Cristiane Ferreira, Colunista em Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/author/cristianeferreira/ Thu, 27 Mar 2025 16:49:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 https://www.cloudcoaching.com.br/wp-content/uploads/2023/10/cropped-favicon-1-32x32.png Cristiane Ferreira, Colunista em Cloud Coaching https://www.cloudcoaching.com.br/author/cristianeferreira/ 32 32 165515517 Seja Feminina e Carinhosa: Quebra de Ciclo ou Nova Opressão? https://www.cloudcoaching.com.br/seja-feminina-e-carinhosa-quebra-de-ciclo-ou-nova-opressao/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=seja-feminina-e-carinhosa-quebra-de-ciclo-ou-nova-opressao https://www.cloudcoaching.com.br/seja-feminina-e-carinhosa-quebra-de-ciclo-ou-nova-opressao/#respond_64361 Wed, 26 Mar 2025 13:20:58 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=64361 O vídeo que viralizou nas redes levanta um questionamento profundo: estamos realmente quebrando ciclos ou maquiando antigas opressões com novos rótulos? Descubra o impacto de frases como “seja feminina e carinhosa” e o que está por trás delas.

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Seja Feminina e Carinhosa: Quebra de Ciclo ou Nova Opressão?

Um vídeo viralizou nas redes sociais e me chamou muita atenção. Apesar da maioria dos comentários ter sido de aprovação e o vídeo ovacionado por muita gente, me posicionei porque me senti incomodada.

A cena do vídeo era a seguinte: uma mulher branca na faixa dos 80 anos diz no ouvido de uma outra mulher branca na faixa dos 60 anos a seguinte frase, “você tem que ser forte, tudo depende de você, eu irei e você seguira carregando tudo contigo, assim foi e assim será.”

Em seguida, a mulher de 60 anos, fala com uma outra mulher na faixa dos 40 repetindo literalmente a mesma frase que ouviu. A mulher nos seus 40 anos, diz para a filha na faixa dos 10 anos: “não será mais assim, você não deve mais nada a ninguém, somente seja feliz, feminina e carinhosa”.

O vídeo, claramente, tem o objetivo de passar a mensagem sobre quebrar ciclos. Um conceito bastante explorado pelos adeptos da constelação familiar.

No artigo “ Constelação familiar promete resolver conflitos geracionais: como funciona?”, publicado no site emsidesenvolvimento.com.br , a constelação familiar é “uma técnica subjetiva, e por essa razão muitos especialistas consideram equivocado chamá-la de terapia.

Foi criada pelo psicólogo, teólogo, filósofo e pesquisador alemão Bert Hellinger (1925-2019) que leva em consideração conceitos energéticos e fenomenológicos.

De acordo com os estudos de Bert Hellinger, os descendentes acabam repetindo o destino — ainda que inconscientemente — de outros. Essa repetição de destino é uma forma de aliança que o sistema faz para trazer os membros que foram excluídos ou não reconhecidos para o lugar que pertencia a eles.

No processo, representantes e facilitadores podem pronunciar frases específicas de cura sistêmica, algo como “devolvo o que é seu e tomo o que é meu”, “teve que ser como foi”, “eu te aceito”, “eu vejo você e permito que você me veja”, “se eu ou meus ancestrais causamos algum mal, por favor nos perdoe”, “eu perdoo você”, “está tudo bem”.

Para os especialistas na técnica, essas frases repercutem de forma interna e ajudam a ressignificar dores, mágoas e conflitos. A emoção vai sendo diluída e substituída por apaziguamento. “Agora estou em paz” é uma frase que pode selar o fim, sendo que cada um usa o livre arbítrio para decidir qual o comportamento adequado a partir de então.”

Os traumas geracionais são também tratados por psicólogos e terapeutas que entendem a importância de questionarmos hábitos que nos causam dores e conflitos. Para além dos consultórios de psicologias ou de consteladores familiar, em uma sociedade patriarcal, judaico-cristã, que impõe padrões de comportamento, valores e crenças qualquer tipo de pensamento ou movimento que questione o status quo e proponha rupturas vai encontrar muita resistência, principalmente na ala mais conservadora da sociedade, mesmo que ela perceba que há violência.

Nesse contexto, as chamadas “minorias” vêm há séculos (pelo menos) lutando contra o racismo, a misoginia, a xenofobia, LGBTQIAPNfobia… Sabemos que a violência é perpetuada porque passa de geração para geração e o vídeo a que me refiro parece ter tido a intenção de mostrar como libertar uma geração da misoginia e da crença de que a mulher tem que ser forte, que assim é, não há o que fazer uma vez que todas as outras gerações irão carregar essas crenças. Lembra da frase que as duas mulheres repetiram? “você tem que ser forte, tudo depende de você, eu irei e você seguirá carregando tudo contigo, assim foi e assim será.”?

E qual foi a mudança quando a terceira mulher muda a frase e diz para a criança: “não será mais assim, você não deve mais nada a ninguém, somente seja feliz, feminina e carinhosa”?

Ora, será que essa mulher está quebrando um ciclo de violência e rompendo o de submissão da mulher ou está só fazendo uma nova maquiagem naquilo que claramente é uma opressão à liberdade da mulher?

Dizer que uma mulher precisa ser “feminina” e “carinhosa” não é a mesma coisa que dizer que ela deve seguir os padrões patriarcais e cristãos que a sociedade impõe às mulheres?

Para além disso, o que é ser “feminina”? Se você fizer uma breve pesquisa no google sobre ser feminina, irá se deparar com conceitos que são basicamente o seguinte: “são características do feminino: a bondade, empatia, sensibilidade, carinho, doçura, compaixão, tolerância, nutrição, deferência, carência…”

Quando se trata de padrões físicos e de beleza, espera-se que a mulher feminina seja jovem, magra, de cintura fina, seios fartos, boca carnuda, cílios volumosos…

E quanto ao comportamento? Ah, a mulher feminina deve ser sempre comportada, recatada, cruzar as pernas, não usar decotes, roupas curtas ou transparentes, não falar alto, não confrontar um homem, não se mostrar mais inteligente…

E a quem serve tudo isso? Aos homens, é claro. Se a mulher deve ser feminina e ser feminina é uma construção estereotipada da mulher imposta para privilegiar e não “ameaçar” um grupo, então não estamos libertando nem essa nem as próximas gerações enquanto perpetuarmos esses padrões mesmo que de maneira disfarçada em forma de libertação como nesse vídeo.

Uma coisa importante de entendermos, a meu ver, é o valor das tradições, da cultura e da história de nossos antepassados e da preservação daquilo que nos é caro enquanto indivíduos ou sociedade. Outra coisa, é repetirmos comportamentos, crenças, costumes que eram aceitos (ou toleradas) no passado e hoje não são mais. Comportamentos, principalmente, opressores e violentos que devem ser rechaçados e seus ciclos verdadeiramente quebrados.

Embora a minha crítica ao vídeo em um post tenha tido quase 200 likes, algumas mulheres discordaram (o que é super legitimo) com comentários do tipo: “a mulher pode ser o que ela quiser”; “qual o problema de ser feminina?”, “é sobre energia feminina”, “sou do lar e não vejo problema nisso” etc.

Esses comentários também me levam a fazer outras perguntas para que eu possa entender como quebrar verdadeiramente esse ciclo de violência e opressão. A primeira pergunta que faço é:

Quantas mulheres são o que querem ser e quantas são o que dão conta de ser numa sociedade que impõe padrões de comportamento, de beleza, de trabalho sem lhe oferecer as redes e aparelhos de apoio que ela precisa?

Quantas mulheres estão exaustas e fartas por tentarem caber nos padrões impostos sem se questionarem se é o que querem e se é bom para elas?

Se devemos respeitar e valorizar uma mulher dona de casa (e verdadeiramente acredito que temos a obrigação de respeita-la e valoriza-la), não deveríamos fazer o mesmo com todas as outras mulheres que escolheram ser CEOs, motoristas de caminhão, astronautas, andarilhas, prostitutas ou seja lá o que for?

E o que é energia feminina? Quem inventou isso? Essa é uma “energia” imposta pelo patriarcado. Nos fizeram acreditar que certas características (ou energia, se preferir) são “femininas” e outras “masculinas”.

Isso é algo que foi criado há pouco mais de 2 mil anos. Se estudarmos a história da humanidade desde a era paleolítica, veremos que havia sociedades matriarcais nas quais as mulheres tinham papel central e não havia distinção entre sexos.

Há estudos que mostram, inclusive, que as mulheres eram caçadoras, ao contrário do que nos fizeram acreditar de que a mulher ficava na caverna cuidando da prole.

Se vivêssemos numa sociedade na qual as diferenças entre os sexos não existissem, estaríamos valorizando aquilo que são virtudes humanas e não femininas ou masculinas. Estaríamos vivendo numa sociedade onde a mulher não estaria tão sobrecarregada por desempenhar vários papéis (de mãe, esposa, filha, profissional, dona de casa), com jornadas duplas/ triplas de trabalho porque os afazeres e responsabilidade com a casa e com os filhos não são igualmente compartilhados com o homem.

Não por acaso, movimentos religiosos e conservadores atacam movimentos feministas e qualquer um que questione aquilo que ameace a supremacia masculina. Ao dizer para uma menina que ela precisa ser “feminina e carinhosa” é impor-lhe padrões patriarcais e é veladamente dizer que uma mulher não pode ser “masculina”.

Quais seriam as “características” ou energia (se preferir) “masculinas” que não são permitidas às meninas? Meninas não podem ser corajosas, ousadas, destemidas, impulsivas, racionais, fortes, ambiciosas, valentes, etc? A nuance deste vídeo está exatamente em reforçar para uma geração inteira o que ela deve ser e, consequentemente, o que ela não deve ser. Isso não é quebrar o ciclo de violência e submissão da mulher.

Para quebrar esse ciclo, a primeira coisa da qual deveríamos nos livrar são desses padrões impostos que transformam a mulher num objeto a fazendo acreditar que certos comportamentos são aceitos e outros não porque o que está por trás dessa, que parece ser uma ingênua afirmação, “seja feminina e carinhosa” é a perpetuação de uma cultura machista/cristã que favorece e privilegia apenas o homem que, por sua vez, precisa manter essas crenças, valores e comportamentos para se manter na condição que está, de ser cuidado pelas mulheres que lhes são fieis, uteis e subservientes sem que sejam ameaças para seus projetos meramente pessoais.

E, para não parecer que essa violência é só contra as meninas e mulheres, precisamos compreender que essa cultura de valores patriarcais e cristãos não faz bem nem aos homens que tentam a todo custo sustentar aparências e comportamentos classificados como masculinos para não serem julgado, criticados ou que tenham sua “masculinidade” questionada.

Acreditar que certas características e comportamentos são exclusivamente “femininos” e, portanto, só servem para as mulheres, é igualmente cruel com os meninos, tanto quanto é cruel reforçar que certas características e comportamentos são exclusivamente “masculinos” e não servem para as mulheres.

Se há um genuíno desejo de quebrarmos ciclos de violência de gênero, me parece que a única maneira é dizermos para as meninas e mulheres que elas podem ser o que quiserem ser desde que seja qual uma escolha sua, baseada unicamente na sua vontade e não, na imposição de quem quer que seja.

E não basta dizer, precisamos de fato respeitar essas escolhas, eliminar a cultura misógina de nossa sociedade a começar pela educação de nossos filhos e filhas.

Que a mulher jamais seja explorada, descredibilizada, ridicularizada, desrespeitada, oprimida ou até morta por ser aquilo que escolheu ser.


Gostou do artigo?

Quer entender o que realmente está por trás da frase “seja feminina e carinhosa” e por que ela pode não ser tão inocente quanto parece, perpetuando padrões patriarcais? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: “Ainda Estou Aqui”: O Filme que Resgata a Luta de Eunice Paiva e a Resistência na Ditadura Militar

Palavras-chave: seja feminina e carinhosa, opressão feminina, padrões patriarcais, o que são padrões patriarcais, o que está por trás de padrões patriarcais, quebra de ciclos, opressão feminina na sociedade atual, vídeo sobre padrões femininos, crenças patriarcais nas famílias, como quebrar ciclos de opressão, reflexão sobre ser feminina, perpetuação de padrões patriarcais

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“Ainda Estou Aqui”: O Filme que Resgata a Luta de Eunice Paiva e a Resistência na Ditadura Militar https://www.cloudcoaching.com.br/ainda-estou-aqui-o-filme-que-resgata-a-luta-de-eunice-paiva-e-a-resistencia-na-ditadura-militar/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=ainda-estou-aqui-o-filme-que-resgata-a-luta-de-eunice-paiva-e-a-resistencia-na-ditadura-militar https://www.cloudcoaching.com.br/ainda-estou-aqui-o-filme-que-resgata-a-luta-de-eunice-paiva-e-a-resistencia-na-ditadura-militar/#respond_63396 Wed, 29 Jan 2025 12:20:05 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=63396 "Ainda Estou Aqui" resgata a emocionante luta de Eunice Paiva contra os crimes da ditadura militar no Brasil. Sua busca incansável por justiça tanto para sua família quanto para os familiares dos outros presos políticos desaparecidos pelo regime militar.

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“Ainda Estou Aqui”: O Filme que Resgata a Luta de Eunice Paiva e a Resistência na Ditadura Militar

Ainda estou aqui é um belíssimo filme baseado no livro de mesmo título do escritor Marcelo Rubens Paiva. A obra retrata o terrível drama vivido por sua família durante a ditadura militar no Brasil. Seu pai, o engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva, eleito por São Paulo em 1962. No entanto, teve seu mandato cassado logo após o golpe militar de 1964, com a instalação do Primeiro Ato Institucional, em 9 de abril daquele ano.

Acredita-se que um dos principais motivos da cassação foi o fato de Rubens Paiva, além de pertencer ao mesmo partido do presidente Joao Goulart, destituído do cargo, foi também vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias contra o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS) e o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) acusados de receberem recursos internacionais que tinham como objetivo desestabilizar o governo de Goulart.

Rubens Paiva foi então exilado na embaixada da Iugoslávia e depois deportado para a França e Inglaterra.

Voltou para SP em 1965, mas logo se mudou para RJ. É a partir desse momento que o filme retrata a vida da família na capital fluminense. O enredo segue até o dia 20 de janeiro, quando Rubens Paiva é conduzido ao DOI-CODI do I Exército do Rio de Janeiro. Sua prisão ocorre após agentes do Centro de Informações da Aeronáutica prenderem Cecilia de Barros Correia Viveiros de Castro e Marilene de Lima Corona, detidas por portarem cartas de militantes políticos exilados no Chile, endereçadas a Rubens Paiva.

No dia seguinte à sua prisão, a esposa de Rubens Paiva, Eunice, e sua filha Eliane, com apenas 15 anos, são também levadas ao DOI-CODI. Eliane foi libertada no dia 23 e Eunice ficou detida até o dia 2 de fevereiro. Para não dar mais spoiler, mas revelando os fatos verídicos da saga dessa família, o corpo de Rubens Paiva nunca foi, de fato, encontrado. Documentos e testemunhos comprovam que Rubens Paiva foi torturado e morto no DOI-CODI do I Exército do Rio de Janeiro.

Para além de tudo que já sabemos sobre a história de Rubens Paiva, o filme é também sobre a vida e a saga de Eunice Paiva e sua busca incansável pela descoberta do que de fato acontece com o pai de seus 5 filhos. Uma luta que se estendeu por décadas.

Em uma entrevista Marcelo Rubens Paiva diz:

“Quando eu escrevi o livro, a ideia foi mostrar o papel de minha mãe nessa reconstrução, não só da redemocratização, mas da família. Mostrar como foi uma mulher atuante, porque enquanto meu pai foi preso e morto, minha mãe lutou desde os anos de 1971 pela justiça em relação aos desaparecidos políticos, contra a violação dos direitos humanos, dava entrevistas, viajava, lutou pela demarcação das terras indígenas, foi consultora do Banco Mundial, foi da constituinte, lutou pelas Diretas Já, pelo reconhecimento dos mortos aparecidos.”

Para Marcelo:

 “A literatura é o testemunho dos vencidos. E somos nós, os vencidos em 70, que estamos contando nossa versão dos fatos e a juventude está tentando descobrir a história do seu país.”

Juventude e cidadãos que têm a oportunidade de ver essa história interpretada por grandes atores do cinema brasileiro sob direção de Walter Salles, o mesmo diretor do premiadíssimo filme, Central do Brasil que tinha Fernanda Montenegro como protagonista.

“Ainda estou aqui” que tem Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva brilhou tanto ao interpretar essa figura tão importante na reconstrução do Estado de Direito brasileiro que levou o troféu de melhor atriz pela Golden Globe (Globo de ouro) ao lado de estrelas do cinema mundial como Tilda Swinton, Pamela Anderson, Angelina Jolie, Nicole Kidman e Kate Winslet.

Assisti ao filme no cinema numa oportunidade em que estava passando uns dias com minha família no Brasil. Fui sozinha àquela sessão e pude, sem constrangimento, me emocionar e chorar em vários momentos. Mas foi a última cena com Fernanda Montenegro que me tocou profundamente.

Montenegro interpreta Eunice Paiva já idosa e com Alzheimer, doença que acometeu 14 anos antes de sua morte no dia 13 de dezembro de 2018. Uma cena que me fez lembrar de um texto do padre Fábio de Melo sobre a inutilidade no qual ele diz:

“Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. Por isso eu sempre peço a Deus para poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranquilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor.”

“Ainda estou aqui” é um filme para nunca esqueceremos dessa mulher, Eunice Paiva, e sua luta. “Ainda estou aqui” serve para nos lembrar que mesmo na sua inutilidade a presença de quem amamos é mais que necessária. É o que também nos conecta com o nosso eu porque um dia seremos nós os “inúteis”.

Eu que sempre acreditei que meu papel de mãe estaria cumprido o dia que eu não fosse mais necessária para os meus filhos, me vi sofrendo ao sentir a dor de uma mãe que se torna desnecessária, excluída de momentos importantes. Eunice foi dessas mulheres cuja presença se fez necessária na vida dos seus filhos e netos até o fim. Mesmo na sua “inutilidade”, causada por uma doença que lhe rouba a memória até de quem sejam aqueles que lhes são tão caros, Eunice está presente nos encontros da família, bem cuidado, olhada e, acima de tudo, amada para sempre.

No dia 08 de janeiro, que marca dois anos da tentativa de um golpe contra as instituições democráticas de direito, “Ainda estou aqui” é o grito de todos aqueles que durante os 21 anos de ditadura resistiram e sobreviveram assim como é o de todos nós que resistimos e seguimos lutando e acreditando na democracia e no Estado de Direito. “Ainda estou aqui” também serve para nos lembrar da frágil presença da democracia, que mesmo que imperfeita e imatura é absolutamente necessária.

Gostou do artigo?

Quer conversar mais sobre o impacto da história de Eunice Paiva e sua luta na reconstrução do Estado de Direito brasileiro? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: Vivam as Bruxas: A Contínua Luta das Mulheres por Autonomia e Liberdade ao Longo da História

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Vivam as Bruxas: A Contínua Luta das Mulheres por Autonomia e Liberdade ao Longo da História https://www.cloudcoaching.com.br/vivam-as-bruxas-a-luta-das-mulheres-por-autonomia-e-liberdade/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=vivam-as-bruxas-a-luta-das-mulheres-por-autonomia-e-liberdade https://www.cloudcoaching.com.br/vivam-as-bruxas-a-luta-das-mulheres-por-autonomia-e-liberdade/#respond_62461 Wed, 06 Nov 2024 12:20:58 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=62461 Vivam as bruxas! Descubra como essas mulheres poderosas, rotuladas como "bruxas" por desafiar o status quo, simbolizam a luta pela autonomia, liberdade e empoderamento feminino ao longo da história.

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Vivam as Bruxas: A Contínua Luta das Mulheres por Autonomia e Liberdade ao Longo da História

Parece que os brasileiros realmente adoram a cultura norte-americana do Halloween. Como acontece com muitas festividades, muita gente não sabe exatamente a origem e o porquê dessas celebrações.

Há os que se fantasiam, decoram suas casas, fazem festas, entram no clima. Há os que abominam por motivos religiosos e acreditam que o Halloween é uma manifestação satânica e do “mal”.

Embora o Halloween tenha tido muita força nos EUA, a festa é comemorada em vários países e tem origens pagãs e raízes na festa celta de Samhain.

Ao contrário do que muitos imaginam, o fato das pessoas se fantasiarem e colocarem imagens de caveiras, fantasmas, bruxas, máscaras … tem a ver com proteção contra espíritos malignos, celebração da morte e do além.

Uma festa semelhante é o Día de Los Muertos, no México, realizada nos dias 1º e 2 de novembro para honrar a vida dos ancestrais. Essa celebração, muito tradicional no México, regada a comidas, bebidas e músicas, utiliza figuras de caveiras e esqueletos para simbolizar a transitoriedade da vida.

No Brasil, o Dia de Finados, em 2 de novembro, tem origem na tradição católica, que celebra o Dia de Todos os Fiéis Defuntos. A data, influenciada pela cultura portuguesa e pela religião católica, é um dia para homenagear e lembrar dos entes queridos que partiram.

As cerimônias são muito mais reservadas. Elas se resumem a visitas aos cemitérios, onde parentes e amigos levam velas e flores até os túmulos de entes queridos que já partiram. Ao contrário do Halloween e do Día de Los Muertos, no Dia de Finados as pessoas ficam mais tristes e reclusas. Em geral, elas se reúnem com alguns poucos amigos e familiares para, por exemplo, um almoço, sem músicas altas ou alegres.

E as bruxas? Por que se tornaram também símbolos do Halloween?

Além de ser uma figura que está no imaginário coletivo e de ser inspiração para as fantasias, a história das bruxas é igualmente pouco conhecida e mal interpretada quando o viés passa a ser religioso e não cultural.

Nesse sentido, essa é a oportunidade de viajarmos no tempo e conhecermos a verdadeira jornada das bruxas desde as antigas civilizações.

Na antiguidade, as bruxas eram as curadoras e sacerdotisas na Grécia Antiga e em Roma. Por outro lado, nas culturas africanas e ameríndias, elas eram vistas como divindades femininas associadas à magia, poder, cura, adivinhações… eram líderes espirituais.

Na Idade Média, com imenso poder em vários países, a igreja Católica inicia então uma perseguição a essas mulheres no que veio a ser a Inquisição e a caça às bruxas. Um longo e dos mais sombrios períodos da história da humanidade entre os séculos XII e XVIII que realizava julgamentos secretos sem direito a defesa, torturava e matava, principalmente mulheres solteiras e idosas, inclusive queimando-as vivas em praça pública.

Já durante o Renascimento e Iluminismo, a partir do século XIV até o XVIII, a Inquisição vai perdendo força. A razão baseada em ciência começa então a ganhar adeptos e figuras importantes, como Heinrich Cornelius Agrippa, autor de De Occulta Philosophia, Paracelso, com De Natura Rerum, Balthasar Bekker, com O Mundo Encantado, e Voltaire, com Dicionário Filosófico.

Seus livros e argumentos são fundamentais na percepção do que seria bruxaria, no questionamento da autoridade eclesiástica, nas duras críticas à Inquisição, na mudança de compreensão daquilo que seria maligno para algo entendido como natural e no papel da mulher na sociedade.

Nos dias de hoje, embora haja uma percepção bem mais ampla sobre magia e espiritualidade, o desafio passa a ser a manutenção do estado laico que garanta o respeito a todas as manifestações culturais e religiosas.

No mesmo dia, 31 de outubro de 2024, quando muitos comemoram o Halloween e o dia das Bruxas, leio a devastadora notícia de que o Talibã proíbe as mulheres afegãs de estudarem além do primeiro grau, de trabalharem fora de casa, de saírem à rua sem ter o corpo e o rosto inteiramente encobertos pela burca, além de acompanhadas … agora, as proíbem de falarem.

É isso mesmo. As mulheres afegãs estão proibidas de terem suas vozes ouvidas por outras mulheres. Elas estão proibidas até de fazerem suas orações em voz alta e parteiras proibidas de falarem.

A história das bruxas é uma jornada complexa e multifacetada. Ela reflete as mudanças culturais e sociais ao longo do tempo. É fundamental que compreendamos o papel importante das mulheres. Muitas consideradas “bruxas” por questionarem o status quo, por lutarem pela sua independência, autonomia e liberdade. E por não se curvarem aos preconceitos, por defenderem suas próprias ideias e convicções.

Mulheres “bruxas” que têm a magia de curar o mundo dos males causados por aqueles que pregam a intolerância, que negam a ciência, que espalham mentiras, que ameaçam a democracia, que desrespeitam o estado laico e de direto.

Gostou do artigo?

Quer conversar mais sobre a relação entre a perseguição histórica às bruxas e a contínua luta das mulheres por autonomia e liberdade? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: Violência na Política: Cadeirada não rima com Inteligência Emocional

Fontes adicionais:

•⁠ ⁠"A História das Bruxas" de Brian Levack
•⁠ ⁠"O Livro das Sombras" de Gerald Gardner
•⁠ ⁠"A Bruxaria: Uma História" de Ronald Hutton
Palavras-chave: bruxas e empoderamento feminino, história das bruxas, autonomia feminina, luta das mulheres, simbolismo das bruxas, bruxas como símbolo de empoderamento, a luta das mulheres por liberdade, significado cultural das bruxas, mulheres que desafiaram o status quo, importância histórica da resistência feminina, a luta feminina história, lutas femininas

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Violência na Política: Cadeirada não rima com Inteligência Emocional… https://www.cloudcoaching.com.br/violencia-na-politica-cadeirada-nao-rima-com-inteligencia-emocional/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=violencia-na-politica-cadeirada-nao-rima-com-inteligencia-emocional https://www.cloudcoaching.com.br/violencia-na-politica-cadeirada-nao-rima-com-inteligencia-emocional/#respond_60909 Wed, 09 Oct 2024 13:20:14 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=60909 Entenda como o episódio da “cadeirada” expõe a violência física e verbal na política brasileira, revelando padrões de masculinidade tóxica e falta de inteligência emocional. Descubra como esses comportamentos impactam a democracia e a percepção dos eleitores.

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Violência na Política: Cadeirada não rima com Inteligência Emocional…

No último dia 15 de setembro, o caso da “cadeirada” que ficou famoso e tomou os noticiários e redes sociais aconteceu durante o debate realizado pela TV Cultura com os candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo. A cena que viralizou foi Datena arremessando uma cadeira em Pablo Marçal.

Para quem acompanhou ou assistiu as falas que antecederam a “cadeirada” e os debates anteriores, uma coisa fica muito clara: o candidato, Datena, e todos os demais vinham sendo reiteradamente agredidos com calúnias, mentiras e difamações por Marçal.

Marçal acusou Boulos de nunca ter trabalhado, de estar envolvido com drogas e chegou a provocá-lo, quase esfregando uma carteira de trabalho na cara de Boulos, que revidou com um tapa na carteira. Marçal chegou a dizer que Tabata:

“… deixou o pai morrer porque foi para Harvard”.

Contra o atual prefeito, afirmou que Nunes era usuário de cocaína. Acusou Datena de ser estuprador, passando a chamá-lo de Jack, em referência ao serial killer Jack, o Estripador. De fato, isso evidencia o baixíssimo nível a que chegaram os debates, com zero de propostas sobre a futura gestão da maior prefeitura do país.

Antes da cadeirada, Marçal disse para Datena:

“Você é um arregão (sic)… atravessou o debate num outro dia para me bater… você não é homi (sic) nem pra fazer isso.”

Nesse momento, Datena pegou a cadeira onde estava sentado e então avançou em direção a Marçal, que se protegeu com os braços.

Estou detalhando esse episódio para que você possa visualizar a cena, caso não tenha visto, e entender o papel da violência na política e como isso impacta a vida de todos os cidadãos. Especialmente, para também fazer um recorte de gênero sobre a violência.

Cadeirada não rima com inteligência emocional, mas rima com descontrolada, pirada, desgovernada, desenfreada e por aí vai.

Não por acaso, usei as palavras no feminino porque, com certeza, esses seriam os adjetivos usados para descrever uma mulher caso ela tivesse arremessado uma cadeira em alguém que vinha lhe violentando com palavras.

Aliás, o fato de uma mulher se posicionar mais firmemente, falar mais alto ou gritar já é munição suficiente para ser classificada como “louca”. Há até um termo em inglês, gaslighting, que vem de um filme com o mesmo nome, no qual o agressor cria situações para fazer com que a mulher seja reiteradamente chamada e tratada como insana, ao ponto de ela mesma começar a desconfiar da própria sanidade. Essa é uma estratégia típica de violência psicológica.

Já no caso do homem, a violência verbal está, em geral, relacionada à sua masculinidade, virilidade e “honra”. Não por acaso, Marçal chamou Datena para a briga dizendo:

“Você não é homi (sic) para fazer isso”.

Dois dias após a vergonhosa e deplorável “cadeirada” na TV Cultura, os candidatos se enfrentaram novamente em um debate na Rede TV, em que as cadeiras foram parafusadas no chão e seguranças ficaram a postos.

Pablo Marçal seguiu usando o mesmo estilo de ataques aos candidatos e Datena, em uma de suas falas, afirmou:

“Não bato em covarde duas vezes, covarde só apanha uma vez. Me arrependo desse ato, mas muitos juristas já consideraram legítima defesa da honra.”

“Não estou feliz com o que aconteceu, mas desde criança meu pai me ensinou a honrar a minha família e a mim mesmo até a morte. Eu estou disposto a fazer isso, mas também estou disposto a conversar.”

Esse caso da cadeirada serve para entendermos o quanto a violência física, para muitas pessoas, ainda é justificada por uma suposta “defesa da honra”.

Tanto é assim que uma pesquisa da Quaest, realizada após o episódio da cadeirada, revelou um aumento de 2 pontos percentuais para Datena. Ele passou de 8% para 10% nas intenções de votos. Já Marçal sofreu uma queda de 3 pontos percentuais, caindo de 23% para 20%.

Marçal, que vinha crescendo vertiginosamente desde sua aparição como candidato oficial à prefeitura de São Paulo e sendo considerado uma figura disruptiva na política, teve sua imagem fragilizada.

A virilidade é tão relevante para o homem que, pelos mesmos motivos, Marçal sofreu uma queda nas intenções de voto. Isso após aparecer numa ambulância com um aparelho de oxigênio, em decorrência do braço atingido pela cadeirada.

Ora, ele que se apresenta como o macho alfa exemplar, destemido, que enfrenta tubarões, aparecer tão enfraquecido depois de atingido por um homem idoso? Isso não corresponde à figura do herói que seus eleitores estavam projetando.

Um outro fator bastante importante de considerarmos aqui é o fato de banalizarmos e até aceitarmos as violências verbais, morais e psicológicas.

Obviamente, a violência física, conforme o código penal, é considerada a mais grave das violências e as penalidades são superiores, com encarceramento previsto em lei. Todos nós sabemos que a violência física pode levar a sérios e irreversíveis casos de lesões ou até a morte.

Entretanto, é fundamental que nós, enquanto sociedade, discutamos e deixemos de aceitar todos os outros tipos de violência. Isso inclui assédios e importunações, sejam de gênero, raça, classe social, idade e por aí vai.

Parece que, na grande maioria dos casos, em que as violências não físicas vão sendo recorrentes, toleradas e não denunciadas, acabam culminando em violência física.

É importante lembrarmos que agir por impulso e violentamente, como foi o caso de Datena, que arremessou uma cadeira em outra pessoa, é uma atitude primitiva do que os neurocientistas chamam de sequestro da amígdala cerebral.

Segundo o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela:

“A terminologia sequestro da amígdala pretende identificar que temos uma estrutura antiga no nosso cérebro, a amígdala, sendo que esta é projetada para responder rapidamente a uma ameaça.”

Abreu alerta que, por exemplo:

“Quando enfrentamos uma situação que é interpretada como uma ameaça, o tálamo envia informações sensoriais tanto para a amígdala quanto para o neocórtex. Se a amígdala sentir o perigo, esta toma uma decisão muito rapidamente, em frações de segundo, para iniciar a resposta de luta ou fuga antes que o neocórtex tenha tempo de anulá-la.”

E sobre ameaças primitivas, entendamos que o homem primata estava ameaçado por animais muito mais fortes e ágeis que ele. Vivia no modo luta e fuga para sobreviver na savana e em ambientes inóspitos.

Em pleno século XXI, e vivendo numa selva de pedra como a cidade de São Paulo, era de se imaginar que esses homens, candidatos a um cargo político que precisará de estruturas intelectuais, emocionais e técnicas para governar quase 12 milhões de pessoas, não sejam sequestrados pela amígdala e sigam usando a violência.

Infelizmente, o que se vê é que a masculinidade tóxica e os ataques, sejam eles verbais ou físicos, ganham o cenário, afetam os eleitores e apagam mais uma vez as mulheres que parecem ser as únicas com inteligência emocional e dispostas a discutir e apresentar suas propostas de governo, o que fica em segundo, terceiro ou quarto plano.

Basta ver que uma figura que está na política há muito mais tempo que todos os outros candidatos, como Tabata Amaral, não chega a despontar entre os três candidatos com mais intenções de votos. Com apenas 7% das intenções de votos, Tabata também perdeu 1% depois do episódio da cadeirada. Já a outra candidata mulher aparece com 2% e permaneceu com os mesmos 2%.

Qual a importância desses episódios e análises no cenário nacional?

Eu diria bastante relevante, uma vez que São Paulo é, sem dúvida nenhuma, o exemplo e retrato do comportamento do cidadão brasileiro, seja na política ou fora dela.

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Quer conversar mais sobre o episódio da “cadeirada” e a relação com a masculinidade tóxica? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: Reflexão: A Polêmica da Abertura das Olimpíadas de Paris 2024

Palavras-chave: violência na política, violência física e verbal na política, masculinidade tóxica na política, violência nos debates eleitorais, inteligência emocional e política, como a violência afeta os debates políticos no Brasil, impacto da violência verbal e física na política brasileira, violência e masculinidade tóxica em debates eleitorais, episódio da cadeirada entre Datena e Pablo Marçal, falta de inteligência emocional na política

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Reflexão: A Polêmica da Abertura das Olimpíadas de Paris 2024 https://www.cloudcoaching.com.br/reflexao-a-polemica-da-abertura-das-olimpiadas-de-paris-2024/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=reflexao-a-polemica-da-abertura-das-olimpiadas-de-paris-2024 https://www.cloudcoaching.com.br/reflexao-a-polemica-da-abertura-das-olimpiadas-de-paris-2024/#respond_60450 Wed, 11 Sep 2024 13:20:22 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=60450 A abertura das Olimpíadas de Paris trouxe uma apresentação cultural que gerou debates sobre representatividade, diversidade e política. Descubra os detalhes dessa polêmica e como ela abre espaço para importantes reflexões e aprendizado.

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Reflexão: A Polêmica da Abertura das Olimpíadas de Paris 2024

Historicamente, as aberturas dos jogos Olímpicos são marcadas pelas apresentações artísticas e culturais do país sede.

Em 2016, o Brasil realizou uma festa com os símbolos do país como a imagem do Cristo Redentor, o carnaval, as baianas, a Amazônia. A coreografia contou a história da formação do Brasil desde os primeiros povos originários, passando ainda pela chegada dos portugueses ao país, a escravidão e posteriormente, dos povos árabes e japoneses nos séculos XIX e XX.

A coreografia mostrou também o surgimento das cidades, com projeções em 3D – até uma réplica do 14-Bis levantando voo no Maracanã e imagens de pontos turísticos do Rio de Janeiro.  A música brasileira marcou presença com ícones como Elza Soares, Paulinho da Viola, Marcelo D2 e Karol Conká. E, claro, as festas tradicionais de diversas regiões do Brasil não ficaram de fora.

No final, o tema do aquecimento global fez uma reflexão sobre as emissões de dióxido de carbono e uma pergunta: “será que tem jeito?”. Com a voz de Fernanda Montenegro, surgiram no telão imagens de ‘uma flor’ que nasce em meio a um terreno árido e pouco fértil. Em seguida, 11.000 atletas entraram com 11.000 sementes que depois foram plantadas no que ficou conhecido como a floresta dos atletas.

Na abertura das Olímpiadas do Japão, cancelada por conta da pandemia e realizada em 2021, houve homenagem à resiliência dos atletas e a sua solidão por treinarem sozinhos em meio ao isolamento imposto pela Covid-19. Depois, o Japão contou sua história e como o país foi reconstruído após a Segunda Guerra Mundial.

Estou contando tudo isso para lembrar que, embora seja um evento esportivo, é inevitável que haja alguma manifestação social, cultural e até política.

Isso porque a abertura é também uma forma de o país sede se mostrar para o mundo e de chamar atenção para algumas questões. E isso aconteceu, e acontecerá, em todas as Olimpíadas, independentemente do país sede.

Como pano de fundo histórico, as Olimpíadas tiveram origem na Antiguidade por volta do ano de 776 a.C. sempre na cidade de Olimpia na Grécia. O evento associado a rituais religiosos em homenagem a Zeus e os deuses da mitologia grega e acontecia a cada quatro anos, por dois meses. Decretava-se então um momento de tréguas de conflitos para que os participantes pudessem chegar até a cidade de Olimpia em segurança. As Olimpíadas tiveram seu fim em 393 d.C.

As Olimpíadas modernas, como conhecemos hoje, foram criadas por um francês, o Barão de Coubertin. A primeira edição aconteceu em 1896, na cidade de Atenas, com a participação de 14 países e 241 atletas, somente homens, uma vez que as mulheres eram, de fato, proibidas até de assistir. Quatro anos depois, em 1900, a França sediou as Olimpíadas por ser o país do seu criador e uma segunda vez em 1924. Não por acaso, ser sede das Olimpíadas de 2024 celebra também a quebra do jejum de 100 anos.

Seguindo a tradição, a França não pouparia esforços para realizar uma belíssima e inesquecível festa de abertura das Olimpíadas, contando também a história daquele país, de seu povo, sua cultura, gastronomia e moda, que são sua grande marca. Uma festa ousada colocando todos os atletas em barcos cruzando o rio Sena, muita luz, nome ao qual a cidade faz jus, e sem dúvida, seguindo seu grande lema de liberdade, igualdade e fraternidade.

Uma festa recheada de símbolos.

Os símbolos que para a semiótica servem para entendermos os processos comunicativos, que na linguística chamamos de signo. Formado por um significante (tudo aquilo que é tangível, perceptível, material) e um significado (tudo aquilo que está no plano do conteúdo, o abstrato, a parte imaterial do signo, uma ideia, um pensamento).

Compreender os signos é entender todas as formas de linguagem (verbais e não verbais). Nesse sentido, tudo é signo, e tudo comunica: palavras ditas ou não ditas, cores, gestos, ruídos, cheiros, sons, notas musicais, desenhos, músicas, ritmos, danças, roupas, acessórios, penduricalhos, objetos … tudo. Imagine então, a quantidade de signos, significantes e significados apresentados na abertura das Olimpíadas. É através da semiótica que podemos compreender, ou tentar compreender a comunicação, os pensamentos e emoções associados a ela.

E será que houve má interpretação da encenação com as drag queens?

Uma performance que teve a palavra FESTIVITÉ em uma das pontes de Paris como uma passarela no centro como se fosse uma mesa onde 17 drag queens assistiam ao desfile com pessoas LGBTQUIA+, com destaque para a DJ e drag queen Barbara Butch, militante feminista e lésbica, com uma coroa de louros na cabeça. Num determinado momento, um prato com uma tampa cloche desce e, quando a tampa é retirada, surge o deus grego Dionísio, o deus do vinho, das festas e da fartura que, na mitologia romana, é simbolizado por Baco, o deus dos bacanais.

A cena causou uma polêmica mundial quando um grupo de religiosos e conservadores atribuiu a uma “falta de respeito” e até uma blasfêmia. Isso porque o grupo acreditou que a encenação fazia uma referência à pintura de Leonardo da Vinci da Santa Ceia. Pintura localizada no refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie em Milão na Itália e pintada entre 1495 e 1498.

A deputada Marion Maréchal, sobrinha da ultradireitista Marine Le Pen, foi às redes sociais pedir desculpas aos cristãos e aí os ultradireitistas e “conservadores” também no Brasil surfaram na onda e atacaram o COI (Comitê Olímpico Internacional). Interessante que na imagem divulgada pelos que compararam ao quadro de Da Vinci apareciam 13 drags e não, 17.

O diretor artístico da cerimônia de abertura das Olimpíadas 2024, Thomas Jolly, negou veementemente ter zombado dos cristãos e, Comitê Olímpico postou no X:

“A interpretação do deus grego Dionísio deixa claro o absurdo da Violência entre seres humanos.”

Os organizadores garantem que foi uma referência à pintura “Festa dos Deuses” de Jan Harmensz de 1635. Obra que está exposta em um museu na cidade de Dijon na França. O que faz mais sentido ainda, uma vez que as Olimpíadas são um evento criado na Grécia por volta de 776 a.c.

A “Festa dos Deuses” é um quadro em homenagem a Dionísio, deus do vinho e das festas. Na imagem, há um banquete com uma mesa posta, coberta por uma toalha branca. Ao redor dela, vários deuses do Olimpo, com destaque para Apolo, deus do sol, que tem uma auréola (e não uma coroa de espinhos), Diana, Poseidon, Marte e Vênus, que segura no colo seu filho, Cupido. Dionísio é retratado como um homem seminu com um cacho de uvas na mão. No fundo, a imagem de um céu com nuvens e anjos.

Diante de todas essas evidências, fica claro que a performance com as drag queens não foi apenas uma homenagem aos deuses e à mitologia grega. Foi também mais uma entre tantas manifestações que valorizam a história das Olimpíadas. Que valorizam a história da França, sua cultura, as mulheres revolucionárias francesas, além da música, gastronomia e moda, marcas registradas daquele país. O evento também tinha como objetivo transmitir uma mensagem de respeito, união dos povos e diversidade.

Um outro ponto importante é que as drag queens estão cada vez mais influenciando o mundo da moda. Seja nas redes sociais ou estampando capas de revistas ou participando de desfiles de marcas famosas e estilistas como Jean Paul Gaultier.

Contra-argumentando as críticas dos religiosos e ultraconservadores, há também os que defendam que, mesmo que a encenação tenha sido uma referência a Jesus, seria mais do que aceitável que as drag queens, assim como todos aqueles que sempre estiveram à margem da sociedade, estivessem à mesa com o Messias, que sempre os protegeu e com quem verdadeiramente andou.

Vale ressaltar também que a pintura de Leonardo Da Vinci, encomendada pela igreja católica, pintada com o olhar (pela ótica) de um pintor renascentista do século XV. Basta observar os traços de Jesus e dos apóstolos com biotipo muito mais próximo de pessoas brancas romanas do que aquele descrito por historiadores.

Em 2001, um documentário da BBC, mostrou uma face que seria a mais próxima de Jesus a partir de um vasto estudo de reconstruções faciais coordenado pelo especialista Richard Neave. Corroborando esses estudos, a historiadora e professora do Departamento de Teologia e Estudos Religiosos do King’s College de Londres, Joan E. Taylor, descreve Jesus da seguinte forma:

“Os judeus daquela época eram biologicamente semelhantes aos judeus iraquianos de hoje. Acredito que ele tinha cabelos castanhos, pele morena, em torno de 1,60m e 50 quilos.”

E teria morrido com uma idade de aproximadamente 30 anos.

Já que estamos falando de Leonardo Da Vinci e da polêmica envolvendo drag queens, vale lembrar que Da Vinci era, de fato, um homem declaradamente gay, inclusive julgado por sua orientação sexual.

Percebe o quanto os signos são interpretações a partir de um ponto de vista.

Os significantes são todos os elementos presentes, concretos. Porém, o significado que cada um dá a partir de suas crenças, conhecimentos, cultura, valores e até interesses políticos são completamente diferentes.

Fato é que a mensagem que o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e do Secretário-geral da ONU, António Guterres, transmitiram nos seus discursos durante a abertura das Olimpíadas 2024 reforçaram a importância da diversidade, da tolerância, da paz, do convívio entre nações e povos diversos, de união num mundo onde não haja sul e norte global, e um convite à trégua e que todos baixassem as “armas”.

Simbólica e historicamente, as olimpíadas são (ou deveriam ser) um momento de trégua entre os conflitos e guerras, a Vila Olímpica da modernidade, o espaço do convívio entre nações onde atletas de mais de 200 países, e pela primeira vez com a participação de 50% de mulheres, possam conviver em harmonia e com respeito a todas as diferenças.

A pergunta que fica é: qual a sua ótica sobre tudo isso? A ótica que nada mais é do que um ponto de vista e seria a vista de um ponto?

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Quer conversar mais sobre a polêmica em torno da abertura das Olimpíadas de Paris 2024? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: A Vitória da Resiliência e da Representatividade Feminina: As Olimpíadas de Paris nos deixam grandes lições

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A Vitória da Resiliência e da Representatividade Feminina:
As Olimpíadas de Paris nos deixam grandes lições

Você algum dia imaginaria a seguinte cena: três mulheres negras subindo no pódio de uma Olimpíada e as medalhistas de prata e bronze se ajoelhando em reverência à atleta que levou a medalha de ouro?

Pois foi exatamente isso que aconteceu nas Olimpíadas de Paris durante a premiação das ginastas do solo. As atletas americanas Simone Biles e Jordan Chiles, medalhas de prata e bronze respectivamente, se ajoelharam e estenderam as mãos à brasileira Rebeca Andrade quando ela subiu no pódio para ser condecorada com a medalha de ouro.

Uma cena épica que ficará cravada na história das Olimpíadas e gravada na memória de todos mundo afora. Especialmente, de nós, brasileiros e brasileiras, tamanha a força simbólica que ela carrega.

Num ambiente altamente competitivo como são as competições olímpicas, muito se fala da competição mais acirrada que existe e ainda maior entre as mulheres. Parece até haver um senso comum de que há mais rivalidade entre mulheres do que entre homens. E será que a ciência também confirma essa rivalidade?

Um artigo científico publicado pela “Royal Society” de Londres em 2013 diz existir uma raiz biológica para tal. Porém, há também quem defenda que se fosse uma questão meramente biológica, não haveria possibilidade de convivência e amizade entre as mulheres, o que nós sabemos bem não é verdade.

Não só há inúmeros exemplos de convivência e amizade entre mulheres como há também alguns estudos que destacam a importância dessas relações para a saúde da mulher, destacando inclusive a produção de oxitocina, o tal hormônio do amor.

A cena das atletas norte-americanas e da brasileira chamou atenção até de celebridades como Viola Davis, que postou na sua rede social o seguinte:

“Eu celebro você, Brasil! REBECA!!!! Você é luz!!! This is the most beautiful photos of sportsmanship, respect, and love!”

Viola, uma das maiores e mais importantes atrizes de Hollywood da atualidade, que é uma mulher preta, teve uma infância e adolescência extremamente miserável que ela revela no seu livro de memórias “Finding Me”. Em tradução livre, “Encontrando-me”, ela também tem advogado sobre a importância da representatividade das mulheres pretas.

Num vídeo emocionante, mostra uma criança negra de dois anos de idade em frente à TV assistindo às apresentações das ginastas e fazendo piruetas, movimentos como os das atletas, no chão da sua sala, e a frase: representação significa muito.

Igualmente, nós sabemos que tanto Simone Biles quanto Rebeca Andrade vieram de famílias muito humildes. Simone, com 3 anos, foi levada com os irmãos para uma “foster family” (família provisória de adoção) porque sua mãe era viciada em álcool e drogas, onde ficou até os 6, quando foi adotada pelos avós. Foi com essa idade, numa excursão da escola, que Simone conheceu a ginástica e chamou a atenção de uma treinadora ao dar cambalhotas e piruetas.

Ao longo de sua carreira, Simone acumulou inúmeras medalhas e conquistas. Porém, em 2018, ela denunciou o abuso sexual que sofreu pelo ex-médico da sua equipe, Larry Nassar. Nassar foi também acusado por centenas de outras atletas e condenado a 175 anos de prisão. O saldo de tudo isso foi uma doença mental que lhe abalou profundamente e lhe tirou das Olimpíadas de Tokyo em 2021.

Rebeca, filha de uma empregada doméstica que criou mais 7 filhos sozinha, conta que ia para os treinos a pé com o irmão mais velho e depois de bicicleta quando ele pôde ter uma. Por vezes, era a mãe quem ia para o trabalho a pé para que a filha pudesse usar seu vale-transporte até o ginásio.

Ao longo de sua carreira, Rebeca passou por algumas cirurgias por conta de rompimentos de ligamento e pensou em desistir. E ainda bem que não o fez. Além de ter sido medalhista de ouro em Tokyo, ela voltou ainda mais forte e conquistou 1 medalha de ouro, 2 de prata e 1 de bronze.

As histórias dessas e de muitas meninas pretas se encontram nesse lugar de inúmeros desafios e superação. Nada disso é para romantizar as suas conquistas e é fundamental destacar que Rebecas e Simones são muito mais exceções do que regras.

Se esforço e uma vida miserável fossem pré-requisitos para o sucesso, teríamos milhões de brasileiros ocupando não só os pódios de Olimpíadas, mas os mais importantes cargos em empresas, com salários altos e vidas dignas.

E nós sabemos muito bem que não é isso que acontece. As pessoas mais pobres e pretas são, sem dúvida, as que mais se esforçam. Acordam de madrugada e enfrentam 3/4 horas de trânsito para chegarem ao local de trabalho. Têm 3/4 jornadas de trabalho diárias e ainda assim seguem ganhando baixos salários. E, além disso, com pouco acesso a serviços, moradia, lazer, educação e saúde de qualidade.

Então não dá para romantizar mesmo, mas dá para entendermos a importância de um passo de cada vez e da representatividade feminina. Dá também para entendermos o significado da palavra sororidade quando ela sai do dicionário e vira ação.

Sororidade, que para as mulheres pretas ganha um novo léxico: “doloridade”. Um conceito cunhado pela professora e escritora Vilma Piedade, cujo livro publicado em 2017 tem o mesmo título. Segundo Vilma:

“A sororidade parece não dar conta da nossa plenitude. Foi a partir dessa percepção que pensei em outra direção, num novo conceito que, apesar de muito novo, já carrega um fardo antigo, velho, conhecido das mulheres: a dor – mas, nesse caso, especificamente, a dor que pode ser sentida a depender da cor da pele. Quanto mais preta, mais racismo, mais dor.”

E nesse lugar de sororidade e de doloridade, merecem os lugares nos pódios das Olimpíadas e na vida todas as Simones, Rebecas, Daianes, Laís, Rayssas, Martas, Beatrizes, Dudas, Marias, Ana Patrícias, Flávias, Vitórias, Julianas, Valdileias, Larissas, Mayras, Lorranes, Julias, Jades, Rafaelas…

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Quer saber mais sobre as lições de Resiliência e Representatividade Feminina no esporte e qual a importância disso para a sociedade como um todo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: Por que Certos Líderes Religiosos Não Querem que Seus Fiéis Estudem?

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Por que Certos Líderes Religiosos Não Querem que Seus Fiéis Estudem?

O que está por trás do interesse de certos líderes religiosos em garantir que seus fiéis não estudem?

Há poucos dias, a palavra de um pastor evangélico durante um culto em uma igreja de denominação neopentecostal viralizou e, obviamente, passou pela minha timeline.

André Valadão, que se apresenta como pastor, é conhecido nas redes sociais pelo seu estilo de vida. Diga-se de passagem, está longe de ser daquela figura bucólica a qual recorro: um homem simples, em um descampado, pastoreando suas ovelhas. Ainda mais distante, ele está da figura de Jesus de Nazaré da Bíblia dos cristãos que nasceu em uma manjedoura e passou a vida peregrinando ao lado dos mais pobres até ser traído e crucificado.

Valadão é herdeiro de uma família que enriqueceu construindo um império evangélico e hoje tem, segundo informações no próprio site, mais de 700 igrejas espalhadas pelo mundo. Ele que está mais para o Diabo que veste Prada, Dior, Gucci, relógios Rolex, não poupa postagens nas suas redes e da mulher esbanjando luxos e uma vida onde não faltam viagens para lugares notadamente caríssimos, curtição no exterior, carros importados de marcas que muitos de seus “fiéis” jamais poderão comprar.

A fala em questão que viralizou no mês de junho de 2024 foi a seguinte:

“Se a faculdade vai acabar com a vida do teu filho, não manda ele para a faculdade. Não manda! Vai vender picolé na garagem. Ah, mas eu não criei meu filho para isso. Você criou para quê? Para ele ir para o inferno, pô?” E ainda continuou: “Criou a sua filha para quê? Para virar uma vagabunda? Ou você a criou para virar uma mulher santa, uma mulher digna de família? Aí ela tem um diploma, é rodada, é doida…”, declarou.

Valadão ainda envia um recado para os pais e continua sua fala dizendo: “Você vai falar de Jesus e ele diz assim: ‘não fala de Deus para mim, não’. Acabou sua vida, irmão. Aí você vem para a igreja. ‘O que eu errei?’. Você aceitou. Você, papai e mamãe. E se você está vivendo essa situação, eu tenho boas novas para você. Não pare de lutar pelos seus filhos”, concluiu.

Na legenda da publicação, o pastor ainda escreveu: “Todo pai e mãe conhece muito bem os pontos fortes e fracos dos filhos. Não adianta empurrar eles para algum lugar onde não irão se dar bem, não arrisque a salvação.”

Com quase um milhão de seguidores nas redes sociais, este pastor e vários outros chamados “líderes religiosos” descobriram, assim como fazem alguns políticos muito bem assessorados por marqueteiros estudiosos do comportamento humano, que polêmica, discurso de ódio e mentiras lhes rendem ainda mais seguidores e, consequentemente, mais capital político e financeiro.

Obviamente que houve uma estratégia pensada para que sua fala fosse viralizada. Entretanto, para além do teor preconceituoso, misógino e de ataque às universidades, Valadão atinge diretamente o sonho daqueles que desejam cursar uma faculdade, ter um diplomada e que acreditam ser este o caminho para uma vida mais digna.

O mais bizarro desse episódio foi o dia seguinte em que Valadão posta um novo vídeo, agora na companhia de 2 dos seus filhos e em tom e deboche diz: “e ai, Brasil! Em meio à polêmica, olha aí onde estou hoje passeando com meus filhos.” E mostra a localização da Universidade de Harvard nos EUA.

Harvard que é uma das mais conceituadas, prestigiadas e caras universidades do mundo. É reconhecidamente um dos berços do que os norte-americanos chamam de liberalismo. Um amálgama do pensamento político mais alinhado como as proposta de esquerda e centro-esquerda. Lado este que definitivamente o Pastor declaradamente conservador não se enquadra. No mínimo, contraditório com a fala de quem diz que “Deus é melhor que uma faculdade”.

Na esteira conservadora de que a faculdade e as universidades são ambientes perigosos, fica a pergunta:

O que está por trás do interesse de certos líderes religiosos em garantir que seus fiéis não estudem?

Uma vez que as universidades, em geral, promovem reflexões e formação de indivíduos que desenvolvam pensamento crítico e questione o status quo, me parece que não seja nada interessante para quem deseja manter seu lugar de dominação que haja “ovelhas” pensantes e que se recusem a dizer amém diante de falas preconceituosas, sexistas, misóginas, elitistas, etaristas, racistas, capacitas e nada politicamente corretas como é o desejado em espaços universitários como em Harvard.

E, por falar em falas preconceituosas e até criminosas, que promovem engajamento através de polêmicas, em julho de 2023, André Valadão sugeriu num culto em sua igreja que os fiéis “matassem” homossexuais. No seu pronunciamento o pastor disse: “Aí Deus fala: não posso mais, já meti esse arco-íris aí, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi pra mim mesmo que não posso, então agora tá com vocês.”

Mesmo sendo flagrado e tendo sua fala gravada num país onde a LGBTfobia é crime absolutamente nada aconteceu com este homem. Nem com a sua instituição que sequer teve seus templos ameaçados de serem fechados pela justiça. Seguindo impune e com um certo “poder”, inclusive muito próximo de certas figuras da política brasileira, este pastor e outras figuras religiosas continuam pregando intolerância, desinformação, ódio e usando a palavra de Deus ou o que está na Bíblia como instrumento de manipulação.

Uma Pesquisa do Instituto Semesp e da Workalove aponta que 80% dos jovens querem ingressar no ensino superior em 2024. Realizada pelo centro de inteligência analítica criado pelo Semesp e a Workalove, plataforma de orientação e desenvolvimento de carreiras do Pravaler.

O levantamento ouviu 1.542 jovens de todo o Brasil, no período de 9 a 22 de novembro de 2023, destes, 79% de até 24 anos. 85% têm como maior sonho entrar na faculdade, seja pública ou privada. Para 40%, a possibilidade de conseguir um emprego na área de atuação desejada é o principal motivo do ingresso às universidades, seguido por mudança de vida para 26%.

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Quer saber mais sobre como a polêmica das declarações do pastor André Valadão? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Cris Ferreira
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Confira também: Qual a cor da sua emoção? 

Palavras-chave: líderes religiosos, educação e religião, crítica à educação, manipulação religiosa, André Valadão, por que líderes religiosos desencorajam a educação, impacto da educação nas estruturas de poder religioso, líderes religiosos e o controle sobre fiéis, educação crítica e manipulação religiosa,
André Valadão, líder religioso André Valadão, influência de André Valadão sobre seus seguidores

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Qual a cor da sua emoção?  https://www.cloudcoaching.com.br/emocoes-basicas-qual-a-cor-da-sua-emocao/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=emocoes-basicas-qual-a-cor-da-sua-emocao https://www.cloudcoaching.com.br/emocoes-basicas-qual-a-cor-da-sua-emocao/#respond_58668 Wed, 19 Jun 2024 13:20:49 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=58668 Descubra as 4 emoções básicas e aprenda a lidar com elas de forma saudável através de práticas simples e diárias. Aprenda como a higiene emocional impacta sua saúde e a importância dela para ter uma vida mais feliz e equilibrada.

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Qual a cor da sua emoção?
Você sabia que como numa paleta de cores, há 4 emoções que são básicas e primitivas?

São elas: o medo, a raiva, a alegria e a tristeza. Se você é um ser humano, saiba que é perfeitamente normal ter estas e todas as outras emoções que derivam delas como ansiedade, angústia, insegurança, etc.

Nossa cultura tem nos ensinado a esconder ou abafar as emoções que não são positivas. É comum vermos pais mandando as crianças engolirem o choro, guardarem a raiva ou ridicularizarem o medo. Este tipo de atitude reprime os sentimentos e intoxica o organismo causando doenças que são somatizadas.

Precisamos aprender a aceitar nossas emoções, reconhecê-las e saber como lidar quando chegam ao extremo. Não devemos negar, mas sim observar o aqui e o agora. Da mesma forma, não devemos nos apegar às emoções muito positivas como se elas fossem ser para sempre e também não devemos desprezar as emoções negativas.

Como disse, nada mais normal do que ter sentimentos e emoções, mas o excesso pode ser muito prejudicial. O excesso de raiva pode gerar agressividade e violência, o excesso de alegria pode levar a um estado de euforia, o excesso de tristeza pode levar à depressão e o excesso de medo pode levar ao pânico.

O psicólogo inglês, Guy Winch, afirma que assim como fazemos nossa higiene do corpo diária, como escovar os dentes e tomar o banho, deveríamos fazer a nossa higiene emocional com práticas diárias de meditação, gratidão, pensamentos positivos, etc.

A teoria do mindfulness ou atenção plena diz que é uma meditação na qual ficamos focadas somente naquilo que estamos fazendo, sem deixar que a mente divague ou crie situações que não existem.

Se estiver escovando os dentes, por exemplo, escove como se estivesse meditando, prestando atenção apenas nos movimentos da sua mão ao segurar a escova, nos movimentos na boca, nas sensações que tem. Sempre que surgir algum pensamento invasor, volte a focar na atividade que está realizando, permitindo que seu pensamento fique apenas ali.

Muitas das nossas emoções como ansiedade ou depressão estão relacionadas ao fato de que não estamos plenamente ligados ao momento presente, mas sim ao futuro que imaginamos ou ao passado com o qual nos apegamos. Nem o passado existe mais, nem o futuro existe ainda.

Perceba nos primeiros sinais das suas emoções. Se se sentir triste, foque sua atenção e perceba qual o sentimento ou sentimentos geraram a tristeza. Foi indignação, sentimento de não pertencimento ou rejeição, frustração…? Será que está triste porque ficou frustrada e ficou frustrada porque criou uma expectativa maior do que deveria? Pense no aprendizado e no que fará diferente da próxima vez. Se sentir vontade de chorar, chore. Ou escreva sobre a sua tristeza e o que a causou.

Se sentir raiva, entre num quarto, pegue um travesseiro e dê vários murros nele com as duas mãos. Se sentir medo, fique presente, acalme a sua respiração, inspirando e expirando profunda e calmamente. Observe se o medo é real ou é algo que está criando na sua cabeça. De qualquer maneira, use apenas a respiração para lhe acalmar.

Topa um desafio?

Você deverá observar suas emoções durante o dia e fazer a meditação da atenção plena sempre que possível, executando suas tarefas com foco apenas no que está fazendo e acalmando a sua respiração. Você vai precisar de 15 minutos só para você, de preferência antes de dormir e deitado em um local escuro e silencioso. Observe apenas o ar entrando e saindo da sua narina. Se vier algum pensamento, deixe ir e volte a observar apenas a sua respiração.

Assim como escovamos os dentes e tomamos banho todos os dias, procure incluir uma prática de higiene emocional na sua rotina e verá o quanto se sentirá mais leve.

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Quer saber mais sobre a cor da sua emoção e como incluir uma prática de higiene emocional na sua rotina? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Cris Ferreira
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Confira também: A Importância de Combater Fake News e Deepfakes

Palavras-chave: emoções básicas, quais são as emoções básicas, cor da emoção, cores das emoções, higiene emocional, práticas de meditação, atenção plena, mindfulness, como lidar com emoções, higiene emocional com mindfulness, atenção plena na rotina, aceitação das emoções negativas

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A Importância de Combater Fake News e Deepfakes https://www.cloudcoaching.com.br/a-importancia-de-combater-fake-news-e-deepfakes/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-importancia-de-combater-fake-news-e-deepfakes https://www.cloudcoaching.com.br/a-importancia-de-combater-fake-news-e-deepfakes/#respond_58207 Wed, 22 May 2024 13:20:35 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=58207 A questão das fake news e deepfakes é algo extremamente relevante e prejudicial a todos os indivíduos e ao coletivo! Descubra como elas impactam a sociedade e por que é crucial combater a desinformação.

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A Importância de Combater Fake News e Deepfakes

Vivemos a era da informação sem precedentes na história da humanidade. Você sabia que a palavra “news” do inglês é um acrônimo e, por isso, um substantivo singular? O “n” é de North (Norte), o “e” de East (Leste), o “w” West (Oeste) e o “s” South (Sul). Reza a lenda que os reis e nobres enviavam mensagens e ordenavam aos mensageiros que as entregassem nos quatro pontos: Norte, Leste, Oeste e Sul.

Obviamente que desde os primórdios as informações acabavam sendo distorcidas pelo caminho. Você conhece a brincadeira do telefone sem fio na qual se falava uma frase do ouvido de uma pessoa e ela ia passando para a próxima numa sequência de várias pessoas na roda.

Ao final, o autor da frase inicial perguntava qual tinha sido a frase que chegou ao último ouvinte e em 100% dos casos havia uma enorme distorção. A frase original havia sido completamente modificada.

Fofocas, mentiras, calúnias sempre foram, infelizmente, algo presente na comunicação humana. Muitas levaram à destruição de reputação, de casamentos, de negócios e, acredite, até a conflitos e guerras. Falhas seríssimas na comunicação e total falta de ética e de diplomacia seja entre pessoas comuns, empresários, políticos, grandes líderes e por aí vai.

Com o advento e a popularização da internet, das redes sociais e de plataformas de mensagem como WhatsApp e Telegram, o famigerado efeito “telefone sem fio” tomou proporções inimagináveis. Não se trata mais de uma brincadeira inocente realizada entre um pequeno grupo sentado em círculo no chão.

A desinformação e distorção de fatos rompe todas as fronteiras não só da ética, mas também geográficas. Uma frase ou notícia falada ou postada aqui pode chegar a pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância.

Estima-se que a cada segundo 6,000 tweets (hoje X) são compartilhadas; 740 mil mensagens no WhatsApp; 700 posts de Instagram. E é isso mesmo que você ouviu, por segundo.

Nessa escalada do que chamávamos de desinformação, que tinha na base a descontextualização. Descontextualização é quando se tira um trecho de contexto para manipular selecionando aquilo que convém.

Em seguida, vieram as chamadas “propagandas” políticas como aconteceu durante o nazismo de Hitler onde o que se propagava era um ponto de vista de um determinado ator que utiliza de contextos políticos ou militares para influenciar a opinião pública.

Hoje, lidamos com as fake news, ou seja, notícias falsas que se apresentam como verdadeiras para difundir dados falsos e prejudicar a reputação de alguém ou de alguma entidade.

Não satisfeitos com a fábrica de mentiras, que rende bilhões e até trilhões de dólares, os produtores de mentiras e manipulações utilizam agora o que chamam de Deepfake utilizando toda a tecnologia e sofisticação da “inteligência artificial” adulterando arquivos de vídeo, imagem ou voz através de softwares capazes de alterar completamente os arquivos originais e lhes fazer parecerem verdadeiros.

O termo “viés cognitivo” ou pré-conceito cognitivo foi cunhado pelos psicólogos Kahneman e Tversky em 1972 que se referem as operações mentais inconscientes que nos levam a interpretar o mundo e tomar decisões.

Temos uma forte tendência de acreditar que não somos manipuláveis e que somos capazes de interpretar o mundo sem a influência do ledo engano! O nosso cérebro muitas vezes “nos engana” porque tudo ou quase tudo que fazemos ou acreditamos está diretamente relacionado à nossa necessidade primitiva de sobrevivência.

Os vieses cognitivos são classificados da seguinte maneira:

  • Favoritismo do grupo: quando pensamos que pessoas da nossa cidade natal, escola, trabalho, região, são naturalmente amigáveis;
  • Verdade ilusória: quando passamos a acreditar em algo porque muitos anúncios, posts, matérias repetem. Por exemplo: um alimento é bom porque muita gente começou a falar que é;
  • Efeito halo: quando julgamos, analisamos, tiramos conclusões de uma pessoa ou situação a partir de uma única característica e formulamos um estereótipo global do indivíduo como aparência, vestimenta, raça, postura, fala, etc.;
  • Confirmação: quando lemos algo ou buscamos informações em veículos que confirmam nossas crenças e reforçam nossas ideais;
  • Autoridade: quando damos autoridade a alguém, julgamos, por exemplo, “competente” apenas porque é famoso ou se apresenta como alguém muito bem-sucedido;
  • Heurística de disponibilidade: quando generalizamos a partir de um fato, quando definimos a probabilidade de um evento acontecer com base em outro evento passado mesmo que a probabilidade seja praticamente zero. Por exemplo, tememos tomar uma vacina comprovadamente eficaz porque 0,00001% teve reação ou óbito. Mesmo quando os outros 99,999999% não tiveram;
  • Ancoragem: quando tendemos a confiar em alguém ou algo por causa da aparência, preço ou primeira informação que tivemos. Por exemplo: acreditar que um vinho é bom porque alguém famoso bebeu ou porque é caro;
  • Efeito da terceira pessoa: começar a gostar ou seguir alguém ou perfil porque viralizou na rede e muitas outras pessoas seguem;
  • Efeito marco: quando somos enganados pelos números. Por exemplo, acreditar que uma taxa de sobrevivência de 90% é melhor que uma taxa de mortalidade de 10%;
  • Falso consenso: quando acreditamos que todos os nossos amigos gostaram de algo só porque nós gostamos;
  • Influência continuada: quando acreditamos em algo mesmo que a ciência já tenha comprovado o contrário. Por exemplo, achar que o ovo faz mal e é o grande vilão do colesterol ruim.

A questão das fake news e deepfakes é algo extremamente relevante e prejudicial a todos os indivíduos e ao coletivo.

É urgente que a sociedade civil, o poder público e os 3 poderes da federação discutam e votem um marco da internet com o objetivo de proteger os cidadãos.

É necessário que saibamos reconhecer os limites entre liberdade de expressão e crime. Afinal, calunia, difamação, racismo, homofobia, transfobia, atos de violência contra a mulher, feminicídio entre tantas outras formas de expressão de ódio e mentiras já são caracterizados como crimes na nossa legislação e devem ser também aplicadas no ambiente virtual.

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Quer saber mais por que combater a desinformação causada pelas fake news e deepfakes é extremamente importante a todos os indivíduos e ao coletivo? Entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.

Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: Coragem para descansar numa sociedade onde a exaustão vista como símbolo de status

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Coragem para descansar numa sociedade onde a exaustão é vista como símbolo de status https://www.cloudcoaching.com.br/cansaco-exaustao-simbolo-de-status-ou-necessidade-de-descanso/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=cansaco-exaustao-simbolo-de-status-ou-necessidade-de-descanso https://www.cloudcoaching.com.br/cansaco-exaustao-simbolo-de-status-ou-necessidade-de-descanso/#respond_57748 Wed, 24 Apr 2024 13:20:27 +0000 https://www.cloudcoaching.com.br/?p=57748 Vivemos uma crescente glorificação da exaustão como símbolo de status. Entenda por que é vital redefinir o sucesso para incluir saúde e bem-estar, valorizando o descanso e o equilíbrio em um mundo que exige constante atividade.

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Cansaço: Símbolo de Status ou Necessidade de Descanso?
A Coragem para descansar numa sociedade onde a exaustão é vista como símbolo de status.

“Requer coragem dizer sim para o descanso em uma sociedade onde a exaustão é vista como símbolo de status”.

Confesso que essa frase como muitas de Brené Brown mexeu muito comigo. Pensei ainda mais sobre a exaustão da mulher contemporânea que leva o status ainda mais ao pé da letra.

Mulheres que também estão exaustas porque se cobram uma perfeição extremamente extenuante de ter a barriga invertida, a reposição constante de colágeno, a aplicação de Botox para esconder as rugas, o corpitcho sempre de 20, os cabelos volumosos mas jamais rebeldes, o marido e filhos lindos e bem sucedidos, a bolsa da marca caríssima, o celular trocado todo ano para não ficar de fora do trend, as joias que não pode usar em qualquer lugar com medo do assalto e por aí vai…

Eu tenho para mim, que a sociedade do cansaço está na busca desenfreada do ter e do nosso distanciamento do ser. Será que estamos perdendo de vista a nossa verdadeira essência?

Sabe por que essa frase me pegou? Porque fui exatamente essa mulher exausta que buscava uma perfeição descontrolada; trabalhava 14/16 horas por dia para ter o apartamento luxuoso, o carro do ano, a viagem para Disney para os filhos, o closet lotado de sapatos e roupas que muitas vezes não tirava nem etiqueta, jamais usava… Ter a falsa ilusão de que as pessoas me admiravam e gostavam de mim por isso.

Adoeci! E não foi da noite para o dia. Foi um processo de alguns anos no qual crescia como uma árvore que só tem copa, mas as raízes estavam apodrecendo. O que estava me nutrindo na verdade não era saudável e não me fazia bem. Aos poucos, as folhas (minha vida) foram perdendo o viço e começaram a cair. O que restava eram alguns galhos secos.

Essa fui eu quando me vi na cama de hospital me perguntando o que tinha feito com minhas raízes, minha essência. Como iria recuperar os nutrientes que manteriam de pé e mais frondosa do que nunca?

Foi só aí que entendi que não era sobre TER. Era sobre ser. Ser menos perfeccionista, mais generosa e compassiva comigo mesma. Ser mais seletiva na escolha fosse da minha alimentação ou das minhas amizades. E ser menos consumista e mais essencialista. Não ser controladora e  mais empática, tolerante e amorosa com o outro. Ser menos impulsiva e ansiosa. Ser mais uma realista esperançosa como dizia Ariano Suassuna. E ser menos rigorosa comigo e com quem me cerca.

Deixei de gastar com roupas, sapatos, futilidades e excessos que não me preenchiam e apenas ocupam espaços. Passei a investir em mim e a preencher a minha mente, alma e corpo com o que me fazia realmente bem por mais egoísta que pudesse parecer aos olhos dos outros.

E essa foi a grande e libertadora virada na minha vida e no meu processo de cura.

Liguei o “foda-se” para o que o outro julgava ser egoísmo. Deixei de querer ser aceita ou ter aprovação de X pessoa ou grupo. Passei a viver o prazer de me dar prazer.

Investi em mim, em processos de autoconhecimento, em alimentos saudáveis e o mais naturais possíveis, em relações não tóxicas, em retiros e espaços onde pudesse, de fato, me reencontrar comigo mesma, com a minha verdadeira essência, com a natureza e com outras mulheres que me ajudaram e me ajudam a construir a minha egrégora com pessoas que me fortalecem espiritual, mental e energeticamente.

Eu aprendi a extrair das outras mulheres a seiva que dá vida nova às minhas raízes e que leva os nutrientes necessários para que minhas folhas formem uma árvore frondosa que acolha outras mulheres também.

Deixo aqui uma de minhas poesias que fiz há alguns anos quando me sentia fraca e que estava perdendo as minhas “folhas”, a minha “copa” e a vontade de SER. (leia ao final)

A Sociedade do Cansaço 

O termo sociedade do cansaço é o título de um ensaio do filósofo sul-coreano, Byung-Chul Han.

Como o nome sugere, o filósofo trata o cansaço como um fenômeno social e não apenas algo que acomete indivíduos isoladamente. Não se trata de uma abordagem psicológica ou fisiológica apenas e vai além.

Para o filósofo, o cansaço é produzido por uma sociedade que hipervaloriza o desempenho e o “sucesso” no trabalho. Han fala sobre a violência da positividade exagerada que produz pessoas mecanizadas que servem aos interesses do sistema capitalista e altamente competitivo.

O filósofo foi também quem cunhou o termo sociedade do desempenho para tratar dos efeitos nocivos à saúde do indivíduo numa realidade que, de fato, cobra constantemente produtividade e resultados, muitas vezes irreais. Num círculo vicioso de busca por desempenho, o indivíduo entra num processo contínuo de frustrações, medos, angústias, estresse… numa roda viva de produção de bens que precisam ser incessantemente consumidos.

Para piorar todo esse cansaço, entram em cena as redes sociais que promovem cada vez mais a sociedade dos iguais e reforça assim a intolerância ao diferente e à diversidade. Um espaço para o uso de filtros onde, sem dúvida, têm mais likes e seguidores aqueles que se apresentam bem-sucedidos, ricos, nos seus carrões com corpos perfeitamente sarados.

Do outro lado, estão pessoas adoecidas, exaustas, com transtornos que vão desde ansiedade à falta de atenção, foco, distorção da própria imagem, sedentarismo, depressão, burnout

Nessa sociedade do cansaço onde o que há é o adoecimento, é urgente que busquemos o descanso, o afastamento das redes em momentos de conexão com o outro, com a natureza, com o lazer, com atividades físicas, terapias, sono de qualidade.

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Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/

Confira também: Autoestima: A Liberdade de Ser Quem Você É e Deseja Ser!

Palavras-chave: cansaço, exaustão, coragem para descansar, descanso, a importância do descanso, saúde, saúde mental, bem-estar

 

Árvore quero ser (Cris Ferreira)

 

Não quero a horizontalidade da planície

Nem a superficialidade de um raso lago

Muito menos a inverdade de uma canalhice

Quero somente a profundidade

Daquilo que me eleve para o outro lado

 

Minha semente será plantada

Na mais profunda vala

E suas raízes expandirão

Nos mais seguros espaços

Onde se agarrarão

 

Bruta é a seiva de onde absorvo toda a solução

Que penetra por todos os meus órgãos

Garante a minha mortal existência

Sem nunca fazer distinção

Se era rei ou barão

 

Ao elevar-me preservo toda a nobreza

Do alto do mais divino

Expando-me em uma sombra serena

Agradável frescura de uma cortês beleza

Generosa tudo ofereço tamanha a minha riqueza

 

Muitos frutos gerarei

Suculentos os transformarei

Maduros um dia se tornarão

Prazer e vida doarão

E sem distinção, a todos saciarão

 

Novas sementes brotarão

Em solo firme germinarão

Novas células alimentarão

A luz que lhes traz energia

Vida gera e verde é a magia

De uma enigmática química

Azul, violeta e vermelha

Vida vital clorofila

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