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A Criatividade na Comunicação Verbal

Nesse turbilhão de informações a que somos submetidos diariamente, a comunicação mais do que nunca precisa ser efetiva.

Nesse turbilhão de informações a que somos submetidos diariamente, quer seja pela imprensa, rádio, TV, mídias digitais, congressos, seminários, painéis, palestras, reuniões, debates e tantas outras formas, a comunicação, mais do que nunca precisa ser efetiva.

Não precisamos de uma grande quantidade de dados, precisamos das informações que fazem a diferença em nossa vida, que nos propiciam o desenvolvimento pessoal, que são úteis para tomarmos as melhores decisões e solidificam nossos argumentos com precisão e adequação.

Da mesma forma que somos consumidores, também assumimos o papel de geradores de informações, na nossa vida pessoal e, em especial, em nossos papéis profissionais por meio de negociações, vendas, liderança, reuniões, aulas, treinamentos, debates, palestras, entrevistas e apresentações em público em geral.

O grande desafio é gerar uma mensagem clara, simples, objetiva, impactante, eficaz, e que esteja em conformidade com o resultado esperado.

Para você, que faz apresentações, tem desafios de contato e relacionamento com outras pessoas, abordo um recurso precioso, que pode transformar suas simples apresentações em apresentações extraordinárias e de alto impacto – A CRIATIVIDADE NA COMUNICAÇÃO, em especial na comunicação verbal.

Selecionei alguns conceitos e ferramentas de processos criativos para sugerir formas diferentes e inovadoras para serem utilizadas no planejamento, elaboração ou na exposição da sua apresentação.

Antes disso, meu entendimento sobre criatividade é de que todos somos criativos, em maior ou menor escala e que não é um dom especial nascido com algumas pessoas. Certo é, que há aqueles que tem maior ou menor dificuldade para inovar, fazer as coisas diferentes e melhores. Outro aspecto é que a criatividade não é utilizada somente na resolução de problemas, mas para toda ação de criação humana, quer seja nas artes, na estética, nas estratégias de convívio, na tecnologia e nos relacionamentos. No nosso caso, agora, na comunicação.

Partimos do pressuposto que toda apresentação tem uma meta, um público-alvo a ser impactado, um tempo pré-estabelecido, alguém que irá falar, os recursos técnicos previamente preparados e os resultados sejam alcançados. Nesse cenário, apresento algumas sugestões:

O.F.P.I.S.A. – Uma metodologia criada por Osborn e Parnes, baseado em divergência e convergência, utilizada pelo ILACE (Instituto Latino Americano de Criatividade e Estratégia) e que se percorre em uma abordagem sistêmica: mapear o desafio, escolher o Objetivo: coletar os Fatos; diagnosticar o Problema; gerar Ideias; construir e verificar a Solução e criar o plano de Ação para a implementação.

Passo a passo, a partir do desafio de uma apresentação, posso manter essa sequência.

O objetivo pode ser, por exemplo, ampliar as vendas da empresa em 20% no período de três meses.

Tendo claro o objetivo, vem a fase dos Fatos, ou seja, a análise do porque não estamos vendendo, fatores favoráveis e desfavoráveis para isso, quem está envolvido, nível de comprometimento de quem vende, produtos, mercado, estratégias etc. Depois, a definição clara do Problema, ou seja, o que está me impedindo para atingir esse nível de vendas ou, melhor ainda, o que eu posso fazer para conseguir o que desejo.

Feito isso, entramos no campo das Ideias, muitas ideias, das quais sairá a Solução que será implementada para que a meta seja atingida.

Na sequência, vem a fase da Ação, momento no qual a solução deverá ser implementada.

BRAINSTORMING – Um recurso bastante útil, muito utilizado no campo empresarial. Consiste em levantar e relacionar uma grande quantidade de informações relacionadas ao que se pretende atingir. Alguns detalhes dessa técnica que devem ser levados em conta para sua melhor efetividade:

  • Adiar o julgamento. Cada ideia ou sugestão deve ser considerada sem críticas ou comentários, mesmo que aparentemente absurdas;
  • O tema deve estar claro para todos os participantes (caso seja feito em grupo, pois também é possível que seja feito por apenas uma pessoa);
  • Evitar telefones celulares ou outros elementos que possam tirar a concentração das pessoas;
  • A primeira fase é a preocupação com a quantidade. Depois é que vem a qualidade.

Na comunicação, na preparação de uma apresentação, são várias as etapas nas quais o Brainstorming pode ser aplicado, desde argumentos, histórias, fatos, maneiras para iniciar, conteúdo, argumentos etc.

METODOLOGIA F.A.L.A.R. – Criada por Reinaldo Passadori, consiste em estabelecer as etapas para se organizar uma apresentação, sendo:

F – Finalidade – ou seja, a clareza do objetivo que se pretende com a apresentação.

A – Análise – Fase na qual se levantam os pontos positivos e negativos, as características propulsoras ou restritivas relacionadas ao processo da apresentação.

L – Lapidação – Etapa na qual se desenvolve, passo a passo, a apresentação, considerando tipo, público-alvo, tempo, objetivo, como iniciar, como desenvolver, como concluir, preparação de recursos audiovisuais, preparação para eventuais perguntas e respostas.

A – Avaliação – É a fase de testes, verificação se tudo está em ordem, mesmo que se faça algum improviso no meio, mas a estrutura e os pontos principais devem estar definidos.

R – Resultado – É o momento de se verificar o que foi conseguido, preservando-se a qualidade planejada.

S.C.A.M.P.E.R. – É um acróstico de verbos estimuladores da multiplicação de opções. Pode ser utilizado, na comunicação, como um complemento ou gerador de novas ideias, argumentos, observando-os sob novas perspectivas, possibilitando um novo olhar para tornar a apresentação mais interessante.

A saber:

S – Substituir – Um outro argumento, uma outra história, um outro slide, um outro sistema, uma outra proposta, um outro local, um outro caminho.

C – Combinar – Quem sabe uma fusão? Combinar ideias, misturar argumentos? Ajustar uma imagem com uma música?

A – Adaptar – O que mais é semelhante? Algo já foi feito e bem-sucedido? Já vi isso em algum filme ou livro? Algum exemplo ou história semelhante?

M – Modificar – (Pode-se entender aí também Magnificar ou Minimizar). O que acrescentar? Mais tempo? Outra estratégia? Transformar em uma apresentação bem-humorada? O que aumentar? O que diminuir? Mais depressa? Mais devagar? Inserir novo formato? Novas cores? Dar mais vida?

P – Propor outros usos – Outras aplicações? Outros públicos? Vendas e Negociações? Usar a apresentação para outras finalidades?

E – Eliminar – O que está demais? Como condensar? Eliminando algum argumento surgem outros melhores? Cortar o número de slides? Eliminar filmes? Tirar a parte teórica? Eliminar gráficos?

R – Reverter ou Rearranjar – Qual o oposto? Negar o negativo e afirmar o positivo? Reverter a ordem? Trocar argumentos? Ousar fazer algo inusitado? Outra sequência? Criar personagens?

STORYTELLING – Fazer sua apresentação em um formato de história e inserir os argumentos com personagens.

A contação de histórias é um dos principais recursos explorados atualmente nas apresentações em público, embora seja um recurso tradicional sob novas perspectivas, usa-se a arte de contar histórias, fatos, exemplos, narrativas sequenciais de uma história que contem seus ingredientes: Protagonista, objetivo, cenário, contexto, subtexto, conflitos, tentativas, dificuldades enfrentadas, a sequência das conquistas até o desfecho.

É, em síntese, a mesma trajetória, resumida, de um filme ou de um conto, só que adaptada para um tema e objetivo específico para conduzir uma linha de raciocínio, levando as pessoas a serem influenciadas pelas ilustrações ou metáforas da própria história. Uma variável é usar várias histórias para reforçar a argumentação e refutar argumentos, conduzindo a audiência ao fim pretendido.

MESCLA DE TÉCNICAS – Nada substitui o bom senso, por isso, creio que podemos nos valer de vários processos ou métodos que poderão ser utilizados ou adaptados para dar o brilho e a consistência em apresentações. Tenho assistido a várias palestras, muitas delas muito interessantes, feitas com primor, com Inteligência, com histórias emocionantes, com fatos impactantes, com formatos criativos, com recursos audiovisuais primorosos, conseguindo os resultados imaginados, culminando em prestigio para quem elaborou e apresentou, em sucesso pelos objetivos atingidos, em reconhecimento pela inteligência e criatividade de quem ousou sair do plano comum e tradicional.

Ser criativo não é um privilégio de poucos que nasceram com um dom especial, mas uma habilidade que todos podemos desenvolver para cada vez mais utilizar toda a nossa capacidade para informar, persuadir, motivar, encantar ou simplesmente influenciar outras pessoas.

Reinaldo Passadori

Reinaldo Passadori é fundador, palestrante e CEO da Passadori – Comunicação, Liderança e Negociação, especialista em comunicação e mestre em neuromarketing pela FCU – Florida Christian University. É idealizador e apresentador do programa Comunicação Executiva, no qual promove entrevistas e debates do mundo corporativo. Com 33 anos de história formou mais de 100.000 pessoas na habilidade da comunicação verbal, não verbal e liderança. É Autor dos livros Comunicação Essencial, As 7 Dimensões da Comunicação Verbal, Media Training e Quem Não Comunica, Não Lidera.
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