O post Quanto custa abrir um negócio? apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Se você acompanha revistas e programas sobre empreendedorismo, com certeza já viu matérias sobre investimento anjo ou sobre como fazer apresentações para investidores. Todo o mundo está falando sobre isso. Acontece que a realidade é bem mais simples. Ninguém precisa sair correndo atrás do dinheiro de terceiros.
Nessa faixa, existem pelo menos dois tipos de negócios. Aquele em que o empreendedor não tem outra alternativa de carreira e começa a empreender por necessidade, “do nada.” Outro tipo de negócio é aquele em que o empreendedor acumulou tanta experiência que consegue desenvolver – apenas com seu conhecimento técnico – um serviço pronto para ser vendido.
Nesse caso, o empreendedor (e equipe) tem uma grande habilidade para prototipar e testar soluções para o mercado alvo.
Esses são alguns dos mais interessantes. Eles podem (ou não) serem “derivados” do tipo anterior. Podem ser negócios como o Buscapé ou Facebook, por exemplo. Ou seja, mesmo iniciando com zero reais, é preciso hospedar um site na Internet, pagar uma ferramenta de email marketing e fazer o logotipo da empresa.
Lendo isso, você pode dizer “mas Thiago, tanto o Facebook, quanto o Buscapé conseguiram investimento.” Você tem razão, mas eu destaco que eles não começaram com investimento externo. Os empreendedores desenvolveram algo, antes de captar dinheiro no mercado.
A diferença está na abordagem: algumas pessoas priorizam a busca por investimento, mais do que se preocupam com o desenvolvimento de produtos ou serviços.
Esse tipo de negócio tem algumas características específicas. Alguém que conseguiu juntar cerca de R$100.000 para iniciar um negócio pode ter feito isso por conta própria (maior probabilidade) ou por meio de investidores (menor probabilidade).
Cerca de 2 milhões de negócios são abertos por ano no Brasil e apenas uma fração deles começa com investimento nesse volume.
Quando falamos de um volume de cerca de R$100.000, espera-se que a ideia da solução já tenha sido prototipada e validada. Ou seja, o dinheiro não será gasto para “testar” se o produto/serviço tem aderência ao mercado.
Os negócios que precisam de mais de R$100.000 de investimento inicial para sair do papel devem ser analisados com lupa.
Com a variedade de tecnologias disponíveis atualmente, é possível prototipar muitos modelos de negócios antes de investir esse valor.
Pense em fazer um desenho ou vídeo explicando a solução. Desenvolva a primeira versão, por mais estranha que possa parecer. Se necessário, contrate alguém por um ou dois mil reais para fazer um “story board” que conta a história que você está tentando resolver.
Idealmente, negócios que começam com mais de meio milhão de reais são criados por pessoas que entendem muito do mercado em que atuam.
Eles conhecem as informações, práticas e influências dominantes no mercado alvo. Dessa forma, o dinheiro não é utilizado apenas para testar soluções, mas para conectar – com lucro! – produtos e serviços a potenciais influenciadores e compradores.
Nesse volume de investimento, ao mesmo tempo em que é necessário um plano para gastos, é preciso flexibilidade. Ou seja, é importante saber que mesmo conhecendo um mercado específico, a economia é dinâmica e as prioridades podem mudar.
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]]>As motivações e caminhos de jovens até uma carreira são tão vastos quanto às opções de carreira disponíveis. Entretanto, exemplos familiares – pais exigindo que filhos sigam sua profissão –, preconceito de gênero – engenharia é coisa de homem –, ou o simples desconhecimento de alternativas, prejudicam a escolha proativa e consciente por uma profissão.
Duas das mais importantes fases do desenvolvimento vocacional estão ligadas ao ensino superior e ao que o ensino superior representa. Uma delas antecede a escolha por um curso. Nessa, jovens tentam responder à pergunta “vou estudar o quê?” A outra fase aparece especialmente durante o último ano de estudos, onde eles e elas tentam responder à questão “o que faço depois de me formar?”
É possível identificar um sistema de ensino superior genérico quando classificamos cursos de acordo com o tipo de estudante que se propõem formar. Alguns poucos programas buscam desenvolver ativistas sociais. Outros investem na formação de pensadores. Raros são aqueles que desenvolvem profissionais com o objetivo de transformar o campo em que atuam. Na prática, portanto, o grande objetivo dos cursos superiores é o desenvolvimento de “substitutos” profissionais.
Observamos esse posicionamento nas campanhas de atração de alunos e em outros materiais de comunicação, que destacam a “colocação no mercado de trabalho.” Em outras palavras, nas fases pré, pós e durante a vida universitária, o objetivo principal dos cursos superiores está ligado à rudimentar inserção no mercado de trabalho. Nesse modelo impera a substituição de profissionais, e ganha a universidade que oferece mais vagas de estágio e emprego. Nele, existe pouca reflexão, ação ou busca por transformação de um campo do conhecimento.
Uma minoria que não se contenta em ser apenas substitutos profissionais está perseguindo uma alternativa. No entanto, mesmo considerando avanços recentes, o empreendedorismo como opção de carreira ainda é um modelo extremamente frágil. O processo é custoso, a estrutura de apoio fraca e a recompensa incerta.
Enquanto alguns jovens têm exemplos de empreendedores de sucesso na família, outros desenvolvem a intenção empreendedora baseados em informações incompletas. Afinal, um sistema educacional estruturado para a promoção de vagas de estágio e emprego não apoia com qualidade aqueles que buscam desenvolver uma companhia. Quando isso ocorre, com frequência são utilizadas tecnologias, técnicas e modelos diferentes daqueles apresentados na graduação.
Isso significa que após a tomada de decisão por empreender um negócio próprio, os jovens não têm apoio de redes formais de ensino. Não há cursos com duração de dois ou quatro anos com foco em desenvolvimento de novos negócios. A decisão por aprender a empreender é perseguida geralmente com pouca substância, numa ordem errática e por meio de uma rede desestruturada.
Enquanto existem áreas do conhecimento extremamente organizadas, como cursinhos pré-vestibulares, concursos públicos e exames de idiomas, o empreendedorismo ainda é uma incógnita educacional. Formadores de opinião, decisores e especialistas não encontraram ainda modelos estuturados de ensino de novos negócios que vençam o empreendedorismo de empolgação, sob o risco deste dominar o ecossistema.
É necessário elaborar alternativas estruturadas e validadas que complementem opções de desenvolvimento vocacional dos jovens, com foco no empreendedorismo. Isso deve ir além da apresentação de casos de sucesso que os inspirem e motivem a perseguir um negócio próprio. O objetivo deve ser o desenvolvimento de um modelo que complemente o que a universidade ainda não oferece: um caminho ágil e rápido de entrada no processo empreendedor, e que ofereça caminhos para reflexão e formação de modelos mentais.
Áreas do conhecimento hoje consideradas tradicionais um dia também foram desestruturadas e colocadas em xeque. Atualmente, formam milhões de pessoas em cursos superiores. O caminho para desenvolvimento de programas formais ligados a novos negócios está em andamento. Assim como os demais campos profissionais, um dos principais desafios é estruturar um sistema formal de ensino ao redor de uma rede constituida especialmente por atividades informais e independentes.
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]]>O post O que é Assessment? Acelere o desenvolvimento profissional apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Quando alguém decide estudar inglês, por exemplo, uma das primeiras coisas que se faz é um teste para descobrir seu nível de conhecimento da língua. A partir desse teste (que pode ser chamado de assessment ou avaliação), a coordenação da escola indica qual o módulo a ser cursado: inglês básico, intermediário ou avançado.
De modo simplificado, assessments ocorrem constantemente em nossas interações com pessoas, amigos ou profissionalmente. Quando você pergunta “como vai?” ou quando alguém analisa seu currículo, um assessment está em andamento.
No caso dos testes de idiomas, claramente há respostas certas e erradas. Em inglês, a grafia correta da palavra pare é “stop”, não “stoop” ou “sttop.” Esse tipo de assessment – onde há respostas consideradas certas ou erradas – é chamado de teste. Nele, se encaixam vestibulares, o teste de QI e outras avaliações lógico-matemáticas.
Por outro lado, quando um assessment avalia preferências – e não respostas certas – ele é chamado de instrumento.
Uma avaliação vocacional onde um adolescente é questionado sobre se prefere fazer contas de cabeça ou assobiar uma música é chamada de instrumento. Sua resposta indica uma preferência, não algo a ser considerado certo ou errado. Seja um teste ou instrumento, os assessments estão presentes, tanto na nossa vida pessoal, quanto profissional.
No ambiente corporativo, os assessments são muito comuns e ocorrem sem percebermos. Seja nas entrevistas de emprego ou em avaliações trimestrais de desempenho, as pessoas estão constantemente avaliando umas às outras.
Enquanto alguns assessments não têm tanto valor – perguntar “como alguém vai” é mais uma questão de educação e empatia – outros são bem mais importantes. Para dirigir um caminhão, um profissional é avaliado ao tirar sua carteira de motorista. Uma jovem advogada faz o exame da OAB para iniciar sua carreira, enquanto há discussões sobre se médicos também deveriam ter um exame para praticarem a medicina.
Embora sejam evidentes os benefícios de assessments no ambiente corporativo, geralmente essas avaliações não estão ligadas à atividade fim de grande parte dos profissionais. Por exemplo, não há assessments para profissionais de marketing, fisioterapeutas ou engenheiros. Também não há formatos estruturados para avaliar o quanto alguém fala bem em público, faz apresentações com qualidade ou é expert em análises de gráficos.
As avaliações que existem no ambiente corporativo geralmente são ligadas a poucos campos profissionais e às avaliações comportamentais.
Alguns setores, como o de investimentos financeiros, se organizaram para avaliar e certificar profissionais. Por meio do Certificate in Financial Planning (CFP), criou-se um padrão mundialmente reconhecido na área de finanças. O mesmo ocorre com profissionais de gestão de projetos, com o Project Management Professional (PMP).
Outra categoria de assessment utilizada no ambiente corporativo é o de avaliação comportamental, que possuem duas aplicações. Há a aplicação pré-contratação e a pós-contratação (em inglês, pre-employement e post-employment).
Os assessments pré-contratação, como o nome indica, são utilizados para avaliar características de profissionais que serão contratados. Uma equipe que precisa ser complementada por um profissional analítico pode fazer uso do instrumento MBTI, por exemplo, para identificar candidatos que tenham essa característica dominante.
Em aplicações pós-contratação, o próprio MBTI pode ser utilizado. Nesse caso, ao identificar características comportamentais de profissionais que já façam parte de uma equipe, ele serve como base para a criação de um programa de desenvolvimento.
Enquanto cursava mestrado nos EUA, tive a oportunidade de cursar uma disciplina chamada “Dinâmicas do Desenvolvimento Vocacional”, na faculdade de psicologia da New York University. Ao analisar diversos assessments, ficou evidente a importância de instrumentos estruturados e validados para apoiar o desenvolvimento vocacional de profissionais, independentemente de sua idade, setor ou fase profissional (pré-contratação ou pós-contratação).
Durante minha capacitação, aprendi que o foco dos assessments utilizados para o desenvolvimento profissional são funcionários de empresas (pessoas que serão contratadas por outras). Ou seja, o público-alvo dos assessments até então não são empreendedores ou profissionais que querem abrir um negócio, mas seus atuais e futuros funcionários.
Esse foi um dos motivos que levou à criação do QEMP – Quociente Empreendedor , o único assessment com foco em consultoria, coaching e mentoria baseado nas áreas do empreendedorismo, educação e comportamento humano.
Assim como os assessments tradicionais, é necessária uma capacitação para aplicação e devolutiva do QEMP, feita por meio da Certificação na Metodologia
Por outro lado, diferentemente do padrão do mercado, o QEMP é contextual, seu resultado varia de acordo com o negócio que o empreendedor está abrindo ou planeja abrir. Por exemplo, enquanto o teste de QI é estático, o QEMP muda conforme o profissional aprende sobre seu setor ou desenvolve habilidades de controle e planejamento.
Recentemente escrevi um artigo comparando o QI, QEMP e a teoria das múltiplas inteligências. Convido você a ler e refletir sobre um dos assessments mais antigos da história (o QI), criado no início do século XX. Você conhecerá a avó das avaliações como conhecemos hoje.
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]]>Antes do prato principal chegar, surgiu a pergunta: como as pessoas aprendem marketing? Ela veio de bate-pronto, do meu colega, na época cursando essa disciplina no MBA. Ele continuou: ao final do curso, como posso garantir que aprendi marketing? A duração da disciplina é de apenas quatro meses dentro de um programa de dois anos! Suas perguntas faziam muito sentido. A preocupação era como tirar máximo proveito do curso, financiado por ele mesmo, em dólar.
Após saborearmos o melhor Phad Thai da cidade, continuamos a conversa sobre como adultos aprendem, seja em ambientes formais (Ensino Superior), seja no dia a dia. Aproveitei a oportunidade para apresentar as descobertas da pesquisa que fazia sobre aprendizagem de empreendedores. A conclusão que chegamos é a seguinte: mais impressionante que meu colega aprender marketing em quatro meses – nos EUA, em um MBA – é o que ocorre com quem persegue a carreira de empreendedor(a).
No Brasil, dois milhões de empresas são formalizadas todos os anos. Em um sistema educacional que prioriza processos seletivos para empregos tradicionais e concursos, o número impressiona. Mesmo que todos os 800 mil alunos de administração abrissem um negócio, a conta não fecha. Ou seja, empresas são abertas e geridas por pessoas que não passaram pela educação formal em criação ou gestão de negócios. Pessoas como minha irmã, fisioterapeuta, ou minha esposa, formada em turismo e que atualmente empreende na área de pesquisa de mercado.
O mesmo é verdade para engenheiros, advogados, médicos, educadores, contadores e demais profissionais que não tiveram a oportunidade de ingressar ou concluir uma faculdade. Não há, dentro ou fora das instituições de ensino, cultura que promova o desenvolvimento vocacional estruturado de empreendedores.
Estudo realizado pelo Sebrae e Endeavor indica que 60% dos alunos de graduação – ou quatro milhões de pessoas – querem ter um negócio próprio. Um caminho natural seria que obtivessem apoio do centro de carreiras ou de empregabilidade de suas instituições. No entanto, mesmo que a escola possua um, é provável que as práticas mais comuns sejam a publicação de vagas de emprego e a feira de carreiras. Ou seja, empreendedorismo como opção de carreira é deixado de lado até pela área que, com relativamente pouco esforço, mais poderia influenciar alunos.
Por ser um campo acadêmico jovem, o empreendedorismo ainda está sendo absorvido pelas instituições e seus profissionais. Alguns ainda veem como a disciplina que briga por espaço na já apertada grade curricular. Nesse caso, o papel da sua promoção fica a cargo dos poucos educadores mais antenados às demandas do mercado. Esses, por sua vez, se esforçam para inserir o assunto na agenda da instituição, seja por meio de cursos, palestras ou da forma que conseguirem.
Nas escolas onde o assunto já faz parte do vocabulário, duas abordagens concorrem entre si. Uma delas é a da comodidade. Ao disponibilizar uma disciplina sobre o assunto, algumas instituições assumem que estão praticando o que há de mais avançado no mercado. Outra abordagem é a do quanto mais, melhor. Nesse caso, mais raro, a instituição oferece disciplinas derivadas, como empreendedorismo social, tecnológico, intra empreendedorismo, gestão da pequena e média empresa, criação de produtos e serviços, entre outras.
Ainda mais incomuns são instituições que ultrapassam os limites da faculdade de administração e oferecem a estudantes de outras áreas acesso a essas disciplinas. No caso da PUC-Rio, milhares de alunos de diferentes formações participam de cursos transversais organizados pelo Núcleo de Pesquisa e Ensino em Empreendedorismo.
Em São Paulo, mais familiarizado com as iniciativas do Insper – onde atuo há 10 anos –, posso afirmar que a instituição desenvolveu um zeitgeist (clima e cultura) que sustenta e promove o tema. Um exemplo disso é a faculdade de engenharia que a escola intraempreendeu recentemente. Alunos de administração, economia e engenharia já desenvolvem algumas atividades em conjunto.
Na região Sul do Brasil, a Universidade do Sul de Santa Catarina inova ao desenvolver um programa de pós graduação em empreendedorismo e novos negócios. Nele, capacitará ex-alunos e empresários da região para atuarem como mentores na escola.
Ao retornar dos EUA, em 2015, iniciei um trabalho ligado à formação de professores de empreendedorismo e negócios. Após participar do desenvolvimento de centenas de educadores de todas as regiões do Brasil, concluo que a situação é melhor do que parece.
Justamente por ser um campo acadêmico novo, as universidades ainda não tiveram tempo suficiente para se apropriar do tema. Dessa forma, um ecossistema inteiro foi criado, a despeito do que ocorre nas instituições de ensino superior. Atividades que não existiam passaram a ganhar relevância, como competições de negócios, programas de aceleração, cursos livres presenciais e online. Encontros temáticos e missões a empresas e regiões são outros exemplos do que ocorre no mercado, assim como programas de mentoria e publicações sobre criação de produtos, vendas e desenvolvimento web.
Do mesmo modo como alunos de graduação recém formados não são contratados como diretores de empresa, não se espera que criem negócios multimilionários logo após a formatura. No entanto, mesmo frequentando um curso por anos, eles acabam não conhecendo os caminhos que precisam seguir caso queiram se preparar para isso. Em relação aos alunos de pós-graduação, são eles que têm maiores chances de constituírem empresas estruturadas. Afinal, já conhecem a dinâmica de um ou mais mercados, são mais experientes e conectados.
Um dos caminhos para promover empreendedorismo como opção de carreira é intraempreender na sua própria instituição. Segmente os perfis de alunos que você planeja desenvolver, envolva as diferentes coordenações e desenhe um plano. Isso pode ser feito respondendo a duas perguntas: o que nossa instituição está fazendo para apoiar o empreendedorismo como opção de carreira? Como podemos fazer mais?
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]]>O post 8 tipos de assessments para utilizar com empreendedores apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Enquanto a área da saúde e as ciências exatas contam com sistemas complexos de avaliação, a área do empreendedorismo ainda dá seus primeiros passos.
Em texto do ano passado, falamos de modo geral sobre o que são assessments (“avaliação”, em inglês). Em resumo, assessments são a “porta de entrada” para programas de ensino, a fase que identifica o estágio inicial de um programa de desenvolvimento.
Nesse artigo, listamos e detalhamos 8 práticas de assessment que podem ser utilizadas por profissionais de consultoria, coaching, T amp;D, gerentes e mentores.
Enquanto você lê o artigo, tente lembrar se você já utilizou algum desses tipos de avaliação.
Como o nome diz, são formas rigorosas de avaliação. Essas entrevistas contam com perguntas criadas antecipadamente e avaliadores seguem exatamente as mesmas questões em cada entrevista.
Geralmente são utilizadas por pesquisadores acadêmicos (mestrado ou doutorado), para garantir homogeneidade no levantamento de informação.
Entretanto, é possível criar um questionário padrão para uso em ambiente profissional, como esse formulário estruturado, criado para pré-selecionar empresas que participam da competição de negócios do Insper.
Do mesmo modo que entrevistas estruturadas, elas partem de uma lista de perguntas. Por outro lado, avaliadores têm liberdade para detalhar pontos que lhe interessam mais e ignorar os que interessam menos.
Esse questionário é um exemplo. Com base nele, investidores podem seguir a estrutura do questionário, mas têm a liberdade de fazer outras perguntas aos empreendedores, conforme os pontos ficam mais ou menos claros.
Esse tipo de avaliação é o mais utilizado por profissionais de aconselhamento profissional (consultores, coaches, mentores e profissionais de T amp;D). Nele, o entrevistador faz perguntas livres ao entrevistado.
Embora o nome seja “não estruturado,” espera-se que o entrevistador tenha repertório e experiência que permitam seguir uma linha mestra ao longo da avaliação.
Enquanto o entrevistador não tem segurança (ou experiência) suficiente, recomenda-se fazer uso das entrevistas semiestruturadas ou de instrumentos (itens 4 e 5, a seguir).
Instrumentos são questionários validados estatisticamente e que apoiam o trabalho de consultores, coaches, mentores, profissionais de T amp;D e gerentes.
Por não apresentarem respostas “certas” ou “erradas,” são diferentes de “testes” (leia mais sobre a diferença entre instrumentos e testes).
Geralmente, instrumentos baseados em preferências de comportamento são utilizados para desenvolvimento pessoal. Entre eles, destaca-se o MBTI e DISC.
Essa é uma categoria de assessment relativamente nova. Diferentemente das avaliações de comportamento (item 4, acima), um assessment baseado em competências contextualiza o que é avaliado.
Ou seja, ao invés de avaliar como uma pessoa se comporta de “maneira geral,” um instrumento baseado em competências utiliza um contexto específico para entender como uma pessoa se comporta.
Enquanto um instrumento com foco em comportamento avalia o quanto alguém é “proativo em sua vida”, um instrumento baseado em competência avalia se uma pessoa é proativa na sua profissão atual ou com seus funcionários, por exemplo.
O assessment QEMP é um dos instrumentos que inaugura essa categoria. Ele apresenta 99 afirmações que avaliam 6 pilares do empreendedorismo, entre eles a prototipação, conhecimento do mercado e perfil empreendedor. Além disso, o QEMP também avalia 4 dimensões pessoais de modo contextual (com foco em um negócio ou novo negócio).
Assim como entrevistas, as observações podem ser mais ou menos estruturadas. No caso das observações formais (estruturadas), elas são preparadas com antecedência.
Ou seja, ao monitorar profissionais, avaliadores utilizam formas sofisticadas para capturar e analisar dados, como gravações, softwares para análises quantitativas e qualitativas.
Esse tipo de observação é relativamente raro, pois faz parte do ferramental de pesquisadores acadêmicos, especialmente. Sua variante “observação informal” (item 7) é mais frequente.
Quando uma investidora observa um empreendedor apresentando seu negócio, ela o está observando “vender seu projeto ou ideia.”
Embora o tempo todo estejamos observando pessoas e situações, avaliações do tipo “observações informais” precisam ter um objetivo específico, de acordo com a experiência do observador. Caso contrário, não têm função.
É possível utilizar questionários para apoiar observações, tanto formais, quanto informais.
Geralmente, o “objeto” a ser avaliado é um empreendedor ou uma empreendedora. No entanto, considere coletar informações de pessoas próximas aos empreendedores. Procure também fazer uso de avaliações já realizadas.
Isso inclui avaliar (com entrevistas, questionários e observações) sócios, funcionárias, amigos, chefes, parentes, etc.
Entre avaliações já realizadas, considere histórico escolar, instrumentos já realizados, currículo e até posts em redes sociais.
De modo geral, empreendedores ainda são avaliados informalmente, o que prejudica o desenvolvimento das etapas seguintes do Design Instrucional.
Quanto mais experiente uma consultora, coach, mentor ou profissional de T amp;D, mais ela irá utilizar processos estruturados de avaliação, como instrumentos ou questionários validados.
Os 8 tipos de assessment descritos nesse artigo servem para você identificar os que você utiliza. Eles também servem para apresentar exemplos de formatos que você ainda não utiliza.
A área de aconselhamento de carreiras (career counseling) é pioneira no uso dessas ferramentas. Esperamos que profissionais interessados no desenvolvimento de empreendedores passem a utilizá-las conforme o campo amadurece.
Fonte: Assessment Procedures for Counselors and Helping Professionals, Robert J. Drummond, Carl J. Sheperis, Karyn D. Jones; Capítulo 2: Methods and Sources of Assessment Information
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]]>O post Me ajude a abrir uma cervejaria artesanal apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Aprendi que existe a “escola” europeia – mais tradicional, formada pelas fábricas e métodos de produção da Alemanha e Bélgica, por exemplo. Também li sobre os produtores Norte Americanos, considerados mais modernos, que dão força ao movimento das microcervejarias.
A outra reportagem que me chamou a atenção era sobre como produzir cerveja em casa. #VOUFAZERCERVEJA!, pensei na hora. Empolgado com as possibilidades, comecei a tomar notas aleatórias sobre o que enfrentaria para ter uma minifábrica:
Alguns vão dizer que a última questão é a mais “empreendedora” de todas, talvez a única que trata do assunto. Mas por que esse tópico – ganhar dinheiro – apareceu na minha lista? Afinal, meu objetivo principal é produzir cerveja, não vender. Pensando um pouco sobre isso, cheguei à uma conclusão.
Ao iniciar um projeto de aprendizagem na área “da cevada”, eu automaticamente comecei a me imaginar conversando com os melhores mestre-cervejeiros, lendo os principais blogs e revistas sobre o assunto. Em alguns meses, pensei, minha produção estaria boa o suficiente a ponto de meus amigos oferecerem dinheiro em troca de algumas das garrafas.
Conforme o tempo passar, continuei, vou visitar feiras especializadas, coversarei com distribuidores internacionais e trocarei experiências sobre como melhorar os lotes que estragaram.
Embora esse seja um cenário de médio e longo prazo, antes de produzir comercialmente e me dedicar tempo integral à nova empreitada, preciso aprender o básico sobre como produzir com qualidade. E qualidade é algo relativo.
Eu e meus amigos podemos aceitar uma cerveja mediana, regular. Por outro lado, assim que o público geral entrar em contato com o produto, eles irão comparar com outras marcas e experiências que tiveram. Logo, eles não terão a mesma paciência.
Se eu quiser me destacar e transformar meu hobby em profissão, preciso aprender sobre a dinâmica do mercado que vou atuar, os recursos necessários e desenvolver habilidades como controle e planejamento.
Como existem inúmeros estágios a serem completados, em cada um deles vou precisar de um apoio específico. Além disso, quanto mais eu me especializar no assunto, mais terei dúvidas detalhadas.
Após pensar bastante, cheguei à conclusão que minhas dúvidas são as de um iniciante. Assim, vou começar a procurar por conta própria videos no Youtube, textos e cursos gratuitos na Internet. Após ganhar um pouco de experiência, vou marcar um bate-papo com um grupo de especialistas que se reúne mensalmente em um bar perto de casa.
Também fiquei sabendo sobre uma feira de cervejas artesanais que acontece na Alemanha. Para mim, é muito cedo para gastar dinheiro com isso, já que quero ter uma noção melhor sobre o assunto antes de investir alguns milhares de dólares na viagem.
O que vou fazer, enfim, é pegar a lista de perguntas que escrevi acima e apresentar a pessoas próximas. Conforme recebo feedback das respostas, eu aprendo e peço indicações sobre outras pessoas com quem possa conversar.
Nesse meio tempo, você está convidado(a) a degustar comigo o primeiro lote.
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]]>O post O que o fracasso do primeiro negócio pode te ensinar? apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Seja motivado por fatores externos (pressão da família ou amigos) ou internos (autocobrança), você se pegará pensando: estou na direção do sucesso ou do fracasso?
Ao longo dos anos, acompanhei muitos empreendedores durante a fase de preparação e planejamento de uma empresa (inclusive minhas). Aprendi que os motivos que levam alguém a empreender o negócio próprio têm relação direta com a perceção de sucesso ou fracasso.
3 lojas de uma vez
Certa vez acompanhei um colega que trabalhava como gerente em um banco durante seus primeiros passos como empreendedor. Com um salário de R$10mil por mês, seu principal objetivo com o novo negócio era obter uma renda igual ao que tinha como funcionário. Para isso, decidiu abrir ao mesmo tempo três franquias de uma rede que vende cervejas artesanais. Ou seja, de acordo com seu objetivo, se não conseguisse a renda de R$10mil por mês com as franquias, teria fracassado.
Avalie esse mesmo caso por um outro ponto de vista. Imagine que meu colega – ao decidir empreender – tivesse como objetivo aprender sobre a dinâmica do mercado e sobre como controlar e planejar um negócio próprio. Nesse caso, ele precisaria abrir as três franquias de uma vez ou apenas uma bastaria?
Comparando as duas perspectivas – empreender para ganhar o mesmo salário como funcionário ou para conhecer o mercado – fica claro que sucesso e fracasso depende de objetivos previamente estebelecidos. Meu colega conseguiu abrir duas, não três lojas, e teve uma grande dificuldade em controlar essas unidades. Ele acabou se desfazendo do negócio, com um prejuízo considerável.
Se por um lado ele fracassou em conseguir o mesmo salário que tinha como funcionário, obteve sucesso em entender como o mercado de franquias funciona, especificamente o de cervejas artesanais. Caso seu objetivo desde o início fosse entender se é possível administrar três franquias simultaneamente, ele não precisaria abrir as unidades para isso.
Estabeleça ou resgate seus objetivos
Se você está abrindo um negócio ou já possui uma empresa, avalie os motivos pelos quais decidiu por essa carreira. No meu caso, abri meu primeiro negócio com o objetivo de aprender a empreender.
Era funcionário de uma multinacional e havia decidido que queria ser professor na área de ensino de negócios e empreendedorismo. Eu segui todas as boas práticas ligadas à abertura de um negócio: planejei com cautela, estudei o mercado e me associei a uma pessoa que já tinha experiência no setor. O planejamento foi bem feito e colocamos nosso produto em 70 pontos de vendas em apenas 6 meses.
Outro negócio que montei foi criado por impulso. Não queria ficar fora da onda do comércio eletrônico. Isso mesmo, meu objetivo era “não ficar de fora” de um setor. Essa meta foi atingida, entrei no setor e comecei uma operação de venda de produtos para pequenas e médias empresas. Do ponto de vista comercial, a experiência foi um fracasso.
Imagine agora uma empresa em que o propósito seja transformar o setor em que está inserida. Não estamos mais falando de um negócio em que o empreendedor tem como meta principal ganhar um salário fixo, mas criar uma operação que transforme sua área de atuação.
Quando avaliamos por uma perspectiva mais ampla, são necessários anos – e diversos indicadores – para validar se essa meta foi atingida.
Ou seja, quanto mais robustos, estruturados e fundamentados forem seus objetivos, maiores as chances de você obter sucesso com o empreendimento. Fracassos passam a ser parte necessária, natural e esperada em direção ao aprendizado.
Pense em seu atual momento profissional: você está em direção ao fracasso, sucesso ou ambos?
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]]>O post Você conhece seu Quociente Empreendedor? apareceu primeiro em Cloud Coaching.
]]>Trinta anos atrás, eu estava sendo levado de um médico a outro pois era um pouco agitado. Os exames pelos quais passei me diagnosticaram como sendo hiperativo, mesmo antes dessa patologia virar moda – e gerar bilhões para a indústria da saúde. Um caso de early adopter do DDA.
Entre idas e vindas a médicos e especialistas, diagnósticos e terapias alternativas, tomei contato com um exame que me perseguiu pelas décadas seguintes: o do Quociente Intelectual, ou QI.
O que deveria ser uma ferramenta para apoiar meu desenvolvimento acabou me incomodando por anos. A cada lembrança sobre meu QI, eu ficava abalado. Eu não tinha – nem nunca teria – o QI de gênios como Albert Einstein, Marie Curie ou Leonardo da Vinci. O que é pior, nenhum tipo de esforço ou programa de ensino me ajudaria a desenvolver um QI de 160.
Ser classificado como “normal” me incomodou, assim como incomoda milhões de pessoas, há décadas. O teste de QI – também conhecido como teste Stanford-Binet – levou pessoas a acreditarem que um número bastaria para mostrar a alguém qual seu lugar no mundo. De acordo com ele, um número seria o suficiente para dizer o quanto alguém era, ou não, inteligente.
Outros modelos de inteligência surgiram com o passar dos anos, muitos em resposta ao Stanford-Binet, que é batizado com o nome da universidade e do pesquisador que desenvolveu o teste, há cerca de 100 anos. O principal diferencial dos novos modelos de inteligência está no reconhecimento que ela depende do contexto em que uma pessoa está inserida.
Pense em um prêmio Nobel de Economia. Ou melhor, pense logo em três. Coloque todos em um avião e deixe-os por 6 meses no meio do deserto de Gobi, na Mongólia. Repita esse mesmo exercício com um beduíno semianalfabeto, que nasceu e cresceu no deserto do Saara. As chances dos acadêmicos saírem vivos do experimento é inversamente proporcional ao QI dos três, somados. Enquanto isso, espera-se que o beduíno sobreviva ao ambiente hostil. Nessa situação, quem é mais inteligente: o beduíno ou os três PhDs?
Ao retirar acadêmicos do seu ambiente natural e colocá-los em contato com novas experiências, sua habilidade de resolução de problemas cai drasticamente, a ponto de suas vidas estarem em perigo. Assim como no exemplo acima, os novos modelos apresentam a inteligência como contextual. De acordo com a situação, diferentes tipos de inteligência são necessários e esperados. Assim, o raciocínio lógico não é suficiente nem requisito para explicar o quanto alguém é – ou não – inteligente.
Entre modelos que surgiram, o da inteligência emocional e o das múltiplas inteligências ganharam muitos adeptos ao longo dos anos. Neles, a inteligência está relacionada a habilidades musicais, interpessoais, coordenação motora e ao controle da emoção, por exemplo. Todas contextuais e passíveis de serem medidas.
E se fosse possível medir o quanto alguém é – ou não – empreendedor, utilizando as melhores práticas ligadas a avaliações de inteligência? Busquei resposta à essa pergunta durante o tempo em que morei em Nova Iorque, estudando na mais antiga escola de educação dos EUA, a Steinhardt, da New York University (NYU).
Quando retornei ao Brasil, continuei a pesquisa que fiz durante o mestrado em ensino de negócios na NYU, o que resultou na metodologia Quociente Empreendedor, ou QEMP. A partir da validação com centenas de especialistas em educação, ensino superior e empreendedores, criamos uma ferramenta robusta que apoia o ensino de novos negócios, empreendedorismo e inovação. Ao mesmo tempo, desenvolvemos um vocabulário que oferece um ambiente seguro para discussões entre equipes, investidores e mentores.
Como parte da metodologia QEMP, desenvolvemos um assessment que identifica e mensura a relação de um profissional com um projeto de novo negócio. Após uma avaliação de cerca de 20 minutos, métricas contextualizam o envolvimento de alguém com um projeto, baseado em 6 pilares: Controle e Planejamento, Dinâmica do Mercado, Aderência, Perfil Empreendedor, Recursos e Experiência. Por exemplo: é possível medir o quanto alguém Controla e Planeja, comparado com sua habilidade de identificar Recursos ou o quanto entende da Dinâmica do Mercado em que atua ou planeja atuar.

Além dos pilares, a solução mede e apresenta as Dimensões Pessoais. Ou seja, o que é dominante em relação ao projeto: Inovação, Análise, Processos ou Relacionamento. A partir da avaliação, a metodologia apresenta objetivos de ação, adaptados conforme as respostas ao QEMP.

Contextual e andragógica, a ferramenta é uma evolução dos modelos de inteligência, adaptada ao desenvolvimento de profissionais e negócios. Ela é contextual pois considera o ambiente em que o(a) profissional está inserido(a), e andragógica, pois dá liberdade total para o plano de desenvolvimento.
Há alguns anos o filósofo Zygmunt Bauman apresentou o conceito de modernidade líquida, onde argumentou que mudanças na sociedade são e estão ocorrendo com cada vez mais frequência. Acredito que o mesmo se aplica ao mundo dos negócios. A metodologia QEMP é uma resposta – entre outras coisas – aos anseios daqueles que querem planejar negócios e carreiras de forma cada vez mais ágeis.
Thiago de Carvalho
Mestre em Ensino de Negócios pela New York University, Country Manager da Clinton Education e Professor de Empreendedorismo do Insper.
http://qemp.com.br
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]]>Abrir uma franquia ou desenvolver a própria marca. Captar financiamento com investidores, bancos ou utilizar suas reservas financeiras. Pedir demissão para abrir um negócio ou trabalhar tempo parcial enquanto a empresa amadurece. Esses dilemas estão ligados ao desenvolvimento de empreendedores de tal forma que seu estudo deveria ser obrigatório no currículo do ensino infantil ao superior.
Considerando que centenas de milhares de negócios fecham a cada ano, é frustrante não haver programas de desenvolvimento vocacional direcionados ao empreendedorismo. Afinal, abrir uma empresa é uma escolha profissional tanto quanto decidir pela carreira médica ou administrativa. Se feita de modo amador, a escolha pode se tornar frustrante e dolorosa.
Assim como alguém se prepara para se tornar um advogado, o ensino de empreendedorismo deve se profissionalizar para lidar com mudanças do mercado de trabalho, as tecnológicas e os zigue-zagues da economia. Esse, por sua vez, sendo o maior dos desafios quando pensamos em empreendedorismo hoje.
Em 2017, o crescimento da economia brasileira será próximo a zero. Isso coloca ainda mais desafios à frente de quem planeja o negócio próprio. Com uma economia fraca, a riqueza gerada pelo País cresce pouco. Empreendedores que entram no mercado acabam brigando pelo mesmo “bolo” de dinheiro. Mais empresas concorrem por um número de clientes que não aumenta.
Em uma economia que cresce, é mais fácil capturar uma fatia do mercado. Na retração, o trabalho de quem escolhe empreender é mais difícil.
Não basta conhecer a dinâmica do mercado em que se planeja atuar. É necessário analisar com detalhes como se comportam os subsetores. Como muitos escolhem abrir negócios em áreas que conhecem apenas como clientes, o risco desse empreendimento é ainda maior em uma economia estagnada.
Outro fator que influencia os desafios de empreender é o tecnológico. Com o aumento e a consolidação do uso de softwares para criar e gerenciar negócios, existe a falsa sensação de que empreender ficou fácil. Que fique claro, um site não é uma empresa. Uma ideia não é uma empresa. Uma vontade não é uma empresa. Uma empresa é fluxo de caixa positivo. E isso leva tempo.
Alguns programas de aceleração e incubação de empresas mostram que é preciso cerca de 10, 12 ou 18 meses até que os mínimos processos estejam estruturados e um negócio tenha clareza sobre sua razão de existir. Profissionais que planejam empreender devem ter dinheiro suficiente para manter suas empresas e vida pessoal durante esse período.
Caso você queira empreender e não tenha recursos, avalie adiar o investimento no negócio até que sua situação financeira esteja mais segura. Aproveite para estudar o mercado, planejar e ampliar sua rede de relacionamentos para acessar recursos que não possui.
Profissionais que buscam montar negócios onde é necessário estruturar uma equipe de 4 ou 5 pessoas, também encontram desafios no próximo ano.
Demissões dos últimos trimestres têm atingido profissionais com alto nível educacional e grande experiência. Isso significa que existem mais pessoas bem preparadas procurando ativamente por emprego. Por um lado, quem está contratando pode negociar salários mais adequados à uma empresa nascente. Por outro, a seleção se torna mais complexa, pois há mais candidatos.
Como currículos não são suficientes para apoiar a decisão de contratação, os processos seletivos ganham ainda mais importância. Ao contratar alguém muito qualificado, corre-se o risco de perder essa pessoa mais cedo do que o esperado, pois sua busca por emprego irá continuar até que ela encontre uma vaga que considere “justa” e adequada à sua experiência e formação educacional.
Empreendedorismo como conhecemos hoje é um campo novo. Embora a troca de dinheiro por mercadorias exista há séculos, foi apenas na década de 1980 que o empreendedorismo ganhou o status de um campo acadêmico. Por ser novo, é um campo formado por áreas que já existiam, como marketing, recursos humanos, operações, finanças, direito, entre outros.
Dessa forma, é natural que o empreendedorismo incorpore desafios dessas outras áreas. Logo, quando consideramos o momento atual do Brasil, a criação de um negócio precisa ser apoiada por programas de ensino ainda mais estruturados.
Benjamin Bloom, um dos mais importantes psicólogos educacionais, coloca a “criação” de algo como um dos mais sofisticados desafios intelectuais. Isso é verdade também quando falamos de negócios: criar uma empresa é algo sofisticado. Seguindo as melhores práticas da área de ensino de negócios, comece identificando, analisando e comparando negócios parecidos com o que você quer criar. Os desafios continuarão existindo, mas serão superados de modo mais fácil.
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]]>O objetivo da competição – que está na 10ª edição – era apoiar os participantes durante a estruturação de um plano de negócios. Ou seja, com base em uma ideia/projeto, alunos e ex-alunos estruturavam um documento que era submetido a grupos de investidores e consultores.
Uma década após ter apoiado a criação da competição e ter acompanhado milhares de empreendedores, listo algumas das principais dúvidas que apareciam ao longo dessa “jornada”.
As dúvidas abaixo foram selecionadas entre uma série de questionamentos feitos por pessoas que ainda não tinham o negócio próprio. Embora a faixa etária dos participantes da competição variava entre 17 e 55 anos, havia um padrão entre o que perguntavam.
Embora seja possível, não é o mais comum, nem o indicado para empresas de alto crescimento.
Eu costumava lembrar aos empreendedores que a empresa de tecnologia HP foi criada pelo H (Hewlett) e o P (Packard), seus dois fundadores. Depois dava o exemplo da Apple, com os dois Steves (Jobs e Wozniak), entre outros casos.
Eventualmente alguém apresentava o caso de algum empreendedor – geralmente muito bem-sucedido – como exceção. E era isso mesmo, uma exceção.
Mesmo profissionais liberais e consultores precisarão de um sócio caso queiram que sua empresa cresça. Esse sócio pode ter um papel formal ou informal, como uma gerente extremamente responsável, por exemplo.
Sobre o tamanho de equipes em empresas nascentes, em média, cada grupo tinha 3 participantes.
Essa é uma das perguntas mais difíceis de serem respondidas (e solucionadas!). Sempre que a ouvia, eu pensava em um paralelo que me ajudasse a explicar sua complexidade. É como se alguém me perguntasse: como consigo uma esposa?
Geralmente alguém se casa com alguém com quem estudou, trabalhou ou foi apresentado por um amigo ou parente. Isso também acontece com sócios: o Buscapé foi fundado por colegas de universidade, um colega meu fundou um e-commerce com sua ex-chefe, uma de minhas empresas foi fundada com um amigo de faculdade, outra empresa que tive foi fundada com uma amiga…
Esse é um dos padrões que encontramos no mercado. Avalie em sua rede de relacionamentos quem você considera como um(a) potencial sócio(a).
Mesmo que você não consiga identificar imediatamente algum potencial sócio ou sócia, fale sobre seu projeto com o maior número possível de pessoas. Dessa forma, mais pessoas saberão o que você faz e aumentará a chance de você encontrar alguém que se interesse pelo seu empreendimento.
Sempre que pedia aos empreendedores que apresentassem suas ideias ao maior número de pessoas, eles perguntavam se sua “ideia” seria roubada. A resposta rápida é: não, sua ideia não será roubada, pois não há nada para roubar.
Quero dizer, pense na quantidade de negócios interessantes que existem no mundo todo: redes sociais, e-commerces, estúdios de design, restaurantes, etc. Pare para pensar se você conseguiria “roubar” alguma dessas ideias. O grande desafio não está em ter uma ideia, mas em executar o que foi planejado.
Certa vez, um professor que admiro me disse: se for tão fácil e rápido imitar o que você quer fazer, será que isso é mesmo um bom negócio? Afinal, ao ser eficiente no lançamento da empresa, concorrentes ficarão sabendo sobre o que você faz.
Como você percebeu, embora as perguntas pareçam simples, a busca pelas respostas pode se tornar complexa. Afinal, como saber se você encontrou o sócio ideal, ou se sua equipe inicial está formada?
Com base na minha experiência (empreendendo e atuando com empreendedores), recomendo que você converse com pessoas que estejam passando pela mesma situação que a sua – ou que já tenham passado por algo parecido.
Ao analisar diferentes pontos de vista, você formará conceitos próprios, o que irá lhe ajudar a traçar a melhor rota em direção ao próprio negócio.
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