
O que Está por Trás de Uma Reação Defensiva: Por Que a Gente se Fecha Sem Querer
Você já esteve numa conversa em que, do nada, aparece uma parede erguida entre você e a outra pessoa? Você diz algo simples e, num piscar de olhos, sente a mudança. Não é um detalhe sutil. É como se uma barreira subisse ali, bem no meio da troca. O corpo do outro fica mais distante, o olhar se desloca, a energia contrai. E, se a gente não estiver presente, até parece que “não aconteceu nada”. Mas aconteceu. E diz muito sobre o que está se passando por dentro.
Com o tempo, aprendi que a defensividade não é um obstáculo colocado contra você.
Não é má vontade, nem teimosia. É um forma de proteção. Uma tentativa, muitas vezes silenciosas, de preservar algo que a pessoa sente que pode estar em risco. Às vezes é a autoestima. Às vezes é o lugar que ela ocupa. E às vezes é uma história antiga que ainda ecoa mesmo quando ninguém mais lembra dela.
Esse movimento não nasce da fala, mas da interpretação da fala. Da intenção que a pessoa atribui a você. É uma leitura construída com base em memórias, vivências, marcas — tudo aquilo que molda a forma como ela enxerga o mundo. Quando algo toca uma camada sensível, a reação acontece antes mesmo da pessoa perceber. O corpo responde primeiro. A mente tenta acompanhar depois.
A defensividade, então, aparece como justificativa rápida, como ironia, como um silêncio mais duro, como um olhar que se estreita. São pequenas formas de dizer: “Eu não me sinto seguro agora.” E, ainda assim, a nossa tendência automática é tentar consertar pela lógica: explicar melhor, argumentar, esclarecer. Como se clareza fosse suficiente para atravessar um alerta interno. Mas quem está se defendendo não está argumentando; está tentando sobreviver emocionalmente àquele instante.
Nenhuma conversa avança enquanto o corpo do outro está em modo de proteção.
E não importa quão bem-intencionada ou sensata seja a sua fala, ela não chega no outro. É filtrada como ameaça, e tudo que poderia ser ponte vira ruído.
A única forma de destravar esse impasse é devolver segurança à conversa. Às vezes isso é feito com algo simples: reposicionar sua intenção. Nomear o cuidado. Ajustar o tom. Reduzir a velocidade. Admitir que percebeu a tensão e que está disposto a seguir no ritmo que o outro consegue acompanhar. Não é suavizar o tema; é criar espaço para que o outro volte a sentir que pode permanecer presente.
A defensividade, no fundo, é um sinal precioso.
Ela aponta para um ponto sensível que não está explícito, mas que está organizando toda a resposta emocional. Quando conseguimos olhar para esse movimento com curiosidade, sem pressa, sem julgamento, o que parecia um bloqueio vira informação. E, a partir daí, a conversa pode acontecer com mais verdade, mais humanidade, mais responsabilidade emocional.
No fim das contas, conversas difíceis não são decididas pelo tema em si. Elas são decididas pelo estado interno das pessoas que estão ali. E quando existe segurança — mesmo pequena, mesmo tímida — aquilo que parecia impossível de atravessar se transforma em passagem. Às vezes estreita, às vezes gradual, mas sempre uma porta.
E então: vamos destravar as suas conversas difíceis e transformá-las em oportunidades e resultados?
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Milena Serro
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