fbpx

Ampliação de Mentalidade: O Mundo NÃO É como você o vê! (parte II)

Qual a mentalidade que predomina no trabalho, na organização, na sua equipe? Por que reconhecer essa mentalidade é importante para o desempenho da organização?

Ampliação de Mentalidade: O Mundo NÃO É como você o vê! (parte II)

Ampliação de Mentalidade: O Mundo NÃO É como você o vê! (parte II)

Na primeira parte deste artigo explicitamos as diferentes mentalidades e agora nesta segunda parte vamos percorrer as demais mentalidades, numa ordem crescente de energia e complexidade, vejamos o quadro referencial a seguir:

Ampliação de Mentalidade: O Mundo NÃO É como você o vê! (parte II)

Ideologizante, Salvadorista, Moralista 

Ideologizante: Referencial no qual a pessoa se prende a uma ideologia, seja política, religiosa ou filosófica, que se torna uma crença rígida e inquestionável, a defende incondicionalmente e passa a convencer os outros a adotá-la. Embora algumas ideologias possam nos ensinar bons princípios e nos dar bases de boa conduta, elas são sempre unilaterais, impositivas e geram cegueira aos seus seguidores.

Salvadorista: Normalmente o salvadorismo é também ideologizante, pois se vê como o dono da única verdade existente e se esforça para que todos sigam seu modelo. Não há percepção de que possam existir muitas formas e diferentes níveis de entendimento do mundo.

Quem não segue seu modelo ou crença é considerado uma pessoa errada ou perdida. A história humana foi forjada a muito sangue e sofrimento por estas visões salvadoristas.

Moralista: Embora a moral seja uma virtude humana, as visões moralistas advêm de uma cegueira, pois são julgadoras, rotulantes e condenatórias. Passa-se a vigiar os outros pelos princípios moralistas e os tabus vigentes. Onde há fortes discursos sobre a moralidade, ali também existe a imoralidade.

Pessoas centradas e com mentalidade elevada são auto-observadoras e procuram entender e aceitar as pessoas como elas são, e estão dispostas a compartilhar crenças e atitudes mais abertas, comandadas pelo amor e a compaixão.

Dicotomia

Dicotomia: Surge quando operamos com uma visão dividida. A palavra dicotomia vem da raiz grega DIKHA, que significa “dividido em duas partes”, mais a radical TOMIA, “parte, pedaço cortado”. Refere-se a algo dividido.

A visão dicotômica, pois, vê tudo dividido, sob dois ângulos mutuamente excludentes: certo x errado; bom x mau; feio x bonito; nós x eles; preto x branco; gerente x funcionário; pai x filho. Muitas dificuldades e conflitos surgem desta visão onde tudo é dividido em duas polaridades antagônicas.

Na visão dicotômica, por exemplo, se estou na área de produção, vejo a área de vendas como algo separado e sem ligação comigo. Se sou pai, vejo o meu filho e não o ser humano e nisto há uma divisão, uma separatividade.

Este raciocínio é muito comum e surge automaticamente em nós, e quando menos esperamos já estamos atuando sob a força da dicotomia. Nossa montagem e nossa formação são dicotômicas.

A visão que vai além da dicotomia é a visão integrativa, da interdependência e da complementariedade.

Gerentes e funcionários, produção e vendas, pai e filho são interdependentes e integrados. Substituímos o “ou” pelo “e”.

Tecnicista, Mecanicista, Específica 

Tecnicista e Mecanicista: Ocorrem quando utilizamos a visão analítica, científica e lógica, quando queremos tudo comprovado e explicado. Embora este pensamento seja apropriado para questões técnicas e materiais, se torna muito restritivo para entender as relações humanas.

O tecnicismo, ou mecanicismo, gerou grande desenvolvimento tecnológico, mas também criou a figura do especialista que tem uma visão unilateral e parcial.

Embora no mundo atual os especialistas sejam necessários em todas as áreas, estes não devem perder sua visão mais ampla, generalista e integrativa da vida.

Específica: Nós nos tornamos específicos quando usamos referenciais e visões próprios de uma determinada área de conhecimento, como, por exemplo, a medicina, a engenharia, a psicologia, o direito. E dentro de cada disciplina, vamos aprofundando cada vez mais áreas específicas. É o que faz a ciência e a tecnologia evoluírem.

Mas levamos esta visão específica para olhar o mundo que nos rodeia. E o mundo não é específico. Não há como ver o Todo com uma visão específica. De modo geral é uma visão ainda presa a uma dicotomia de certo x errado, fruto do treinamento cartesiano matemático de avaliar tudo, inclusive os comportamentos humanos, que são muito mais complexos. Porém, ao tomarmos consciência de que estamos operando com uma visão específica, podemos mudar e ir além. 

Interdisciplinar, Multidisciplinar, Transdisciplinar 

Só aqui é que começamos a superar a visão dicotômica que tanto tem travado a compreensão dinâmica e interligada da Vida em geral e do ser humano em especial.

Interdisciplinar: É quando adotamos a visão de interdependência. Professor e aluno caminham juntos, professores de física, química e português trabalham integrados. A visão de interdisciplinaridade gera cooperação e ajuda mútua. Nas empresas ela é muito útil quando reúne diferentes especialidades frente a uma questão comum.

Multidisciplinar: A visão multidisciplinar aprofunda a interdisciplinar. Surge quando se procura ver uma determinada questão sob as mais variadas especializações, ou seja, profissionais de diferentes áreas se reúnem sobre um tema e isto aumenta consideravelmente a capacidade de percepção e entendimento.

Transdisciplinar: Quando buscamos ir além das disciplinas e adentramos o espaço ilimitado do conhecimento e da sabedoria. Neste nível há maior grau de liberdade, sem a prisão aos dogmas de cada disciplina específica.

Holística, Sistêmica ou Complexa

Holística: Holos significa o todo, ou seja, uma visão abrangente, ampliada, conjunta, de cima. Ver toda a empresa e não apenas uma parte, ver toda a cidade e não apenas sua casa, ver a vida pulsando em tudo. A visão holística nos leva a ver o todo na parte e a parte no todo.

Sistêmica: A visão sistêmica consiste em captar a interligação de tudo, onde nada é visto separadamente. Tudo depende de tudo. Para viver, precisamos do ar, da água, da terra, do fogo. Sem estes elementos não existiríamos.

Então, numa folha de papel podemos ver a árvore, a chuva, o sol, a terra. Uma coisa gera a outra e assim sucessivamente. Uma empresa só existe porque os recursos, processos, relacionamentos e sua identidade estão presentes.

Uma pessoa que não vai ao trabalho afeta toda a empresa; um radar de aeroporto que deixa de funcionar por algumas horas afeta vários voos, que afetam inúmeras pessoas em muitas cidades no país e até no mundo todo. Tudo é movimento e mudança, tudo é conexão.

Ter visão sistêmica implica em conhecer as variáveis que afetam de forma significativa os resultados.

Os sistemas abertos, como as organizações humanas, são dinâmicos e não podem ser tratados como se fossem estáticos.

A Visão Complexa: está ligada à chamada “era da incerteza”. Pressupõe uma visão sistêmica da realidade, vista através de subsistemas e uma ampla visão ecológica que coloca o ser humano como parte da cadeia ecossistêmica do planeta. Nos mais recentes avanços científicos, esta visão vem encontrando seu lugar, sobretudo a partir do aprofundamento da visão quântica da energia, que tudo abrange.

Podemos dizer que a humanidade está vivendo uma fase incrível. O economista John Galbraith chamou de “Era da Incerteza”.

Como dizia Albert Einstein:

“Quando as proposições da matemática correspondem à realidade, elas não são certezas. E, quando são certezas, elas não correspondem à realidade.”

Todos os modelos que vimos, desde os clichês, até os mecanicistas e específicos, se fundavam na certeza, na verdade estabelecida, em dogmas religiosos ou científicos. Uma característica perpassa por todos eles: são dualistas, dicotômicos, onde o que é certo é certo e o que é errado é errado. Um exclui o outro.

Se de um lado, em base a esses conceitos, se construíram civilizações, tecnologias avançadas, por outro lado uma visão de mundo não holísticossistêmica provoca viseiras estreitas que se refletem na ação humana. Muitas das correntes que nos aprisionam não são físicas, são mentais. Principalmente as visões ideológicas e as dogmáticas têm provocado, e ainda estão provocando, injustiças, perseguições, destruições, guerras, chacinas – tudo justificado pelo fervor de impor uma verdade sobre os outros a qualquer custo.

Até mesmo os cientistas, quando não se abrem para uma visão aberta e complexa da vida, são engajados nesta luta de imperialismos religiosos, culturais, políticos e econômicos.

Por isso é importante estarmos atentos a nós mesmos e ao nosso entorno. O mundo que sonhamos para nossos filhos e netos, um mundo de harmonia e bem-estar físico, intelectual e espiritual, pede nossa colaboração em fazermos evoluir nossa mente e a das pessoas com quem convivemos.

Há que descobrirmos em nós mesmos a verdade que já está ali implantada desde nossa concepção. Não precisamos de ninguém para nos dizer o que é verdade ou não. Basta consultarmos nosso interior e nos conectarmos com a Fonte da Vida que está em nós. E precisamos ter uma mente aberta para não rejeitarmos as diferentes formas de pensar e os diferentes princípios que determinam os comportamentos humanos.

Podemos concluir dizendo que, em diferentes circunstâncias, nós fazemos uso de todos estes referenciais. Nenhum deles é melhor ou pior, apenas têm energias diferentes e criam realidades diferentes.

É importante sabermos decodificar quais dos referenciais estamos usando e quais realidades estamos criando a partir deles.

Decodificando os que mais usamos, podemos nos educar e treinar para ampliar nossa visão, isto é, usar referenciais de maior energia. Porque isto nos vai ampliando o espaço de liberdade interior, de autocondução, de definições mais adequadas e leais, segundo nossas crenças e não segundo crenças que nos foram postas na mente, fora de nosso controle.

Para ter uma visão mais ampliada, uma mentalidade elevada é necessária ter consciência; conhecimento não basta. Pessoas com muito conhecimento, com títulos de mestrado ou doutorado, podem atuar no mundo com mentalidades bastante restritas, quando suas especialidades não se conectam com uma visão holísticossistêmica ou complexa.

Então, é importante cultivarmos nosso estado mental, nossa mentalidade. Este cultivo é processo de autoeducação contínua, de auto-observação. Envolve leituras, cursos e, sobretudo, meditação. Este cultivo muda nossos comportamentos e atitudes. Nos dá condições de levarmos uma vida mais rica e livre, e, sobretudo, com mais alegria de viver.

Qual a aplicabilidade para as organizações? 

As organizações são constituídas por pessoas. Qual a mentalidade que predomina no trabalho, na organização, na sua equipe?

Conforme o referencial usado, daí decorrem as formas, as maneiras de levar, de conduzir as atividades humanas. A forma como as coisas são feitas é que vão determinar uma boa ou má gestão profissional e é daí também que decorre o clima organizacional.

Os problemas, bem como as soluções, contêm a sua visão correspondente.

Então, é importante atuar profissionalmente com elevada visão holísticossistêmica ou complexa. Com esta visão conseguimos ver o todo na parte e conhecer as variáveis que afetam o todo.

Com esta visão as organizações certamente terão resultados consistentes com mais facilidade, com mais alegria. E é esta visão mais ampliada que fará emergir uma organização onde as pessoas se sintam felizes de trabalhar.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre Ampliação de Mentalidade? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Marcos Wunderlich 
https://holos.org.br

Confira também: Ampliação de Mentalidade: O Mundo NÃO É como você o vê! (parte I)

 

Marcos Wunderlich é Empresário e Presidente Executivo do Instituto Holos. Pioneiro do Coaching e Mentoring no Brasil, é referência nacional em Formação e Instrumentação de Mentores e Coaches no Brasil com abordagem holossistêmica e complexa, tem mais de 30 anos de experiência profissional. Consultor, palestrante, Master Coach e Mentor de Executivos. Mentalizador do Sistema ISOR® um conjunto instrumental científico-pedagógico de Desenvolvimento de Pessoas e Organizações com base na moderna ciência e neurociência, na milenar sabedoria humana e nas inovações da administração. Filiado ao ICF – International Coach Federation. Consultor CMC – Certified Management Consultant credenciado pelo IBCO – Instituto Brasileiro de Consultores de Organização em convênio com o ICMCI – International Council of Management Consulting Institutes. Formado e pós-graduado na área tecnológica, tem várias formações no campo da Gestão e Humanidades,
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa