
Empatia: A Chave para as Conversas Difíceis
Um dos principais desafios que os profissionais enfrentam no corporativo são as conversas difíceis.
A The Holmes Report fez uma pesquisa com empresas que têm mais de 100 mil funcionários e constataram que elas perdem 62,4 milhões por ano por problemas de comunicação entre funcionários.
A CCP Global – “The Cost of Conflict” mapeou que gastamos 2,8 horas por semana / funcionário resolvendo conflitos. Além disso, identificou que 85% dos profissionais lidam com algum tipo de conflito no seu dia a dia.
Alguns fatores geram conflitos: omissão, generalização, distorção da mensagem, comunicação em si na forma de se apresentar, diferentes interesses, entre outros.
Mas um dos pontos para apoiar as conversas difíceis é sem dúvida a empatia.
Empatia é compreender as necessidades dos outros através da perspectiva dele e não sua. É um tanto desafiador, de fato. Mas precisamos trazer 2 conceitos: o juízo de valor e juízo real.
O juízo de valor é trazer na conversa os julgamentos, vieses, rótulos. Analisamos as situações e damos um nome de acordo com o nosso repertório. Mas o outro pode compreender com outro nome e gera atrito. Já o juízo real, é o fato em si. É apresentar dados e fatos na conversa, com exemplos:
- “Você é teimoso, grosso” – É um exemplo de juízo de valor.
- “Você me interrompeu 3x, nas últimas 2 reuniões” – É um exemplo de juízo real.
Se você quer ter conversas difíceis precisa começar a falar através dos fatos, situações em si e não rótulos carregados de emoções.
Além disso, temos que adicionar um componente importante: os sentimentos. Precisamos numa conversa difícil falar sobre como nos sentimos diante das situações. Tem legitimidade o que você sente. O outro pode não concordar ou não ter consciência do impacto, mas ainda assim tem legitimidade o sentimento do outro.
Para isso, podemos utilizar como estrutura a forma de pedir empatia da Comunicação Não Violenta. Abaixo a estrutura:
- Quando você (apresenta o contexto, situações)
- Eu me sinto (falar do seu sentimento)
- Porque (justifico com dados, fatos e exemplos – juízo real)
- Na próxima vez, ou será que você poderia (faz o pedido de mudança, negociação)
Um exemplo real:
- Quando você grita comigo (contexto, situação),
- Eu me sinto ofendida, triste (sentimento),
- Porque estamos na frente das pessoas e preciso de ajuda com esta atividade. E você gritou comigo nas últimas 2x (dados e fatos)
- Será que você poderia falar comigo no particular? (pedido)
A conversa difícil precisa desta coragem em de fato, trazer à tona sentimentos, situações que para ambos não foi bacana. Precisamos para isso estar abertos para ouvir e compreender que erramos.
A vulnerabilidade, sentimentos não fazem parte do dia a dia e são, muitas vezes, mal interpretados. Uma vez que damos este passo, as relações evoluem e ganham maturidade.
Não evite um passo importante na relação corporativa. Claro que não temos controle sobre como o outro recebe, mas podemos mudar a forma de iniciar esta conversa sem rótulos e julgamentos.
Quero encerrar este artigo com uma frase de Charles Duhigg do livro “Supercomunicadores”:
“O importante é querer se relacionar, querer entender alguém, querer ter uma conversa profunda, mesmo quando ela é difícil e assustadora. Porque quer as chamemos de amor, amizade ou de uma simples conversa boa, estabelecer relações autênticas e significativas é a coisa mais importante da vida”.
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como a empatia e o uso do juízo real podem transformar conversas difíceis em oportunidades de crescimento e conexão no ambiente corporativo? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar você a filtrar o que realmente importa!
Aline Gomes
alinegomes@alimonada.com.br
http://www.linkedin.com/in/alinecgomes/
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