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A pessoa mais importante da sua vida

Quem é a pessoa mais importante da sua vida? E por que saber a resposta desta pergunta pode mudar completamente a sua vida?

Quem é a pessoa mais importante da sua vida? E por que saber a resposta desta pergunta pode mudar completamente a sua vida?

A pessoa mais importante da sua vida

Olá!

Depois de algumas décadas de trabalho com pessoas, seja no consultório, nas empresas ou nos treinamentos e oficinas, existem algumas atividades que se tornam meio que lugar comum para profissionais como eu. São as tais perguntas gatilho, brincadeiras não ofensivas, alguns truques e trocadilhos que são importantes para que o relacionamento não tome o formato de uma aula chata, longa e sem propósito.

Uma destas atividades consiste em pedir que as pessoas façam uma breve lista dos seus defeitos e virtudes. Usualmente a de virtudes tem quatro a cinco itens e a dos defeitos… Ah, esta tem de dez para mais, pois as pessoas lembram muito mais facilmente dos seus defeitos que de suas virtudes. Contudo, não é só isso. Existe um fator cognitivo importante que bloqueia a lista de virtudes e é sobre isso que quero falar com você, meu querido leitor.

Tente se lembrar de sua infância, lá por volta dos cinco aos nove anos. Quantas vezes você ouviu uma das seguintes frases:

  • Não seja egoísta;
  • Dívida suas coisas com o amiguinho;
  • Que coisa feia pensar somente em você.

Ou diversas variações do mesmo tema, considerando a dinâmica e história de cada família, evidentemente.

Você ainda pode ter ouvido histórias sobre pessoas egoístas, ter assistido desenhos animados onde o vilão era egoísta ou mesmo, lido livros e histórias em quadrinhos, sempre com o vilão egoísta e o herói ou heroína magnânimo e despojado. Ainda que isso custasse o bem-estar pessoal e dos seus. Toda esta massa de programação comportamental foi instaurada como elementos de cultura e educação para modificar uma programação natural do ser humano ligada ao nosso sentido de sobrevivência.

Sim. Somos biologicamente egoístas e isso tem tudo a ver com a nossa sobrevivência como espécie.

Contudo, para viver em sociedade (onde todos são sócios de alguma forma) esses instintos naturais precisam ser trancafiados no fundo de nossa mente. E agora, cá para nós, nossos pais foram muito eficientes em trancar instintos naturais, não é mesmo?

Antes de explicar essa questão do instinto natural, vale uma defesa para com os pais, e quando digo pais, estou me referindo a toda a forma de cuidado e amor para com uma criança. Vale pai, mãe, madrinha, avó, avô, vizinha que toma conta, tia de creche, tio da pipoca etc. Não seja chato.

Defendendo os pais, vamos pensar em quem se sente confortável em levar seu pimpolho a um evento social qualquer, desde um almoço de domingo, passando pelo aniversário do amiguinho e o evento esportivo e pow! O nosso pimpolho demonstra estar preocupado mais consigo mesmo que com os demais, pula na frente da fila, pega o primeiro pedaço de comida e demais itens. Não queremos! Este é o motivo e limitar o sentimento ancestral de sobrevivência e egoísmo. Dito isso, vamos entender por que somos assim.

Segundo a teoria da evolução de Darwin, evoluímos de uma forma primata inicial que andava sobre uma base de quatro pontos (veja um gorila andando) e isso permitia que as mulheres tivessem um arco pubiano mais largo o que facilitava o nascimento de criaturas um pouco mais evoluídas e prontas para o mundo exterior. Veja novamente o ciclo de independência de um bebê gorila comparado a um humano. Pois bem, quando nossas ancestrais ficaram em pé e apoiadas em dois pontos, o conjunto pubiano também conhecido como bacia, ficou mais estreito e os bebês precisaram sair um pouco antes do forno para poder passar.

Fim da aula de biologia.

Essa simples mudança fez com que o sentido de sobrevivência fosse largamente aguçado criando criaturas muito mais egoístas.

Observe como uma criança humana é egocêntrica. Uma das primeiras palavras que ela aprende é: Meu. Enfim, nascemos assim e com o tempo aprendemos a não ser assim. Ok, de acordo. Socialmente aceito. Verdade. Mas, e daí?

Daí que agora, adultos e devidamente conscientes de tudo o que acontece, temos uma enorme dificuldade para exercitar o chamado egoísmo consciente.

Se você já andou de avião deve ter ouvido um trecho da orientação de segurança que diz que as máscaras de oxigênio cairão do teto e se houver uma criança ao seu lado, coloque a máscara primeiro em você e depois na criança. Ok, isso é egoísmo consciente.

Cuide bem de você para que você possa cuidar dos outros. É simples!

Você é a pessoa mais importante da sua vida. Sem você a vida não existe.

Deixamos de fazer muitas coisas por nós mesmos para viver esta dinâmica de heroísmo e sacrifício pelos outros. Seja uma mãe que quer dar conta dos filhos, do marido, do trabalho e da casa e se sente culpada quando fica um tempinho a mais na cama no domingo. Ou ainda, que se recusa a contratar ajuda como uma babá para uma noite ou mesmo para uma viagem. Entre homens então, nem se fala. Homens, além de tudo isso, ainda são educados para serem os provedores, responsáveis, exemplares etc. etc. E não são capazes de tirar um tempo para si, desconectar, desligar e se cuidar.

Não vamos esquecer dos cuidados necessários e que são subestimados como check-up, alimentação, exercícios, finanças e demais itens de segurança. Enfim, fazemos muito para sermos reconhecidos e valorizados por uma extensa lista de pessoas que são as nossas partes interessadas ou se preferir, nossos stakeholders. Mas nesta busca pela aprovação acabamos nos esquecendo da pessoa mais importante em nossas vidas que somos nós mesmos.

Que tal começar a mudar esse comportamento?

Não, não estou pregando a irresponsabilidade nem o egoísmo desenfreado, mas sim, o egoísmo consciente. Definir, tempo, recursos e rotinas que sejam para a manutenção do seu bem-estar, ainda que isso não crie nos outros uma percepção de valor. Mas que para a pessoa mais importante da sua vida, ah… Esta vai se sentir muito agradecida.

Pense nisso e se precisar, me acione estou aqui para conversarmos!

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o egoísmo consciente? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você.

Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com

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Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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