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Coaching Virtual já por quase dois anos. Vixe! Temos questões éticas!

As relações múltiplas não são necessariamente geradoras de prejuízos ou danos, mas no contexto do Coaching pode haver sérias implicações éticas.

Coaching Virtual e a Ética das Relações Múltiplas!

Coaching Virtual e a Ética das Relações Múltiplas

Um ano e meio de estruturação do coaching dentro da fase COVID-19!

De março a setembro de 2020 viu-se os coaches procurando entender, naqueles meses, o que havia acontecido com a carreira de coaching confrontada com as normas de isolamento social. Se já não bastassem os solavancos e a banalização ocorrida em 2018 e 2019, chegavam adversidades não só do novo vírus, mas de uma pandemia viral. Os coaches nesses meses, estavam em transição para o modelo virtual em tempo integral, procurando se adaptar à modalidade de web, plataformas, aplicativos e, principalmente, à conduta tão colocada em pauta.

Muitos, como eu, naquele mês de setembro de 2020, já estávamos com um ambiente virtual organizado. Em meu caso, tinha que ter em consideração não só as diretrizes da escola de formação em resiliência da SOBRARE, como também às normatizações do Conselho Federal de Psicologia e do Ministério da Saúde. O atendimento em coaching online não podia estar à margem destas normas e orientações técnicas. Todos nós, que também temos a atuação como psicólogos clínicos, temos que aplicar as mesmas diretrizes para os demais campos de atuação.

Agora, em julho de 2021, antigas e novas demandas continuam a pressionar os coaches no Brasil.

Durante mais de uma década, muitos praticaram um coaching pautado em técnicas. Quero dizer, técnicas como, por exemplo, a linha do tempo, a nuvem de palavras, a roda da vida, eneagrama, a análise swot, os acrônimos growth e smart, e vai por aí afora. Técnicas que eram aplicadas sem um contexto teórico que lhes dessem sustentação de conteúdo. A técnica pela técnica.

O resultado foi o fomento de um ambiente de críticas e descrédito para com a prática do coaching.

Disso, ainda hoje, uma das mais urgentes demandas é a pressão pela consistência da competência de viabilizar mudanças comportamentais baseadas em teorias científicas e não no malabarismo de argumentos e jargões.

Também se verifica que atualmente, ocorrem grupos de estudos para se debater o ferramental do coaching, e as exigências se mantêm. Há necessidade de consubstanciar os instrumentos e ferramentas em teorias com aceitação e credibilidade no campo do conhecimento das mudanças comportamentais.

Outra questão tão atual é a atitude ou postura diante do manejo do estresse de um / uma cliente ou equipe. As características das condições e do estado de estresse na pandemia em 2021, definitivamente, não são as mesmas de 2018, 2019 ou início de 2020. Estamos em um mundo pandêmico e em ebulição. A compreensão necessita ser atualizada nos coaches.

Outro tema atualíssimo é o das redes de relacionamentos ou redes de influência. Diante dos impedimentos que surgiram, a revitalização do networking se tornou assim vital. Coaches se lançaram a se associar e a participar de grupos em diversos ambientes com a finalidade de expandir as redes de contatos e oportunidades.

A este fenômeno, dentro da ética, tem se chamado de “a ética das relações múltiplas”.

As relações múltiplas não são necessariamente geradoras de prejuízos ou danos a clientes e fornecedores. Contudo, no contexto de um coaching, há o risco do/da profissional cultivar relações com outra terceira pessoa que é intimamente relacionada com a/o cliente. E, nestes casos, há sérias implicações éticas.

Vejo também que acontece muito no cenário de coaching as promessas de “parcerias” e elas são perigosas quando há relações com um/uma cliente e, ao mesmo tempo, estar em relação com esta pessoa em outro papel social (amigas/os, por exemplo). É comum se identificar promessas de “no futuro” haver parcerias de negócios. Tais relações têm sido identificadas como “múltiplas” e a ética tem desaconselhado tais práticas.

Em um mundo pandêmico, há imperiosa necessidade de que as relações interpessoais estejam, de fato, transparentes e limpas.

Os coaches necessitam se abster de entrarem em relacionamentos múltiplos se a relação múltipla tiver propensão de causar danos a uma das partes envolvidas. Por exemplo, no que se refere à confiança, competência, credibilidade, objetividade dos fatos, eficácia no desempenho, ou prejuízos à imagem de uma das múltiplas partes envolvidas.

Todos nós coaches, com formação em psicologia ou não, temos que dar uma atenção especial àquelas situações inesperadas que surgem e delas acontecem “relações múltiplas”. Contudo, tomamos providências razoáveis e coerentes para encerrá-las, respeitando os melhores interesses das pessoas envolvidas e ao atendimento dos comandos éticos implícitos em nossa atuação na sociedade.

Concluo reconhecendo que, está mais evidente nestes meses pandêmicos, que o propósito de nossa atuação no mercado é de gerar bem-estar e não ansiedades ou frustrações em outras pessoas, clientes ou não. Dessa forma iremos fortalecer as atuações e interações profissionais.

Como você entende essa questão das relações múltiplas? Compartilhe comigo sua visão. Deixe um comentário para o crescimento de todos.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a ética das relações múltiplas? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

George Barbosa
http://sobrare.com.br/

Confira também: Direcionamentos para a tomada de decisões contemplando a ética

 

George Barbosa é Pedagogo, Mestre e Doutor em Psicologia, Pós-Doutor em “O Coaching psicológico”. Presidente da Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE). Facilitador do Núcleo de Estudos em Resiliência da Assoc. Bras. de Recursos Humanos (ABRH-SP). Associado da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC) e Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP), International Association Cognitive Psychotherapy (IACP), Society for Psychotherapy Research (SPR). Autor de livros sobre a Resiliência no Brasil. Coach certificado nas modalidades de Coaching Cognitivo de vida, Neurocoaching, Coaching Ontológico. Mentor e organizador da metodologia do “Coaching em Resiliência” (CR). Associado PCC, MENTOR-COACH e Ex-Presidente da International Coach Federation (ICF) – Capítulo Brasil.
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