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Antifrágil ou resiliente, qual é a sua escolha?

A antifragilidade está além da resiliência. O resiliente resiste a choques e permanece o mesmo, já o antifrágil fica melhor.

Antifrágil

Antifrágil ou resiliente, qual é a sua escolha?

Uma das expressões mais utilizadas pelos mentores, coaches, consultores e até psicólogos é “resiliência”. Resumidamente, ela remete ao conceito de que se deve ter força e resistência perante o imprevisto. Ter a capacidade de superar as dificuldades pelo caminho. Ter condições de responder positivamente às situações de estresse, saber se posicionar na adversidade. A pessoa resiliente é aquela que não desiste e não se abate quando tudo caminha de forma diferente do que esperava.

Porém, de alguns anos para cá, começou a tomar espaço outra expressão. E que, na sua essência, muitos confundem com resiliência. Eis aí a expressão “antifrágil”. Um estudioso matemático chamado Nassim Taleb, de origem líbano-americana, lançou o conceito de antifrágil e tomou conta do vocabulário de gestão neste mundo moderno. O conceito nasceu em 2008, quando Taleb lançou seu livro “A lógica do Cisne Negro”, e evoluiu ganhando relevância em um livro com o título “Antifrágil, coisas que se beneficiam com o caos”, em 2012.

Nesse livro, Taleb assinala que algumas coisas (entendam “coisas” como pessoas, empresas ou grupos informais) se beneficiam de contextos inesperados. Isso porque elas prosperam e crescem quando expostas à volatilidade, aleatoriedade, desordem e fatores estressantes. Quando se trata de pessoas, claramente são aquelas que amam a aventura, o risco e a incerteza.

No entanto, ser antifrágil não é, exatamente, o oposto de frágil. A antifragilidade está além da resiliência. O resiliente resiste a choques e permanece o mesmo, já o antifrágil fica melhor.

Isso se baseia nos argumentos do Cisne Negro, a expressão que Taleb criou para formular um conceito novo, a partir de fato ocorrido na Austrália. Durante muito tempo, acreditou-se que só existiam cisnes brancos no mundo, até encontrarem os cisnes negros. Isso indicou que mesmo aquilo que se considera improvável pode acontecer. E o Cisne Negro não é exceção. Mas a situação que, quando ocorre, gera mudanças drásticas em áreas da economia, da política, das relações internacionais ou mesmo da saúde. A pandemia está aí como o Cisne Negro mais presente em nossas vidas.

Quando há um evento Cisne Negro, o frágil certamente perecerá, o resiliente sofrerá e continuará. Mas aí estará o impulsionador para a pessoa antifrágil poder prosperar. Ou seja, a pessoa antifrágil pode aprender, crescer e se beneficiar de cisnes negros positivos. A fragilidade implica mais em perder do que ganhar. É mais lado negativo do que positivo. É uma resultante desfavorável. A antifragilidade implica mais em ganhar do que perder. É igual a mais vantagens do que desvantagens. Então quando há uma situação complexa e crítica, é quando surge a resultante favorável.

Uma abordagem interessante de Taleb é quando ele traz o conceito de fragilidade para o cotidiano. Como autor, ele assume que qualquer coisa que faça, pessoalmente, não reduzirá a venda de seus livros. Porém, se o executivo de alto nível de uma empresa socar alguém irritante em um bar, provavelmente terá consequências danosas para si, no mínimo tendo registro policial. Assim o autor quer explorar a seguinte premissa: pessoas que não parecem se importar com a forma como se vestem (ou são vistas pelos outros) são antifrágeis. Pessoas que têm de usar terno e gravata, e se preocupam com a má reputação por qualquer tipo de atitude, são frágeis.

Continuando…

Para os frágeis, o efeito cumulativo de pequenos choques de situações improváveis é menor do que o efeito total de um único grande choque equivalente. Para quem é frágil, há o problema de origem para começar a levantar peso de um quilo cem vezes. Mas para o antifrágil, os desafios trazem mais benefícios (ou menos danos) conforme sua intensidade aumenta. No mesmo exemplo, levantar um peso de 100 quilos uma única vez é benéfico e gera mais satisfação. E em outro exemplo, para Taleb o frágil travará diante do desafio, mas o antifrágil se arriscará a atravessar um rio com a “profundidade média” de 1,2 m.

Caminhando para o final, eis aqui algo para se pensar a respeito. Lembrando que, na ocorrência de situações imprevistas é que o antifrágil cresce e se desenvolve, Taleb organiza então um complemento desafiador no formato de regras e paradoxos, de forma a avançar na postura antifrágil diante do mundo (aprendendo e crescendo com as adversidades ou nas situações imprevistas):

  1. (a) Nunca entre em um avião se o piloto não estiver a bordo, e (b) Certifique-se de que também haja um copiloto;
  2. Nunca peça a opinião, previsão ou recomendação de ninguém. Basta perguntar o que essas pessoas têm ou não têm a lhe oferecer. E decida você o que vale a pena;
  3. Observe o que as pessoas fazem, não o que elas dizem. Estudiosos sobre felicidade estão ganhando muito dinheiro, apesar das pesquisas dizerem que dinheiro não gera felicidade;
  4. A busca de significado dentro do Big Data gerou muito mais relacionamentos espúrios e aleatórios do que de compreensão significativa. Relacionamentos falsos crescerão muito mais rápido do que os reais. Isso porque o “acaso” permite encontrar muitos mais na rede.

E por que você precisa aprender mais sobre o que é ser Antifrágil?

Por fim, se você é coach ou mentor, aprenda mais sobre o que significa ser antifrágil. Assim você conseguirá ajudar seu cliente a ser mais do que resiliente. Ajudar seu cliente a construir mais do que a resiliência. E assim ele sairá maior na adversidade!

Gostou do artigo? Quer saber mais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Mario Divo
https://www.dimensoesdesucesso.com.br/

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Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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