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Acalmar o mar não te fará dominar a arte de liderar, mas aprender a surfar, sim!

Quando o líder aprende a se compadecer de si próprio, a entender que também tem fragilidades, a respeitar e acolher suas limitações, liderar se torna mais leve.

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Acalmar o mar não te fará dominar a arte de liderar, mas aprender a surfar, sim!

Lidar com pessoas é tarefa difícil na opinião de muitos líderes. De fato, o ser humano é complexo, prova disso são as causas das demissões nas organizações que apontam para problemas comportamentais e superam a marca de 80%. Embora existam excelentes assessments que ajudam a avaliar o comportamento humano, sozinhos eles não podem garantir o resultado que se espera do contratado em se tratando de comportamento. Napolleon Hill, grande mestre do empreendedorismo, autor de vários Best Sellers,  afirma que “saber lidar com pessoas é o que traz dinheiro ao projeto”.

Vários são os fatores a serem considerados pelo líder para o desenvolvimento da habilidade de se relacionar. Eis alguns deles:

1. Vivemos numa era onde as pessoas já não querem mais fazer as coisas por fazer.

Propósito passou a ser fundamental para quem busca uma realização plena, considerando que o trabalho é apenas uma das prioridades essenciais da vida. Avaliar criteriosamente o perfil comportamental sem ter uma equipe de líderes preparada para lidar com o ser humano, é tarefa quase inútil. É preciso ter a habilidade de conquistar corpo, mente e coração, como dizia Stephen Covey, autoridade mundial em liderança;

2. Refutar o discurso antigo de que pessoas são um mal necessário.

É fato que são os números que mantêm as empresas de pé, sem eles, elas deixam de existir. Entretanto, para qualquer resultado que se espera, o único meio de acesso são as pessoas. Aprender essa regra é uma convocação de extrema urgência, sobretudo nos tempos atuais onde mudanças estão acontecendo de maneira exponencial. Investir no desenvolvimento comportamental da liderança que prova sua competência técnica constantemente através de números, é um dos melhores investimentos que uma empresa pode fazer;

3. Nossa cultura sempre deu ênfase à busca de melhoria através do desenvolvimento e aprimoramento das fraquezas

Contudo, a psicologia positiva chegou defendendo fortemente que dar ênfase à felicidade, conhecendo, ressaltando e potencializando nossas forças de caráter e virtudes, é a melhor forma de se alcançar resultados. O alinhamento com valores e fidelidade aos mesmos é outra via fundamental para o êxito nas organizações;

4. Sentir interesse pelo desenvolvimento do outro, não importa que função ele ocupe na organização.

Dale Carnegie, grande autoridade sobre a arte de se relacionar, afirma que o interesse genuíno pelos outros, considerando suas dificuldades, objetivos e sonhos, faz grande diferença para os resultados que esperamos delas.

Lembro-me de um coach/mentor que tive há uns 7 anos, ele era superintendente de uma das maiores instituições financeiras do mundo e um dos líderes mais reconhecidos na corporação por seus resultados. Uma das primeiras coisas que perguntei em nossa primeira sessão foi sobre qual era o seu segredo de sucesso para sustentar aquele título por tanto tempo. Ele me disse:

“… entre tantas atitudes que considero importantes no perfil de um líder com resultados, está o interesse por conhecer o sonho de cada colaborador e tornar-se um facilitador para que o mesmo possa atingir.”

Gostar de gente é regra para o sucesso nas organizações. Se o líder não gosta, mas tolera pessoas, ele até pode apresentar resultados, mas se desgastará muito e perderá a chance de chegar em seu máximo potencial, levando as pessoas a fazerem o mesmo;

5. Desenvolver a arte da compaixão pelo caminho da autocompaixão.

Muitos líderes se rendem à pressão por resultados tornando-se autoexigentes e autocríticos, transferindo para suas equipes essa mesma exigência crítica exacerbada. Quando o líder aprende a se compadecer de si próprio, a entender que ele também é humano e por isso tem suas fragilidades, a respeitar e acolher suas limitações, liderar se torna mais leve. Kristin Neff, autora do livro Autocompaixão, diz que ter compaixão é diferente de ser bonzinho e sentir pena e dó das pessoas; é respeitar o outro exatamente como ele é, mesmo que ele pense totalmente diferente de você;

6. Trabalhar o perdão sobre o passado e suas relações ruins.

Muitos líderes tornaram-se intolerantes com as pessoas e até intransigentes por suas experiências desgastantes do passado. É preciso decidir recomeçar com o entendimento que se tem hoje e no lugar de onde se está. Às vezes o líder terá que perdoar a si mesmo antes de perdoar os outros. Aceitar-se é um passo importante para a mudança, como dizia Carl Rogers;

7. Despir-se de suas crenças a respeito das pessoas.

Provavelmente, o líder terá que se despir de suas crenças a respeito das pessoas para conseguir o fôlego necessário nesse recomeço. Mas vale a pena! Sempre vale a pena quando se trata de desenvolver habilidades para melhor se relacionar com as pessoas.

No meu texto de apresentação no lançamento desta coluna, eu mencionei que ao longo da minha carreira, iniciada precocemente, usei diversas abordagens no ato de liderar das quais não me orgulho, até finalmente compreender que sem me aprimorar, dificilmente poderia construir uma carreira de sucesso, conquistar o respeito das pessoas para que as mesmas alcançassem os resultados, tão importantes para elas, para mim e para a organização.

O exercício de liderar sempre será desafiador, mas acredito também que aprender a surfar nesse mar revolto desse universo chamado ser humano, incluindo a nós mesmos, é uma habilidade que torna-se prazerosa e divertida quando desenvolvida.

Se você conhece líderes que se beneficiariam com este texto, compartilhe!

“Você não pode parar as ondas, mas pode aprender a surfar.” (Jon Kabat-Zinn)

Shirley Brandão
https://shirleybrandao.com.br/

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Shirley Brandão acumulou mais de cem mil horas exercendo cargos de alta liderança ao longo de mais de 30 anos de experiência. É administradora; Especialista em Liderança e Gestão Organizacional pela Franklin Covey, Pós-graduada em Coaching, Liderança e Consultoria pela Organização Condor Blanco/Chile; Master Coach. Desenvolve programas personalizados para líderes utilizando técnicas de Coaching e Mentoring. É sócia-fundadora do Grupo Vivencial Eu Pleno – Terapia e Coaching Vibracional (Brasil/Atacama/Capadócia); Criadora de vários workshops online; Facilitadora Internacional do Método Heal Your Life de Louise Hay; Sócia-fundadora do Workshop Outdoor A Jornada do Propósito; Idealizadora do Podcast Eu, Aprendiz de Mim; Conferencista Internacional já tendo ministrado palestras em Londres e Nova York. Certificada MBTI Step I e II. Certificada em Numerologia Cabalística; Practitioner em Ho’oponopono por Joe Vitale; Escritora, coautora de 3 obras e autora do livro O Caminho de Shanti – O Perdão Muda Tudo, Editora Hércules. Membro Honorífico da AILB – Academia Internacional de Literatura Brasileira ocupando a cadeira de número 183. Shirley atribui sua ascendência profissional à sua forte paixão pelo desenvolvimento humano. Seu propósito é ajudar a voar quem acredita que pode e assim fazê-lo à altura de seus sonhos.
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