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Filhos: Quando a proteção fragiliza

Será que proteger demais é realmente amar? Explore como a superproteção pode gerar fragilidade nos filhos e como a exposição consciente aos desafios constrói adultos resilientes, com autoestima, equilíbrio emocional e autonomia.

Antifragilidade na criação dos filhos quando proteger demais fragiliza e prejudica

Filhos: Quando a proteção fragiliza

Antifragilidade na criação dos filhos quando proteger demais fragiliza e prejudica
Criado com ChatGPT-4o

Pais, quando escolhem ter filhos, cedo ou tarde precisarão tomar uma decisão crítica e de enorme impacto: abrir mão, por amor, daquilo que provavelmente mais vão amar na vida, seus filhos.

Essa é uma decisão de respeito à vida, à vida do próprio filho. Talvez esse seja um dos mais importantes e impactantes paradoxos que pais devem enfrentar o quanto antes, o de que o amor verdadeiro não é o que prende, protege, traz privilégios ou priva os filhos das dores que precisariam sentir. Mas sim o que facilita a exposição a dificuldades e desafios, assim como liberta e deixa que seus filhos caminhem, tropecem e se levantem ainda mais fortes, por conta própria, tornando-os antifrágeis – conforme conceito desenvolvido por Nassim Taleb, no livro Antifrágil.

Ao sairmos de dentro do ventre de nossas mães e ganharmos liberdade, deixamos para trás o máximo de aconchego, conforto, paz, tranquilidade e segurança que um ser humano poderia desejar. Lá estávamos presos, mas tínhamos proteção, alguém que nos carregava para todos os lugares, e tudo o que precisávamos vinha até nós.

Éramos servidos 24 horas por dia, sete dias por semana. Tínhamos o conforto psicológico de não precisarmos decidir e se arrepender de nada. Porém, é no útero que vivíamos no máximo de nossa fragilidade e o mais distante possível da razão principal de termos sido agraciados com o milagre da vida, que é viver a nossa vida.

A saída do calor do líquido que nos envolvia para o ar gelado da sala de parto, bem como da escuridão aconchegante para o clarão ofuscante do caos, seguida pela agressão do corte do cordão umbilical e pela dor da separação física de quem nos protegia e alimentava, é coroada pelo sofrimento do primeiro choro, sinalizando, sem que houvéssemos sido avisados ou pedido permissão, que o pulmão foi invadido de ar seco e cortante.

O barulho do choro, a fisionomia de agonia e os movimentos descontrolados de um recém-nascido nada mais são do que sinais do que está por vir: uma vida de dúvidas, dificuldades, incertezas, ambiguidades, medos e decisões.

Mas também, e principalmente, que a vida plena, que só tem início depois do rompimento daquilo que nos unia fisicamente à nossa mãe, só se realiza pagando-se um preço, que não tem relação com conforto e segurança.

Antifragilidade na criação dos filhos quando proteger demais fragiliza e prejudica
Criado com ChatGPT-4o

Conscientemente empurrar os filhos para fora do ninho e deixar que enfrentem seus próprios temores e carências, encarando o custo do aprendizado, do arrependimento e do crescimento, é facilitar de maneira acelerada o autoconhecimento, que é fundamental para a realização de quem são. Os talentos são a fundação do sucesso de uma pessoa, enquanto as limitações, fraquezas e dificuldades são as oportunidades ou necessidades de crescimento; ou, ainda, o pedágio a ser pago para que usufruam, na totalidade, do direito de serem tudo de melhor que podem vir a ser.

Filhos nascem para viver as próprias vidas, não as vidas que os pais vivem, gostariam de ter vivido ou que acreditam que seria o melhor para os filhos, com base em suas próprias experiências, valores, medos e desejos, como pais.

É através da exposição ao mundo e à própria individualidade que os pais também contribuem com o fortalecimento da saúde mental, o equilíbrio emocional e a construção de um senso de autovalor, que serão imprescindíveis para que seus filhos sejam quem devem ser, justificando o seu nascimento e realizando sua missão de vida, de tal forma que se tornem pais orgulhosos de seus filhos, com um sentimento de dever cumprido.

A medida do sucesso dos pais, como pais, está diretamente relacionada com o que acontece com os filhos não quando estão debaixo de suas asas, mas quando estão voando a uma distância que não é mais possível vê-los.

Antifragilidade na criação dos filhos quando proteger demais fragiliza e prejudica
Criado com ChatGPT-4o

Pais que querem o bem e a independência de seus filhos permitem que sejam expostos a perigos e desafios, experimentem frustrações, derrotas e dores, na intensidade de que necessitam. A proteção fora de medida, não raro resultado dos medos, fantasmas e ilusões dos próprios pais, pode até deixar esses filhos socialmente inválidos, como um fardo e de presença inconveniente, não só para os próprios pais, mas para toda a sociedade.

Expor os filhos à vida como ela é e torná-los responsáveis pelas próprias ações pode em alguns casos ser um remédio amargo, mas que cura; porém, privá-los disso pode chegar a ser um veneno, que mata.

A coragem que os pais devem ter, ao serem pais, não está no quanto protegem os seus filhos de seus erros, fragilidades e limitações, mas sim no apoio necessário para que eles transformem todas as pedras que aparecerem no caminho em degraus que irão elevá-los e fortalecer suas pernas, para um caminhar mais confiante, seguro e na direção certa.

Um dia, ao entrar em sua casa e encontrá-la vazia, abra um sorriso, sinta aconchego, conforto, paz, tranquilidade e segurança, resultados de você ter feito a sua parte, daquilo que um dia foi confiado a você. Pais não são donos de seus filhos, são responsáveis para que eles, um dia, sejam os donos de si mesmos.

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Criado com ChatGPT-4o

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Quer saber mais de que forma o conceito de antifragilidade pode ser aplicado na criação dos filhos para promover o desenvolvimento de adultos emocionalmente resilientes e autônomos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.

Alexandre Ribas
Empreendedor, consultor, escritor e palestrante
https://www.linkedin.com/in/perfilalexandreribas/

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Alexandre Ribas começou a trabalhar com consultoria e treinamento há mais de 20 anos. Atualmente é presidente da TTI Success Insights Brasil e membro do Advisory Council da TTI Success Insights, nos EUA, empresa presente em mais de 100 países. Possui uma vasta rede de contatos, com consultores e coaches bem-sucedidos, em diversos países. No Brasil, através da TTI Success Insights, atende mais de 200 consultores, coaches, palestrantes, treinadores e head hunters, por ano. Também pratica consultoria, através da sua empresa Venko Consulting, a qual teve início em 2002. Empreendedor desde 1998, atualmente possui cinco empresas em atividade. Sua formação acadêmica passa pela Universidade Mackenzie, UFPR, FIA-USP e Harvard. Também possui diversos cursos de formação em Coaching, PNL e desenvolvimento de pessoas. Foi o primeiro brasileiro a obter a formação completa, em turmas abertas, pela então ASTD, em HPI – Certificate in Human Performance Improvement. Possui três livros publicados, sendo eles “Manual Definitivo DISC”, “DISC – tudo o que você precisa saber, mesmo” e “Manual Definitivo Motivadores”. Escreve artigos desde 1998.
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