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Príncipe encantado não existe – e princesa também não!

Poucas pessoas são capazes de fazer uma autoanálise e humildemente constatarem que não encontraram, em seu parceiro, o príncipe ou princesa, mas que também não são o que gostariam ou que julgavam ser.

Frequentemente nos meus atendimentos de Coaching Afetivo, clientes me procuram reclamando de não terem encontrado seu Príncipe Encantado. Dizem que já tiveram alguns namorados, mas nenhum foi bom o bastante para que pudessem investir num relacionamento mais sério. Suas exigências são tão altas que às vezes duvido que o Príncipe Encantado dos contos de fadas daria conta de atendê-las em todas as suas vontades.

Por isso, nos meus atendimentos, sempre tenho uma sessão que eu poderia chamar de Desconstrução do Príncipe Encantado, quando fazemos uma análise profunda do que minha cliente deseja e do que ela tem encontrado. E também dos defeitos que ela poderia suportar.

Todas querem o “moreno alto, bonito e sensual”, rico, profissional bem sucedido, mas que sabe bem equilibrar trabalho e família. E na maioria das vezes, não estão dispostas a enxergar seus defeitos. Uns são trabalhadores demais (os famosos workaholics) e não priorizam a família como elas gostariam. Outros bebem um pouco mais do que o normal e vivem no bar com os amigos sem nenhuma ambição na vida. Outros lhes dão tudo, sem nunca deixarem o hábito de paquerarem a mulher mais bonita da festa bem na sua frente. Outros não querem compromisso sério, querem apenas aquele sexo bom e seguro – no sentido de que têm as mulheres em suas mãos. Estes defeitos você pode suportar?

Homens também se queixam de suas mulheres. Tive um cliente que dizia que não podia aceitar o fato de que ela ganhava mais do que ele, embora concordasse que ela não lhe esfregava isso na cara. Outro reclamava que precisou mudar de cidade numa excelente oportunidade de promoção de carreira e ela a princípio havia concordado e lhe incentivado a não perder a grande oportunidade, não sem lhe culpar, meses depois, por eles estarem cada vez mais distantes, não só pela distância geográfica de suas cidades (ela não se mudou com ele), como também pelos encontros sempre insatisfatórios que aconteciam aos finais de semana e feriado em que estavam juntos. Na época do namoro era muito melhor – ela lhe dizia.

Homens e mulheres não estão felizes, julgam não terem encontrado seu (sua) Príncipe (Princesa) Encantado(a) ou não terem avaliado bem a pessoa com quem se casaram. Poucos – poucos mesmo – são capazes de fazer uma autoanálise e humildemente constatarem que não encontraram em seu parceiro seu príncipe ou princesa, mas que também não são o príncipe e a princesa que gostariam ou que julgavam ser. E a resposta a isto é bem simples: exigimos demais dos outros e muito pouco de nós mesmos. Estamos prontos para encarar nosso defeitos?

Fica aqui um exercício de humildade: reflita sobre o(a) companheiro(a) que você tem sido mais do que sobre o(a) companheiro(a)  que você desejava encontrar no outro. Reconheça suas falhas, sua distância, suas fraquezas. Perceba o quanto o outro ainda está ao seu lado – ou poderá estar ao seu lado – na caminhada da vida. Quem sabe assim você não deixará de cobrar tanto do outro, poderá ser uma companhia mais agradável e mais prazerosa de se conviver.

Patrícia Camargo trabalha com Coaching de Vida e é especialista em Coaching Afetivo. É autora do site www.coachafetiva.com.br e busca com seu trabalho proporcionar uma vida afetiva plena à todas as pessoas que a procuram. Realiza atendimentos presenciais em Campinas e Sorocaba e também via Skype para todo Brasil e para brasileiros residentes no exterior. É fundadora e curadora do Grupo de Estudos de Coaching & Desenvolvimento Pessoal de Sorocaba e co-autora do livro “Coaching : grandes mestres ensinam como estabelecer e alcançar resultados extraordinários na sua vida pessoal e profissional”. Formada em Administração de Empresas, atua também como Psicanalista Clínica e Conciliadora da Justiça Federal desenvolvendo um trabalho de pacificação da sociedade.
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