fbpx

Você usa seus seis graus de separação?

Uma das preocupações mais presentes em Coaching nasce da pergunta: como conquistar clientes? Ao que se pode responder: Como você usa os seus seis graus de separação para isso?

Uma das preocupações mais presentes em Coaching nasce da pergunta: como conquistar clientes? Ao que se pode responder: Como você usa os seus seis graus de separação para isso? Certamente, como a “Teoria dos seis graus de separação” pode não ser bem conhecida (ou entendida), vou sintetizar matéria publicada na Revista Superinteressante, de 18/9/2017. Resumidamente:

“É uma teoria pela qual todas as pessoas estão interligadas por um número pequeno de conexões. A origem não é científica, mas literária: foi criada em 1929 pelo escritor húngaro Frigyes Karinthy, para quem os avanços na comunicação e nos transportes fariam com que, apesar das distâncias entre as pessoas, os círculos sociais ficassem cada vez maiores… A ficção inspirou a realidade, e a ideia serviu de base para seguidos estudos de matemática, computação e ciências sociais, os quais têm abordado o conceito de redes de influência e de difusão de informação”.

Nos últimos 20 anos, muitas pesquisas foram desenvolvidas abordando essa teoria. Em 2006, a Microsoft Research fez um estudo teórico usando a rede Messenger, quando analisaram os registros de mensagens para milhões de usuários, concluindo que duas pessoas quaisquer estavam conectadas por uma rede que teria não mais do que sete pessoas. Entre os mais recentes estudos, há o experimento do sociólogo Duncan Watts, em 2011, que envolveu a troca de emails de 24 mil pessoas (em mais de 150 países). Cada pessoa tinha um “alvo” a ser alcançado, podendo apenas usar de emails para sua rede de conhecidos.

Segundo Watts, o alvo foi alcançado com seis emails, em média. Uma conclusão interessante foi a de que a teoria vale se, e somente se, toda pessoa da rede tiver interesse no esforço de alcançar o alvo pois, caso um único elo (nó) venha a falhar, o objetivo não será alcançado. Outro estudo recente, promovido pelo Facebook com pouco mais de 100 milhões de contas, chegou à conclusão similar pois, embora apenas teórico, o grau médio de separação ficou perto de quatro. Cabe comentar que os estudos caminharam para duas vertentes: a abordagem mais simplória de como alguém pode vir a ter contato direto com qualquer pessoa, e; como a teoria motivará novos estudos para o bem da humanidade, principalmente na saúde e comunicação global.

Uma pesquisa-chave foi a realizada por Réka Albert, Hawoong Jeong e Albert-László Barabási, com o título de Error and attack tolerance of complex networks, publicado em 2000. Basicamente, eles demonstraram que a tolerância a um erro não é compartilhada igualmente por todos os componentes de uma rede, a exemplo da Internet, mas há vulnerabilidade geral a ataques, com implicações complexas na garantia de informações (exemplos: vírus). Apesar de criticado por muitos pesquisadores, o trabalho (inspirado originalmente na teoria dos seis graus de separação) gerou avanços em outras áreas da vida humana. Esses estudos, todos de grande complexidade matemática e física, ganharam diferentes dimensões e abordagens ao longo do tempo.

A estrutura de uma rede, com vários nós e interfaces, é algo que se adapta bem a sistemas da vida real. O estudo Error and Attack Tolerance of Layered Complex Networks, de Maciej Kurant e Patrick Thiran, publicado ao final de 2006, abordou o comportamento dos sistemas sob estresse, crise, ataques ou falhas. Toda essa história de pesquisas pode ser lida no livro “Seis graus de separação”, de Duncan Watts, onde o autor fornece explicações científicas a respeito da dinâmica de redes de computação, economias, epidemias e de relacionamento cotidiano. Ele documenta que, apesar do crescimento populacional, cada pessoa pode estar apenas a seis graus de separação de qualquer outra no planeta. Veja também o documentário da BBC.

Mesmo reconhecendo que é estranho pensar em proximidade ou acesso a pessoas nos pontos mais distantes do planeta, refletir sobre o funcionamento de redes de relacionamento oferecerá valiosos insights de como podemos tirar vantagem dessa dinâmica. E aqui provoco o leitor: você já pensou em como usar a sua rede de relacionamento a seu favor (não necessariamente pela Internet, mas até por telefone ou contato pessoal)? Quem você gostaria de abordar? Com quem você gostaria de estar próximo? Quem pode lhe ajudar nos seus objetivos de coach? Prepare-se bem, crie o seu discurso de apresentação e avance em seu desafio. Pode ser que algum nó da sua rede falhe, mas como já provaram todos os estudos, apesar do estresse que possa acontecer e do nó que não quer colaborar, a rede toda nunca cairá, não falhará por completo e, por algum caminho que está lá pronto a ser utilizado, a sua meta ocorrerá.

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa