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Sete motivos para não deixar sua carreira nas mãos de outra pessoa!

Nós como espécie somos incrivelmente hábeis para analisar, diagnosticar e recomendar soluções para a vida dos outros, mas quando precisamos ficar frente à frente com a nossa própria alma, simplesmente não conseguimos.

Faz algumas semanas, eu estava dando uma pequena folga ao cérebro e navegando sem objetivos claros pela Internet, quando reencontrei uma citação antiga, da época de meus estudos universitários:

“Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.”

Esta frase, atribuída a Carl Jung, um de meus mais profundos inspiradores, me faz lembrar do desafio que é para muitas pessoas fazer uma das coisas mais básicas para o ser humano que é tomar conta da própria vida. Nós como espécie somos incrivelmente hábeis para analisar, diagnosticar e recomendar soluções para a vida dos outros, mas quando precisamos ficar frente à frente com a nossa própria alma, simplesmente não conseguimos.

Seja porque conhecemos muito bem quem somos, seja porque somos derrotados por nós mesmos ou, ainda, porque no fundo, sabemos que a batalha será tão grande que queremos que os outros nos socorram. Eu travei esta batalha há muitos anos e hoje posso dizer que consigo manter meus diversos “Eus” prontos e à disposição para entrarem em cena quando necessários. Para isso, precisei ficar cara a cara com cada um deles e reconhecer que existem em toda a sua plenitude, tanto em luz, como em sombra.

Para você, que entende o sentimento, mas que ainda não recebeu estímulos suficientes para percorrer este caminho, resolvi listar os sete principais motivos pelos quais você deve assumir o comando da sua carreira profissional sem nunca delegar à outra pessoa, departamento ou empresa.

Primeiro motivo, a vida é sua.

Sim, a vida é sua e de mais ninguém. Nossa vida, mesmo em toda a sua complexidade é formada por uma viagem que executamos a cada dia, das pessoas que encontramos e deixamos pelo caminho e, acima de tudo, pela realização das metas e objetivos que definimos para nós mesmos. Algumas pessoas defendem que a vida é feita de escolhas. Assim, a profissão e a carreira são escolhas que fizemos no passado, mas que renovamos todos os dias ao sair da cama. A carreira profissional é uma ferramenta para que sua vida seja conduzida da forma como você estabeleceu que seria. Quando você deixa suas decisões de carreira nas mãos de outra pessoa você deixa de escolher.

Segundo motivo, você se conhece melhor que ninguém.

Seja qual for a profissão ou carreira que você decidiu seguir, ela exigirá de você uma coisa ampla e cinzenta chamada competência. A competência é aquilo que torna você capaz de fazer algo com qualidade suficiente para ter o valor reconhecido por outras pessoas e assim, ser valorizado. Valor, nada mais é que o benefício que você conquista ao realizar algo com competência. No entanto, a competência é formada por conhecimentos, habilidades e atitudes. Conhecimentos podem ser comprados e transferidos. Habilidades podem ser adquiridas com força de vontade, metodologia e apoio adequados. Mas a atitude, esta depende diretamente de como pensamos, de como vemos o mundo, do que acreditamos e de algo que costumo chamar de “nossa verdade”. Esta, ninguém conhece. Somente você é capaz de gerenciar suas atitudes de maneira verdadeira, logo, nunca espere que treinamentos, cursos e certificações tornem você 100% competente. Sempre faltará a sua verdade no processo.

Terceiro motivo, o seu conceito de sucesso.

Mesmo que inconscientemente, você possui um objetivo de vida. Algumas pessoas dizem que não possuem metas específicas como comprar uma casa maior, um carro novo, sair do país e etc., mas, mesmo assim, possuem o desejo de viver bem e feliz. A felicidade de maneira geral é o acumulado de momentos felizes, onde aquilo que desejamos coincide com o que sentimos. Ou seja, direta ou indiretamente, todos desejamos algo e isto é o nosso conceito de sucesso. Este conceito não é claro e nem tão pouco explícito e assim sendo nenhuma outra pessoa pode ajudar no nosso caminho em direção a ele. Somente nós, ou seja, você sabe, de verdade, o que é sucesso para você e acredite, mesmo você pode mudar de ideia muitas vezes. Empresas trabalham com conceito de trilhas profissionais que partem do pressuposto que o sucesso é a conquista de posições mais importantes e melhor remuneradas. Isto nem sempre é verdadeiro.

Quarto motivo, o jogo.

Todas as relações humanas são motivadas por interesses comuns, acredite. Por mais cruel que seja esta frase, todas as relações são baseadas em interesses comuns. Vejo muitas famílias desmoronando simplesmente por esquecerem esta regra e acreditar que a genética se sobrepõe ao interesse comum das partes. Não acredita? Quantos casos você já viu de famílias estáveis que tiveram rupturas terríveis porque um de seus membros resolveu viver de maneira diferente do “normal”? Havia um interesse comum que foi substituído por uma meta pessoal e aí tudo se quebrou. No ambiente corporativo os interesses comuns são como colas que mantêm a organização em pé. Eu reconheço seu valor como profissional, na medida que sou beneficiado por este valor de alguma forma também. Não existe, portanto, nenhum processo corporativo que monitore todas as relações. Ninguém, a não ser você mesmo, pode fazer esta análise do tabuleiro de jogo.

Quinto motivo, empresa não é família nem escola.

Você já parou para pensar no significado da expressão Recursos Humano? Toda empresa séria, ao ser constituída procura crescer de maneira sustentável o que invariavelmente envolve a implantação e o gerenciamento de processos. Estes processos somente podem ser executados através do pleno uso dos recursos da empresa. Recursos são elementos que estão à disposição, possuem um custo de existência e uma vez usados adequadamente, oferecem resultados. Os recursos disponíveis em todas as organizações são: Recursos financeiros (dinheiro), recursos materiais (coisas, máquinas e veículos), recursos intelectuais (modelos, patentes, fórmulas) e recursos humanos (pessoas como eu e você). Assim, de fato, embora as empresas mantenham ambientes de trabalho agradáveis, no final da história as pessoas são recursos que possuem um custo e precisam oferecer resultados. Sua carreira somente será interessante para a empresa enquanto ela oferecer resultados adequados aos negócios.

Sexto motivo, o poder de escolha.

A sua carreira é formada pelos vários cargos e funções que você desempenhará ao longo de sua trajetória. Porém quando uma organização precisa escolher um elemento para ser promovido, a empresa invariavelmente considera a pessoa que já está mais preparada. São raros os casos em que a empresa investe na preparação de um profissional que não apresentou evidências de sucesso, devido ao risco econômico envolvido. Assim, para conquistar uma promoção é preciso que você já possua grande parte das qualidades exigidas no cargo-alvo e para isso, sempre será preciso uma boa dose de autodesenvolvimento.

Sétimo motivo, sua assinatura no livro da vida.

Quando você chegar aos sessenta anos e for se aposentar, como você gostaria de contar o que foi a sua vida? Uma sucessão de projetos, escolhas, batalhas e vitórias ou um eterno esperar que “os caras lá de cima” reconhecessem o seu valor? Como seus filhos falarão de você? Que histórias serão contadas?

Espero que estes motivos sejam suficientes para que você tome a decisão e encare a batalha da sua vida. Conheça sua luz e esteja consciente da escuridão. Afinal de contas, cabe somente a você criar o roteiro da história da sua vida.

Pense nisso!

Edson Carli Author
Edson Carli é especialista em comportamento humano, com extensa formação em diferentes áreas que abrangem ciências econômicas, marketing, finanças internacionais, antropologia e teologia. Com mais de quarenta anos de vida profissional, atuou como diretor executivo em grandes empresas do Brasil e do mundo, como IBM, KPMG e Grupo Cemex. Desde 2003 está à frente do Grupo Domo Participações onde comanda diferentes negócios nas áreas de consultoria, mídia e educação. Edson ainda atua como conselheiro na gestão de capital humano para diferentes fundos de investimentos em suas investidas. Autor de sete livros, sendo dois deles best sellers internacionais: “Autogestão de Carreira – Você no comando da sua vida”, “Coaching de Carreira – Criando o melhor profissional que se pode ser”, “CARMA – Career And Relationship Management”, “Nut’s Camp – Profissão, caminhos e outras escolhas”, “Inteligência comportamental – A nova fronteira da inteligência emocional”, “Gestão de mudanças aplicada a projetos” (principal literatura sobre o tema nos MBAs do Brasil) e “Shé-Su – Para não esquecer”. Atual CEO da Academia Brasileira de Inteligência comportamental e membro do conselho de administração do Grupo DOMOPAR. No mundo acadêmico coordenou programas de pós-graduação na Universidade Mackenzie, desenvolveu metodologias de behaviorismo junto ao MIT e atuou como professor convidado nas pós-graduações da PUC-RS, FGV, Descomplica e SENAC. Atual patrono do programa de desenvolvimento de carreiras da UNG.
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