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É Pecado ou Libertação? Quando a Máquina Parece Mais Humana que o Humano

Quando a máquina parece mais humana que o humano, surge um dilema: é pecado buscar eficiência ou libertação encontrar propósito? Entender essa resposta pode realmente mudar a forma como enxergamos o futuro, o trabalho e a vida.

Automação e Humanidade: O Limite Entre Pecado e Libertação - Quando a máquina parece mais humana que o humano

Automação e Humanidade: O Limite Entre Pecado e Libertação

Quando a máquina parece mais humana que o humano, surge um dilema incômodo: será pecado desejar eficiência ou será libertação buscar sentido? Este artigo é um convite a refletir sobre o futuro do trabalho, a automação e o lugar da nossa humanidade nesse novo cenário.


A confissão

Eu confesso: muitas vezes, quando sou mal atendida, penso e às vezes até digo que seria melhor ser atendida por uma máquina. Quando compartilho isso em palestras, observo as reações da plateia. Em alguns lugares, ninguém levanta a mão, e eu me sinto quase uma vilã. Será que estou desejando o fim do emprego das pessoas? Será que estou sendo cruel ao pensar que uma máquina poderia fazer melhor?

Esse incômodo foi crescendo dentro de mim. Não se trata apenas de uma frase solta. É um dilema profundo, que toca nossa vida, nossas carreiras e o futuro das empresas. É a pergunta que insiste em voltar: qual é o verdadeiro valor do trabalho humano?


O pecado

É pecado pensar que uma máquina poderia ser melhor que um humano? De certo modo, fomos ensinados a acreditar que sim. Aprendemos a valorizar o trabalho como algo sagrado, intocável, quase um dogma social. O ato de trabalhar carrega uma aura de dignidade que não pode ser questionada.

Mas… e quando esse trabalho já não tem mais sentido? E quando a pessoa que o executa já não coloca energia, nem alma, nem presença no que faz? O que sobra, então? Apenas um corpo no automático.

O exemplo clássico é o do assessorista de elevador. Houve um tempo em que sua função fazia sentido. Ele estava ali para dar segurança e atender passageiros. Mas, com o tempo, essa tarefa se tornou apenas apertar botões. A pessoa virou parte do mecanismo. O trabalho já estava automatizado muito antes da automação chegar. O humano havia sido reduzido a engrenagem.


A libertação

Talvez, então, não seja pecado. Talvez seja libertação.

Ninguém deveria passar a vida inteira em uma função que esvazia a alma e sufoca a criatividade. Trabalhar não deveria ser sinônimo de sobrevivência mecânica, mas de vida em movimento, de conexão com propósito.

A automação pode parecer uma ameaça, mas também pode ser entendida como uma janela aberta. Uma janela que nos convida a repensar para onde vai a energia humana quando a máquina assume o que é repetitivo. Assim como a eletricidade, que um dia foi vista com medo, mas logo se tornou indispensável, a inteligência artificial e a automação também podem ser transformadas em aliadas da nossa liberdade.


O momento atual: dados e tendências

Essa transição já está acontecendo diante dos nossos olhos.

A Salesforce, por exemplo, demitiu 4 mil pessoas em funções de atendimento após adotar inteligência artificial em larga escala.

Estudos indicam que até 92 milhões de empregos podem desaparecer até 2030. Mas, em contrapartida, podem surgir 170 milhões de novas funções ligadas à tecnologia, à inovação e, principalmente, ao cuidado humano.

Um relatório da PwC mostra um dado revelador: em setores altamente automatizados, os salários dos profissionais criativos, analíticos e estratégicos estão crescendo duas vezes mais rápido do que nos setores menos expostos. Ou seja, não se trata de haver menos trabalho. Trata-se de outro tipo de trabalho. Um trabalho que exige humanidade ampliada, não reduzida.


Sociedade 5.0: o humano no centro

O Japão já fala em Sociedade 5.0: uma sociedade em que a tecnologia e a humanidade caminham lado a lado, sempre com o ser humano no centro das soluções.

Esse é o ponto crucial. O desafio não é conter a máquina, nem barrar seu avanço. O verdadeiro desafio é garantir que a máquina libere o humano para que seja mais humano.

Se a era industrial nos colocou dentro do elevador automático, a era digital pode ser a chance de abrir as portas e escolher novos andares. Não se trata de resistir à inovação, mas de ressignificar o papel humano dentro dela.


A pergunta final

E então, volto à minha inquietação inicial: quando penso que preferiria ser, de fato, atendida por uma máquina, estou cometendo um pecado?

Eu acredito que não. Estou apontando para algo maior: para a necessidade de libertação.

O verdadeiro pecado seria continuar aceitando que seres humanos gastem a vida em funções que já não fazem sentido, que os reduzem a peças de um sistema. O futuro não pede que escolhamos entre humanos ou máquinas. Ele pede que criemos espaços onde o humano floresça e a tecnologia seja, sem dúvida, parceira nesse florescimento.

E você, líder: vai manter sua equipe presa ao elevador da era industrial?

Ou vai ter a coragem de abrir as portas para o futuro?


Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre como equilibrar humanidade e tecnologia no futuro do trabalho? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você a respeito.

Até a próxima!

Leila Navarro
Palestrante Internacional, Escritora, Mentora de Transições e Especialista em Liderança e Futurabilidade – Referência em Inovação e Desenvolvimento Humano
https://www.leilanavarro.com.br/

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Palavras-chave: humanidade e tecnologia, automação, inteligência artificial, futuro do trabalho, propósito humano, relação entre humanos e máquinas, impacto da automação no trabalho humano, como a tecnologia afeta a humanidade, futuro do trabalho e propósito humano, equilíbrio entre humanos e máquinas
Há mais de 18 anos no mercado de palestras, Leila Navarro conquistou sólida carreira no Brasil e no exterior. Suas palestras já foram assistidas na Espanha, Chile, Uruguai, Panamá, Japão, México, Peru, Paraguai, Colômbia, Angola e Portugal. No Brasil, segundo a Revista Veja, integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros. Entre suas premiações, em 2013 foi a única mulher eleita Top5, na categoria palestrante, do Prêmio Top ofMind Estadão RH, o Oscar do RH, o mais prestigiado e desejado prêmio do mercado. Em 2005 levou em primeiro lugar! Também obteve o Prêmio de 100 fornecedores de RH – Categoria palestrante do ano 2009. Autora de 16 livros, entre eles, “Autocoaching de carreira e de vida”, “Talento para ser Feliz”, “A vida não precisa ser tão complicada”, “O poder da superação”, e seu mais novo lançamento o “Virar o Jogo” , além de diversos e-books, artigos e diversas participações para a mídia em geral.
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