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A Travessia: O Que a Neurociência Ensina Sobre Coragem e Transformação

A Neurociência revela: coragem não é ausência de medo, é a força que move cada travessia. Descubra como nosso cérebro aprende a se reorganizar diante das mudanças e como transformar desafios em oportunidades de crescimento e evolução.

A Travessia: O Que a Neurociência Ensina Sobre Coragem e Transformação

A Travessia: O Que a Neurociência Ensina Sobre Coragem e Transformação

Nosso cérebro, especialmente o sistema límbico (responsável pelas emoções e memórias), é programado para buscar o que é familiar e seguro. Isso acontece porque a rotina e os hábitos automáticos exigem menos energia cerebral. Portanto, quando uma mudança (uma “travessia”) se impõe, a primeira reação do cérebro é de resistência. Essa reação, muitas vezes, é manifestada como medo, ansiedade ou angústia, pois o novo é percebido como uma ameaça. Essa sensação faz parte do nosso instinto de sobrevivência.

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” (Guimaraes Rosa – Grande Sertão: Veredas) 

A metáfora da travessia sempre esteve presente na vida humana como símbolo das fases difíceis, das mudanças inevitáveis e do amadurecimento. Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, transforma essa travessia em literatura viva: cheia de calor e frio, sossego e inquietude, numa dança constante entre estabilidade e caos. A neurociência nos mostra que, ao atravessar essas fases de mudança, nosso cérebro também vive suas próprias veredas. 

Nas palavras de Rosa, “a vida aperta e daí afrouxa”. Isso é plasticidade neural. Mudanças constantes forçam o cérebro a se reorganizar. Em momentos de crise, regiões como o córtex pré-frontal e o hipocampo são desafiadas a criar novas conexões sinápticas, facilitando o aprendizado e o redesenho da nossa percepção da realidade.

Durante a travessia, passamos da zona de conforto (previsível) para a zona de crescimento (incerta). A neurociência mostra que o cérebro não se desenvolve apenas com o acerto, mas principalmente com a expectativa e o ajuste ao erro. É assim que ele aprende e se transforma. 


No cérebro, a coragem não é ausência de medo, mas a capacidade de agir apesar dele.

O sistema dopaminérgico, especialmente o núcleo accumbens, se ativa quando projetamos recompensas futuras, mesmo quando o caminho está coberto de incertezas. É o “desinquietar” da vida que nos empurra à frente, impulsionados pela esperança de que a dor da travessia será recompensada.

Toda vez que a vida nos chama para mudar, seja por escolha ou por necessidade, somos convidados à travessia:

  • Mudar de cidade ou país, muitas vezes em busca de qualidade de vida, tranquilidade ou recomeço;
  • Mudar de carreira em especial quando muitos já acham que é “tarde demais”, mas o chamado interno não se cala;
  • Recomeçar após uma demissão, mesmo depois de anos de dedicação a uma empresa, enfrentando o medo de não se recolocar no mercado;
  • Superar o fim de um relacionamento, lidando com a solidão, a culpa e a reconstrução da própria identidade;
  • Cuidar dos pais idosos ou enfrentar o luto, enquanto ainda se tenta manter a própria vida em ordem;
  • Reinventar-se após os filhos saírem de casa, encarando o silêncio e a sensação de vazio, mas também redescobrindo espaço para si;
  • Reerguer-se após um problema de saúde, compreendendo os novos limites do corpo e a urgência de viver com mais presença. 

Essas são travessias reais, comuns a quem já viveu bastante, mas ainda tem muito a viver. E cada uma exige coragem, flexibilidade e disposição para atravessar o desconhecido, mesmo com medo, mesmo com dúvidas.


Superar é atravessar.

É permitir-se continuar, mesmo com medo, mesmo cansado. Cada um tem sua jornada e suas pontes, mas a trilha sonora desses momentos passam por:

  • aceitação da realidade;
  • reconhecimento da dor, sem negá-la;
  • construção de novas narrativas internas;
  • reconexão com a esperança e com o propósito.

Não se supera sem atravessar. E ninguém atravessa sem sair diferente. Seu cérebro evolui com o novo. Sua mente mais poderosa te espera do outro lado da travessia, e isso também é plasticidade neural. 


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Quer entender o que a Neurociência ensina sobre coragem para a transformação? E como ela pode ajudar você a descobrir caminhos para atravessar fases da sua vida da melhor maneira? Então, entre em contato comigo e vamos conversar — será um prazer aprofundar o tema.

Eu sou Fabiana Nascimento e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.fabiananascimento.com.

Até nossa próxima postagem!

Fabiana Nascimento
https://www.fabiananascimento.com

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Fabiana Nascimento, CEO do WNE (World Neuroscience & Tech Ecosystem), é especialista em ciência de dados, neurociência e Neurotecnologia, com mais de 25 anos de experiência profissional. Atua como conselheira científica do WNF (World Neurotechnologies Forum), Board Member da MD9i, mentora de startups e conselheira em neurociência e inovação em empresas e instituições de destaque. Professora, pesquisadora e empresária, é reconhecida globalmente por liderar avanços na Neurotecnologia, conectando ciência, negócios e impacto social. À frente de iniciativas inovadoras, impulsiona a integração entre bem-estar, tecnologia e alta performance em diversos setores, consolidando-se como uma referência em transformação e liderança estratégica.
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