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IA: Progresso para Todos ou Poder para Poucos?

Como a IA está moldando o futuro do trabalho, da ética e da sociedade? Descubra como ela pode promover inclusão ou ampliar desigualdades, dependendo de como é aplicada. Uma reflexão essencial sobre riscos, responsabilidades e oportunidades.

IA: Progresso para Todos ou Poder para Poucos? Como a Inteligência Artificial está moldando o futuro do trabalho, da ética e da sociedade

IA: Progresso para Todos ou Poder para Poucos?
Como a Inteligência Artificial está moldando o futuro do trabalho, da ética e da sociedade

A inteligência artificial está moldando silenciosamente o século XXI — não como uma promessa distante, mas como uma força já presente nas decisões cotidianas, nos serviços que consumimos e na maneira como vivemos. Empresas como a IBM estão na linha de frente dessa revolução, desenvolvendo tecnologias que otimizam processos, reduzem custos e ampliam o potencial humano.

Recentemente, a IBM anunciou uma decisão simbólica e pragmática: deslocar profissionais de RH que atuavam em funções repetitivas, substituindo essas atividades por soluções baseadas em IA. A proposta não foi demitir por demitir, mas realocar esses talentos para áreas mais estratégicas e criativas. Esse é um exemplo de como a IA pode libertar pessoas do mecânico para que possam ocupar espaços de maior valor humano.


Há algo de fascinante na ideia de algoritmos que aprendem, processam e decidem em velocidades que o cérebro humano não alcança.


Na saúde, por exemplo, sistemas de IA já conseguem detectar padrões em exames e prontuários médicos que escapam à análise clínica tradicional. Em casos como o câncer ou doenças cardíacas, essa capacidade pode literalmente significar a diferença entre a vida e a morte.

A mesma lógica se aplica a setores como finanças, educação, segurança e meio ambiente, onde a IA vem sendo usada para personalizar experiências, prevenir fraudes, otimizar recursos e expandir acesso ao conhecimento.

Um exemplo recente e promissor dessa democratização é a iniciativa de uma empresa brasileira, que lançou a primeira inteligência artificial de RH via WhatsApp no país. Voltada para micro e pequenas empresas, essa solução permite que gestores realizem processos de recrutamento e seleção de forma automatizada e acessível, utilizando uma plataforma já familiar para grande parte da população.

Ao integrar a IA a um aplicativo amplamente utilizado, o aplicativo facilita a adoção da tecnologia por negócios de menor porte, que muitas vezes enfrentam desafios para implementar soluções mais complexas.


No entanto, por trás desse cenário promissor, há um território que exige atenção, cuidado e responsabilidade.


Os algoritmos não são neutros. Eles aprendem com dados — e dados carregam os vieses da sociedade que os gerou. Quando a IA decide quem recebe crédito, quem é contratado, ou quem merece vigilância reforçada, ela pode reproduzir — ou até amplificar — preconceitos estruturais. O que deveria ser uma ferramenta de justiça e eficiência pode se tornar um instrumento invisível de exclusão, se não for cuidadosamente desenhado.

Outro ponto que precisamos encarar com seriedade é o impacto da automação sobre o mundo do trabalho. Embora a IA liberte os profissionais de tarefas repetitivas e mecânicas, ela também ameaça ocupar funções inteiras. Isso exige de empresas e governos um esforço coordenado para requalificar pessoas, preparar os jovens para profissões que ainda não existem e criar redes de proteção para os que ficarão para trás.


Não menos importante é a questão da privacidade.


A IA precisa de dados para funcionar — e os dados vêm de nós. A linha entre personalização e invasão é tênue. Sem políticas claras, sem regulação e sem ética, corremos o risco de viver em um sistema onde tudo é monitorado, previsto e controlado, mas pouco é compreendido ou consentido.

E ainda há o uso malicioso: deepfakes, desinformação, manipulação política. O Fórum Econômico Mundial já reconheceu a desinformação baseada em IA como um dos principais riscos globais para a humanidade nos próximos anos. O que nos protege da mentira quando a própria realidade pode ser falsificada com perfeição? A tecnologia, que tanto pode empoderar, também pode enganar — e, nesse sentido, o risco não está na IA em si, mas nas intenções de quem a comanda.


Diante desse panorama, a grande pergunta não é “SE” vamos avançar com inteligência artificial, mas “COMO”.


A IA precisa ser, de fato, tratada como um projeto coletivo, ético, humano. É preciso construir governança clara, processos transparentes e equipes diversas que desenhem sistemas mais justos, inclusivos e confiáveis. A tecnologia deve estar a serviço da vida — e não o contrário.

Mais do que um debate técnico, esse é um debate sobre futuro, sobre o que queremos preservar, transformar e criar como sociedade. A inteligência artificial tem o poder de melhorar a vida humana — se conduzida com consciência, limite e propósito. O que está em jogo não é apenas inovação. É a qualidade das relações, a proteção da dignidade e a construção de um futuro onde o progresso sirva a todos, e não apenas a alguns.


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Quer saber mais de que forma a inteligência artificial pode promover inclusão ou aprofundar desigualdades sociais, dependendo de sua aplicação? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Marco Ornellas
https://www.ornellas.com.br/

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Marco Ornellas é Psicólogo, Master of Science in Behavior pela California American University e Mestre em Biologia-Cultural pela Universidad Mayor do Chile e Escuela Matrizstica. Pós em Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações.Consultor, Coach, Designer Organizacional, Palestrante e Facilitador de Grupos e Workshops em temas como Liderança, Complexidade, Gestão, Desenvolvimento de Equipes, Inovação e Consultor em Design da Cultura Organizacional.Autor dos Livros: DesigneRHs para um Novo Mundo, Uma nova (des)ordem organizacional e Ensaios por uma Organização Consciente.CEO da Ornellas Consulting e Ornellas Academy.
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