposta existe um espaço. Nesse espaço está o nosso poder de escolher a nossa resposta.”

Mas o que essa frase significa de verdade só se revela quando lemos todo o testemunho ético, corajoso e profundamente humano que a sustenta. É nesse contexto que ela brilha. E transforma.

Clarice Lispector – A Hora da Estrela

Clarice escreve:

“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”

Mas para compreender esse desejo indizível, é preciso acompanhar Macabéa, personagem pequena e imensa, página por página. A frase não vive sozinha: ela pulsa porque nasceu de uma história inteira.

Edgar Morin – A Cabeça Bem-Feita

Um dos meus preferidos, diz ele:

“É preciso ensinar a viver.”

Trata-se de muito mais do que um aforismo bonito. Morin fala da educação como um ato existencial, ético, planetário. É no corpo do texto, cheio de conexões entre ciência, poesia e política, que essa frase ganha densidade e urgência.

Hannah Arendt – A Vida do Espírito

Difícil escolher apenas um livro de Arendt. Então escolhi a frase:

“O pensar nunca obedece, e o obedecer nunca pensa.”

Ler essa frase num post pode até provocar um arrepio. Mas é ao longo do livro, onde ela reflete sobre o julgamento, a banalidade do mal e a importância do pensamento como resistência, que a ideia se inscreve na alma. Não é uma provocação: é um chamado à responsabilidade.

Domenico De Masi – Ócio Criativo

Neste livro, De Masi nos convida a reimaginar o trabalho, o tempo e a vida:

“O homem do futuro será aquele que souber misturar trabalho, estudo e lazer numa única atividade.”

Mas esse futuro só ganha forma quando lemos as análises culturais, históricas e filosóficas que o autor apresenta. Ele não está vendendo um estilo de vida, mas propondo um deslocamento profundo da lógica produtivista que nos adoece.

Ler o todo exige tempo, mas nos dá profundidade. É como conhecer alguém de verdade, e não só ver seu perfil. As frases soltas tocam, sim. Mas o livro inteiro transforma. E talvez seja isso que estamos perdendo quando preferimos atalhos: a beleza lenta de ser atravessado por uma ideia inteira.


O cérebro que deixa de pensar, atrofia

Do ponto de vista da neurociência, esse modelo de terceirização cognitiva é perigoso. O cérebro humano é plástico: ele se modifica conforme o uso. Cada vez que enfrentamos um desafio cognitivo – ao ler um texto denso, escrever uma reflexão própria, organizar ideias complexas – estamos fortalecendo conexões neurais. Literalmente fazendo crescer nosso cérebro.

Mas o contrário também é verdade. Ao evitarmos o esforço cognitivo, essas conexões se enfraquecem. Maryanne Wolf, em O Cérebro no Mundo Digital, alerta para os efeitos da leitura superficial induzida pelas telas:

“Se perdermos a capacidade de leitura profunda, perderemos a capacidade de pensar profundamente.”

Para ela, o cérebro leitor do século XXI está se moldando à velocidade, à fragmentação e à gratificação instantânea – o oposto da construção reflexiva que a leitura complexa proporciona.

Além disso, o uso compulsivo de tecnologias interativas com recompensas rápidas, notificações constantes e soluções prontas, compromete a memória de longo prazo, a atenção sustentada e a empatia. Estamos criando cérebros que pulam de estímulo em estímulo, mas não mergulham em nenhum.


Quando até os sentimentos são terceirizados

Há algo ainda mais delicado nessa equação. A inteligência artificial não está apenas substituindo o pensamento – ela está, em alguns casos, tentando substituir a vivência emocional. Já vi jovens perguntarem à IA o que fazer com sua tristeza, se “devem” perdoar alguém, como se sentir diante de uma ofensa, ou até como terminar um relacionamento de forma “correta”. E até profissionais da área perguntarem como lidar com este ou aquele paciente.

O mais interessante foi um adolescente que me afirmou, com certeza, que a IA era uma grande mentira. E explicou: “perguntei a ela o que era a vida, e não soube me responder!”. Como assim?! Expliquei a ele que essa era uma pergunta filosófica que nenhum ser humano conseguira responder – mas para ele (e para quantos mais?) a IA é uma entidade superior à parte e deve ter todas as respostas.

Esse tipo de uso revela uma abdicação progressiva da escuta interna, do sentir ambíguo, do conflito necessário que atravessa qualquer experiência emocional autêntica. Ao buscar uma resposta “correta” fora de si, o sujeito passa a se afastar de sua singularidade, da construção ética de suas próprias decisões, da travessia subjetiva que define o amadurecimento.

Estamos correndo o risco de criar não apenas mentes superficiais, mas consciências padronizadas – moldadas por respostas estatísticas, descoladas do desejo, da história e da imaginação.


O pensamento crítico em risco

O que está em jogo, portanto, não é apenas o conhecimento, mas a capacidade de pensar – e, com ela, a liberdade. A juventude que evita o esforço da leitura, que copia respostas geradas por IA sem compreender, que não aprende a escrever com a própria voz, está sendo privada de um direito fundamental: o de construir sua própria maneira de ver o mundo.

Paulo Freire, em A Importância do Ato de Ler, nos lembra que “ler o mundo precede ler a palavra”. Ou seja, a leitura não é apenas decodificação, mas construção de sentido. Quando a escola (ou a vida digital) educa apenas para repetir, copiar, obedecer ou simplificar, estamos cultivando sujeitos que consomem respostas – não aqueles que as interrogam. E sem questionamento, não há pensamento crítico, nem autonomia ética.

Mais grave ainda: ao evitarmos o desconforto do pensamento próprio, abrimos espaço para formas sutis de controle e conformismo. Afinal, quem não pensa por si mesmo pode ser conduzido com mais facilidade – pela máquina, pelo algoritmo, pelo sistema.


IA: extensão ou substituto da mente?

Nada disso significa que a inteligência artificial deva ser rejeitada. Ao contrário: ela pode ser uma ferramenta extraordinária de expansão cognitiva, se usada com consciência. Pode estimular debates, facilitar acesso a informações, inspirar ideias, permitir conexões antes impensáveis. Mas, para isso, é preciso que ela seja usada como extensão da mente, e não como substituta do pensamento.

É necessário recuperar o lugar da dúvida, da complexidade, do esforço. Usar a IA para nos ajudar a pensar melhor – e não para pensar no nosso lugar. Há uma diferença radical entre consultar uma ferramenta e submeter-se a ela.

Eu mesma estou passando por uma experiência no mínimo curiosa: há 4 meses me dedico a escrever um livro baseado em minhas experiências profissionais, sobre um trabalho acadêmico que fiz em 2014. Revi processos de Coaching desde 2007 e cheguei a lugares, no mínimo, curiosos. Estou usando a IA? Sim. Com ela discuto sobre conhecimentos profundos que tenho e reflexões as quais chego. Porque conheço, interajo. Não faço da IA a minha muleta.


E o futuro do pensamento?

O que me preocupa, no fim, não é a inteligência artificial. É a inteligência humana. É o risco de perdermos, por comodismo ou ignorância, a chance de exercê-la. O pensamento crítico, reflexivo, ético e criativo é uma conquista, e precisa ser cultivado como tal. Isso exige tempo, silêncio, desconforto, esforço. Exige leitura, escuta, escrita, dúvida.

Se não formos nós a fazer isso, com coragem e presença, a máquina o fará. Mas será outra coisa. E talvez, ao fim de tudo, a inteligência artificial esteja apenas revelando o que estamos dispostos a abandonar: a difícil e bela tarefa de sermos plenamente humanos.

Para ir além: leituras que inquietam e despertam

1. Maryanne Wolf – O Cérebro no Mundo Digital

Um alerta sobre como a leitura profunda está sendo substituída por padrões digitais de velocidade e distração. Leitura essencial para quem deseja compreender o impacto da tecnologia no cérebro.

2. Paulo Freire – A Importância do Ato de Ler

Mais do que uma defesa da alfabetização, é um manifesto pelo direito de pensar o mundo com autonomia. Educação como prática da liberdade.

3. Byung-Chul Han – Sociedade do Cansaço

Filosofia afiada sobre a cultura do desempenho e da positividade que nos esvazia de pensamento e esgota emocionalmente.

4. Neil Postman – Technopoly

Uma crítica profunda à submissão da cultura à tecnologia. Mostra como a técnica, se não for questionada, pode colonizar a linguagem, o saber e a consciência.

5. Sherry Turkle – Alone Together

Reflexões fundamentais sobre o impacto da tecnologia nas relações humanas, na identidade e no senso de intimidade. Um livro para quem quer entender o que está se perdendo na era da conexão constante.


Nota da autora

Este texto foi escrito a partir de experiências reais, inquietações próprias e diálogos provocadores – pensados e planejados – com a inteligência artificial. A IA foi usada aqui como ferramenta crítica de reflexão, não como substituta do pensamento. Porque, mais do que nunca, pensar continua sendo um ato humano.


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Isabel C Franchon
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Confira também: Microaprendizado: Como Aprender de Forma Leve em Tempos Acelerados

Palavras-chave: inteligência artificial, pensamento crítico, cognição, uso consciente da tecnologia, como a IA afeta o pensamento humano, riscos do uso excessivo da IA, inteligência artificial e pensamento crítico, a importância do pensamento crítico, substituição do pensamento pela IA, impacto da tecnologia na cognição

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Microaprendizado: Como Aprender de Forma Leve em Tempos Acelerados https://www.cloudcoaching.com.br/microaprendizado-como-aprender-de-forma-leve-em-tempos-acelerados/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=microaprendizado-como-aprender-de-forma-leve-em-tempos-acelerados https://www.cloudcoaching.com.br/microaprendizado-como-aprender-de-forma-leve-em-tempos-acelerados/#respond_65205 Fri, 16 May 2025 14:20:08 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=65205 A vida acelerou e o conteúdo está por toda parte — mas será que estamos realmente aprendendo? Descubra como o microaprendizado, aliado à neurociência, pode transformar sua rotina com mais retenção, leveza e foco — sem sobrecarregar sua mente.

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Microaprendizado: Como Aprender de Forma Leve em Tempos Acelerados

A vida hoje acontece em velocidade máxima e o acesso às informações estão, literalmente, na palma das mãos. De um nome a uma fórmula complexa, basta perguntar ao Google, e se ‘ele’ não responder, fornecerá caminhos para se chegar à resposta. Mas essa abundância de conteúdo pode nos sobrecarregar. Afinal, será que estamos absorvendo o que importa? Ou só acumulando informações sem retenção?

Muita gente sente que sua memória não é mais a mesma. E não é só impressão. O excesso de dados, o estresse, o sono ruim, o uso excessivo de tecnologia e a falta de treino mental afetam diretamente nossa capacidade de aprender. É aí que entra o microaprendizado, uma abordagem baseada em conteúdos curtos e objetivos, que permite absorver conhecimento de forma contínua sem sobrecarga.

Vídeos rápidos, módulos dinâmicos, podcasts curtos – o microaprendizado atende profissionais que precisam evoluir sem investir horas em estudos longos. Mas fica uma dúvida: Será que aprender aos poucos compromete a profundidade do conhecimento? Ou essa fragmentação é justamente o segredo para um aprendizado adaptável ao mundo acelerado?

A resposta vem da neurociência! Teorias como a Codificação Eficiente, do neurocientista Horace Barlow, mostram que o cérebro processa melhor informações curtas e relevantes, reduzindo a sobrecarga cognitiva. Já a Teoria da Informação Neural, inspirada em Claude Shannon, reforça que dados fragmentados são absorvidos com mais clareza.

Traduzindo: microaprendizado melhora a retenção e flexibilidade no aprendizado. Pequenos módulos tornam possível encaixar conhecimento no dia a dia.


Como filtrar o que realmente importa?

Aprender aos poucos pode ser incrível, mas há um desafio: como escolher o que vale a pena? Com tantas opções de conteúdo, é fácil consumir tudo e não aprender nada.

A Teoria da Carga Cognitiva, do psicólogo John Sweller, explica que quando recebemos um grande volume de informações de uma só vez, nossa capacidade de retenção diminui. Ou seja, a sobrecarga cognitiva ocorre quando o cérebro recebe mais informações do que consegue processar de maneira eficiente, o que pode levar a dificuldades do aprendizado, falta de foco e até mesmo ansiedade.

O segredo do microaprendizado está no equilíbrio entre praticidade e profundidade.

“Qualquer homem poderia, se assim desejasse, ser o escultor de seu próprio cérebro.” (Santiago Ramon y Cajal, neurocientista e Prêmio Nobel)

Ao dividir o conhecimento em pequenos módulos estruturados, a microaprendizagem evita a sobrecarga, permitindo ao cérebro processar o conteúdo de forma mais natural e eficaz. Estudos sobre aprendizado espaçado indicam que estudar em intervalos curtos ao longo do tempo aumenta a retenção de informação e melhora o entendimento do assunto.


Quem está apostando nessa tendência?

Não é só moda – o microaprendizado já é uma estratégia consolidada para empresas e instituições de ensino, no desenvolvimento profissional e na educação corporativa.

Um bom exemplo para você entender a metodologia que deve se tornar tendência, é a plataforma de ensino de idiomas, Duolingo (A Trainable Spaced Repetition Model for Language Learning) baseada na fragmentação de conteúdo: pequenas lições diárias ajudam a absorver gradualmente novas palavras e estruturas gramaticais, usando a estratégia do aprendizado espaçado, comprovadamente eficaz.

Basicamente estamos falando da economia da atenção para adquirir conhecimento sem sobrecarga.


Limitações existem. E riscos também.

Parece bom demais para ser verdade, não é? Praticidade, ciência do aprendizado e adaptabilidade para adquirir conhecimento e garantir o desenvolvimento contínuo. Mas como saber escolher o que realmente importa aprender e, mais ainda, absorver esse aprendizado, em um mundo repleto de ofertas de informações?

Corremos o risco de aceitar tudo e não aprender nada?

Apesar de suas vantagens, o microaprendizado tem desafios:

Pode ser superficial, dificultando o aprofundamento e a reflexão necessária em alguns temas. Debates, estudos de caso e exercícios práticos podem corrigir essa falha.

A curadoria do conteúdo é essencial, pois nem todo material disponível tem conteúdo de qualidade: muita informação online pode ser condensada demais, omitindo detalhes importantes, ou irrelevante.

Se não for bem estruturado, pode faltar conexão entre os módulos, dificultando a construção gradual do conhecimento.

A avaliação do aprendizado também precisa ser adaptada ao formato curto, com desafios e testes interativos.

A dependência da tecnologia pode limitar o acesso, tornando importante equilibrar materiais digitais com interações presenciais.

No entanto, com ajustes e complementações adequadas, o microaprendizado pode ser o equilíbrio perfeito entre profundidade e acessibilidade.


Pequenas doses que fazem a diferença

O microaprendizado não é só uma tendência passageira, mas uma forma inteligente de encarar os desafios do mundo moderno. Em um cenário de sobrecarga de informação e agendas cada vez mais apertadas, aprender de forma rápida e eficaz se tornou essencial para o desenvolvimento profissional e pessoal.

No fim das contas, aprender não precisa ser um evento isolado, mas sim um processo contínuo e envolvente. Pequenos hábitos integrados ao dia a dia podem transformar completamente a maneira como adquirimos conhecimento e nos desenvolvemos. Melhor ainda, sem estresse e cobranças.

Que tal começar hoje? Pequenas doses de aprendizado podem gerar grandes mudanças!


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Quer saber mais sobre como aplicar o microaprendizado na sua rotina diária para evoluir profissionalmente sem se sobrecarregar? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

Confira também: A Coragem de Se Escutar: Como Praticar o Desenvolvimento Pessoal Sem Fórmulas Mágicas

Palavras-chave: microaprendizado, aprendizado, carga cognitiva, conteúdos curtos, desenvolvimento profissional, aprendizado contínuo, retenção de informação, como usar o microaprendizado no dia a dia, benefícios do microaprendizado para profissionais, como aprender de forma leve e eficaz, estratégias para evitar sobrecarga cognitiva, melhores formas de reter conhecimento rápido

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A Coragem de Se Escutar: Como Praticar o Desenvolvimento Pessoal Sem Fórmulas Mágicas https://www.cloudcoaching.com.br/a-coragem-de-se-escutar-como-praticar-o-desenvolvimento-pessoal-sem-formulas-magicas/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-coragem-de-se-escutar-como-praticar-o-desenvolvimento-pessoal-sem-formulas-magicas https://www.cloudcoaching.com.br/a-coragem-de-se-escutar-como-praticar-o-desenvolvimento-pessoal-sem-formulas-magicas/#respond_64741 Fri, 18 Apr 2025 14:20:35 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=64741 Em um mundo obcecado por fórmulas e promessas de sucesso instantâneo, há um caminho mais verdadeiro: feito de silêncio, escuta e presença. Descubra como você pode praticar o seu desenvolvimento pessoal sem fórmulas — apenas com coragem e conexão consigo mesmo.

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A Coragem de Se Escutar: Como Praticar o Desenvolvimento Pessoal Sem Fórmulas Mágicas

Vivemos em um tempo em que há um ‘caminho certo’ para quase tudo. “Como ser mais produtivo em 7 passos”, “Como encontrar sua paixão em 21 dias”, “Como transformar sua vida com um único hábito”, “Como enriquecer”. O algoritmo ama fórmulas. Mas a vida com suas complexidades e sutilezas, resiste.

No meu último artigo aqui, falei sobre Presença, sobre estar inteiro, sobre entregar-se à vida sem distrações insignificantes.

Hoje quero falar sobre a Coragem de se Escutar nesse Presente, sem distrações.

Desenvolvimento pessoal virou produto. Virou embalagem. Virou promessa falsa para dores profundas. Mas há um tipo de evolução que não aparece nos stories, nem se mede em checklists: é aquela que nasce do silêncio, da escuta interna, do desconforto criativo de se encarar de verdade.

“Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta.” (Carl Gustav Jung)

Para Jung, a escuta interna leva ao processo de individuação, de tornar-se quem se é, conhecendo e integrando os aspectos opostos da personalidade, despertando o melhor de si e do outro e encontrando, ao mesmo tempo, o equilíbrio entre o pessoal e o coletivo – seria este o caminho da autorrealização. Como disse Nietzsche, “Torna-se quem tu és”.

Evoluir – de verdade – não é sobre acelerar. É sobre aprofundar. É sobre fazer perguntas mais honestas, mesmo sem ter respostas. E é sobre reconhecer os ruídos externos, a aprender a ouvir a própria voz, aquela que muitas vezes foi silenciada, domesticada, adestrada para agradar.

Em A Sociedade da Transparência, Byung-Chul Han, filósofo e ensaísta sul-coreano, diz que escutar a si mesmo exige silêncio. Mas o silêncio, hoje, é quase um ato subversivo, já que vivemos uma era de excesso de estímulos, de transparência forçada, de ruído constante. Tudo nos empurra para fora — e pouco nos convida a mergulhar para dentro. Talvez por isso seja tão difícil se escutar: porque o mundo não quer que a gente pare.


Tornar-se sua melhor versão?

Não, desenvolvimento pessoal não é tornar-se ‘melhor’ segundo os outros. É tornar-se mais Você, com tudo que isso implica: limites, desejos, contradições, escolhas.

Conheço, de dentro, o valor do desenvolvimento pessoal feito com verdade. Acompanhei processos belíssimos de transformação que não se deram da noite para o dia, mas no ritmo da escuta, do silêncio, do confronto com o que é real. Por isso me entristece – e por vezes fico indignada – ver o Coaching, que é uma prática tão séria, ser usado como embalagem para soluções instantâneas, para vender um tipo de “salvação” disfarçada de autoconhecimento.

Não é isso que transforma. Não é isso que cura.

Prometer atalhos é um desserviço à jornada de quem busca a si mesmo com coragem.

Sim, sou Coach. Por mais que isso fira os ouvidos de quem fala sem sequer conhecer do que se trata. Sou também Psicanalista. Sei perfeitamente a diferença entre o caminho do Coaching e a jornada da Psicanálise. O concreto e o sutil.


O desenvolvimento verdadeiro não é um espetáculo. É um caminho íntimo, muitas vezes silencioso, feito de escolhas conscientes, não de slogans. E que muitas vezes precisa ser de aprendizado prático com o Coaching.


Em um mundo saturado de manuais de autoajuda e promessas de autossuperação, de riqueza da noite para o dia, parece que a ideia de ‘ser melhor’ foi capturada pelo mercado. Como diz Byung-Chul Han, na sociedade do desempenho o sujeito acredita que pode tudo – e se não pode, a culpa é dele. Carrega o peso do fracasso como se fosse falha moral, não consequência de um sistema adoecido. O que antes era busca por sentido, virou cobrança por performance (A Sociedade do Cansaço).

É curioso como muitas promessas de desenvolvimento pessoal hoje soam mais como slogans publicitários do que como processos de verdade. Byung-Chul Han chama isso de ‘positividade tóxica’: o excesso de luz que cega. Uma exigência de felicidade permanente, de produtividade emocional, que exclui o sofrimento como parte legítima da vida.

Mas crescer dói. E às vezes, tudo o que precisamos é poder existir sem precisar performar evolução.

E quando não respondemos a essa exigência, temos remédios, não é? Antidepressivos, ansiolíticos, bloqueadores de reabsorção de serotonina e norepinefrina, estabilizadores do humor, substâncias para síndrome do pânico, TDAH…

Vivemos em um tempo em que tudo parece ter um método, uma técnica, um remédio, um passo a passo para ‘dar certo’. Ser melhor virou meta, projeto, KPI pessoal.


Mas será que isso tem mesmo a ver com desenvolvimento?

Ou será que estamos apenas nos afastando de quem somos, tentando seguir receitas que não foram feitas para nossa alma?

“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.” (Clarice Lispector)

Ou tem. Michel Foucault fala sobre o ‘cuidado de si’ (epimeleia heautou) como um ato ético, político e filosófico, que antecede o ‘conhece-te a ti mesmo’. Para ele, cuidar de si é resistir ao governo da consciência, ao controle externo sobre a verdade individual.

Escutar de verdade não é tarefa leve, já que a voz interna nem sempre fala o que queremos ouvir. Ela questiona, confronta, inquieta. Mas é ali que mora o ponto de virada – o momento em que deixamos de seguir fórmulas para começar a criar o nosso próprio caminho.

Isso exige coragem. Coragem de não seguir o fluxo só porque é bonito. Coragem de parar quando o mundo diz para correr. E coragem de recusar fórmulas prontas e criar seu próprio ritmo.

Não tem mapa para isso. Mas tem bússola. Ela vive dentro de você, e só funciona quando você se escuta com presença e verdade.

Talvez a maior transformação não seja a que reluz, mas a que silencia. Talvez o desenvolvimento mais bonito seja aquele que permite estar em paz com quem você já é – e crescer a partir daí.

Sem pressa. Sem palco. Com Presença e Verdade.


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Você quer saber mais como praticar o desenvolvimento pessoal de verdade, sem fórmulas mágicas? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
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Confira também: O Silêncio Interior em um Mundo Agitado: Como Cultivar Atenção Plena no Dia a Dia

Palavras-chave: desenvolvimento pessoal, escuta interna, autoconhecimento, presença e verdade, coaching, coragem de se escutar, desenvolvimento pessoal com verdade, como se escutar no presente, impactos da positividade tóxica, crítica às fórmulas prontas, desenvolvimento pessoal sem fórmulas mágicas, como praticar o desenvolvimento pessoal sem fórmulas mágicas, por que é preciso ter coragem de se escutar, por que como praticar o desenvolvimento pessoal

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O Silêncio Interior em um Mundo Agitado: Como Cultivar Atenção Plena no Dia a Dia https://www.cloudcoaching.com.br/o-silencio-interior-em-um-mundo-agitado-como-cultivar-atencao-plena-no-dia-a-dia-e-estar-presente/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-silencio-interior-em-um-mundo-agitado-como-cultivar-atencao-plena-no-dia-a-dia-e-estar-presente https://www.cloudcoaching.com.br/o-silencio-interior-em-um-mundo-agitado-como-cultivar-atencao-plena-no-dia-a-dia-e-estar-presente/#respond_64282 Fri, 21 Mar 2025 14:20:00 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=64282 Vivemos distraídos, ansiosos e hiperconectados em um mundo agitado. Descubra como pequenas práticas de atenção plena ajudam a reconectar com o presente, trazer clareza, reduzir o estresse e cultivar uma vida mais consciente, leve e significativa.

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O Silêncio Interior em um Mundo Agitado: Como Cultivar Atenção Plena no Dia a Dia

Você já se pegou, por exemplo, guardando um copo vazio na geladeira? Ou olhando no espelho de manhã, sem saber exatamente o que foi fazer no banheiro? Ou ainda dirigindo e, de repente, esquecer-se para onde ia? Pode parecer assustador, mas na maioria das vezes é apenas sua mente vagando no passado ou no futuro, ausente do momento atual.

Muito mais que simplesmente estar fisicamente em um lugar, a Presença é o estado plenamente consciente e conectado ao momento presente. Não só consigo mesmo, mas com os outros, com o ambiente, inteiro nas ações. É, por exemplo, o estado de atenção plena da meditação Mindfulness.

Nosso mundo é acelerado. Tudo é rápido e estamos sempre correndo de um compromisso a outro, de um pensamento a outro, sempre buscando, sempre tentando alcançar alguma coisa que nem sempre sabemos o que é – às vezes parece que a vida é uma sequência de momentos apenas, nem sempre ao nosso alcance.

Como se não bastasse, estamos conectados com o mundo todo, o tempo todo. Não só com as notícias, mas com fofocas, curiosidades, piadas, reflexões de outros – não as nossas. O que está em nós nos passa despercebido.

“Atenção plena significa prestar atenção de uma maneira particular: intencionalmente, no momento presente e sem julgamentos.” ( Jon Kabat-Zinn – pioneiro mindfulness)

A maioria dos meus clientes e pacientes se queixa da falta de memória, falta de foco, dificuldade de organizar as ideias, falta de concentração. Com a prática, entendi que não se trata de aprender ferramentas nem processos – quase sempre basta aprender a Estar Presente, com a atenção plena no que está fazendo ou vivendo.


Estamos sempre em outro lugar

Pare e pense: quando foi a última vez que realmente esteve Presente? Em que momento você parou e ficou atento apenas ao que estava vendo, fazendo ou ouvindo?

O passado já foi e nada muda isso. O futuro é uma possibilidade – e vai depender das suas ações. Ações do agora, aliás, pois o AGORA é a única realidade sobre a qual temos algum controle através de nossas escolhas.

Mas em um minuto ele também vira passado. No entanto, nossa mente, inquieta como é, vive revisitando o passado ou projetando o futuro. Projetando, veja bem. Não planejando, já que planejamento você faz e cumpre.

Por outro lado, a cultura da produtividade diminui nossa capacidade de estarmos totalmente Presentes. O excesso de pressão e expectativa pelos resultados gera ansiedade e entramos em um círculo vicioso onde conectar-se, consigo ou com os outros, demanda muito esforço.

“Estar presente é habitar totalmente o momento, sem ser arrastado pelo passado ou pelo futuro.” (Richard Moss, autor de Mandala of Being).

Impossível deixar de falar aqui da hiperconectividade. O celular, por exemplo, já virou uma extensão das mãos. Quando pergunto aos meus clientes quais os momentos do dia/noite em que se afastam do celular, a resposta é uma só: no banho, já que celular não sobrevive embaixo da água. Ainda. Mesmo assim a maioria deles aproveita para ouvir podcasts enquanto está no chuveiro. Nada mais de cantar no banho!

Nem o sono é mais o mesmo, pois deitar-se com o celular virou vício: só mais um minuto; só mais um minuto; mais um… mais um….Um intervalo de sono, e o celular é o primeiro contato do dia. E estudos mostram que a luz emitida pelo celular inibe a produção de melatonina (o hormônio que ajuda a dormir) e o conteúdo mantem a mente excitada retardando o sono.

Esse é o paradoxo da vida atual: hiperconectados e desconectados ao mesmo tempo.


A beleza de estar presente

A vida nos oferece imensos prazeres, simplesmente como ela é. Apenas deixamos de ver, sentir, ouvir, apreciar. Nos ausentamos.

Apenas pense: como você sabe que seu corpo está vivo? Bem, imagino que, como eu, seja principalmente através da respiração e do ritmo do coração. Você já parou para ouvir o coração bater e respirar conscientemente? Sua mente relaxa, seu corpo fica leve e o mundo para quando você faz isso por 2 ou 3 minutos que parecem eternos.

E como você apreende a vida sem ser pelo pensamento? Não tenho dúvidas de que é através dos cinco sentidos: ver, ouvir, sentir, cheirar, saborear.

Quando você se sentar para tomar um café, apenas tome o café: sinta o odor, a temperatura, o sabor, a acidez, sorvendo aos goles, apenas estando inteiro ali. Ou quando caminhar a pé (ou de carro), apenas observe o céu, as plantas, as pessoas, a luz que se reflete no espaço, inteiro ali. Ou ainda quando tomar um banho, entregue-se ao prazer da água caindo em seu corpo, sinta a temperatura, a textura, o perfume, o relaxamento. Use todos os seus sentidos para “sentir” realmente a vida.

“A verdadeira felicidade é encontrada apenas no agora. Aceite o momento presente e encontre a perfeição dentro dele.” (Eckhart Tolle, autor de O Poder do Agora)

Mas não é só. Além do seu mundo interno em contato com o mundo externo, há O Outro. É preciso pensar nas nossas interações, na importância que elas têm e no poder de uma conexão autêntica, onde haja compreensão sem julgamento, escuta para além das palavras, e acolhimento.

As interações sociais e profissionais, desprovidas de conexão, não criam um espaço seguro onde há confiança, acolhimento. E conexão se cria com o estado da Presença: simplesmente ouvir o outro com todos os sentidos, sem distrações nem julgamentos.


Os desafios de cultivar a Presença

O maior desafio na prática da Presença são as distrações do pensamento que nos tiram do aqui-agora.
Lembro-me de um antigo cliente meu que morava nos Estados Unidos dizer-me que não conseguia “calar os pensamentos”. “Sim”, eu lhe disse, “você não cala os pensamentos; você apenas os deixa ir como se fossem nuvens ao vento. Não os alimente”.

Mas o que significa alimentar os pensamentos? Imagine que está buscando o silêncio e um pensamento como “preciso fazer o relatório” vem à sua mente. Alimentá-lo significa pensar sobre ele, sobre o que tem que fazer, como fazer, do que precisa, data da entrega, quem pode ajudar etc., etc. Deixar passar significa apenas aceitar e consentir: “sim, tenho que fazer o relatório”. E silenciar a mente. Até o próximo pensamento, pois é quase impossível deixar a mente em branco por mais de 30 ou 40 segundos. Com prática.

Acolha a dispersão. Reconheça que a mente vaga. Volte ao instante presente quantas vezes for necessário. São nesses momentos que percebemos o quanto estamos acostumados a não estar aqui, agora.


Práticas para Cultivar a Presença

Tenho trabalhado a Presença com alguns clientes e juntos descobrimos que algumas estratégias funcionam muito bem:

  • Atenção Plena nas pequenas coisas: ao fazer uma refeição, por exemplo, sinta o aroma, perceba a temperatura, a textura, o aroma e saboreie cada bocado como se fosse o primeiro.
  • Desacelerar e priorizar: permita-se fazer uma coisa por vez; comer sem pressa, caminhar sem destino, observar o céu, a natureza, as pessoas.
  • Silenciar a mente: observar os pensamentos sem tentar evitá-los, reconhecendo-os sem se agarrar a eles.
  • Escuta ativa: ao conversar com alguém não fique pensando na resposta que vai dar; apenas escute, com todo o seu ser, como se fosse o mais importante.
  • Autorreflexão: desenvolver a consciência dos momentos de distração e reconectar-se com intencionalidade.
  • Desenvolvimento dos sentidos: dedicar o tempo necessário para desenvolver cada um dos cinco sentidos até que use todos.

Enfim, a Presença não exige práticas complexas ou aprendizados formais. Faz parte do autodesenvolvimento e se ancora nas pequenas escolhas do cotidiano.


Quando a vida lhe chamar, responda: Presente!

Cultivar a Presença não é apenas um conceito bonito. É uma prática que transforma vidas: a ansiedade perde espaço pois não sobra lugar para o que passou nem para o que está por vir; o mundo fica mais colorido, cheio de sentido e sabores; as relações se tornam mais profundas e verdadeiras, porque a escuta plena permite enxergar o outro com clareza e empatia. E, claro, faz diferença no seu trabalho e na sua saúde mental.

Você respira em meio ao caos da vida moderna.

No fim das contas, Estar Presente é um ato íntimo e silencioso de cuidado consigo e com os outros, que permite perceber o que realmente importa.

Então, feche os olhos por um instante. Respire fundo. Sinta o ar entrar e sair, observando cada detalhe dessa experiência. Ouça os inúmeros sons que vem de fora, do mais longe ao mais próximo, até sentir o som de seu coração batendo no ritmo da vida.


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Quer saber mais quais são os principais desafios que impedem as pessoas de estarem plenamente presentes no momento atual? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

Confira também: Treinamentos não são suficientes para resolver os problemas nas empresas

Palavras-chave: atenção plena, atenção plena no dia a dia, presença no momento presente, mindfulness no dia a dia, redução da ansiedade, silenciar a mente, como praticar atenção plena, benefícios da atenção plena, exercícios de atenção plena no cotidiano, estratégias para viver o presente, como reduzir a ansiedade com mindfulness, práticas para cultivar a presença, os desafios de cultivar a presença, a beleza de estar presente

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Treinamentos não são suficientes para resolver os problemas nas empresas https://www.cloudcoaching.com.br/treinamentos-corporativos-nao-sao-suficientes-para-resolver-os-problemas-nas-empresas/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=treinamentos-corporativos-nao-sao-suficientes-para-resolver-os-problemas-nas-empresas https://www.cloudcoaching.com.br/treinamentos-corporativos-nao-sao-suficientes-para-resolver-os-problemas-nas-empresas/#respond_63815 Fri, 21 Feb 2025 14:20:25 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=63815 Treinamentos são essenciais, mas não suficientes para mudanças reais. Sem um ambiente que favoreça a transformação, qualquer aprendizado se perde com o tempo. Descubra como organizações que aprendem de verdade criam cultura, inovação e impacto sustentável.

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Treinamentos não são suficientes para resolver os problemas nas empresas

Empresas investem milhões em treinamentos, workshops, cafés filosóficos e palestras buscando melhorar a performance dos colaboradores, a produtividade e o engajamento. No entanto, apesar dos esforços, os problemas persistem e interferem, não só nos resultados da empresa, mas na vida de todos. Por que isso acontece?

Basicamente os problemas reportados pelos meus clientes são os mesmos: só muda o endereço. A lista é grande e inclui, há anos, a falta de comunicação, insegurança da liderança, relações interpessoais conflituosas, dificuldade na execução das estratégias, processos ineficientes ou inexistentes, acúmulo de tarefas, excesso de reuniões online após a pandemia… Enfim, nada parece funcionar a contento.

A pergunta é: Se treinamentos funcionam, por que as empresas continuam com os mesmos problemas? Transmissão de conhecimento ou mudança?

Grande parte dos treinamentos corporativos foca na transmissão de conhecimentos. No entanto, o verdadeiro desafio não é aprender algo novo e sim mudar comportamentos e aplicar o aprendizado na prática. Se não há um ambiente que favoreça essa mudança, além de um líder, ou um profissional externo que a conduza, a maioria das pessoas rapidamente volta aos antigos hábitos e padrões.

“A maioria dos programas de treinamento falha porque não há estrutura para reforçar o aprendizado e garantir sua aplicação no ambiente corporativo.” (Rob Brinkerhoff em The Success Case Method)

Além disso, muitos treinamentos são eventos pontuais, desconectados da realidade do dia a dia dos colaboradores. Os participantes absorvem conceitos, sim, mas sem suporte para aplicá-los, o impacto se dilui com o tempo.

Você já ouviu falar da “síndrome do caderno cheio e da prática vazia”? O participante sai do treinamento motivado, com muitas ideias, mas volta para a rotina e encontra obstáculos como falta de apoio da liderança, resistência à mudança, pressão por resultados imediatos.

Outro problema que temos visto é que muitos treinamentos usam uma abordagem genérica, sem considerar o contexto específico da empresa e dos indivíduos. As organizações possuem uma cultura própria, desafios particulares e perfis diversos: modelos prontos nem sempre conseguem atender a complexidade da realidade corporativa.


Como construir uma organização que aprende?

Há mais de 30 anos Peter Senge vem trabalhando a construção das organizações que aprendem. Seu livro, “A Quinta Disciplina”, com edição revista, discute teoria, exemplos e caminhos práticos para levar uma organização e as pessoas que nela trabalham, à excelência – pelo sucesso de todos, óbvio.

No livro, Senge explica que organizações que aprendem continuamente são as que verdadeiramente inovam e se adaptam.

“O aprendizado ocorre quando as pessoas, ao longo do tempo, mudam sua forma de pensar e agir.” (Peter Senge)

Tenho a oportunidade de colocar em prática muitos conceitos e técnicas desenvolvidas por ele, em algumas empresas que apostam na evolução através do aprendizado com um processo contínuo de desenvolvimento. Nada a ver com a Universidade Corporativa, que também é muito importante. No modelo desenvolvido, o foco são as pessoas, não as informações.

A Quinta Disciplina desenvolve uma mudança de mentalidade – o enxergar o mundo com outros olhos – através de um caminho que percorre quatro disciplinas e fecha com a quinta, que é o Pensamento Sistêmico.

A primeira disciplina é o Domínio Pessoal – ou crescimento e aprendizado pessoais, já que a força ativa de uma organização é “pessoas”. Afinal, “as organizações só aprendem por meio de indivíduos que aprendem”.

Modelos Mentais é a segunda disciplina – justamente porque são os “nossos modelos mentais que determinam não apenas a forma como entendemos o mundo, mas também como agimos”.

A terceira disciplina é a Visão Compartilhada – não uma ideia, mas uma força de poder, que fornece o foco e a energia para a aprendizagem, elevando as aspirações, criando o entusiasmo e a motivação.

Aprendizagem em Equipe é a quarta disciplina – “o processo de alinhamento e desenvolvimento da capacidade da equipe de criar os resultados que seus membros realmente desejam”.

A quinta disciplina, que dá nome ao livro, é a Visão Sistêmica, a principal delas para o aprendizado organizacional. Senge defende que o aprendizado organizacional só acontece quando as empresas adotam uma mentalidade de sistema e abandonam abordagens fragmentadas. Em vez de buscar soluções rápidas, devem promover mudanças profundas e sustentáveis.

“A essência da aprendizagem organizacional é a capacidade de perceber padrões e aprender a moldar o futuro, em vez de apenas reagir a ele.” (Peter Senge)


Usando o poder do grupo

Se apenas o conhecimento fosse suficiente para transformar comportamentos, bastaria ler um livro para se tornar um grande líder. No entanto, a mudança real requer um trabalho mais profundo, que pode ser feito em grupos, com a condução de Coaches e Mentores, onde a aprendizagem se traduz em mudança real e sustentável.

No livro “O Poder Transformador do Grupo”, da Edições BesouroBox Ltda, oito autores abordam conceitos variados e inúmeras ferramentas que podem criar, de maneira efetiva, o que Senge chama de Organizações de Aprendizagem.

Como diz Sandra Maria Pereira, uma das autoras do livro,

“O coaching em grupo é um espaço privilegiado de aplicação da Andragogia e da inteligência coletiva, uma vez que permite o acolhimento das experiências e diferenças individuais que, trabalhadas de forma positiva, contribuem para a ampliação da sinergia e do potencial de soluções criativas e sustentáveis”.

Os indivíduos não existem isoladamente, mas sim como partes de sistemas mais amplos. E os espaços de aprendizagem potencializam as habilidades e competências individuais, além de promover coesão grupal, criatividade, empatia e um senso compartilhado de propósito.


O que gera mudança de Verdade?

O processo é sempre contínuo. Não acontece em um dia, uma semana, um mês. A mudança real requer três fatores essenciais:

1. Autoconhecimento e Reflexão: O Coaching e o Mentoring ajudam os profissionais a identificarem suas barreiras internas e a desenvolverem novas perspectivas sobre sua atuação. A transformação começa de dentro para fora.

2. Experimentação e Feedback Contínuo: O aprendizado real acontece na prática. Para que uma mudança seja consolidada, é fundamental um espaço seguro para testar novos comportamentos e receber feedback ao longo do processo – ajustes contínuos garantem que o profissional evolua de maneira consistente.

3. Cultura Organizacional: Uma empresa pode investir nos melhores treinamentos, mas se a cultura não incentiva a aplicação do aprendizado, qualquer esforço será inútil. O ambiente precisa reforçar a importância do crescimento contínuo e da experimentação.


Aprender é diferente de Mudar

Treinamentos são importantes, mas não suficientes. Empresas que realmente desejam transformação precisam ir além da simples capacitação e investir em um processo contínuo de desenvolvimento. Coaching e Mentoring são ferramentas poderosas para criar um ambiente onde o aprendizado se traduz em mudança real e sustentável.

Uma empresa pode ter os melhores conteúdos e materiais didáticos, mas se não houver um esforço genuíno para mudar mentalidades, incentivar novas práticas e dar suporte contínuo aos colaboradores, tudo não passará de uma ilusão de aprendizado.

O verdadeiro desafio não é ensinar algo novo, mas criar condições para que o conhecimento se torne ação e, eventualmente, cultura.

Leia também: Não Basta Treinar. Tem que desenvolver

Senge, Peter M. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. 29ª ed. Rio de Janeiro. BestSeller, 2013

Antonio Prado... et al. O poder (transformador) do grupo: o papel do grupo no desenvolvimento pessoal e organizacional. Porto Alegre. BesouroBox, 2024

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Quer saber mais por que treinamentos pontuais não são suficientes e frequentemente falham em promover mudanças comportamentais duradouras nas organizações? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Isabel C Franchon
https://www.q3agencia.com.br

Confira também: Liderança Estratégica: Como Prosperar em um Futuro Incerto?

Palavras-chave: treinamentos corporativos, treinamentos corporativos não são suficientes, por que treinamentos corporativos não funcionam, por que treinamentos corporativos não são suficientes, desenvolvimento organizacional, mudança de comportamento, cultura empresarial, por que treinamentos corporativos falham, estratégias para mudança organizacional, como transformar conhecimento em ação, desenvolvimento contínuo nas empresas, organizações que aprendem de verdade

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