O Personagem que Te Trouxe Até Aqui Não Vai Te Levar Adiante: Quando a Armadura Vira Prisão
Quando a armadura vira prisão
“Ele era um bom homem. Amava sua esposa, seu filho e todos os que viviam no reino. Ainda assim, o cavaleiro estava confuso. Por que ele sentia que algo estava errado com sua vida?” – — O Cavaleiro Preso na Armadura, Robert Fisher
Essa pequena introdução do livro traduz com exatidão o que muitos profissionais vivem em silêncio. Por fora, tudo parece estar certo. Mas por dentro… algo não encaixa mais.
Em algum momento da sua trajetória profissional, você criou um personagem.
Talvez tenha sido o “resolvedor de problemas”. Ou o “especialista impecável”.
Quem sabe o “gestor incansável” ou o “profissional leal que nunca reclama”.
Esse personagem te serviu. Ele abriu portas, trouxe estabilidade, resultados, reconhecimento. Mas chega um momento em que aquilo que te impulsionava começa a te limitar.
A armadura, que antes protegia, agora aperta. O papel que antes fazia sentido, hoje cansa. É aí que a transição começa, e quase sempre, ela começa por dentro.
Quando o que te definiu começa a te limitar
O personagem que você criou foi uma construção legítima.
Ele te ajudou a responder às exigências do mercado, às expectativas da família, ao medo de não ser suficiente. Mas ele não é tudo o que você é.
Ou melhor: ele já foi parte de você, mas talvez não represente mais a sua versão atual.
Transição de carreira, em muitos casos, é isso: perceber que o papel que te trouxe até aqui não te leva mais para onde você quer ir.
E sim, dá medo. Porque abrir mão de um personagem também significa abrir mão de uma narrativa — e do reconhecimento que vinha com ela.
Mas sem esse movimento, não há reinvenção. Só repetição.
3 Reflexões para tirar a máscara com consciência
Se você sente que está representando um papel que já não traduz sua essência, experimente refletir:
1. Qual é o papel que venho interpretando há anos — e por que ainda me agarro a ele?
(É o reconhecimento? O medo de não ser aceito? Ou a zona de conforto?)
2. Que partes minhas estão silenciadas em nome desse personagem?
(Valores, talentos, paixões, interesses, opiniões?)
3. Que nova versão de mim está pedindo passagem, mas eu ainda não permiti por medo de arriscar?
(Uma verdade mais inteira, mais sua, mais autêntica, mais conectada)
Essas perguntas não são simples — mas elas iniciam o processo de reencontro consigo mesmo.
Conclusão: sua carreira não é um roteiro fixo
Você não precisa apagar sua história.
Mas precisa perceber quando é hora de soltar o figurino.
Transição de carreira é sobre isso: deixar de representar e começar a viver com mais autenticidade.
“Você pode passar a vida inteira interpretando um papel. Mas só será feliz quando tiver coragem de ser quem você realmente é.” — Brené Brown
Se o personagem que te trouxe até aqui já não te representa, então talvez seja hora de deixar o palco… e escrever uma nova cena com a sua voz!
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como reconhecer o momento de deixar o personagem que te trouxe até aqui e iniciar uma nova transição de carreira com autenticidade e propósito? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Renato Moreno
https://www.linkedin.com/in/renatomorenodealmeida/
Confira também: Nem Toda Mudança é Visível: A Transição de Carreira Começa por Dentro

Participe da Conversa