Autoliderança com Propósito: A Nova Era da Liderança Autêntica
Querido leitor,
Você costuma refletir periodicamente sobre a sua jornada?
Recentemente, fiz uma retrospectiva sobre a minha trajetória como líder. Posso dizer que fui “empurrada” para liderar muito jovem. Eu era curiosa, comunicativa, inteligente, criativa, dedicada e disposta, e logo chamei a atenção daqueles que me contrataram para ser vendedora. Corajosa como sempre fui, abracei a oportunidade, mesmo sendo totalmente inexperiente naquela função.
Cresci em um contexto de escassez financeira tão grande que, em algumas ocasiões, passei fome e enfrentei muitas outras necessidades, mas havia algo em mim que me fazia acreditar que, se quisesse, poderia aprender tudo. Foi assim que construí uma carreira sólida e respeitável, aproveitando todas as oportunidades que surgiam, sustentada por valores que aprendi desde cedo, especialmente com meu pai.
Desejei ser líder, apesar de não ter tido tempo para planejar a carreira. Na infância, eu sempre dizia que seria o que sou hoje, mesmo vivendo em condições precárias. Acredito fortemente que os resultados significativos que conquistei enquanto líder vieram do impulso de acreditar que poderia ir além das minhas limitações e, principalmente, da habilidade que desenvolvi desde criança de encantar as pessoas pela maneira como as tratava.
Mas nem tudo foi fácil.
Apesar de ser uma líder provocadora, no sentido de elevar à potência máxima qualquer pessoa sob minha liderança, eu tinha muitas feridas emocionais que precisavam de cura. No meu processo de aprendizado sobre liderança, fiz muitas pessoas chorarem de raiva, fui dura quando deveria ter sido apenas com os fatos, demiti inadequadamente, fui impaciente, rebelde, extremamente exigente e pouco tolerante.
Contudo, também naveguei pela outra extremidade, sendo permissiva quando não deveria, agindo como “mãezona”, boazinha e compreensiva demais. Alternando entre esses extremos, aos poucos fui aprendendo a olhar para mim mesma, o que me levou a descobrir que, embora ser uma ótima líder com resultados admiráveis fosse importante, eu precisava desenvolver minha autoliderança.
Foi por meio dos aprendizados sobre autoliderança que me desliguei do papel de líder organizacional; percebi que minha missão era ajudar muito mais pessoas.
Ao abrir minha empresa na área de desenvolvimento humano, dediquei-me a ensinar habilidades comportamentais para gerentes, diretores e CEOs. Aprendi pela dor, mas nem todo mundo precisa passar por isso, especialmente se estiver disposto a se conhecer primeiro e aprender a liderar suas próprias emoções.
Poderia destacar diversos casos de sucesso ao longo desses anos, mas confesso que o sucesso obtido através da mudança perceptível desses líderes não se compara ao meu próprio sucesso em transformar cada uma das minhas inabilidades comportamentais em resultados positivos. Eu senti na pele o que ensino, apesar de também ter aprendido na teoria e com os melhores.
Destaco aqui dois mentores que aprendi a admirar pelo exemplo: Ângela Paes, psicóloga organizacional, que me ensinou sobre comunicação clara e respeitosa, e César Romão, conferencista internacional, líder inato e escritor, que plantou em meu coração a certeza de que o “sim” do meu coração deve ser sempre maior do que o “não” do mundo, além de ter me feito compreender os benefícios de acreditar nas pessoas até que se esgotem todas as possibilidades.
Mas por que estou contando a você essa história, depois de tantos anos como colunista da Cloud Coaching?
Foi justamente por refletir sobre a minha trajetória que cheguei à conclusão de que o nome da minha coluna nesta revista tão conceituada e admirada precisava mudar. Falar sobre liderança autêntica com propósito é importante, mas não mais do que falar sobre autoliderança.
Portanto, a partir deste mês, minha coluna passará a se chamar “Autoliderança Autêntica com Propósito”. Se você ler meus artigos anteriores, perceberá que minha escrita sempre teve essa finalidade: orientar para a mudança de dentro para fora. É com essa intenção, agora declarada no título da coluna, que sigo com você de agora em diante.
Espero continuar contando com a sua companhia nos próximos artigos e, parafraseando uma amiga, “tudo é sobre pessoas e emoções”. Portanto, precisamos começar com a pessoa sobre a qual temos mais influência: nós mesmos.
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como aprimorar suas habilidades de liderança e autoconhecimento? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Um grande abraço e até o próximo artigo!
Shirley Brandão
https://shirleybrandao.com.br/
@shirleybrandaooficial
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