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Estudo social da baixa autoestima

Ser obrigado a sentir-se feliz todos os dias, o tempo todo, exclui a principal característica de estar e se sentir vivo, passar por altos e baixos, ou seja, o movimento natural de acertar e errar, perder e ganhar.

O ser humano por ser mais uma espécie animal tem a necessidade de pertencer a uma tribo e se sentir acolhido por esta tribo. Mas por ser um animal mais complexo por causa de sua racionalidade é muito estranho perceber que ele quer se encaixar em TODOS os padrões. Negando e reduzindo a sua personalidade, vontade e senso crítico a favor da aceitação exterior.

Doutrina da felicidade imposta por mídias sociais como Facebook, Instagram e Snapchat. Onde se é imposto que apenas a felicidade existe, que apenas ela é “curtida” e “compartilhada”. Se você não estiver feliz e não postar um texto fazendo brincadeiras ou de entretenimento, você não merece ser curtido ou compartilhado, ou seja, isso não importa. Caso você mostre momentos de infelicidade, seriedade ou até mesmo não esfregar na cara dos outros que é uma pessoa feliz, você é visto como uma pessoa chata, alguém que não merece atenção. É disso que vem a falta de curtidas e compartilhamentos na sua publicação.

O problema é que ser obrigado a sermos feliz todos os dias, o tempo todo, exclui a principal característica de estar e se sentir vivo: passar por altos e baixos, ou seja, o movimento natural de acertar e errar, perder e ganhar. Por eliminar essa característica temos a sensação de que fomos reduzidos a um papel somente: parecermos ser felizes para os outros nos aceitarem e nos acolherem nas tribos das mídias sociais. Essa redução do ser humano leva à baixa autoestima, pois ficamos presos por medo da rejeição, de falar sobre nossos fracassos e dúvidas. Esse impedimento de demonstrar fraquezas vai criando e desenvolvendo um complexo de perfeição que é impossível de ser alcançado por um ser humano.

Então, agora temos as duas coisas para ficarmos com a autoestima baixa: um complexo de perfeição inalcançável (assim não sendo aceitos na “tribo”) e a “proibição” de falarmos sobre aquilo que nos causa sofrimento e preocupação.

Não vejo como resolver isso. Mas se pararmos para pensar podemos lidar um pouco melhor com a baixa autoestima de cada dia. Dois pontos: percebemos que essa felicidade absoluta e exagerada é pura aparência, de movimentos calculados, nada espontâneo ou natural, logo, não devemos nos preocupar com ela, pois ela é na verdade uma grande mentira. O outro ponto é que, caso nós conseguirmos chegar a esse ponto de perfeição, depois de abrir mão de todas as nossas vontades e caraterísticas próprias, irão no dizer que não fizemos mais do que a nossa obrigação, pois alcançamos o que era desejado, esperado. Ou seja, mande tudo para os ares e faça aquilo que lhe desafia, que lhe proporcione algum crescimento. Não faça por causa dos outros, porque eles, na verdade, não estão preocupados com você.

Bruno Sales Author
Bruno Sales é Estudante esforçado, entusiasta intelectual e conversador. Estudante de Economia, escritor amador e apreciador de Filosofia e Matemática. Sonha publicar o livro que vem trabalhando faz anos; a médio prazo, adquirir independência financeira e reconhecimento intelectual; a longo prazo, mudar o mundo.
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