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Trabalho em equipe – 10 passos para obter o melhor de cada um

O Estilo Shackleton de liderar não insistia na uniformidade. Respeitava as individualidades e permitia que cada um desse ao seu espaço o que sua personalidade pedia, buscando o melhor de cada um.

Estilo Shackleton de liderar

Era fevereiro de 1915, o inverno chegou e o Endurance estava definitivamente aprisionado no gelo sem que a tripulação pudesse chegar ao continente, talvez, se tudo desse certo somente após longos 6 meses. Neste momento Shackleton revelou um de seus lampejos de verdadeira grandeza. Não esbravejou e nem externou o menor sinal de decepção. Disse apenas a toda tripulação que teriam que passar o inverno no banco de gelo e explicou detalhadamente os perigos e as consequências disto.

Em momento algum perdeu o otimismo, apenas preparou-se para o inverno.

Todo trabalho de formação da equipe e os treinamentos feitos não teriam mais utilidade. Nada poderiam fazer, apenas esperar. Shackleton trabalhou para manter a rotina e estrutura estabelecida e combater o desapontamento dos homens buscando que uma sensação de segurança ficasse no ar. Conversou com cada um para certificar-se que todos teriam forças para suportar a prova que tinham pela frente. Pelo que percebeu nestas conversas criou um plano de tratamento e abordagem individual.

Nesta série de discussões sobre o estilo de liderar de Ernest Shackleton vamos analisar hoje como ele buscou, em situações adversas, obter o melhor de cada um.

Antes de tudo deu atenção igual a todos os homens com muito calor humano.

Os diários recuperados dos membros da tripulação revelam uma espantosa despreocupação com o fato de estarem presos no gelo. Em vez de escrever sobre isto, escreviam sobre o tempo, sobre os livros que estavam lendo e as competições esportivas e culturais que foram programadas.

Shackleton não insistia na uniformidade. Respeitava as individualidades e permitia que cada um desse ao seu espaço o que sua personalidade pedia.

Analisando este período da expedição ficou visível a importância que a qualidade de vida era um fator inegociável pelo “Chefe”. As condições eram difíceis, mas foram estabelecidas novas medidas de segurança e criadas competições esportivas, artísticas e culturais para que a tripulação tivesse a manutenção do preparo físico e equilíbrio mental.

Um artificio implantado por Shackleton para motivar ao trabalho naquelas circunstâncias foi conscientizar da importância de cada atividade para a expedição e para o grupo e em seguida atribuiu responsabilidades básicas aos encarregados de cada função. Transformou cada tarefa em uma fonte de orgulho estimulando a competição e para que alcançasse os objetivos combinou os tipos de personalidade com os respectivos trabalhos.

Shackleton dava feedback a todos e sempre elogiava seus esforços e corrigia os erros que ocasionalmente ocorriam. Costumava dizer: Em épocas turbulentas é a maneira certa que conta.

Em meu trabalho de Coaching / Mentoring de Liderança, costumo seguir estes passos aprendidos com Shackleton:

  • Crie um ambiente de trabalho confortável para que tenham prazer em passar longos períodos naquele espaço. Deixe que cada um contribua com suas preferências pessoais;
  • Não economize em ações que promovam o bem estar da equipe. Mentes e corpos saudáveis são fundamentais para um bom desempenho;
  • Combine a pessoa com a função exercida;
  • Dê sempre feedback, não espere muito tempo para dar este retorno;
  • Comemore e recompense cada resultado alcançado, em grupo e individualmente;
  • Observe se todos se sentem desafiados em suas atividades;
  • Faça com que todos saibam qual a sua contribuição para o resultado final;
  • Tenha como uma de suas prioridades a manutenção do componente humano além do aspecto profissional. Conheça muito bem cada membro da sua equipe;
  • Não se esqueça das datas importantes e dos aniversários de cada um;
  • Conheça os pontos fortes e fracos de cada membro da equipe, seja tolerante (e desenvolva) os pontos fracos, seja exigente com os pontos fortes.

Utilizo estas sugestões em programas de desenvolvimento gerencial e Coaching de Liderança com resultados bastante animadores. O uso, sob a forma de storytelling, do que aprendi com esta expedição tem sido bastante interessante em atividades motivacionais.

A expedição ao Polo Sul de Ernest Shackleton ainda pode nos ensinar muito, mesmo tendo se passado um século de seu acontecimento.

Cleyson Dellcorso tem formação em engenharia e filosofia e suas atividades estão relacionadas ao Coaching Profissional e Pessoal, além de atuar com Coaching de Casais. Seus atendimentos têm embasamento em uma metodologia própria com fundamentação filosófico / dialógico. Possui MBA pela UCLA (EUA), com foco em gestão de pessoas, é especialista em liderança pelo Haggai Advanced Leadership Institute (Singapura) e instrutor do mesmo instituto. É professor de liderança e motivação no curso de pós-graduação em gestão de projetos (PMI) do Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada do grupo IBMEC. Atua como Coach desde 2003 e foi um dos primeiros a se especializar no atendimento a Gerentes de Projetos. É diretor do INSTITUTO DE COACHING MAIÊUTICA desde 1999 e tem como área de interesse o estudo das Inteligências – Emocional e Espiritual. Cleyson Dellcorso é casado, tem três filhos e um neto e tem como hobbies – radioamadorismo, velejar e mergulhar.
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