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A Importância de exercer o autocontrole nas empresas!

Como estabelecer bons relacionamentos no trabalho? Qual a melhor forma de lidar com pessoas explosivas? Como reagir às críticas de maneira equilibrada? O que costuma provocar o descontrole emocional?

1. Como estabelecer bons relacionamentos no trabalho?

Muito se fala hoje em trabalho em grupo e bom relacionamento com os colegas de trabalho. Isso faz parte do que os psicólogos chamam de Inteligência Social, onde conseguimos nos adaptar a diferentes perfis de pessoas no nosso ambiente de trabalho, lidando desde com uma pessoa mais amigável, até pessoas intransigentes.

Costumo fazer uma analogia à direção defensiva que hoje é ensinada na preparação dos motoristas que pretendem conseguir a habilitação para dirigir, pois nos ensinam a antecipar a direção agressiva dos carros que estão ao nosso redor e, com as pessoas no ambiente de trabalho, não deixa de ser diferente, pois quando nos antecipamos àquela pessoa mais intransigente ou casca grossa como dito no popular, temos a chance de desarmá-la de uma resposta mais ríspida ou negativa sobre nossa solicitação.

A empatia entra como um recurso imprescindível nesse momento, pois nos permite perceber o estado de espírito do nosso colega a fim de ajustarmos nossa ação para aquele momento, exemplo, sendo mais objetivo no caso da pessoa se mostrar impaciente ou até mesmo evitarmos uma brincadeira num momento em que o colega se encontra tenso ou irritado. Vale lembrar também que no caso de um colega mais tranquilo como disse acima, podemos usar o senso de humor ou apenas um sorriso natural para que se crie uma conexão, um coleguismo profissional, facilitando futuros trabalhos em grupo, trocas no sentido de servi-lo e ser servido no dia a dia e com isso ganhamos qualidade de vida no ambiente profissional e a empresa produtividade com a parceria entre os seus colaboradores.

2. Qual a melhor forma de lidar com pessoas explosivas, dentro da empresa?

Como disse acima, se antecipar à atitude de uma pessoa explosiva é muito importante para desarmá-la e além da empatia que nos permite perceber o momento do colega, outra dica que dou é ser observador e reparar no comportamento das diferentes pessoas com quem convivemos a maioria das horas do nosso dia.

Muitas vezes percebemos aquele colega considerado explosivo sendo tranquilo e sorrindo com um determinado membro da equipe, e aí nos perguntamos o por quê dele ser assim apenas com uma ou algumas pessoas. A resposta muitas vezes está na habilidade dessas pessoas de cativarem os seus colegas, usando a empatia para ajustar a ação no momento de solicitar algo, repassar alguma tarefa e outras situações que acontecem durante o expediente.

Vale lembrar que não devemos deixar de nos impor, a fim de evitarmos que esse tipo de colega enxergue brechas para ser mais ríspido ou grosso a qualquer momento conosco, mas esse tipo de imposição fazemos com respeito, sendo educado, usando um tom normal de voz e principalmente sem mostrar que estamos medindo forças com ele, ainda mais quando somos recém contratados, o que fará que o mesmo se sinta na necessidade de devolver o afronte.

Inteligência nas nossas atitudes são muito importantes para os relacionamentos saudáveis com os diferentes perfis de comportamento que temos no nosso dia a dia. Uma dica para aos poucos ir conseguindo uma aproximação com um colega mais explosivo é darmos o primeiro passo oferecendo uma colaboração com a tarefa que o mesmo está executando, isso abre portas e aos poucos num bate papo vamos conhecendo melhor a pessoa e normalmente não é do interesse dessa pessoa agredir verbalmente um colega que contribui no seu dia a dia.

Num bate papo e com empatia, às vezes, percebemos o motivo da irritação dele, que pode ter vários motivos diferentes, como falta de férias, não reconhecimento pelas suas tarefas, uma relação já desgastada entre o mesmo e a empresa, mas mesmo que o problema dele seja com a empresa, raros são os casos que ele se abre e devolve ao líder ou ao chefe sua insatisfação, pois mesmo descontente nem sempre pode se dar o luxo de colocar seu emprego em risco.

Independentemente dele ser mais explosivo, o fato é que, não é normal e nem saudável para quem leva o seu dia a dia dessa forma e nem para as pessoas que trabalham ao seu redor, as quais sentem o ambiente mais pesado e desagradável e se o colega age assim um motivo existe, pois quando estamos motivados, felizes com a remuneração e com o que fazemos, nós sorrimos, somos mais leves, prestativos e produzimos mais e cada vez mais.

As empresas estão sendo alertadas a olharem para a qualidade de vida do profissional e os bons líderes hoje em dia já estão fazendo isso, afim de proporcionar um ambiente saudável e motivação para todos.

3. Como reagir às críticas de maneira equilibrada?

Reagir às críticas e a desaforos requer autocontrole e isso é algo que vamos aperfeiçoando no dia a dia, prevendo situações antes que as mesmas aconteçam, faz com que fique mais fácil termos uma reação equilibrada no momento e, volto a dizer, ser observador é um diferencial das pessoas com autocontrole nesses momentos, é observando que percebemos, às vezes, a irritação do nosso líder ou do nosso colega com quem precisamos resolver um problema naquele momento.

Descontrolar-se e devolver com rispidez uma crítica no momento em que ela acontece é algo que infelizmente só vai desgastar a relação profissional, podendo por um dia inteiro pela frente a perder por desestabilizar nosso emocional.

Se recebermos uma critica, primeiramente precisamos racionalizar para entender se a mesma é válida ou não, se for, cabe a nós agradecer ao colega e melhorar no aspecto que fomos criticados, pois se não conseguirmos lidar com críticas, aí estaremos repassando aos colegas a tarefa de ter autocontrole.

Agora, caso a mesma não seja válida é importante saber dar esse feedback mantendo uma postura equilibrada e evitando atrito com o líder ou colega nesse momento e isso são comportamentos que vamos aperfeiçoando dia após dia, tendo consciência da necessidade de que autocontrole hoje é um pré-requisito em muitas empresas e muitas vezes quando temos autocontrole conseguimos, de certa forma, manter o ambiente ao nosso redor sob controle, com poucas variações, mas nada que chegue a transformar nossos dias em dias instáveis emocionalmente.

4. Quais são os fatores que costumam provocar o descontrole emocional?

Diversos fatores provocam nosso descontrole emocional. Não termos autocontrole é um deles, assim como desalinhamento de valores entre nós e a empresa ou entre nós e nosso parceiro afetivo, amigos e familiares.

Penso que o autoconhecimento promovido pelo processo de Coaching, hoje em dia, melhora exponencialmente a nossa capacidade de gerir nossas decisões, saber porque algo está agradando ou desagradando, porque estamos descontentes com o que trabalhamos no momento ou com a empresa que trabalhamos.

Claro que a gama de fatores que provocam o nosso descontrole emocional é muito maior e pode envolver um momento pessoal conturbado devido a um casamento desgastado, dívidas, falta de atividades prazerosas no nosso dia a dia, sedentarismo que muitas vezes provoca irritações sem que consigamos identificar o porquê.

No ambiente profissional eu cito: sobrecarga de trabalho, insatisfação com os recursos para execução da tarefa e até mesmo uma simples falta de reconhecimento por uma meta alcançada por desmotivar o profissional e fazer com o que o mesmo fique mais suscetível ao descontrole emocional.

Um bom líder hoje em dia tem no seu repertório diferentes formas de lidar com a sua equipe e ferramentas que proporcionam ao mesmo identificar e ajustar as tarefas para um determinado membro.

Cabe ao líder também entender o momento do profissional e buscar um feedback a fim de saber o motivo da queda da produtividade, o porquê da alteração de humor do mesmo e, com isso, encontrar uma forma de motivá-lo novamente.

Algumas pessoas precisam de líderes democráticos, que escutem sua opinião sobre como trabalhar para atingir determinada meta, outras não conseguem trabalhar contra o tempo e, se nesse caso, o líder for marcador de ritmo, causará o seu desequilíbrio emocional.

Há também os casos de pessoas que não conseguem trabalhar com líderes autoritários, que impõem suas opiniões ignorando a equipe, mas a liderança mais eficaz para casos de promover melhora no ambiente profissional e recuperar a motivação e alegria da equipe é o estilo Coaching, pois esse tende a olhar para o desenvolvimento do profissional, entender quais recursos faltam e quais competências poderiam ser melhoradas em determinados membros-chave da equipe. É um estilo de liderança que não traz resultado a curto prazo, mas traz uma estabilidade emocional e manutenção de resultados a médio prazo.

5. Pessoas com maior estabilidade emocional são mais bem-sucedidas no trabalho?

Sem dúvida, nos dias de hoje a estabilidade emocional faz com que tenhamos bons relacionamentos com as pessoas e isso tem sido a chave para conseguirmos oportunidades. As empresas buscam pessoas que se relacionam bem no ambiente profissional por acreditarem que o trabalho coletivo é mais importante que o individual.

Estamos na era do conhecimento, onde a troca do mesmo é importante na manutenção de qualquer tipo de relacionamento, o que muitos chamam de bom papo é na verdade a troca de conhecimento. Imagine um líder sem estabilidade emocional, provavelmente não conseguirá que a sua equipe o siga e assim também vem acontecendo com os executivos que perdem pessoas importantes na sua empresa por não se atentarem a isso, mas muitos já vêm se atentando a esse fator e isso serve para todos, pois quem não tem habilidade social e autocontrole tende a se sentir isolado e muito desconfortável no ambiente em qual trabalha.

Ser bem-sucedido na maioria das vezes é alcançar cargos de liderança ou empreender com sucesso e em ambos precisamos nos relacionar bem com as pessoas, sejam elas os liderados ou nossos fornecedores, pois os liderados produzem mais quando seguem o líder e os fornecedores ofertam melhor para aqueles com os quais mantêm bons relacionamentos.

6- Há formas eficazes para aumentar o autocontrole? Quais são?

Sim, há. O autoconhecimento é base para buscarmos autocontrole, é nele que identificamos os nossos valores pessoais e vale lembrar que a maioria dos desentendimentos nos relacionamentos em geral se deve a conflito de valores. Conhecendo nossos valores nos permite saber se a empresa que trabalhamos se alinha conosco nesse sentido, se o nosso parceiro afetivo tem valores iguais ou equivalentes.

Por exemplo, se tivermos o valor de crescimento contínuo intelectual e profissional e estamos com alguém ou numa empresa que não pensa em crescimento, certamente isso gerará um conflito constante.

Ter qualidade de vida, realizando coisas que nos dão prazer, sejam elas através do esporte, alimentação, happy hour com os amigos, um filme ou série de tv ou um simples passeio com o nosso animal de estimação ajuda a manter o estresse afastado e com isso mantemos nosso autocontrole, pois nas horas de lazer nos desconectamos dos problemas e recarregamos nossas energias.

Outra dica é se programar para chegar a tempo num compromisso. É uma outra forma eficaz de evitar irritações no trânsito e nos mantermos calmos e, estarmos calmos e descansados, é a outra base para não perdermos nosso autocontrole emocional.

7. Considerações finais:

Precisamos ser líderes de nós mesmos, a fim de enxergarmos as oportunidades e formas de ir adiante; precisamos traçar metas claras para que alcancemos nossos objetivos maiores e precisamos nos autoconhecer e, com isso, alcançarmos formas que nos deem sentido e motivação para irmos além.

Ricardo Lopes, Coach Executivo e de Liderança. Com sólida experiência na área de Coaching, assessora profissionais que desejam aprimorar e desenvolver suas competências de liderança, capacitando-os para alcançarem suas metas pessoais e profissionais. Atua com foco no autoconhecimento, desempenho positivo dos negócios e produtividade. O especialista também realiza palestras nas áreas de liderança e carreira. Formado em administração de empresas, liderou, por 15 anos, equipes de alto desempenho em vendas. Membro da SBC – Sociedade Brasileira de Coaching.
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