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A Evolução dos Grupos Sociais

Os mesmos avanços tecnológicos que garantem à sociedade níveis recorde de comodidade e de produtividade vêm criando uma sociedade dessincronizada, causando uma falta de interação consistente entre as pessoas.

A Evolução dos Grupos Sociais em um mundo em constante mudança

A Evolução dos Grupos Sociais

“Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo “esboço” não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro. Ao passo que o esboço, que é a nossa vida, não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro.” (Milan Kundera, livro A Insustentável Leveza do Ser)

O ser humano busca incansavelmente respostas para os dilemas que enfrenta na existência. O fato, contudo, é que busca respostas para aquilo que conhece – que já viveu – as habilidades dos humanos comuns neste planeta, não conhecem o que nunca viram.

A sensação de medo está crescendo em escala global como, por exemplo, a eco-ansiedade (preocupação com as consequências geradas pelo aquecimento global) e a incerteza econômica. Em uma pesquisa sobre o clima realizada pela WGSN[1], 90% dos entrevistados disseram se sentir inseguros sobre o futuro quando pensam na crise climática. Já o medo financeiro está crescendo devido ao contágio emocional, ou seja, as pessoas tendem a adotar e a imitar as emoções umas das outras.

[1] A WGSN é uma empresa de previsão de tendências da organização matriz Ascential. Fundada em 1998 no oeste de Londres pelos irmãos Julian e Marc Worth. A Emap, empresa de editores e exposições business-to-business, comprou a empresa em outubro de 2005.

Os mesmos avanços tecnológicos que garantem à sociedade níveis recorde de comodidade e de produtividade vêm criando uma sociedade dessincronizada. Isso causa uma falta de interação consistente entre as pessoas. Os momentos comunitários que antes aconteciam nos mesmos horários como, por exemplo, ir ao trabalho, à academia e ao supermercado, estão desaparecendo cada vez mais rapidamente.

Em tempos de incerteza, as pessoas anseiam por estabilidade e rotina. Ainda que pareça que o inverso esteja ocorrendo. Segundo a WGSN, a partir de agora, o otimismo radical deixa a negatividade para trás. Trazendo uma sensação de alegria e prazer. Do mesmo modo, a resiliência (capacidade de resistir e se adaptar à mudança) está se transformando em uma prioridade emocional em todo o mundo.

Dos protestos pelo clima às marchas pelos direitos civis, o ativismo é agora marca registrada da Geração Z. Entretanto, o peso de carregar essas questões está afetando muitos jovens. Com a ansiedade e a depressão, de fato, atingindo esse grupo, o ativismo está ganhando uma abordagem mais positiva. Uma espécie de antídoto à exaustão emocional causada pelo tema. Não é preciso estar bravo para ser ouvido, basta ser ativo.

Os novos otimistas (o grupo mais variado de todos os grupos sociais, formado por diversos grupos etários, da Geração Z aos Baby Boomers. Contudo, apesar da ampla abrangência demográfica, eles têm diversos elementos em comum, sendo o apetite voraz pela felicidade o mais importante) estão abraçando o ‘celebracionismo’. Um sistema que reforça a necessidade de comemorar acontecimentos da vida social e profissional e que tem um grande potencial econômico.

Da ascensão dos jantares de experiência, museus pop-up e festivais culturais, passando pelo aumento na frequência e nos gastos em parques de diversão. Tudo está conectado ao fato de que os novos otimistas estão celebrando as suas conquistas, sejam elas pequenas ou grandes.

Mas como isso se distingue da economia da experiência?

Para os novos otimistas, importam menos as conexões sociais on-line e mais o tempo gasto com amigos e familiares. É a economia de experiência pautada por um sentimento de gratidão. Em uma cultura obcecada pela juventude, precisamos, de fato, mudar a forma como abordamos o envelhecimento, celebrando todas as faixas etárias.

Repensar. Talvez essa seja a palavra que definiu os últimos anos de muitas pessoas. Elas passaram a questionar quem são e com que realmente se importam. Um movimento individualista e de independência que levou à construção de relações mais profundas. Além disso, levou à valorização da vida e à um forte senso de força pessoal.

As pessoas se acostumaram a ter respostas para as suas perguntas a um clique com os mecanismos de busca online. E a cada dia fazem mais perguntas. Mas, com tantas fontes de informação, há um movimento de dúvida sobre o que realmente é verdade. A necessidade de acreditar nas fontes encontradas é evidente. Junta-se a isso o consumo consciente. Agora, todos são convocados e precisam responder perguntas sobre ética, sustentabilidade e responsabilidade em todos os pontos de contato.

Os novos grupos sociais (2022)

Estabilizadores

Sobrecarregados, ainda que conscientes das pressões que enfrentam e de como combatê-las, os estabilizadores querem a tranquilidade de não ter opções em excesso. Eles desejam tudo que os façam se sentir bem, e esperam o mesmo das experiências.

Comunitários

Acostumados a um estilo de vida mais agitado, eles querem se manter ativos e relevantes nos lugares onde vivem. E para onde estão se mudando, investindo na própria comunidade.

Novos otimistas

Os novos otimistas não são um grupo homogêneo, seja em termos de idade ou aparência. Esse grupo aventureiro não tem nenhum problema em defender as próprias crenças, mas faz isso de forma positiva, sem negatividade. A inclusão e a conectividade estão no topo da sua lista de prioridades.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a evolução dos grupos sociais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Sandra Moraes
https:// www.linkedin.com/in/sandra-balbino-moraes

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Sandra Moraes é Jornalista, Publicitária, Relações Públicas, frequentou por mais de 8 anos classes de estudos em Filosofia e Sociologia na USP.É professora no MBA da FIA – USP. Atuou como Executiva no mercado financeiro (Visa International (EUA); Banco Icatu; Fininvest; Unibanco; Itaú e Banco Francês e Brasileiro), por mais de 25 anos. Líder inovadora desenvolveu grandes projetos para o Varejo de moda no país (lojas Marisa – Credi 21), ampliando a sua larga experiência com equipes multidisciplinares, multiculturais, altamente competitivos, inovadores e de alta volatilidade.
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