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Habilidades de Relacionamento: A coluna vertebral no processo de Coaching

Como será que podemos construir um bom relacionamento com os nossos clientes? Quais os tipos de competências de comunicação que precisamos ter? Quais são os elementos principais que podem auxiliar no relacionamento?

Queridos leitores, é com enorme prazer que escrevo o meu primeiro artigo na coluna, que compartilho com a competente parceira de trabalho e amiga Sharon Feder, para esta revista que admiro tanto. Agradeço muito pelo convite em poder escrever sobre assuntos ligados à promoção da saúde e bem-estar com técnicas e conceitos cientificamente comprovados para a mudança de comportamento e aumento da qualidade de vida.

Inicialmente gostaria de me apresentar. Sou Daniela Levy, mãe de duas lindas meninas (Sophia e Valentina), psicóloga, fundadora da APPAL (Associação de Psicologia Positiva da América Latina), com Certificação Internacional em Coaching de Saúde e Bem-Estar pela Wellcoaches (EUA).

Atualmente sou Diretora de Coaching na Carevolution – Consultoria em Saúde e Bem-Estar, realizando capacitações de profissionais e programas focados na área do desenvolvimento humano.

Optei por escrever inicialmente esta matéria sobre Habilidades de Relacionamento pois considero de fundamental importância no processo de Coaching. Espero que gostem!!!

Habilidades de Relacionamento: A coluna vertebral no processo de Coaching

Na coluna vertebral do Coaching está o estabelecimento de uma boa relação. Os coaches ajudam os coachees a compreenderem a si mesmos para que tracem metas significativas e usem suas forças. Isso contribui para uma relação de Coaching mutuamente engajada, o que facilita o processo de mudança comportamental.

Mas como será que podemos construir um bom relacionamento com os nossos clientes? Quais os tipos de competências de comunicação que precisamos ter? Quais são os elementos principais que podem auxiliar no relacionamento?

Dentre as habilidades de relacionamento principais em Coaching, a Federação Internacional de Coaching destaca três: “estabelecimento de confiança e vínculo”; “escuta ativa”; e “perguntas poderosas”.

Os coaches precisam observar os seus clientes, demonstrar empatia (capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias). É importante também ser exemplo, com humildade, prestar completa atenção no coachee, deixando o cliente encontrar as respostas. Para um bom vínculo e uma relação de confiança, confidencialidade e ser honesto é crucial.

Julgamento, críticas e desprezo dificultam muito o processo de mudanças comportamentais. Não é nosso papel apontar atalhos aos nossos clientes ou ensiná-los um caminho melhor. Ao invés disso, somos chamados para celebrar e estimular seus pontos fortes e convidá-los a descobrirem caminhos melhores por si próprios.

Quando acreditamos em nossos clientes apresentando atenção plena e positividade, independentemente de suas realizações, nós estabelecemos um relacionamento que pode melhorar, tanto a autoestima, quanto a auto eficácia. Esta é a chave para o estabelecimento de confiança e vínculo e representa a excelência em Coaching.

O uso de Mindfulness (atenção plena) é importante no sentido de ampliar a conscientização sobre as variáveis críticas que influenciam o sucesso na mudança de comportamento, o coach deve praticar para si mesmo e também promover em seu cliente este estado utilizando perguntas abertas, oferecendo feedback e cocriando projetos de aprendizagem e transformação com seus clientes. Este processo acontece pois frequentemente funcionamos em “piloto” automático e ao dirigir atenção plena aos nossos objetivos e em momento presente possibilitamos a conscientização necessária para a mudança, sem ficar preso remoendo o passado ou ansioso em relação ao futuro.

Envolve ouvir o que não é dito ou o que é só mencionado ou presumido, tal como as melhores experiências, valores, momentos significantes, sentimentos, desafios atuais e sonhos futuros.  Precisamos não apenas escutar as palavras mas prestar atenção no que tem por trás das palavras, como também, no tom de voz, nos gestos, feições e movimentos corporais.

Outro pilar importante que é positivo no relacionamento em Coaching é a investigação com perguntas abertas e positivas (perguntas poderosas). Estas criam menos resistência e capacitam os clientes a se abrirem e contarem sua história.

Quando questionamos de forma positiva, a probabilidade do cliente responder de maneira positiva, reconhecendo o que tem de bom e suas experiências de sucesso são muito maiores do que quando perguntamos de forma negativa. A pergunta positiva auxilia no aumento da autoconfiança e autoeficácia dos coachees.

Levando em conta que uma relação positiva é essencial para o processo de Coaching e para o aumento do bem-estar, também quando abordamos a questão dos relacionamentos é importante trabalhar com o cliente no Coaching à sua rede social, e considerar atividades que envolvam o uso dos recursos sociais dele. Pedir para ele listar as pessoas mais próximas no trabalho e fora, com quem tem coisas em comum, e saber como elas oferecem desafios e oportunidades pode ajudar o cliente a fortalecer sua rede de apoio para facilitar o alcance de metas.

Do ponto de vista da Psicologia Positiva, uma das abordagens teóricas do Coaching, o pilar mais importante para o bem-estar são os relacionamentos positivos. Uma pessoa que mantém bons relacionamentos ganha muito com a interação e o apoio do outro. Ter alguém para ¨cuidar¨ e sentir-se ¨cuidado¨ – assim como compartilhar a vida, eventos, pensamentos e sentimentos – torna o ser humano mais apto a lidar com as dificuldades e a comemorar experiências bem-sucedidas.

Para ter relacionamentos saudáveis é importante tentar focar no positivo das relações, aprender com os aspectos negativos e dificuldades, ser empático, se comunicar de forma não violenta e usufruir de bons momentos junto de familiares, amigos, colegas e/ou cônjuges.

Resultados de estudos em felicidade mostram que ter bons relacionamentos é vital para o bem-estar emocional. Temos a necessidade básica de pertencer a grupos, interagir com outros e construir uma família. O contato físico, afeto e interações pessoais são necessários para o florescimento humano. (HARLOW, 1958).

Diener e Seligman (2002) conduziram estudos com as pessoas mais felizes e menos felizes. O único traço que as pessoas do grupo feliz tiveram em comum foi terem relacionamentos próximos e de confiança em suas vidas.

Os relacionamentos positivos nos dão um senso de segurança e pertencimento, enquanto a falta de apego está associada a efeitos prejudiciais na saúde e no bem-estar.

Em relação aos relacionamentos no mundo corporativo, Dutton e Ragins (2007) estudam a importância das relações no trabalho e afirmam que o sucesso das empresas depende da qualidade das interações dos funcionários. Boas relações fomentam a autoaceitação. As relações de alta qualidade são marcadas pela capacidade de enfrentamento de pequenos conflitos, resiliência, sentimentos positivos e o senso de que a amizade é recíproca. Essas conexões mantêm o entusiasmo e a motivação dos funcionários com projetos.

Portanto podemos concluir que os relacionamentos ajudam na felicidade e alcance das metas e a felicidade ajuda os relacionamentos e alcance das metas.

Ter relacionamento positivo com seus clientes e auxiliar estes a ter foco nas conexões sociais saudáveis aumenta a felicidade, facilita no enfrentamento dos desafios e a alcançarem metas de maneira mais eficaz.

“Ser empático é ver o mundo com os olhos dos outros e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele” (Carl Rogers)

Sharon Feder Author
⚙️ Carevolution
Sharon Feder é formada em Psicologia pela Brown University nos EUA, com especialidade em Estudos Brasileiros e Portugueses pela Brown University e Coach de Saúde e Bem-Estar com Certificação Internacional pela Wellcoaches (EUA). Treinada no Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (ProChange Behavior Systems). Atualmente, é Sócia Diretora na Carevolution Consultoria em Saúde e Bem-Estar, desenvolvendo programas de qualidade de vida e capacitações de profissionais com foco em mudança de comportamento, engajamento e autocuidado.
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