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Cuidar e Curar têm a mesma raiz etimológica: Medicina de Estilo de Vida, Coaching e Donald Winnicott

O Coaching de Saúde e Bem-estar tem tomando uma posição fundamental dentro do tratamento dos que precisam de acompanhamento pós-internação.

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Cuidar e Curar têm a mesma raiz etimológica: Medicina de Estilo de Vida, Coaching e Donald Winnicott
Por Ted Feder (*)

Estou lendo HOME IS WHERE WE START FROM, ensaios de D.W. Winnicott (exercendo a função de pediatra, ele desenvolveu sua psicanálise com base nas relações familiares entre a criança e o ambiente. Todo ser humano, de acordo com Winnicott, tem um potencial para o desenvolvimento. Entretanto, para tornar esse potencial em algo real, o ambiente se faz necessário. Inicialmente, esse ambiente é a mãe – bem como alguém que exerça a função materna – e apoiada especialmente pelo pai.)

No ensaio “Cure”, – uma palestra para médicos e enfermeiros realizada no dia 18 de outubro de 1970 – Winnicott usa a raiz etimológica comum entre “cuidar” e “curar” para expor assim sua visão das relações entre cuidadores e aqueles que precisam de cuidados. Atualmente, na área de saúde, muito se fala dos “cuidados centrados no paciente”, sobre o coaching de saúde e bem-estar que de fato está tomando uma posição fundamental dentro do tratamento dos que precisam de acompanhamento pós-internação. Além disso sobre a importância da inclusão da família em todos os procedimentos ligados à saúde… E, hoje, lendo este ensaio do Winnicott, encontrei ideias que 45 anos após serem expostas são da maior atualidade e indicam uma direção para todos nós que “cuidamos”.

Vamos ouvir Donald Winnicott:

1) Quando estamos frente à frente com um homem, mulher ou criança dentro da nossa especialidade, a situação se reduz a um encontro entre dois seres humanos; a hierarquia desaparece e o que prevalece é a relação com todas as cores complexas da humanidade. No encontro clínico,  não há lugar para hierarquia. A humanidade é assim o elo que permite a cura.

2) Quando estamos no lugar daquele que cuida e quer curar, não devemos julgar moralmente. Não ajuda em nada o paciente quando dizemos a ele ou a ela que é uma pessoa ruim; pelo contrário, pode destruir a relação de confiança.

3) Devemos ser honestos quando sabemos e quando não sabemos. O paciente não suporta quando percebe o nosso medo da verdade. Se nós mesmos temos medo da verdade, então talvez estejamos na profissão errada.

4) Quando somos consistentes com nossos pacientes, estamos os protegendo do inesperado; muitas vezes o sofrimento do paciente vem exatamente deste sentimento de caos. Isso porque atrás do sentimento de inconstância vem a confusão mental que muitas vezes leva à somatização: a ansiedade se torna física.

5) Precisamos aceitar o amor e o ódio do paciente: não devemos buscar algum ganho emocional por conta da relação com o paciente. Se trabalharmos bem e o paciente se curar, deve ficar no máximo a gratidão, devemos desaparecer na história do paciente, ele não nos deve nada. Somos nós os cuidadores que temos que elaborar o luto da separação e tomar cuidado para que no tempo não nos tornamos insensíveis.

6) Se aparecemos na hora combinada, o paciente sente um incremento importante na confiança que tem em nós, os cuidadores. E isso é importante não só porque diminui a angústia do paciente, mas reforça os processos somáticos que ajudam no tratamento.

Como disse o próprio:

”Eu preferia ser filho de uma mãe que tem todos os conflitos interiores de um ser humano do que ser criado por alguém para quem tudo é fácil e tranquilo, que sabe todas as respostas e desconhece a dúvida.” (Donald Woods Winnicott)

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre cuidar e curar? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

(*) Ted Feder é Psicólogo e CEO da Carevolution – Consultoria em Saúde e Bem-estar.

Ted Feder
http://carevolution.com.br/

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Sharon Feder Author
⚙️ Carevolution
Sharon Feder é formada em Psicologia pela Brown University nos EUA, com especialidade em Estudos Brasileiros e Portugueses pela Brown University e Coach de Saúde e Bem-Estar com Certificação Internacional pela Wellcoaches (EUA). Treinada no Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (ProChange Behavior Systems). Atualmente, é Sócia Diretora na Carevolution Consultoria em Saúde e Bem-Estar, desenvolvendo programas de qualidade de vida e capacitações de profissionais com foco em mudança de comportamento, engajamento e autocuidado.
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