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A sutil diferença na arte de viver a dor ou se entregar a ela

Você acha muito difícil e doloroso lidar com a tristeza? É preciso permitir vivê-la, com tudo que ela tem de dolorido e de belo.

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Você acha muito difícil e doloroso lidar com a tristeza? É preciso permitir vivê-la, com tudo que ela tem de dolorido e de belo.

Esse é um momento delicado para boa parte da humanidade.

Para alguns, talvez seja o momento mais delicado de suas vidas até agora. Pra outros, apenas mais um desafio da vida.

Para algumas pessoas, esse pode ser ou pode apenas parecer o momento mais delicado de suas vidas, pela forma como interpretam e lidam com esse momento. Assim é a mesma coisa para quem apenas vê como mais um desafio da vida.

Não é o que nos acontece, mas como lidamos com o que nos acontece que faz a diferença.

Para mim, é um momento delicado, complexo e repleto de aprendizados. E dentro de todos esses significados, estão os significados que atribuo à dor e assim os aprendizados que a dor me traz.

Se você parar um pouco para refletir, for muito sincero consigo mesmo, e então puxar pela memória os momentos que você mais aprendeu e cresceu nessa vida… Eles foram gostosinhos e confortáveis?

Um dos grandes, senão o principal significado que a vida tem para mim é o desenvolvimento por meio de todos os aprendizados que a vida nos oferece. É o aprender a SER humano.

Durante esse período de pandemia, e diante de todos os desafios que ela nos apresenta, então surgiu mais um na minha experiência. O luto. Real e concreto.

Perdi um animal de estimação muito querido que vivia comigo há quase 12 anos.

Foram 15 dias de dor para nós, eu e meu marido, e para ele, na luta contra um vírus que foi dominando todo o seu organismo, até que não tínhamos mais o que fazer e optamos por interromper aquele sofrimento que ele estava sentindo, e que não teria um desfecho feliz de qualquer forma.

Quando voltei para casa, senti um vazio imenso se apossar de mim. Não era saudade. Era dor. A memória que insistia em me trazer flashs dos últimos acontecimentos desses 15 dias. Uma dor intensa e sufocante.

Eu chorei. Muito. Muito mesmo. Três dias de choro intenso e uma escolha consciente em viver aquela dor.

Depois a dor foi amainando, e deu lugar a apenas alguns episódios de choro e então uma intensa saudade.

Hoje, com um pouco mais de uma semana de sua partida, estava lavando louças, aliás, uma das tarefas mais presentes nessa pandemia em minha vida. Valha-me Deus.

Ao lavar a louça comecei a pensar sobre a dor que vivi de forma consciente, e a diferença que é viver a dor, com tudo que ela apresenta, ou se afundar, se entregar à dor.

Já parou para pensar nisso?

Fiquei pensando que, viver a dor, estar presente na dor, é muito diferente de se afundar na dor da fato.

Para a maioria de nós foi ensinado que a tristeza é um sentimento ruim, e que ao sentir tristeza é preciso combatê-la.

Eu já pensei assim. E já agi assim. E posso te afirmar, era muito mais difícil e doloroso lidar com a tristeza querendo me livrar dela.

Hoje, busco me permitir viver a tristeza. Com tudo que ela tem de dolorido e de belo. Sim, há beleza na dor. Quer um exemplo? Ouça as músicas que têm as letras mais belas e profundas. Busque pela história delas, e vai saber que boa parte tem como componente um momento de dor.

Viver a dor é estar consciente de apesar do grau de intensidade que ela tem, vai passar. Viver a dor é buscar na medida do possível, o autocuidado, a autocompaixão. É procurar ajuda se precisar, é falar sobre ela, é estar aberto a tudo que ela traz de fato.

Afundar na dor é alimentar as ruminações da mente, a culpa que muitas vezes surge, é colocar-se no papel de vítima, é olhar para ela como algo unicamente ruim. É querer livrar-se dela.

Aqui em palavras, pode até ser mais fácil compreender essa diferença, mas é ao viver e sentir a dor é que podemos realmente saber o que é uma coisa ou outra e para isso é preciso cultivar a consciência momento a momento, é preciso treinar.

E aí, quando algo como uma dor intensa surgir na sua experiência, vai sentir na pele a diferença entre viver a dor, e se afundar nela.

Silvia Cavalaro
https://www.silviacavalaro.com.br/

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Sílvia Cavalaro tem 7 anos de experiência como profissional de Comunicação e Marketing, e 9 anos de experiência na área de Desenvolvimento Humano. Coach especializada em Direcionamento e Desenvolvimento de Carreira, Consultora em parceria com Sher Consultoria e Treinamento, Analista Comportamental pela Universidade Quantum Assessment, Instrutora de Mindfulness pela UNIFESP atuando em parceria com Centro Paulista de Mindfulness. Formação acadêmica em Comunicação Social pela Universidade Paulista e especialização em Marketing de Serviços pela Fundação Armando Álvares Penteado. Criadora do Programa Carreira e Vida com foco em direcionamento de carreira. O programa é fundamentado em três pilares principais: Qualidade de Vida, Carreira com sentido/propósito e Clareza para escolhas conscientes e sustentáveis.
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