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Problemas de avaliação na Supervisão de Coaching – Julgar ou não julgar eis a questão!

Em qualquer feedback, seja o que traz sugestões de correção de rota, ou o de apoio e confirmação de rota, equivale a uma avaliação.

Carroll (1996), ao discutir as tarefas de supervisão, destaca que a tarefa avaliativa em supervisão é aquela em que o elemento de poder é mais claro: “a avaliação envolve um elemento de poder. Nós não podemos ignorar isso”.

O(a) supervisor(a) tem que levar muito a sério a tarefa de avaliar o desempenho de seu(sua) supervisionado(a), fazendo julgamentos sobre a eficácia do trabalho que ele/ela supervisor(a) tem em suas mãos.

Nós não podemos negar que em qualquer feedback, seja o que traz sugestões de correção de rota, ou o de apoio e confirmação de rota, equivale a uma avaliação.

Geralmente, os(as) supervisores(as) tendem a distinguir entre avaliação “formativa” e “cumulativa”.

A avaliação formativa envolve o processo contínuo e rotineiro de dar feedback; a avaliação cumulativa, pode ocorrer durante o processo, mas é mais frequentemente realizada no final de um projeto. Como tal, a avaliação cumulativa também pode ser referida como avaliação ex-post (ou seja, após o evento) e está vinculada ao relatório que precisa ser escrito no final de um período ou ainda para fins de certificação.

Alguns problemas podem surgir em um ou ambos desses processos. Para os(as) supervisores(as), é um desafio real equilibrar as funções de apoio e avaliação do seu papel de supervisão e alguns(mas) fazem melhor do que outros(as) neste processo.

Como supervisionado(a), você pode contribuir, tornando possível ao(a) seu(sua) supervisor(a) regularmente trazer as boas e as más notícias ao convidar que ele(a) faça comentários sobre o seu trabalho, por exemplo, perguntando:

  • “O que pensa que eu poderia ter feito diferente aqui”?
  • “Como você julgaria minha eficácia nesta sessão”?

Problemas na avaliação podem assumir várias formas. Seguem aqui alguns exemplos:

1. Você pode discordar do feedback que recebe em um trabalho e deixar a impressão de que foi “mal-entendido(a)” e “não apreciado(a)” pelo seu(sua) supervisor(a), talvez seja o caso de na próxima reunião, solicitar esclarecimentos evitando situações que possam prejudicar o bom andamento do processo.

2. Você pode sentir que o(a) seu(sua) supervisor(a) está dando um feedback negativo repentino e inesperado, sobre um aspecto do seu trabalho que parecia aceitável até o momento.

Vale a pena refletir se, você não tenha sido aberto(a) a este feedback anteriormente ou que seu(sua) supervisor(a) agora julgue que você esteja pronto(a) para outro desafio em termos de refinar seu trabalho.

3. Na avaliação cumulativa, que pode envolver o relatório de um(a) supervisor(a), o(a) supervisor(a) pode achar que seu trabalho ainda não tem um padrão que você achava ter atingido. Este pode ser um dos momentos mais difíceis com um(a) supervisor(a).

Você pode aprender muito com seu(sua) supervisor(a) através deste processo e trabalhando com os pontos que ele/ela considera seus pontos fracos. Se você teve uma boa aliança de supervisão na qual recebeu um feedback regular e equilibrado, esse resultado não deve ser uma surpresa para você.

Daí a importância, mais uma vez da contratação entre supervisor(a) e supervisionado(a), buscando clareza sobre a natureza do processo de supervisão. No entanto, se for uma surpresa, talvez seja necessário rever como isso aconteceu e discutir por que você não ouviu essa notícia antes do final do projeto.

Houve algum conluio entre você e seu(sua) supervisor(a) para evitar feedback negativo? O(A) seu(sua) supervisor(a) estava “esperando” que você fosse perceber esses pontos, eventualmente sem expressar suas dúvidas com a clareza necessária e suficiente?

Referências:
Carroll, M. (1996). Counselling supervision: Theory, skills and practice. London: Cassell Carrol, M.  amp; Gilbert. M.C. (2011) On being a supervisee – creating learning partnerships 2nd edition – PsychOz Publications – Austrália

João Luiz Pasqual
Presidente da ICF Brasil eleito para o triênio 2016/2018 atuando aqui como colunista representante e voluntário da ICF Brasil.

João Luiz Pasqual tem mais de 40 anos de experiência profissional. Coach Executivo e de grupos. Foi por mais de 30 anos, executivo do mercado financeiro tendo ocupado posições de Diretor Executivo em diversos bancos (Sudameris, Banco Real, Unibanco, ABN AMRO e Santander), viveu na Europa por 8 anos e viajou para mais de 30 países. É conselheiro de empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e foi Presidente da ICF no Brasil durante o exercício 2015/2018. É coach ICF – International Coaching Federation com a credencial Master Certified Coach (MCC), Mentor Coach pela inviteChange-USA e Accredited Coach Supervisor pela CSA – Coaching Supervision Academy – Londres. MBA pela FIA-USP e Mestrado em Consulting and Coaching for Change pelo INSEAD-Fontainebleau na França.
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