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Alimentação e os sinais do nosso corpo

Muitas vezes os excessos em açúcares, gorduras e sódio acontecem. Caso haja frequência nessa ação, os impactos na saúde de forma integral começam a se mostrar presentes e nossos corpo começa a mostrar sinais que precisam serem ouvidos.

Alimentação e os sinais do corpo: Por que devemos ficar atentos aos sinais do nosso corpo?

Alimentação e os sinais do nosso corpo

Esta semana tive que acompanhar uma pessoa querida ao pronto socorro. Ali, na sala de espera, vendo muitas pessoas entrarem com diferentes expressões de dor e sofrimento, fiquei me questionando sobre o papel do atendimento preventivo, o qual realizo no consultório. Ou seja, o quão relevante é para a vida das pessoas quando as questiono sobre seus horários de atividades e refeições diárias. Sobre os hábitos de vida, preferências e aversões alimentares e sobre as respectivas expectativas frente à procura pelo atendimento. Afinal, muitas pessoas entram no consultório visando melhorar padrões estéticos e, a partir da nossa conversa, vamos identificando outros sinais e sintomas expressados pelo corpo que precisamos “ouvi-los”.

Neste meu momento reflexivo, ali na sala de espera, recordei algo que muitos pacientes já me disseram ao final de uma consulta. “Foi quase uma sessão de terapia”, ouvi incontáveis vezes. Admiro e respeito imensamente o trabalho tão essencial de psicólogos e terapeutas. E reconheço que a fala em questão não pretende diminuir em nada suas atuações, ao contrário. Trata-se de reconhecer, de forma genuína, o quanto a alimentação não acontece isolada (e, portanto, não devemos tratá-la assim) e permeada por aspectos psicológicos, emocionais, espirituais e mentais.

Desta forma, não podemos considerar apenas a fome como algo fisiológico, motivado tão somente pela necessidade em repor energia para o nosso corpo. Afinal, também há situações em que a busca por alimento ocorre justamente pelas causas anteriormente citadas, principalmente as emocionais, a fome hedônica. E é nesse momento, em que o alimento te escolhe e não o contrário, que muitas vezes os excessos em açúcares, gorduras e sódio acontecem. Caso haja frequência nessa ação, os impactos na saúde de forma integral começam a se mostrar presentes, uma vez que nosso corpo está completamente interligado.

Não há como separarmos o que acontece em nosso íntimo mental e emocional com o que acontece em nosso corpo físico.

Assim, nos casos em que a pessoa relata uma dificuldade em controlar seu consumo alimentar, não posso simplesmente passar um plano calculado sem conversar. Sem escutar de forma ativa e auxiliar no autoacolhimento desse comportamento, facilitando a identificação do “para que” essa situação se repete. O conceito em não dividirmos o corpo entre as dimensões física e mental é muito antiga. Relatos de Platão de 380 a.C. já nos traziam que:

“… assim como não é possível tentar a cura dos olhos sem a da cabeça, nem a da cabeça sem a do corpo, do mesmo modo não é possível tratar o corpo sem cuidar da alma…não pode ir bem a parte quando vai mal o todo. É da alma que saem todos os males e todos os bens do corpo e do homem em geral, influindo ela sobre o corpo como a cabeça sobre os olhos. É aquela, por conseguinte, que antes de tudo precisamos tratar com muito carinho, se quisermos que a cabeça e todo o corpo fiquem em bom estado. As almas, meu caro, são tratadas com certas fórmulas da magia: essas fórmulas são os belos argumentos. Tais argumentos geram na alma a sofrosine ou temperança e, uma vez presente a temperança, é muito fácil promover a saúde da cabeça e de todo o corpo. O grande erro de nossos dias no tratamento do corpo humano é que o médico separa a alma do corpo”. (Trecho retirado do livro A Psique do Corpo, de Denise Gimenez Ramos – pág. 25).

Assim, somente a escuta atenta, acolhedora e ampla permite que a atitude repetitiva de buscar o alimento como acalento para situações de ansiedade, estresse, angústia, cansaço e irritabilidade, seja transmutada. E refletindo sobre isso, respondo meu questionamento interno com tranquilidade de que, sim, é o atendimento preventivo, o entendimento sobre as raízes dos sintomas que trarão solução efetiva e mudança no padrão alimentar.

E essa atitude previne que situações mais graves e complexas se desenvolvam ao longo do tempo. Afinal, muitos dos desequilíbrios metabólicos como pressão alta, diabetes tipo 2 ou câncer são silenciosos, vão se instalando internamente sem sinais claros e gritantes de imediato, diferente de quando ralamos um joelho e a todo o momento nos lembramos daquela lesão.

O cuidado com a alimentação que realizo no consultório foi sendo construído ao longo dos anos, com muito estudo e experiência clínica. Quando começo um novo atendimento sempre me lembro da frase de Carl Gustav Jung:

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

E seguindo essa linha observo como o olhar para os alimentos, por parte das pessoas que passam em atendimento, vai se modificando. Não acreditando mais em restrições severas, fórmulas mirabolantes, associação entre sofrimento e alimentação. Não mais! Passam a enxergar os alimentos como os grandes aliados ao nosso corpo.

Afinal, são eles os responsáveis por formar todas as informações contidas em nossas células, desde o DNA, nossa informação genética primária, passando pelas organelas e chegando às bactérias, que habitam todo nosso corpo.

Para se ter ideia de como esse papel é relevante, vale comentar que possuímos em torno de 100 trilhões de células e 50 bilhões se renovam a cada dia. E para esse funcionamento perfeito são necessários inúmeros nutrientes.

Assim, somente o atendimento preventivo, quando estamos bem e capazes de escolhermos o que levamos à boca é que podemos unir conhecimentos sobre as demandas nutricionais e emocionais do nosso corpo. Não confundindo sensações ou encobrindo situações que merecem outro tipo de análise e resolução.

Espero que este post faça você refletir também sobre os seus hábitos alimentares. A forma como tem valorizado essa área da sua vida. E, caso observe que precisa de mudanças, que desperte em você o desejo em mudar! Mudar no hoje para que sua saúde agradeça no presente e no futuro!

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a Alimentação e os sinais do nosso corpo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Nutricionista Paola Nunes
https://www.linkedin.com/in/paola-nunes-moreira

Confira também: Nutrição além dos Alimentos

 

Paola Nunes Author
Paola Nunes é graduada em Nutrição desde 2009 pelo Centro Universitário São Camilo. Atua em consultório há 12 anos e tem especializações em Nutrição Clínica Pediátrica, Nutrição em Marketing em âmbito internacional, Nutrição Clínica Funcional, Nutrição Esportiva Funcional e Psicossomática.
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