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Sou feminista, sim!

Em tempos de tantos questionamentos e desafios para diferentes grupos da sociedade e, em especial para as minorias, parece fundamental entender o papel do feminismo na construção de uma sociedade mais justa, mais igual e mais tolerante.

Em tempos de tantos questionamentos e de tantos desafios para diferentes grupos da sociedade e, em especial para as minorias, como crianças, mulheres, negros, índios, me parece fundamental que entendamos exatamente o papel do feminismo na construção de uma sociedade mais justa, mais igual e mais tolerante. Não menos importante, é aplicarmos valores e atitudes dentro de nossas empresas e nos ambientes de trabalho, sejam eles espaços públicos ou privados.

Os números de desigualdade e violência contra a mulher são assustadores e não parecem ter diminuído nos últimos anos. Infelizmente, muito pelo contrario, os números são assustadores e alarmantes. Só na primeira semana de 2019, 21 casos de feminicídio foram registrados e houve um aumento de 6,4% nos últimos 10 anos.

O pesquisador Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP), fez um levantamento para contabilizar e mapear estes e outros casos de feminicídios que ocorreram em 2019. E encontrou 21 mortes e 11 tentativas de assassinatos noticiados na imprensa até o dia 6 de janeiro.

O mesmo acontece com os casos de assédio e violência, não apenas física, mas também moral, sexual, patrimonial, psicológica contra mulheres, seja no seu ambiente doméstico, seja no seu trabalho. Segundo uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 40% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no trabalho.

Uma pesquisa da PNAD aponta que as mulheres recebem em média 23,9% menos que o salário de um homem que ocupa a mesma função ou equivalente. Apesar de representar mais de 51% da população, as mulheres ocupam menos de 48% da força de trabalho e dedicam, em média, mais 18 horas semanais das atividades domésticas contra 10 horas do homem.

Apesar de nós, mulheres, representarmos 52% do eleitorado brasileiro, ocupamos apenas 10% das cadeiras da Câmara de Deputados e 16% do senado, o que indica que as mulheres não estão ocupando nem os 30% determinados pela cota de participação feminina na política como também as mulheres não votam em mulheres.

E sabe o que é mais triste? Nos últimos 4 anos, vivemos um retrocesso e no último ano o Brasil caiu mais uma posição e já ocupa o vergonhoso 9º lugar do ranking mundial dos países mais desiguais em renda do planeta. Segundo relatório da organização internacional Oxfam.

A conclusão que chego ao analisar todos estes números é a de que reproduzimos e não estamos conseguindo conter uma onda de violência e uma cultura machista na sociedade brasileira. O que é importante ressaltar é que o machismo é um comportamento e mentalidade que parte do pressuposto que a mulher é inferior e que há uma relação de poder e posse na qual o homem se sente proprietário da mulher achando-se no legítimo direito de violentá-la de todas as formas, seja com palavras ou com gestos que podem chegar até ao homicídio.

Conhecer a história das lutas feministas desde os primórdios do movimento no mundo e no Brasil é fundamental para construirmos uma cultura de respeito às mulheres e de compreender as conquistas até aqui, assim como abraçar as causa que contribuam para que deixemos de ocupar os primeiros lugares da desigualdade e avancemos enquanto sociedade. Como mulheres empreendedoras, empresárias e formadoras de opinião podemos contribuir enormemente adotando práticas de respeito e de conscientização, seja dentro de nossos lares, nas nossas vizinhanças, comunidade, cidade, estado, país ou empresas.

As ondas dos movimentos feministas mudaram e se adequaram aos tempos e aconteceram até no que muitos autores chamam de ondes pré-feminismo desde antes de Cristo. No Brasil, o movimento feminista começou com a chamada primeira onda do feminismo e foi marcado pela luta de direito ao voto com as Sufragistas. Depois, uma segunda onda, foi marcada pela liberdade sexual e de contracepção, assim como de maior participação política. Já a terceira onda foi marcada pela interseccionalidade com discussões sobre as condições da mulher no que diz respeito à raça, classe social, opção sexual, condição financeira, escolaridade, etc. Hoje, com o advento da Internet e da globalização, o movimento feminista parece ser bem mais horizontal sem a presença de uma única líder e tem a voz de cada individual ecoando em diverso tipos de grupos.

Minha provocação é para que você responda a estas perguntas abaixo e as compartilhe para seus grupos ou afixe nos seus locais de trabalho, associações, clubes ou qualquer espaço público de grande fluxo de pessoas.

  1. Você concorda que a mulher tenha direito de votar?
  2. Você concorda que a mulher tenha direito de frequentar uma escola?
  3. Você concorda que a mulher tenha direito de concorrer a um carga público?
  4. Você concorda que a mulher possa frequentar uma universidade e cursar qualquer curso que desejar?
  5. Você concorda que ninguém tem direito de bater nem matar ninguém?
  6. Você concorda que a mulher possa ser atleta e participar de Olimpíadas?
  7. Você concorda que a mulher possa tirar sua carteira de motorista?
  8. Você concorda que o homem possa fazer toda e qualquer atividade doméstica?
  9. Você concorda que o homem participe de TODAS as atividades do seu filho desde dar banho, levar ao médico, ajudar nos deveres de casa, etc., etc., etc.?
  10. Você concorda que a mulher deve ganhar exatamente o mesmo salário que um homem quando exercendo a mesma função ou similar?
  11. Você concorda que os homens e mulheres possam usar a roupa que quiserem e isso não dá o direito a ninguém de passar a mão na bunda nem de segurar no pinto?
  12. Você concorda que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos à saúde, educação, segurança, lazer, etc ?
  13. Você concorda que qualquer ato de violência tem que ser denunciado e que em briga de marido e mulher há que se meter a colher, sim?
  14. Você concorda que uma mulher pode escolher seu parceiro ou parceira sexual?
  15. Você concorda que é a mulher quem decide se deseja ou não engravidar?

Se você disse SIM a todas ou à maioria dessas perguntas, posso afirmar que você é um homem ou uma mulher FEMINISTA e não deve ter medo nem vergonha de dizer que é. Ser feminista é um ato de amor e de compromisso com uma sociedade que seja muito mais justa, tolerante, livre de preconceitos e de violência.

Se você disse SIM a estas perguntas e hoje é uma mulher que pode frequentar uma escola, pode votar, pode fazer um curso superior, pode dirigir carro, ônibus, caminhão ou moto, pode participar de uma Olimpíada, pode usar determinadas roupas, pode tomar um anticoncepcional e decidir se quer ou não engravidar, pode escolher seu ou sua parceira sexual, casar e adotar filhos… saiba que TODOS esses direitos foram conquistados por movimentos feministas há séculos.

SOU FEMINISTA COM MUITO ORGULHO E VOCÊ?

Cristiane Ferreira é Coach formada pelo IBC – Instituto Brasileiro de Coaching, Professora da Fundação Getúlio Vargas com cadeiras em Liderança, Coaching, Inteligência Emocional, Técnicas de Comunicação e Empreendedorismo, Palestrante, Empresária do setor de Educação desde 1991, Graduada em Letras pela UFMG e Pós-graduada em Linguística Aplicada pela UFMG, MBA em Gestão de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, Formada em Inglês pela University of New Mexico, EUA, Apresentadora do Programa Sou Múltipla, Fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras de Betim, Ex-Presidente da Câmara Estadual da Mulher Empreendedora da Federaminas (2014/2016), Destaque no Empreendedorismo feminino, recebeu vários prêmios entre eles o “Mulheres Notáveis – Troféu Maria Elvira Salles Ferreira” da ACMinas, troféu Mulher Líder, “Medalha Josefina Bento” da Câmara Municipal de Betim, “Mulher Influente” do MG Turismo e o “Mérito Legislativo do Estado de Minas Gerais”, Comenda Amiga da Cultura da Prefeitura Municipal de Betim.
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