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E quando o consumo esgota a pessoa?

Construir e manter modelos econômicos que condicionam o consumo e fazer ambas as ações, com valores e crenças sociais: podem criar vazios capazes de esgotar as pessoas. Vazios esses de: ideias, ideais e afeições.

Para quem olhar? Para o que o olhar? Não me vejo em nada e tão pouco o outro se vê em mim. Onde estou? Para onde vou? O que faço? Para quem faço? Sei quem sou sem o consumo? Perguntas intensas e que provocam reflexões àqueles que escolhem a mudança e o não conformismo.

Ao escolher viver no tempo presente um passado de consumo – este sem construções positivas, o cérebro gasta energia duplamente: em um sentido para manter sabotadores que neutralizam novos comportamentos e noutro para sustentar o olhar a novas crenças e novos valores que não proporcionem maus-tratos.

Compartilho um breve resumo de uma conversa com um amigo médico psiquiatra. Quando a escolha pelo passado é reconhecida como depressão: há sinapses que geram um “curto-circuito” e acabam por diminuir a sua capacidade de condução elétrica. Existem tratamentos medicamentosos que banham o cérebro com serotonina e contribuem para que a recondução elétrica seja reestabelecida, mas há um alerta: a pessoa precisa querer mudar. O processo terapêutico é necessário para cuidar daquilo que há no passado e que ainda insiste em paralisar o presente.

É possível conciliar o Coaching com a: psiquiatria, psicanálise e terapia. Digo isto porque trabalho com uma equipe multidisciplinar e acompanho resultados nesta direção. Contudo, há necessidade de se conhecer e respeitar os papéis de todos os envolvidos.

Com a pessoa na direção da cura e com o olhar ao presente: o Coaching aparece como uma metodologia que contribui àquilo que recebe novos significados.

No caminho das ressignificações dos comportamentos há a escolha pelo consumo consciente e compartilhado; esse promove o olhar para si e para o outro. Ao visitar/revistar a pessoa que é junto à sua natureza humana: há o convite para conhecer onde está e de lá considerar o outro como parte integrante da realidade que constrói. É como se permitir, por exemplo, visitar um país, uma comunidade indígena ou um bairro gastronômico e querer conhecer/experienciar o dia a dia e a cultura daqueles que ali convivem.

Aos poucos a pessoa se redescobre e preenche seus vazios com aquilo que lhe proporciona a prosperidade e benefício mútuo. Também aos poucos, novas amizades chegam e ajustes familiares ocorrem. O esgotamento se transforma em aceitação, logo após em perdão e por fim em um passado compreendido.

Leandro Alves da Silva é Gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional na First Peopleware e atua desde 2011 em Coaching-Mentoring-Counseling, palestras e treinamentos customizados. Doutor em Educação pela FEUSP e Master Coach pelo BCI.
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