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A difícil missão de mudar comportamento

É o outro que tem a obrigação de nos entender, de ser mais gentil conosco e de aprender a lidar com nossos sentimentos. #SQN Se escolhemos viver em sociedade (e sim, isso foi uma escolha), bem-vindo ao mundo real! A responsabilidade pela qualidade das nossas relações é de cada um de nós.

“É claro que o(a) outro(a) deveria entender minha comunicação.”

“Foi ele(a) que interpretou errado o que eu disse.”

“Ele(a) precisa ser mais educado(a) comigo”.  E etc, etc.

É o outro que tem a obrigação de nos entender, de ser mais gentil conosco e de aprender a lidar com nossos sentimentos.

Só que não!

Se escolhemos viver em sociedade (e sim, isso foi uma escolha), bem-vindo ao mundo real!

A responsabilidade pela qualidade das nossas relações é nossa, de cada um de nós.

E efetuar as mudanças em nós não deveria ser muito difícil. Mas é. E não necessariamente as mudanças, mas o processo que as antecede, ou seja, os primeiros passos para mudar qualquer comportamento. E nesse caso, quando falamos de comportamento, estamos falando de relacionamentos interpessoais, comunicação verbal, não verbal (principalmente a expressão facial), os gestos que definem nossa (cultura) boa educação, e outras formas de expressão dos nossos desejos e sentimentos.

E quais seriam esses passos?

  1. O desejo (genuíno) para realizar a mudança
    Desejar fazer melhor para que possamos ser pessoas melhores e com melhores resultados, começa com essa decisão. É interna e intransferível.
  2. Entendendo as possíveis dificuldades
    Falei demais? Muito alto? Usei termos inadequados? Expressei algo através do sorriso (ou não sorriso)? Estava de mal humor e não cumprimentei as pessoas quando deveria ter feito?
    E a lista vai longe.
  3. Novo comportamento
    Após a identificação do que necessita ser mudado, planejar o novo comportamento que, com grande possibilidade, trará melhores resultados.
  4. Ação
    Pronto. Agora é o treinamento desse novo comportamento que se encarregará de mudar nossos padrões mentais. Pratique.

E por falar em padrões mentais, “Uma das melhores coisas nesses últimos anos, foi o acesso à informações sobre o cérebro, trazida pela Neurociência.

Um novo entendimento sobre a nossa fisiologia diz respeito à morte e ao nascimento das células cerebrais. Segundo Daniel Goleman, psicólogo, em seu livro – O Cérebro e a Inteligência Emocional – Novas Perspectivas, “todos os dias o cérebro gera 10 mil células-tronco que se dividem em duas. Uma torna-se uma linha filiada que continua fabricando células-tronco, e a outra migra para onde quer que seja necessária no cérebro e se transforma nesse tipo de célula.”  Quer dizer que as células cerebrais se multiplicam e isso equivale a dizer que novas experiências, novas células, novas conexões e novos padrões tendem a surgir. Perfeito! Comportamento adaptável a outras realidades.

Ainda de acordo com Daniel, “…muitas vezes, essa destinação é onde a célula é necessária para novo aprendizado. Ao longo dos 4 meses posteriores, essa nova célula forma cerca de 10 mil conexões com outras para criar um novo circuito neural”.

Nossa fisiologia, altamente adaptável, favorece as mudanças de comportamento, mas o que dificulta é a nossa insistência em acreditar que estamos certos em tudo e o outro é quem deve fazer algo para melhorar.

Se conseguirmos passar essa fase inicial de “dono da verdade absoluta”, seguiremos com facilidade e o resultado certamente será uma vida com relações mais saudáveis e por que não, mais felizes.

Afinal, é disso que precisamos: sermos mais felizes juntos, como sociedade, como humanidade.

Eline Rasera Author
Eline Rasera, Bacharel em Psicologia e pós-graduada em Recursos Humanos pela FGV- Fundação Getulio Vargas, é especialista em Psicologia Organizacional pelo CRP – Conselho Regional de Psicologia e Coach pelo ICI – Integrated Coaching Institute. Realizou estudos sobre “A Biologia do Observador e suas Crenças” na Escola Européia de Coaching em Lisboa; coordenou o setor de Gestão de Pessoas em empresas de grande porte por mais de 25 anos. Professora do curso de pós-graduação da FGV da área de Administração de Empresas e sócia diretora da Consultoria Anel Gestão de Pessoas.
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