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Aposentadoria… E agora?

Hoje se vive mais… bem mais! As pessoas se cuidam mais, fazem exercícios físicos com maior frequência, além da tecnologia e ciência colaborarem. Chegamos aos 80, 90 e até 100. E como ainda o mercado, em geral, seleciona os mais jovens, perde-se o espaço e “sobra” mais tempo. O que fazer?

O artigo é sobre as novas perspectivas da idade “Senior ou o que entendíamos como aposentados. O que acontece a partir das prováveis alterações políticas e econômicas e as mudanças do comportamento humano nessa fase da vida.

Até pouco tempo, estar aposentado era sinal de tranquilidade, com disponibilidade para ficar com os netos ou, no máximo, realizar algum trabalho artesanal ou social. Sem muitos problemas, pois estar com sessenta e poucos anos ou chegando aos setenta, já era a expectativa máxima de vida para as pessoas. Ter essa condição, ou seja, buscar certa quantia de dinheiro da aposentadoria no banco, cuidar do jardim, casa, animais, conversar na praça ou num bar com os amigos, era o mais esperado pós-atividade produtiva. E isso bastava para serem felizes.

Acontece que hoje se vive mais… bem mais! Chegamos na casa dos 80, 90 e até 100. E como ainda o mercado, em geral, seleciona (isso está mudando…ufa!) os mais jovens, perde-se o espaço de trabalho e “sobra” muito tempo. Muito mesmo. O que fazer?

Outra mudança significativa aconteceu no estilo de vida. As pessoas se cuidam mais, fazem exercícios físicos com maior frequência, além da tecnologia e ciência colaborar com novos medicamentos e intervenções que aumentaram a “sobrevida”.

Além de ocupar o tempo, manter-se ativo é mais do que isso, é manter a vida com qualidade. É manter-se vivo emocionalmente e psicologicamente.

E a expectativa de ter uma renda que podia até bastar para viver, também pode mudar. Pode-se aposentar…ou não! Ou seja, ainda vamos precisar conseguir os recursos financeiros.

A discussão não é política, mas é o que podemos fazer com a mudança política e seu impacto na vida econômica e social. O objetivo é saúde, comportamento e felicidade.

Precisamos evidentemente encontrar novas fontes de rendimento, sentido, objetivo, meta e propósito de vida. Sim, porque sem isso, estaremos fadados a uma existência quase que “vegetativa” e com poucos recursos, ou seja, sobrevivendo e sem qualidade.

Então “Seniors” o que fazer com esse tempo todo à disposição, com vitalidade, saúde, experiência, conhecimento e energia e, agora, provavelmente com necessidade financeira?

A sociedade, empresas, instituições de todo tipo estão se preparando para oferecer atividades para essa população, mas ainda de maneira um tanto tímida. Algumas organizações estão criando setores de excelência para os Baby’s Boomers” (geração nascida em meados dos anos 50 – pós-guerra) ou seja, setores para se preservar a inteligência técnica e de gestão, construída por profissionais que estão na casa dos 60 anos. Nesse espaço, ensinar, mentorear, transmitir o que se aprendeu acertando, errando, estudando, pesquisando, agora compartilhados e registrados. Isso é no mínimo visão de futuro de empresa que valoriza seu capital intelectual e deseja ser perene.

Mas como nem todas ainda realizam esse projeto, temos muitos profissionais que são desligados e outros que optam por se desligarem.

Hora do plano B. O que fazer? Como ocupar seu tempo, se ocupar intelectualmente e ainda aproveitar a vida enquanto o prazo de validade não vence?

Fazer um novo curso, aprender um novo idioma, montar um negocio, tornar-se um professor, consultor.

Deve-se programar a vida desde o início das atividades de trabalho, ou seja, desde jovem. Uma cultura de presente e construção de futuro.

Vamos investir na mudança de padrão mental da sociedade, onde ser “sexagenário” é só mais uma nova fase, com novas atividades, agora atendendo a outras opções de lazer e de escolhas. Talvez não mais a balada, provavelmente, menos interesse em noitadas e aventuras esportivas radicais, mas sem muita pressa e mais compreensão; mais compaixão e sabedoria. Talvez novos interesses, novos hábitos; menos “coisas” e mais sentidos.

Novas maneiras de se divertir, se exercitar, novos negócios.

E as organizações, públicas e privadas, com a criação de mais centros de Excelência, com a integração das diferentes gerações que ensinam e aprendem, simultaneamente.

E os encontros com a família e amigos, regados com muita música, danças e alegria. E comemorar a vida. Sempre!

Eline Rasera Author
Eline Rasera, Bacharel em Psicologia e pós-graduada em Recursos Humanos pela FGV- Fundação Getulio Vargas, é especialista em Psicologia Organizacional pelo CRP – Conselho Regional de Psicologia e Coach pelo ICI – Integrated Coaching Institute. Realizou estudos sobre “A Biologia do Observador e suas Crenças” na Escola Européia de Coaching em Lisboa; coordenou o setor de Gestão de Pessoas em empresas de grande porte por mais de 25 anos. Professora do curso de pós-graduação da FGV da área de Administração de Empresas e sócia diretora da Consultoria Anel Gestão de Pessoas.
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