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Já ouviu falar de modelo Salutogênico?

Há uma linha continua entre a doença e o bem-estar e, dependendo do momento em que a pessoa se encontra, existe a pressão para navegar para um lado ou outro. Há um grau de coerência que justifica o estado.

Muito do que é central para prática de Coaching se refere a incentivar a sensação de bem-estar do cliente por meio de positividade para suas emoções, traços individuais de comportamento e seu ambiente cotidiano. Pois bem, três profissionais de Coaching tiveram interesse em avançar nessa área e estudaram a teoria em torno do conceito de Salutogenisis, uma palavra complicada e pouco conhecida. Essa expressão (origem da saúde) serve para designar a busca das razões que levam alguém a estar saudável.

O estudo foi publicado no International Journal of Evidence Based Coaching and Mentoring (Vol. 12, No.2, August 2014) e é da autoria de três cientistas britânicos: Dee Gray, Ambra Burls e Marina Kogan. O conceito de Salutogenesis foi criado por Aaron Antonovsky, em 1979, para quem há uma linha continua entre a doença e o bem-estar e, dependendo do momento em que a pessoa se encontra, existe a pressão para navegar para um lado ou outro. Todos nós temos algum grau de coerência que justifica o estado em que estamos, com base em três fatores: compreensão, capacidade de gerenciamento e significado.

Os autores trabalharam no sentido de combinar esses conceitos teóricos da Salutogenesis com as várias linhas práticas do Coaching, especialmente o Coaching de Vida (Life Coaching), o Coaching Executivo (Executive Coaching) e o Coaching Holístico (que no artigo é identificado como Eco-Coaching). O método adotado para o estudo incluiu extensa revisão da literatura acadêmica e científica para, depois, aplicar as conclusões em clientes convidados a fazerem parte do estudo-piloto.  Os dados gerados por esses participantes foram analisados com o uso de mapas mentais, durante 8 meses.

O modelo Salutogênico proposto no trabalho tem três características importantes, como mostrado na figura abaixo. A primeira refere-se à área central, chamada de “centro primordial” ou “aquilo que a pessoa tem como melhor de si”. A segunda é a “periferia” e é onde você vai se tornar alerta para algo que está errado com o seu caminho desejado (ou preferido); a terceira área é o “caminho” que leva você de volta a encontrar ou a realizar o seu pleno potencial.

Os elementos de compreensão, capacidade de gerenciamento e significado, que contribuem com a mentalidade salutogênica do participante, foram explorados pelos autores. Assim, durante o teste do modelo eles avaliaram a compreensão da própria situação atual pelo participante (de que forma entendem o momento).

Como um passo além, identificaram o grau de controle do participante sobre o momento atual vivido (tanto a respeito da capacidade de ter controle como dos recursos para mudar). E, ainda, a questão do significado também foi explorada, com o participante comentando a razão de sua situação de momento estar acontecendo e qual a lição a ser tirada.

Os autores concluiram que o processo de três passos estruturados funcionou adequadamente, pois há fatores que alertam o participante quando estle está na “periferia” e, então, estimula a reflexão de qual a melhor forma de construir o “caminho de volta” para o “centro primordial”. O modelo foi eficaz na medida em que contribui para alcançar progressos no sentido da autorrealização e resiliência, bem sustentados no nível individual e mesmo em grupo. E também ficou claro que todo o processo para esse modelo, apesar do nome complicado, é muito fácil de compreender e de praticar.

Para quem quiser arriscar o exercício, o modelo é simples e sem contraindicações. O fundamental é você refletir e buscar consciência de qual é o seu “centro primoridal” e, também importante, até que ponto esse seu específico benefício de bem-estar é para o curto, médio ou longo prazo. Em cada situação, o “caminho de volta da periferia” pode ser diferente, mas nunca será simples ou fácil. Pense nisso e … boa sorte!

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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