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Ter Dívida: Entenda a Diferença Entre Dívida Boa e Dívida Ruim

Nem toda dívida é vilã. Entenda a diferença entre dívida boa e dívida ruim, aprenda como usar o crédito de forma inteligente e descubra como a educação financeira pode transformar suas decisões e garantir um futuro mais seguro e equilibrado.

Ter Dívida: Entenda a Diferença Entre Dívida Boa e Dívida Ruim

Ter Dívida: Entenda a Diferença Entre Dívida Boa e Dívida Ruim

Resposta clássica: depende. Depende do porquê ela existe, do prazo de pagamento e da taxa de juros.

Nos meus artigos anteriores, cobri uma série de conceitos e ferramentas que, apesar de terem sido apresentados dentro do contexto empresarial, também podem ser aplicados à nossa vida pessoal.

Orçamento, controle de custos e despesas, demonstração de resultados e fluxo de caixa são conceitos e ferramentas utilizados para a preservação da saúde financeira e para evitar fazer parte das estatísticas abaixo:

  • Pessoas físicas[1]: em setembro de 2025, eram 79 milhões de CPFs com R$ 496 bilhões em dívidas. São cerca de quatro dívidas por pessoa somando R$ 6,3 mil, principalmente junto a bancos, cartão de crédito e financeiras (46,9%) e contas básicas como luz, água e gás (21,3%);
  • Pessoas jurídicas[2]: em julho de 2025, 8 milhões de CNPJs tinham cerca de R$ 193 bilhões de dívida. Desses, 23,5% junto a bancos, cartão de crédito e financeiras.

Os valores acima representam parcelas vencidas e não pagas. Considerando que todas as pessoas físicas e jurídicas têm dívidas a vencer, o problema pode se tornar ainda maior.

No caso da pessoa jurídica, basta analisar seu balanço patrimonial para identificar quanto deve a fornecedores, funcionários e impostos, entre outros. A pessoa física não tem balanço patrimonial, mas certamente guarda em uma gaveta contas de água, gás, luz e outras que vencerão nos próximos dias.

Podem não estar vencidas, mas são compromissos financeiros com data definida e que, se não pagos, tornam a pessoa inadimplente e encarecem o valor da dívida pela incidência de multa e juros. Mas esse é só o efeito.


Acredito que a causa esteja na falta de educação financeira da população — algo que deveria ser ensinado às crianças antes mesmo de receberem qualquer dinheiro. Por menor que fosse o valor, já deveriam saber a importância de economizar e gastar conscientemente, além de compreender o valor de não gastar tudo e guardar uma parte para o futuro.


Educação financeira não é ser sovina, mas sim entender a importância das escolhas, das renúncias e das prioridades. É aprender que comprar uma roupa apenas para aproveitar uma liquidação pode gerar um problema no futuro, se não houver dinheiro para pagar o boleto ou a fatura do cartão de crédito.

Um amigo meu separava o salário entre “ele”, “economias” e “ele velhinho”. A parte “ele” era para as contas e o lazer do dia a dia; a parte “economias” era para uma viagem, um curso ou algo de médio e longo prazo; e a parte “ele velhinho” era para sua aposentadoria, quando não tivesse mais uma renda.

Além de separar, ele mantinha o rigor de nunca usar a parte “economias”, por exemplo, para pagar contas do dia a dia.

São poucas as pessoas com essa disciplina. Pode-se justificar a falta de economia pela renda, mas quem nunca conheceu alguém que gasta tudo o que ganha como se não existisse o amanhã? Ou alguém que sempre tem uma reserva, mesmo ganhando pouco?


A educação financeira dá à pessoa clareza sobre quanto pode gastar e base para decidir o que eliminar, substituir, reduzir, manter ou aumentar. Além disso, também ajuda na decisão de quando e quanto se endividar. E isso nos traz de volta ao tema central do artigo: “Ter dívida: é bom ou ruim?”


Considerando que todo mundo tem dívidas, como explicado acima, a questão passa pelo tipo: se é uma dívida boa ou ruim.

Não vejo problema em ter contas a pagar, desde que o total seja menor que a renda, garantindo que uma parte possa ser guardada.

Uma dessas contas pode ser a parcela da aquisição de um ativo — imóvel, veículo ou equipamento — ou a ampliação de um negócio. Além de serem dívidas que trarão retorno (ter um imóvel próprio elimina a despesa de aluguel), também são linhas de crédito de longo prazo, com juros adequados e, em alguns casos, com carência para início de pagamento.

Entendo como endividamento ruim o cheque especial, o rotativo do cartão de crédito e a antecipação de recebíveis. São linhas de crédito extremamente caras e verdadeiras bolas de neve, que só aumentam o problema à medida que o tempo passa — até o ponto em que o problema “explode” e gera danos ainda maiores.

Faz sentido a separação entre dívida boa e ruim? Comente comigo!


Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como identificar a diferença entre dívida boa e dívida ruim e usar o crédito a seu favor? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/

Confira também: Cerca de 95% dos projetos de IA não entregam o que prometem. Como não ser parte dessa maioria?


Referências:

[1] https://www.serasa.com.br/limpa-nome-online/blog/mapa-da-inadimplencia-e-renogociacao-de-dividas-no-brasil/

[2] https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/indicadores/recorde-historico-brasil-registra-8-milhoes-de-empresas-negativadas-segundo-serasa-experian/


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Marcio Motter é um Executivo Financeiro com mais de 25 anos de experiência em Tesouraria, Controladoria, Planejamento, Fusões & Aquisições, Relações com Investidores e emissão de títulos de dívida (bonds e commercial papers) em diferentes setores (publicação, restaurantes industriais, defesa e eletrônicos). Ao longo de todos esses anos ele atuou próximo às áreas de negócio viabilizando alternativas consistentes com a estratégia da empresa e não apenas no controle de custos, despesas e processos; gerindo os riscos das operações e não levantado empecilhos ou limitações para a realização delas. É autor do e-book “Aumente o lucro sem aumentar o preço” e mentor do InovAtiva desde 2017.
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