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Inteligência Emocional e o Futebol (parte I)

A intensidade, o volume, a diversidade e a emocionalidade com que os problemas se apresentam, passam a requerer competências complementares para que se vençam as adversidades. Você está pronto?

Caros, sabemos que inteligência é a capacidade de enfrentar desafios e resolver problemas. A intensidade, o volume, a diversidade e a emocionalidade com que os problemas se apresentam, passam a requerer competências complementares para que se vençam as adversidades. Segundo estudos, vivemos uma quantidade enorme de situações que a vida moderna nos impõe. Dizem os estudiosos no assunto, que em média, nos acontece por dia 23 ocorrências a serem vencidas, e para tanto, com resiliência, precisamos das poderosas armas da Inteligência Emocional que, se trata do desenvolvimento de habilidades pessoais e interpessoais que influenciam atitudes e comportamentos.

No entanto, o que percebemos na nossa vida diária é uma série de destemperos desmedidos, irrefletidos, muitas vezes irresponsáveis e de uma perda de energia pessoal imensa. Logicamente que somos influenciados pelas circunstâncias, pelo stress implícito pelas demandas, a mídia interessada em audiência e em criar clima emocional e muito sensíveis aos “exemplos” das referências do mundo artístico, político, empresarial e esportivo, uma vez que ocupam um enorme espaço nas nossas vidas, porque assim o permitimos.

Uma fatia importante, escolhida para este artigo, é a do mundo esportivo, e em especial a do futebol, esporte nacional, que mexe cotidianamente com uma enorme parcela da população, onde a emoção predomina e extrapola até os limites do racional. As consequências, grande parte das vezes, beira ao patético, infantil e/ou brutal. Tornando-se fonte de “inspiração” para reações, fora das quatro linhas, muitas vezes até de forma trágica, lamentada por todos, mas repetida logo a seguir, com frequência, enlutando famílias, como temos visto com certa e lamentável constância, nas brigas de “torcidas organizadas”.

Mas o fato é que grande parte destas reações extracampo, advém, na sua forma basal, do comportamento pouco exemplar, de alguns atletas influenciadores sutis, muitas vezes, seja por atitudes, comportamentos e declarações que ajudam a criar um ambiente bélico de inimigos em vez de adversários de algo tão singelo, plasticamente encantador, que é uma partida de futebol.

O fato é que os players embora sejam profissionais, nos levariam a supor, comportamentos, em grande parte do tempo, como equilibrados. Mas a prática é bem diferente da teoria. O estopim é curto. Também deve ficar claro que várias contingências, tangenciam os comportamentos não aceitos, tipo: formação cultural, inteligência, educação, traumas e crenças não tratadas, além de inseguranças que levem inclusive a atuações irregulares, omissas e muitas vezes bizarras.

Como sabemos, quanto maior a nossa Inteligência Emocional, maior será, a resposta, dado nosso modelo mental, entre pensamento, sentimento, ação e a interação com o próximo, nos sendo permitido, um maior centramento emocional, trazendo racionalidade à emoção e às nossas respostas diante do stress que se apresenta, e esta argumentação se aplica plenamente aos “artistas da bola”.

Como um atleta, em especial, pode reagir com uma estrutura emocional inteligente? Parar e pensar! Refletir de forma amadurecida, como um exercício permanente sobre o que está por trás das suas emoções. Partir para realizar escolhas que estejam condizentes com seu desejo, através do pensamento, sentimento ou ação. O modelo mental treinado, permite que rapidamente se tome decisões, com o objetivo de se autoconhecer, gerenciar e lidar com os outros da melhor maneira possível.

Na fatídica Copa do Mundo de Futebol, disputada no Brasil, tivemos a oportunidade (eu dispensaria, mas aconteceu) de perceber muito próximo, há alguns desequilíbrios de muitos, e em especial aos nossos jogadores, talentosos, rodados, experientes, famosos, mas, em sua grande maioria, com um baixo nível de Inteligência Emocional.

Como explicar, um choro convulsivo durante a execução do nosso hino nacional, extrapolando este sentimento tanto qualitativamente, em intensidade, como quantitativamente em tempo que esta emoção ficou presente. Novamente, como explicar nosso capitão, se esquivar de bater pênaltis, mesmo sabendo que 80% das penalidades são convertidas em gol e ele próprio tinha quase noventa por cento de acertos nas faltas deste tipo. Por que este atleta, chamou neste momento decisivo, ao pensamento, a possibilidade de erro, em vez de focar no acerto uma vez que os números lhe eram favoráveis?

Na Copa a que me refiro, percebemos, futebolistas, menos afamados, com desempenhos acima da média, a exemplo do goleiro da Costa Rica, que surpreendeu a todos com atuações exemplares, que inclusive o levaram, pós-evento, a um clube europeu. Certamente a forma com que enxergou o desafio, a forma com que se preparou, inclusive psicologicamente, fizeram a diferença. Mas com certeza, a presença ou não da Inteligência Emocional fez toda a diferença.

Na campanha da Copa do Mundo no Brasil, fomos pressionados o tempo todo, não apenas dentro do campo, mas toda uma expectativa criada pela imprensa e dos fanáticos torcedores brasileiros, sempre tão exigentes, além de um comandante que de certa forma cuidava de atletas como filhos de uma família, a Scolari, e que a muitos infantilizou e desestabilizou na primeira adversidade mais séria, quando necessitou além das qualidades do grupo e que as estrelas individuais brilhassem. Segundo Wanderley Luxemburgo, “o medo de perder, tira a vontade de ganhar”. Talvez com esta possibilidade tenhamos entrado em campo.

Ivan Quadros Author
Ivan Quadros é Administrador, Coach, Consultor e Treinador de processos de liderança. É formado em Coaching/Sênior pelo ICI – Integrated Coaching Institute, Coaching de Excelência pela Academia Emocional e Coaching de Grupo pelo IBC. Com mais de 2.500 horas de atendimento em Coaching é Administrador de Empresas, formado pela Universidade Católica do Salvador e Pós-graduado em Recursos Humanos pela Universidade Federal da Bahia. Dirigente de empresas de bebidas, química fina no Polo Petroquímico de Camaçari na Bahia, Superintendente de empresas de saúde, distribuição de medicamentos e área ambiental e Diretor da Sapiens Consultoria há 20 anos, especializado em empresas familiares nas áreas de gestão, comercial, RH e reconstrução empresarial.
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