
A Arte de Mudar: Como Equilibrar a Rede Analítica e a Rede Empática para Transformar Comportamento
Estou, junto com uma amiga, estudando, estudando mesmo, o livro Ajudando Pessoas a Mudar, de Richard Boyatzis e seus coautores. Claro que este tema nos interessa como seres humanos, para nos entendermos mais, nos provocarmos e nos auxiliarmos nos trabalhos que realizamos junto aos nossos clientes.
Resolvi, neste artigo, trazer um recorte de um dos vários pontos cruciais que é destacado sobre o cérebro humano que opera com duas redes neurais dominantes quando se trata de aprender e mudar — a Rede Analítica (RA) e a Rede Empática (RE).
Essas redes neurais não funcionam simultaneamente; ao contrário, são antagonistas em sua ativação. Quando uma está ativa, a outra tende a se desligar. Compreender essa dinâmica é essencial para promover mudanças reais e duradouras, tanto em nós mesmos quanto nos outros.
A Rede Analítica é responsável pelo pensamento lógico, resolução de problemas, planejamento e tomada de decisões baseadas em dados, em fatos. É a rede neural que usamos quando estamos focados em metas, prazos e tarefas. Já a Rede Empática está ligada à compreensão emocional, à empatia, à escuta ativa e à conexão com os outros. É ativada quando nos colocamos no lugar do outro, quando sonhamos, refletimos sobre nossos valores ou imaginamos futuros possíveis.
O grande desafio, segundo Boyatzis, é que a maioria dos ambientes profissionais e educacionais valoriza excessivamente a RA. Somos treinados para analisar, julgar, corrigir e resolver. No entanto, mudanças comportamentais profundas — aquelas que realmente transformam — ocorrem quando acessamos a RE. É nela que reside a motivação intrínseca, o desejo de crescer e a conexão com o nosso “eu ideal”.
Por exemplo, imagine um líder que deseja melhorar sua comunicação com a equipe. Se ele focar apenas na RA, buscará técnicas, livros e feedbacks objetivos. Isso pode gerar melhorias pontuais. Mas se ele ativar a RE — refletindo sobre como suas palavras afetam os outros, escutando com empatia, ficando aberto a cada um, a suas emoções e se conectando com os valores da equipe — a mudança será mais profunda e sustentável.
Outro exemplo prático está no coaching. Um coach que atua apenas com a RA pode se concentrar em metas, métricas e planos de ação. Já um coach que ativa a RE ajuda o coachee a explorar seus sonhos, paixões e propósito. A ciência mostra que esse tipo de abordagem — chamada de “coaching com compaixão” — ativa áreas do cérebro associadas ao bem-estar, à criatividade e à aprendizagem duradoura.
O equilíbrio entre RA e RE é, portanto, essencial.
Precisamos da RA para estruturar, planejar e executar. Mas é a RE que nos conecta com o que realmente importa, com nossos valores e com os outros. Alternar entre essas redes neurais de forma consciente é uma habilidade que pode ser desenvolvida. Práticas como mindfulness, escuta ativa, conversas inspiradoras e reflexões sobre o propósito ajudam a ativar a RE. Já o uso de ferramentas analíticas, metas SMART e indicadores de desempenho, como KPI’s, OKR’s, fortalecem a RA.
Em resumo, mudar não é apenas uma questão de esforço racional. É um processo que exige conexão emocional, empatia e visão de futuro. Ao equilibrarmos a Rede Analítica e a Rede Empática, criamos as condições ideais para uma mudança verdadeira — aquela que transforma não só o comportamento, mas também o coração e a mente.
E então, como você tem percebido as mudanças na sua vida, na sua equipe? Quais dessas redes neurais vocês têm acessado mais?
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como as redes neurais influenciam o comportamento e como equilibrar a rede analítica e a rede empática pode transformar sua vida e seu trabalho? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até o próximo artigo!
Vera Godoi Costa
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